- 30/06/2025
MINHA HISTORIA DE FANTASMA 2
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TVTranscrição
00:00Abertura
00:01Estes eventos ocorreram com pessoas reais. Alguns podem ser perturbadores.
00:23Eles disseram que tinham pavor de passar por ali porque era um menino com um olhar muito sinistro.
00:34Sim, existe um fantasma porque está gravado nas câmeras de segurança. Não pode ser mentira.
00:43Assim que eu virei o rosto, vi na minha frente uma coisa escura.
00:48Abri o armário para olhar se tinha alguma coisa lá dentro, mas não achei nada.
00:54Naquela hora a cadeira começou a estremecer. Começou a fazer um barulho meio estranho.
01:01Não sabia o que fazer. A primeira coisa foi dizer, chega, não joga mais, já chega.
01:06Essa menina estava sofrendo muito, definitivamente.
01:10Muitos sentimentos negativos acumulados naquele anjinho.
01:13Minha história de fantasmas
01:20Era um menino com um olhar muito sinistro.
01:31Então, por curiosidade, eu disse, me mostre onde é.
01:33Quando me virei para ver se o menino estava lá, nesse momento, eu fiquei pasma.
01:42Eu já não tinha palavras para dizer.
01:44Mamãe, é aqui.
01:47Aqui está o túmulo do Beto.
01:50Betito
01:51Minha história de fantasmas
01:55Começa há vários anos.
01:59Distrito Federal, México
02:00Quando acompanhei minhas primas ao cemitério jardim, porque elas tinham vontade de conhecer o túmulo onde ficou nossa avó materna.
02:13Depois de conhecer o lugar onde está a minha avó, me levaram também ao lugar onde estava sepultada a mãe delas.
02:22Quando estávamos andando para lá, me contaram que, quando sepultaram a mãe delas, os coveiros comentaram que um menino aparecia pelo cemitério e fazia brincadeiras.
02:38E elas perguntaram onde está o menino.
02:42Então, um coveiro as levou onde estava sepultado.
02:47O menino, eles disseram que lhes dava pavor passar por ali, porque era um menino com um olhar muito sinistro.
02:55Então, por curiosidade, eu disse, me mostrem onde é.
03:00Quando chegamos ao lugar onde estava o menino, eu vi que ele parecia, sim, muito sinistro, mas era porque havia muito limo na cara dele e nos bracinhos.
03:13E então, dentro de mim, eu ouvi uma vozinha, muito baixinha, me dizendo, você não tem medo de mim? Será que pode lavar o meu rosto?
03:26Então, eu também em pensamento disse a ele, sim, voltarei em oito dias e você será lavado.
03:33E fomos embora.
03:34E quando cheguei em casa, eu comentei com a minha filha e com o meu marido o que tinha acontecido.
03:40Minha história de fantasmas começou no dia em que acompanhei minha mãe ao cemitério-jardim.
03:47Porque ela tinha comentado com a gente que havia uma tumba que as minhas tias disseram que era muito assustadora, muito feia.
03:58E eu disse a ela, claro, mamãe, eu acompanho a senhora.
04:02E depois de oito dias, nos preparamos e levei meus instrumentos para limpar a carinha dele.
04:10Mas, para minha surpresa, eu não me lembrei onde estava sepultado o menino.
04:16Dei várias voltas pelas ruas, mais ou menos por onde me lembrava que disseram, mas não cheguei lá.
04:23Em dado momento, me desesperei e disse que me dava por vencida que não ia achar o túmulo do menino.
04:29Nesse momento, no caminho, ela acabou desviando, ela fez uma curvinha e seguiu reto.
04:42Nesse momento, atravessou a rua uma criaturinha pequena, caminhando, correndo e se virando para trás, um menino.
04:56Tive de frear tão bruscamente que o carro morreu.
05:00E eu disse, mas como podem soltar uma criança assim?
05:03E eu desci do carro muito brava.
05:07Eu ia dar uma bronca na mãe, porque ela o soltou e o menino saiu correndo por uma avenida do cinema.
05:14Quando eu me virei, não havia ninguém, não tinha ninguém atrás do menino.
05:19E ele tinha simplesmente desaparecido diante de nossos olhos.
05:23E o carro parou.
05:27E eu, por estar distraída, preparando a minha câmera, eu bati a testa no vidro.
05:35Fiquei com um galo na testa.
05:38Mas nessa hora, minha mãe me falou,
05:41espera, eu vou descer, porque eu quero ver onde é que está a mãe do menino.
05:46E eu disse, tá bom, mamãe.
05:48E também desci.
05:49E assim que eu saí do carro, eu vi o túmulo do Betito.
05:56Mas quando eu me virei para ver se o menino estava lá, nesse momento,
06:01eu fiquei pasma.
06:03Eu já não tinha palavras para dizer, mamãe, é aqui.
06:07Aqui está o túmulo do Beto.
06:11E a minha mãe viu que não havia ninguém perto de nós, não havia gente.
06:19Nem o menino.
06:23Então, aí sim, eu também tive calafrios.
06:27E a minha mãe também ficou assim, dizendo que tínhamos achado a tumba do Betito.
06:34Saí do carro, peguei meus apetrechos e comecei a limpar o rosto dele.
06:40Minha filha tinha preparado a câmera polaroide para ir tirando fotos, assim que chegamos.
06:46E assim que vi que aquele era o túmulo, ela começou a tirar fotos.
06:56No momento em que eu tirei a foto, foi como se ele me dissesse, não seja má, tire essa foto,
07:04para que vejam um pouco de ternura.
07:07A minha cara limpa já não causa o mesmo medo.
07:09Quando eu tirei a foto, eu não tinha percebido nenhum fenômeno.
07:17Mas quando a minha mãe me mostrou, eu fui a primeira a dizer, aqui tem o rosto de alguém.
07:26Eu não sei, na verdade, se era o rosto do Betito, ou se era do pai dele, ou da mãe dele.
07:34Nisso eu não sei.
07:40Nesse momento eu não dei importância.
07:43Colocamos as nossas flores...
07:46E então fomos para casa.
07:50O ano passado eu tive uma gripe muito, muito forte.
07:54Com febre por muitos dias.
07:57Mas com o tratamento de antibióticos que o médico me deu, a gripe cedeu.
08:02Aí um dia, meu marido e meus filhos foram até a cozinha, fazer o café da manhã.
08:09Então, meu marido disse que ouviu passos, e pensou que fosse eu.
08:15Mas eu, quando acordei, vi que Betito, vi que estava parado ali.
08:20E ele me disse, você não tem medo?
08:22E eu disse que não.
08:23Ele disse, amanhã é dia 1º de novembro.
08:28Você vai lá me visitar?
08:30Eu disse que sim.
08:32Sim, a gripe tinha passado, não tinha tanta febre, eu iria.
08:36Eu disse, você quer uma bola?
08:38E ele me disse que não queria uma bola.
08:40Mas queria que eu levasse para ele um carrinho que o meu filho ia dar.
08:45Meu filho tem 21 anos, mas ele é deficiente mental.
08:50E tem a cabeça de um menino de 7 anos, por isso Betito, me disse, eu vou te dar um beijinho.
08:57E me deu um beijo úmido na testa.
09:01Aí ele disse, vou embora, seu marido vem vindo.
09:04E se dissolviu por completo da minha frente, desapareceu.
09:09Meu marido chegou e disse, você se levantou?
09:12Eu disse que não.
09:13É que ouvimos passos.
09:14E eu disse não.
09:16E que ele não ia acreditar, mas que Betito tinha aparecido para mim.
09:20Aí o meu filho disse, eu sei mamãe, ele quer o meu carrinho roxo.
09:24Vamos levar para ele amanhã.
09:26Então eu disse, bom, realmente, como ele se comunicou com o meu filho?
09:31Eu perguntei para o meu filho quando ele tinha aparecido e ele disse, não, não, ele não apareceu.
09:37Ele me disse no ouvido que amanhã é para a gente levar o carrinho roxo.
09:41E no dia seguinte, fomos deixar o carrinho.
09:46E naquele dia, encontrei um coveiro, que me disse que havia referências a um menino que jogava bola.
09:54E que esse menino tinha uma bola nas mãos e que quando procuravam por ele, nunca o encontravam, não estava em lugar nenhum.
10:03Mas que viam quando o menino corria para o seu túmulo.
10:06Para nós, ele já faz parte da família.
10:14Porque sempre vamos visitá-lo, sempre que vamos ao cemitério, no dia dos mortos.
10:20Tem também o dia do menino.
10:22Às vezes nós vamos vê-lo.
10:24E eu sinto que ele é como um irmãozinho para mim.
10:30Porque nos ajudou em muitas coisas.
10:34A mim, ele ajudou muito.
10:37Eu fico até sem palavras.
10:39Porque tudo o que ele já fez por nós, todos nós ficamos espantados.
10:45Minha História de Fantasmas
10:50Minha História de Fantasmas
10:54O museu estava fechado.
11:00E vi quando a luz entrou.
11:03Na mesma hora, caiu a flama.
11:05Foi impressionante.
11:06Os vigias comentaram que, algumas noites, quando estão fazendo a ronda deles,
11:14sentem que tem pessoas entrando nos banheiros.
11:18Ou escutam uma porta abrir ou dar uma descarga.
11:24Sim, existe um fantasma porque está gravado nas câmeras de segurança.
11:31Não pode ser mentira.
11:32O malvado vice-rei
11:34Minha História de Fantasmas começou no mês de junho de 2010.
11:41Bogotá, Colômbia
11:42Quando estava na casa do vice-rei Samano, uma pessoa que torturou muita gente.
11:50Minha História de Fantasmas começou no mês de agosto de 2010.
11:55Nesse dia, nós fomos trabalhar normalmente no museu.
12:00Chegamos e encontramos o escritório como sempre.
12:07Começamos a trabalhar e quando foi de tarde,
12:11tivemos que ficar para solucionar um problema
12:13de umas coisas que nós devíamos entregar no outro dia.
12:19E foi quando, às seis da tarde, mais ou menos, eu acho,
12:24o computador travou e não pudemos mais trabalhar.
12:28Todos saíram do escritório, mas fiquei escrevendo e, de repente, eu senti alguém me...
12:33me assoprar no ouvido.
12:35Eu virei rápido para ver quem estava me incomodando.
12:38E, nesse momento, eu olhei para o chão, porque eu vi tipo uma...
12:43tipo uma coisa passar e vi duas luzes que passaram pelo chão,
12:48atravessando o escritório, de um lado ao outro.
12:51Era uma luz muito, muito fora do lugar.
12:54E passou pelo lado e não tinha nenhum espelho,
13:00não tinha outras lâmpadas que sugerisse que fosse uma luz, sei lá, comum.
13:05Fiquei meio paralisada, perdi o meu fôlego por um momento.
13:10E comecei a sentir muito, muito frio e também um pouco de calafrios.
13:14Houve uma mudança de clima muito estranha.
13:19Dava um pouco de medo.
13:20Essa energia aqui, eu não sei se era boa, não me tranquilizava em nada,
13:24só me deixava muito, muito inquieta.
13:27No começo, como sempre, nós, céticos, começamos a fazer uma investigação.
13:33E não tinha nenhum ponto focal, sabe?
13:37Então, não dava para explicar essas luzes.
13:42A luz era um círculo nem muito pequeno, nem muito grande.
13:47E ele andava pela casa toda, pelo pátio, pelos corredores, pelo segundo andar.
13:54E quando a flâmula caiu, eu vi que o museu estava fechado.
14:00E vi quando a luz entrou e, na mesma hora, caiu a flâmula.
14:08Foi impressionante.
14:10E parece que tem alguém atrás da gente.
14:13Ninguém.
14:13Quando eu andei pelo segundo andar, pela sala, parecia que alguém estava atrás de mim.
14:21Como que me seguindo?
14:23Quando eu entrei no banheiro, como a luz se apaga a cada três minutos,
14:27ouvi barulhos de gente dentro da casa.
14:29Às vezes, estamos dentro da casa e se fecham, de repente, as portas das sacadas, principalmente.
14:41E as que dão para as escadas.
14:44E lá não há correntes de ar que façam com que essas portas se fechem, sozinhas.
14:51Os vigias comentaram que, algumas noites, quando estão fazendo a ronda deles,
14:56sentem que tem pessoas entrando nos banheiros.
15:00Ou escutam uma porta abrir ou dar uma descarga no banheiro.
15:07As torneiras abrem e, quando você olha para as câmeras de monitoramento, não tem ninguém.
15:12Quando você vai para o segundo piso, você sobe a escada e você sente que tem alguém atrás de você.
15:22E ouve os passos.
15:23Quando você dá um passo ou sobe o outro degrau, sente que alguém segue você.
15:28Durante muito tempo, as câmeras de segurança presenciaram ou registraram esse tipo de luzes.
15:36de luzes brancas que passavam e redondas que passavam por toda a casa.
15:44Principalmente pelo espaço da casa velha, não da parte que tinha sido restaurada.
15:53Tenho uma prova em meu próprio celular.
15:56Meu celular pessoal.
15:58E se vê quando a luz passeia pelo museu.
16:01Dá para ver quando a luz passeia direitinho e também os bombeiros viram uma luz caminhar.
16:12E dá para ver o segundo andar.
16:15Quando passa tipo uma pomba e anda pelo museu inteiro.
16:20Portanto, sim, existe o fantasma.
16:23Porque está gravado nas câmeras de segurança.
16:27Não pode ser mentira.
16:31Conta a história que lá morou o vice-rei Samano.
16:36Uma pessoa que torturava os outros.
16:39Então parece que a alma dele nunca descansou.
16:43Portanto, por isso, aparece o fantasma.
16:49Essas presenças podem estar aqui...
16:52...porque o vice-rei era uma pessoa muito malvada.
16:56O que ele fez foi acabar com todas as pessoas que iniciaram o processo de independência na Colômbia.
17:06Ele as exilou e também dizem que antes...
17:11...antes de levá-las à morte, ele torturava todos dentro dessa casa.
17:18Esse pode ser um dos motivos de essas presenças serem assim tão fortes.
17:23Ele era uma pessoa que o povo realmente odiava.
17:28E o que faziam era sempre pensar nele, mas sempre pensando coisas ruins.
17:35Digamos que era uma pessoa que não agradava os cidadãos da época.
17:39Então eu creio que essa energia ficou na casa.
17:41Minha História de Fantasmas
17:46Minha História de Fantasmas
18:05Minha História de Fantasmas
18:06E assim que eu virei o rosto, eu vi na minha frente uma coisa escura.
18:16Eu sentia uma espécie de dualidade entre curiosidade e medo.
18:25Mas prevaleceu a proteção do meu filho que estava comigo.
18:30Eu abri o armário para olhar lá dentro, para ver se tinha alguma coisa, mas não achei nada.
18:35Para dizer a verdade, o que mais me impressionou foi o fato de estar frente a frente com um ser desse tipo.
18:42Uma Estranha Visita
18:44Minha História de Fantasmas começa mais ou menos em novembro de 1997,
18:51quando comecei a morar na casa dos meus sogros,
18:55que nos cederam a dar de cima da casa para morar com minha esposa e filhos.
18:59E meu filho mais velho nasceu em outubro.
19:02Lima, Peru
19:03O fato é que um dia, sei lá, não lembro, devia ser duas e meia ou quinze para as três,
19:10eu resolvi descer ao andar térreo onde fica o quarto da minha sogra.
19:14Não tinha ninguém em casa.
19:16Eu deitei o meu filho mais velho, que tinha alguns meses de idade,
19:20coloquei ele na cama da minha sogra.
19:22E na hora que eu me deitei ao lado dele,
19:24eu senti uma espécie de frio que me invadiu.
19:26O frio vinha do lado oposto, onde eu estava, de frente para a porta, não tinha janelas abertas.
19:34E assim que eu virei o rosto, eu vi na minha frente uma coisa escura,
19:39totalmente escura, parecia uma cartolina preta recortada,
19:42que tinha a silhueta de um chapéu de abas largas.
19:47Uma espécie de capa e botas.
19:52Mas as botas só apareciam pela metade,
19:54porque esse ser não pisava no chão, só flutuava.
19:59Quando eu parei na frente dele,
20:00deve ter passado meio minuto, não lembro,
20:03eu sentia uma espécie de dualidade entre curiosidade e medo.
20:09Mas prevaleceu a proteção do meu filho, que estava comigo,
20:14e também saber cientificamente o que era esse ser.
20:16Eu tentei andar até ele,
20:20e quando dei um passo na direção dele,
20:22notei que ele retrocedeu, flutuando praticamente um passo também.
20:28Quando eu quis puxar, eu quis tocar a sombra para saber do que era feita.
20:32Ele avançou até o corredor, como se tomasse distância de mim,
20:36enquanto eu o seguia.
20:38E seguindo a sombra,
20:40comecei a correr atrás dele, cruzando os quartos,
20:42e os corredores até o último quarto,
20:45que era o quarto do tio da minha mulher.
20:48E quando eu estava a ponto de tocá-lo,
20:50tinha um guarda-roupa grande no quarto,
20:52com um espelho.
20:53E esse ser entrou no espelho.
20:55Entrou rapidamente.
20:58Mas na hora de entrar,
21:00apesar de ter os ombros largos,
21:02ele pôde entrar no espelho,
21:03porque como que se encolheu,
21:06e entrou.
21:07Como se fosse um chiclete,
21:08assim, entrou muito rápido.
21:10Não pude tocá-lo.
21:12Eu abri o armário para olhar lá dentro,
21:14para ver se tinha alguma coisa,
21:15mas não achei nada.
21:17Percorri a casa de cima a baixo.
21:19Todos tinham saído.
21:21E não tinha ninguém.
21:24Aí eu decidi tirar uma foto de mim mesmo,
21:27porque apesar de não ver nada em volta,
21:29eu sentia uma presença incômoda.
21:31Era como sentir assim,
21:33um peso nos ombros.
21:35Uma coisa que incomodava,
21:37mas eu não pude ver nada.
21:39Aí eu peguei a minha máquina
21:40e tirei uma foto de mim mesmo,
21:42nessa hora.
21:44E eu pude ver.
21:45Quando revelei a foto,
21:46eu me lembro,
21:47quando eu fui na loja revelar,
21:48o homem da loja me disse,
21:50essa foto saiu assim, desculpa.
21:54Eu suponho que um desse ser,
21:57pode ser que em dado momento,
21:58ele possa ficar visível ou invisível.
22:01Quer dizer, ele pode estar presente,
22:02sem que ninguém o veja.
22:05Foi assim que eu,
22:05também, por curiosidade,
22:07eu tirei uma fotografia
22:08e apareceu na revelação
22:10uma coisa brilhante sobre minha cabeça,
22:12como um fogo,
22:14uma labareda,
22:15uma coisa parecida.
22:19A minha esposa chegou.
22:20Roberto, o que você tem?
22:21Não parece bem.
22:22Bom, se eu contar o que aconteceu,
22:24você não vai acreditar.
22:25O que aconteceu, Roberto?
22:27Sabe o que foi?
22:28É que eu vi um espectro na casa
22:30e minha esposa perguntou,
22:33era uma coisa escura,
22:35com um chapelão?
22:36Era, eu disse.
22:37E não tinha uma capa e botas?
22:40E flutuava?
22:42Claro, era.
22:42Você já viu?
22:43Claro, eu morei aqui a vida toda
22:45e já vi essa coisa,
22:46desde pequena.
22:47A minha tia e a minha irmã
22:48também já viram.
22:50E ele foi embora para o armário,
22:52não foi?
22:52Sim, realmente, eu disse.
22:54Segui a figura
22:55e ela entrou no espelho
22:56e depois eu não consegui
22:57ver mais nada.
23:01Essa, digamos,
23:02foi a primeira vez
23:03que eu pude ver
23:04uma coisa desse tipo,
23:06sei lá,
23:07que ninguém teve que me contar.
23:09Porque muitas pessoas
23:10podem ter contado,
23:10mas ver não é a mesma coisa.
23:12Mas, na verdade,
23:13é muito impressionante mesmo
23:15presenciar e ficar
23:16frente a frente
23:17com um ser desse tipo.
23:21Eu estava trabalhando
23:22no computador à noite,
23:23fazendo meus trabalhos
23:24para o estabelecimento
23:26de ensino
23:26onde eu dou aulas.
23:27Eu preparava
23:28uma publicação
23:29no computador
23:30que ficava
23:31num canto
23:32da casa
23:33e eu estava teclando
23:35quando ouvi
23:37uma voz claríssima
23:38que saía
23:39do meio
23:40de uma das paredes
23:41e a parede
23:43é de concreto.
23:45Se a pessoa
23:45fizer um buraco
23:46do outro lado,
23:46digamos,
23:47a voz poderia passar,
23:48mas a voz
23:48nascia da parede
23:49com uma voz
23:50fraca
23:51de mulher
23:52claríssima
23:53que dizia
23:54jovem
23:56e longo.
23:57Parei de teclar
23:58na máquina
23:58e me senti
24:01um pouco
24:01como se, digamos,
24:05o barulho
24:05tivesse vindo
24:06da rua,
24:06não era bem
24:07uma presença.
24:08E continuei a teclar
24:09no computador.
24:10Eu parei o momento
24:11porque eu tinha
24:12que pensar
24:12no que escrever
24:13e o teclado
24:14começou a saltar
24:15sobre a mesa
24:17do computador
24:18sozinho.
24:18e o teclado
24:20caiu.
24:21Então eu disse
24:22não,
24:23não estou
24:24tendo visão,
24:24o teclado está
24:25saltando,
24:25eu acho que
24:26vou parar com isso.
24:28E coloquei
24:28os cotovelos
24:29sobre o teclado
24:30com o meu peso
24:30assim,
24:31para ver
24:31como um desafio
24:33a esse ser,
24:33para ver.
24:34E sabe
24:35o que foi
24:35que aconteceu?
24:36O móvel
24:36inteiro começou
24:37a pular
24:37com o teclado
24:39e tudo
24:39assim de baixo
24:40e eu pulava
24:41junto com ele.
24:43E minha mulher
24:44que estava dormindo
24:45devia ser duas da manhã
24:46com os meus filhos
24:47me disse
24:48Roberto,
24:48a TV está ligada?
24:50Eu ouvi vozes,
24:50o que você está fazendo?
24:53Não, não,
24:53eu estou no documento,
24:54eu não contei nada
24:55porque eu não queria
24:56que ela ficasse preocupada,
24:58que perdesse o sono.
24:59Desliguei o computador
25:00e decidi ir dormir.
25:03No dia seguinte
25:03continuei a trabalhar
25:04mais ou menos
25:05na mesma hora
25:05porque eu não tinha
25:06terminado o meu trabalho.
25:08Desta vez
25:09a voz
25:09da parede
25:10não me disse
25:11jovem,
25:12agora ela me disse
25:13Roberto,
25:15meu nome.
25:16Eu pensei,
25:17meu Deus,
25:18na verdade,
25:19na verdade
25:19essa coisa
25:20me conhece.
25:22Ouviu dizer
25:22meu nome,
25:23de repente,
25:23por minha mulher,
25:24meus filhos
25:25e ela está
25:26se manifestando,
25:27quer se comunicar.
25:29Aí sim,
25:30eu senti
25:30muito,
25:31muito medo
25:32de me comunicar
25:33com aquela coisa.
25:35eu não quis
25:39me comunicar
25:40e continuei
25:40a teclar,
25:41a escrever,
25:42até essa altura.
25:44Pensei,
25:44bem,
25:44vamos tratar
25:45de viver
25:45a situação,
25:46o que aconteceu,
25:48deve ter explicação
25:48científica.
25:50Mas eu não pude
25:50explicar para minha esposa
25:51o que aconteceu.
25:52Eu não quis.
25:53Como moramos
25:53no andar de cima,
25:55temos uma sacada
25:55que dá para a rua.
25:57Da sacada
25:57até o chão,
25:59deve ter,
25:59sei lá,
25:59uns seis metros
26:00pelo menos.
26:01ou seja,
26:02nada pode subir
26:03da rua
26:03para a sacada
26:04só se for
26:04com uma escada.
26:07Estávamos conversando
26:07para a sacada
26:08e nessa hora
26:10a porta
26:10na parte inferior
26:11começou a se mexer
26:13assim,
26:13como se alguém
26:14tivesse dado
26:15um chute.
26:16Ela estava sentada ali,
26:18eu aqui
26:18e a porta no meio.
26:19Roberto olha
26:20a porta.
26:22Eu vi,
26:22foi o vento,
26:23não tem importância
26:24e a porta,
26:25pum!
26:26De repente,
26:27se abriu
26:27e bateu na parede,
26:28pum, pum!
26:29Com uma violência
26:30incrível.
26:31Quer dizer,
26:32para abrir a porta
26:32desse jeito,
26:33só de fora
26:34e com um grande chute.
26:35Ela gritou,
26:37meus filhos
26:37se assustaram.
26:39Eu tratei de acalmá-la
26:39e saí na sacada.
26:41Não tinha nada,
26:42não tinha ninguém,
26:43nada, nada, nada.
26:44Olhei da sacada
26:44para a rua,
26:45olhei dos dois lados,
26:46ninguém.
26:47Eu desci no andar de baixo,
26:49olhei os quartos,
26:50a família da minha mulher,
26:51o tio,
26:52a avó dela,
26:52a minha sogra,
26:53todos estavam em suas camas
26:54e estavam dormindo.
26:58Eu estava incomodado,
26:59muito incomodado.
27:01e tentava achar
27:01uma solução
27:02para fazer esses seres
27:03irem embora
27:04da minha casa,
27:06de nos deixarem em paz.
27:07Então comecei
27:07a ler a Bíblia.
27:09Peguei uma Bíblia
27:10e comecei a ler.
27:11E achei uma parte
27:12que informava
27:13que nós, seres humanos,
27:15que nós, seres humanos, vivemos
27:15cercados de seres invisíveis
27:18que são praticamente...
27:20não podemos dizer que sejam demônios
27:22em especial,
27:23mas que não podemos ver
27:24porque são espirituais,
27:26que em alguns casos podem ser bons
27:28e em outros ser malignos.
27:29e que quando alguém invoca o Espírito Santo,
27:32a situação como se reverte
27:33em função do poder de Deus.
27:36Então eu invoquei o Espírito Santo.
27:38Espírito Santo,
27:40peço, por favor,
27:41que entre neste quarto,
27:42nesta casa,
27:43e que tire toda a manifestação
27:45negativa que tenha aqui dentro.
27:47E nessa hora,
27:50eu senti a casa menos pesada.
27:53Era igual...
27:55quando a gente chega
27:55cheio de areia
27:57e toma um banho
27:58e nos sentimos limpos.
28:00Então eu pude notar
28:01que estava funcionando
28:02a invocação do Espírito Santo.
28:05E daí...
28:06diminuiu muito.
28:06Diminuiu porque não desapareceu totalmente,
28:08mas melhorou bastante.
28:11Para mim,
28:13praticamente essas visões
28:14não têm explicação lógica
28:15nem científica.
28:16eu não tenho nenhuma resposta científica
28:18para isso,
28:19mas que existe alguma coisa
28:20que não se vê,
28:22mas que se manifesta,
28:23existe.
28:24Minha História de Fantasmas
28:44Minha História de Fantasmas
28:46A Laura começou
28:51com uma voz
28:52um pouco mais séria.
28:53Alguém está aí?
28:55E o copo
28:55começou a se mexer.
28:59Naquela hora,
28:59a cadeira começou
29:00a estremecer.
29:02Começou a fazer
29:03um barulho
29:03meio estranho.
29:07Eu não acreditava
29:08nessas coisas.
29:09Para mim,
29:10não existiam.
29:11Não sabia o que fazer.
29:12A primeira coisa foi dizer
29:13chega,
29:13eu não jogo mais,
29:14já chega.
29:15Jogos Perigosos
29:17Minha História de Fantasmas
29:20começou no fim de novembro
29:22de 2010.
29:23Montevideo, Uruguai
29:25Eu estava com meu primo
29:26Damian hospedada
29:27na casa dele.
29:28E ele sempre gostou
29:30dessa história
29:30de jogar Ouija,
29:32sabe?
29:32O jogo do copo,
29:34de outro mundo,
29:35ele sempre,
29:35sempre gostou.
29:37A minha história de fantasma
29:39começou em novembro
29:40de 2010.
29:41E se não me falha
29:42a memória,
29:43foi no dia 28.
29:44Eu consegui um tabuleiro
29:45Ouija
29:45e aproveitei
29:46que a minha prima
29:47estava em casa
29:48com uma amiga
29:49e decidimos jogar.
29:50Então foi,
29:51na verdade,
29:52eu liguei para ela
29:53e falei
29:53E aí?
29:55Você quer?
29:56Vamos jogar hoje à noite?
29:57Então nós chegamos,
29:58comemos umas pizzas,
29:59vimos um pouco de televisão,
30:00conversamos
30:01e aí numa determinada hora
30:04nós decidimos jogar.
30:05Então nós fomos
30:06para a sala de jantar.
30:08Então eu tinha a levar,
30:09eu coloquei no chão,
30:10eu levei também
30:11um gravador de áudio
30:12e uma câmera
30:13e só isso,
30:15eu preparei a câmera,
30:16liguei o gravador
30:17de áudio
30:18e pronto,
30:21nós começamos.
30:21Nos sentamos
30:22e começamos a jogar,
30:25pusemos os dedos
30:26e no começo
30:27as perguntas
30:29eram mais em tom,
30:30em tom de brincadeira,
30:31não ia dar em nada.
30:33Mais ou menos
30:33que por intuição
30:34eu falei
30:34Vamos todo mundo
30:35colocar os dedos
30:36em cima,
30:37em cima do copo.
30:39E foi exatamente
30:40isso que a gente fez.
30:42Então eu falei
30:43para a Laura,
30:43fala alguma coisa,
30:44o que você queria dizer
30:45para chamar alguém.
30:47E aí a Laura começou,
30:49tem alguém aí?
30:50Algum espírito?
30:51Alguma coisa?
30:52E a gente olhava
30:53e não acontecia nada.
30:55Mas é claro
30:56que eu achei
30:57que não era nada,
30:57eu achei que era
30:58falta de concentração,
30:59eu achei que ninguém
30:59estava afim de jogar.
31:00Mas depois,
31:00quando a gente
31:01entrou de cabeça
31:01no jogo,
31:02aí sim,
31:03a Laura começou
31:04com a voz
31:05um pouco mais séria.
31:06Alguém está aí?
31:09Foi justamente aí
31:10que o copo
31:10começou a se mexer
31:12para o sim.
31:17O clima foi sendo preparado
31:19e o jogo foi melhorando
31:20e jogamos,
31:20de verdade.
31:22E o copo
31:23começou a se mover.
31:26E aí não acreditei
31:28no que estava vendo.
31:32Não foi nada demais
31:33e mesmo assim
31:33a minha prima
31:34já estava meio assustada.
31:35E naquela hora,
31:37naquela hora
31:39a cadeira começou
31:40a estremecer,
31:42começou a fazer
31:42um barulho
31:43meio estranho.
31:45E a minha prima
31:46já não queria
31:47mais saber de nada.
31:49E a cadeira
31:49de repente,
31:50do nada,
31:51ela começou a sair
31:51abruptamente voando,
31:52ela saiu meio que
31:53deslizando pelo meio
31:54da sala.
31:54Primeiro pensei
31:55que era um deles
31:56que estivesse fazendo
31:56uma brincadeira.
31:57Quer dizer,
31:58eu não acreditava.
31:59Para mim,
31:59isso não existia.
32:01E a cadeira,
32:02se mexer sozinha,
32:03isso era uma coisa
32:03impossível.
32:04Então eu tinha certeza
32:05de que os dois
32:06estavam de brincadeira.
32:08Eu não acreditava nisso.
32:10Mas não.
32:11A cadeira começou
32:12a fazer barulho
32:13e quando se mexeu,
32:15eu vi os dois
32:16e não.
32:17Havia possibilidade
32:18de que fosse um dos dois.
32:19Eu fiquei gelada.
32:21Não sabia o que fazer.
32:22a primeira coisa foi dizer
32:23chega,
32:24eu não jogo mais.
32:25Já chega.
32:29Daí a minha prima
32:30tirou o dedo
32:31e o copo parou
32:31de se mexer.
32:32E pelo que eu andei
32:33lendo por aí,
32:34é ruim largar,
32:37de repente,
32:38assim tirar o dedo
32:38do copo abruptamente
32:39e deixar o espírito
32:40pendente,
32:41porque é como
32:42ou o espírito
32:46fica na casa
32:46ou podem te acontecer
32:48coisas ruins.
32:49E também outra coisa
32:50que eu li foi que
32:50quando você para
32:52de jogar,
32:53você tem que perguntar
32:54para a entidade
32:55que está lá
32:55se ela quer ir embora
32:56ou não.
32:58Você tem que ter
32:58muito respeito
32:59com a entidade.
33:02Embora assim do nada
33:03mostre a falta de respeito
33:04e coisas ruins
33:06podem acontecer.
33:07Ela simplesmente
33:07fez isso
33:08e ficou angustiada
33:09e eu estava
33:11com a minha amiga Laura
33:11tentando reanimá-la,
33:13dizendo
33:14está tudo bem,
33:14nós estamos todos bem.
33:15Foi muito estranho,
33:19uma sensação
33:20como
33:21como uma coisa
33:24sobrenatural
33:25estava lá.
33:27Eu não sei,
33:28estava passando
33:29alguma força,
33:30estava movendo
33:31a cadeira,
33:32estava com a gente
33:33e não dava para ver.
33:34Então foi
33:35estranhíssimo.
33:38Foi
33:39foi feio.
33:40E depois que o problema
33:42com a cadeira passou
33:43e que a minha prima
33:44foi embora,
33:45eu pedi para a minha amiga Laura
33:47se eu podia deixar a câmera
33:48na casa dela.
33:48Então eu deixei a câmera
33:49numa prateleira,
33:50gravando a área
33:51onde nós estávamos,
33:53a mesa,
33:53as cadeiras.
33:54A câmera ficou gravando
33:56a noite toda.
33:57O gravador de som
33:57eu levei para casa.
33:58Eu levei o gravador
33:59e então quando chegou em casa
34:00eu comecei a escutar.
34:01E eu passei por um programa
34:03daqueles que eu geralmente uso
34:05para poder ouvir os áudios.
34:08Então eu comecei a ouvir,
34:09é claro,
34:09em algum momento
34:10tinha som
34:10que sobressaía
34:11do resto.
34:13Era como um som
34:14de vozes,
34:16depois silêncio,
34:17mas tinha um som
34:18que destoava.
34:20Aí eu pensei,
34:22bom,
34:22eu vou voltar
34:23e vou ouvir outra vez.
34:24E aí eu tive uma surpresa,
34:26eu ouvi a palavra,
34:28a palavra morrerás.
34:30Assim morrerás.
34:35Aí eu senti um calafrio
34:37e falei,
34:37opa,
34:38essa não era
34:40uma entidade muito simpática
34:43para dizer uma coisa dessas,
34:46não é?
34:46Foi muito estranho.
34:48quando escutamos.
34:49Quando escutamos,
34:50assim morrerás,
34:51a gente estava lá
34:52e não tínhamos ouvido
34:54e nos perguntamos,
34:55como?
34:57Se estávamos lá,
34:59como era possível?
35:00E depois que eu ouvi aquilo,
35:01no dia seguinte eu fui para a casa da Laura
35:02para buscar a câmera
35:03e contei para ela
35:04o que eu tinha ouvido
35:04na gravação.
35:06E,
35:07bom,
35:08eu fui buscar a gravação
35:09e a Laura me falou
35:10que ela achou uma cadeira caída.
35:12Eu levei a câmera para casa
35:13e chegando eu assisti a fita
35:15e a mesma cadeira
35:17que tinha deslizado
35:19na nossa gravação,
35:22ela
35:22também
35:23se mexeu durante a noite
35:26e caiu
35:26sozinha.
35:29E dá para ver na gravação
35:30que
35:30que não tem nada,
35:32é
35:33eu não sei,
35:35é estranho.
35:36eu comecei a me perguntar
35:39o que podia ter
35:40acontecido.
35:41Antes dela morar naquela casa,
35:43a casa foi um asilo geriátrico,
35:45foi
35:45um lar de idosos
35:46e,
35:47bom,
35:48pode ter sido
35:48um deles,
35:49talvez seja essa a explicação.
35:53Talvez,
35:54talvez tenha sido
35:55alguma pessoa que
35:57morreu ali.
35:58Com certeza alguém tinha,
36:00tinha morrido ali.
36:02Então era como
36:03se o espírito
36:04tivesse ficado lá.
36:06Então,
36:07para mim,
36:07era isso.
36:08Aconteceram as circunstâncias
36:10para que ele se manifestasse.
36:12Nós criamos
36:13as condições
36:14para ele se manifestar.
36:16Para mim,
36:16são almas
36:17que ficam como
36:18que boiando na terra
36:21como se tivesse ficado
36:22algo por fazer
36:23ou dizer
36:24e que precisam
36:26se manifestar
36:26e esse é o caminho
36:27que encontram.
36:29Minha história
36:29de fantasmas.
36:36I.O.
36:52Minha história
36:52de fantasmas.
36:53soltei a música,
36:58subi o controle
36:59e fui ao banheiro,
37:00mas eu fiquei ouvindo
37:01e vi que não tinha
37:02mais sinal,
37:03não tinha nada.
37:05E quando eu saí
37:06da cabine,
37:08eu fiquei
37:08paralisada.
37:10Tinha no fundo
37:11do corredor
37:12uma menina.
37:15Essa menina
37:15estava sofrendo muito,
37:16definitivamente.
37:17tantos sentimentos
37:19negativos
37:20acumulados
37:21naquele anjinho.
37:22Medo no estúdio.
37:26Minha história
37:27de fantasmas
37:27começou
37:28quando
37:29entrei para trabalhar
37:31em uma rádio local
37:32em 1998.
37:35Entrei para
37:36trabalhar
37:37como locutora.
37:40Inicialmente,
37:41eu ia trabalhar
37:41à tarde,
37:42que era um horário
37:43mais tranquilo,
37:44que não tinha
37:45muita gente
37:45na emissora.
37:46Então,
37:47o programador
37:48da rádio
37:48que estava
37:48me explicando
37:49o processo
37:50de como manejar
37:50a mesa de som
37:51me disse
37:52que tinha
37:53que ter cuidado,
37:54porque tinha
37:55muitos travessos.
37:57Eu pensei,
37:58muitos travessos?
37:59Eu imaginei
37:59que tivesse
38:00um editor
38:01ou alguém
38:02da limpeza,
38:03alguém que viria
38:03me fazer
38:04alguma brincadeira,
38:05algum tipo
38:05de trote,
38:07a novata
38:07que a gente
38:08vai confundir
38:09um pouco
38:09ou dar um susto.
38:12Eu não achei
38:12que podia ser
38:13o programador
38:14quem viria
38:14me fazer
38:14uma pegadinha,
38:16porque
38:16era uma pessoa
38:18que teve
38:18pólio
38:19e andava
38:20com muletas.
38:22Então,
38:22para ele vir
38:23da sala dele
38:24até a cabine,
38:25tinha com certeza
38:27uns 30
38:29ou 40 metros
38:30de distância
38:31e eu teria
38:32ouvido
38:33as muletas
38:35e até que ele chegasse,
38:36me desse um susto
38:37e fosse embora,
38:38eu teria visto
38:39e ele não faria
38:40mais nada.
38:40Não,
38:41esse não faria
38:41isso comigo,
38:42eu não me preocupei,
38:43eu fiquei
38:43completamente tranquila.
38:44então o meu primeiro
38:46programa
38:46foi tudo bem.
38:49No dia seguinte
38:50eu cheguei,
38:51me sentei,
38:52não tinha ninguém
38:52na rádio,
38:53nem o programador.
38:54Estava tudo bem.
38:55Coloquei o CD,
38:55apresentei a música,
38:57desliguei o microfone
38:58e dei play no CD.
39:01Soltei a música,
39:02subi o controle
39:03e fui...
39:04Eu deixei a música correr,
39:05tudo bem,
39:06verifiquei que se estivesse
39:06no ar,
39:07tirei dos ouvidos,
39:08na época meu Walkman,
39:09tirei, ouvi,
39:11estava no ar
39:11e saí.
39:12Porque eu também
39:13tinha que ir ao banheiro,
39:14então para isso
39:14eu uso rádio portátil.
39:16Eu fui ao banheiro,
39:17mas eu fiquei ouvindo.
39:19Aí vi que não tinha
39:19mais sinal,
39:20que não tinha nada.
39:25Nada tocava.
39:27E a música
39:27não tinha passado,
39:28nem um minuto.
39:29Eu voltei correndo
39:30e o controle
39:30estava abaixado.
39:33Isso aconteceu,
39:34de repente,
39:35o programador
39:35voltou do almoço
39:36e eu disse,
39:37sabe,
39:38eu não quero mais.
39:39E ele disse,
39:39o quê?
39:40Você não quer mais trabalhar?
39:41Não,
39:42não é isso,
39:42é que a mesa de som
39:43está ruim.
39:45Eu queria achar
39:46uma explicação racional
39:48para o que estava acontecendo.
39:49E de repente eu disse,
39:50a mola podia estar frouxa,
39:52o controle cai sozinho
39:53porque a mesa não é reta,
39:54ela é inclinada.
39:56E ele disse que ficaria comigo,
39:57ia me acompanhar.
39:58Tá bem?
39:59E aí então,
39:59a coisa explodiu.
40:01Eu estava no microfone,
40:03liguei o microfone,
40:05comecei a falar
40:05e o botão do microfone,
40:07a luzinha vermelha
40:08que indica que estamos no ar,
40:09se apagou.
40:11Então eu disse,
40:12isso aqui está com defeito.
40:13Aí o programador,
40:14que já tinha muito tempo de rádio,
40:16sabia,
40:16apertou o botão de novo.
40:18Quer dizer,
40:18algo que tinha apertado o botão
40:19e desligado.
40:20Ele apertou o botão,
40:21continuou a falar
40:22e ele fez um gesto,
40:24um gesto assim,
40:24de continuar a falar.
40:25Eu continuei
40:26e o botão apagou de novo.
40:29Eu estava no limite.
40:30Ele ficava apagando toda hora,
40:32saía do ar,
40:32aí eu disse,
40:33assim não é possível.
40:34Eu estava sentindo
40:37o ambiente muito tenso.
40:39Esse dia eu faria o programa
40:40das quatro às seis,
40:42mas eu acabei saindo
40:43às quinze para cinco.
40:44Eu me lembro que eu fui embora
40:45a essa hora.
40:46Eu parei e disse
40:47que não queria mais,
40:47eu vou embora.
40:48E o programador ficou
40:49pondo música e me disse,
40:51eu não posso obrigar você a ficar,
40:52mas estamos sempre contratando
40:54porque os locutores vão embora.
40:56A experiência mais forte
40:59foi há alguns anos depois,
41:02porque eu fiquei cinco anos
41:03nessa rádio
41:04e o tempo todo
41:06aconteceram essas coisas,
41:09coisas que saíam do lugar.
41:11Eu já tinha sido promovida
41:12a chefe de programação
41:13da emissora
41:14e ia sair um novo programa
41:16que contavam histórias
41:18e chamavam os ouvintes
41:20por telefone
41:22e contavam suas histórias,
41:23suas experiências
41:24e durante as histórias
41:25íamos fazendo efeitos,
41:27sons de gritos,
41:29coisas desse tipo.
41:31E para deixar a coisa
41:32mais sugestiva,
41:34apagávamos todas
41:35as luzes da rádio.
41:38Eu me lembro dessa experiência
41:40basicamente
41:41onde o locutor
41:42estava apresentando
41:44uma música
41:44e estavam falando
41:45de histórias muito fortes
41:47e falavam também
41:48de espíritos e fantasmas
41:50que habitavam a emissora.
41:52Essa foi a primeira emissora
41:54comercial do Peru.
41:57Foi a primeira rádio comercial
41:59que este país já teve.
42:02Então, ela é muito antiga.
42:05E começaram a contar
42:06as histórias.
42:07Diziam que antes de ser rádio,
42:08aquilo era um hospital.
42:10E que a área
42:11onde estava a rádio,
42:12no quinto andar do edifício,
42:13que tem cinco andares,
42:15era a área de crianças.
42:17Um pavilhão de crianças
42:18que pegou fogo.
42:20Enfim, mil histórias
42:22daquela emissora.
42:25Saí de onde estavam
42:27os locutores
42:27para ir à cabine
42:28dos operadores.
42:30E, quando eu saí,
42:31a rádio era assim.
42:33Aqui estavam as cabines
42:34e aqui havia um corredor.
42:36Um corredor muito comprido
42:38e no fim ficava
42:39a discoteca da rádio
42:40onde guardavam
42:41todas as músicas.
42:42E estava tudo apagado.
42:44Todas as luzes apagadas.
42:45Não se via nada.
42:47Nem sua sombra.
42:48Porque não tinha luz.
42:49Não tinha nada.
42:50Só a luz do computador.
42:52Então, eu saí da cabine
42:54e fiquei paralisada.
42:59Eu não posso dizer
43:00que vi alguma coisa.
43:02Não era uma imagem clara.
43:04Era...
43:05Tinha no fundo do corredor
43:07uma menina.
43:10Eu vi uma menina.
43:11Eu não vi o rosto com nitidez.
43:13Mas eu pude ver um vestido
43:15eu não vi os pés
43:17e ela estava lá no fundo.
43:19Assim como uma imagem borrada.
43:21E, sabe, literalmente
43:22em filmes de terror
43:23tem que ter visto alguma coisa.
43:25Porque foi como
43:25nos filmes de terror.
43:26Eu vi uma imagem borrada.
43:28Assim, meio nebulosa.
43:31Mas era impossível
43:32não ver naquela escuridão.
43:34E era branca
43:35como se tivesse uma luz.
43:39Eu não distingui
43:40os traços do rosto.
43:42Mas era uma imagem.
43:43era mais uma sensação
43:45e...
43:45e...
43:46eu fico até arrepiada.
43:48Era uma imagem
43:48de cabelos longos
43:51mas assim como
43:52se estivessem molhados.
43:53Quer dizer...
43:54era uma sensação
43:55horrível, indescritível.
43:57Era como...
43:58não sei,
43:59como que de frustração
44:00era...
44:01impotência.
44:04Essa menina
44:05estava sofrendo muito.
44:06Definitivamente.
44:08Ela não estava
44:09onde queria estar.
44:10eu não sei
44:11o que ela queria
44:12me dizer.
44:13Tantos sentimentos
44:13negativos que...
44:15todos acumulados
44:16naquele anjinho.
44:18E eu senti
44:19muita dor
44:19naquele momento.
44:20E...
44:21o Pedro chegou
44:22e eu abracei
44:23ele bem forte.
44:25E eu disse...
44:26e ela está aí.
44:29Depois desse incidente
44:31eu não voltei
44:32mais na emissora.
44:33E...
44:34especialmente
44:35no período...
44:36nos horários da noite.
44:38eu tentava evitar ao máximo.
44:40Só se tivesse mesmo
44:41que ir,
44:42mas eu sempre ia
44:43com alguém.
44:44A sensação foi
44:44muito triste
44:45e eu não queria
44:46mais sentir aquilo.
44:49Quando eu chegava
44:50na rádio,
44:51Pedro Arevalo,
44:53o diretor
44:53daquele programa,
44:55teve a ideia
44:55de começar a gravar
44:56psicofonias,
44:57que são sons do além.
44:59Ele começou
45:00a gravar psicofonias
45:01porque no fim
45:02eram mensagens de áudio
45:03totalmente imprecisas
45:05para o estilo
45:06do programa
45:06e para o veículo
45:07de transmissão
45:09a rádio.
45:10Então,
45:10começamos a gravar
45:13muitas psicofonias,
45:15mas algumas foram
45:16casuais.
45:18Como, por exemplo,
45:19um dia em que
45:20eu estava em uma entrevista
45:21na minha cabine
45:21e a gente...
45:23a gente tinha assegurado
45:25de que os canais
45:26não se misturassem
45:27às outras frequências
45:28para termos um sinal limpo
45:29só para o microfone,
45:30sem outros sinais.
45:32Isso serve para
45:32assegurar a qualidade
45:33de áudio,
45:34basicamente.
45:35então eu estava
45:36na entrevista
45:37e no momento
45:38de ouvir a entrevista
45:39para poder editar,
45:41eu ouvi uma voz
45:42lá no fundo
45:43que para mim
45:44era um grito
45:45que dizia
45:45mamãe...
45:46mamãe...
45:49eu ouvi aquilo
45:55e pensei...
45:57ah, menina,
45:58ela está
45:58procurando a mãe,
46:00chamando a mãe.
46:02Eu não relacionei isso
46:03ao chamado da mãe,
46:04mas eu pensei
46:05que era menina
46:05e tive um flashback
46:07do que tinha acontecido
46:09aquele dia.
46:09basicamente
46:10aquela silhueta
46:12do fundo
46:13iluminada
46:14mas borrada.
46:15Então a essa imagem
46:16de fundo
46:17eu associei
46:18o som
46:19mamãe
46:20e senti
46:21que ela estava
46:21procurando
46:22a mãe dela.
46:24Foi o que aconteceu,
46:25por isso eu senti
46:26que ela estava
46:26perdida,
46:27por isso eu senti
46:28o sofrimento dela,
46:29porque ela estava
46:30procurando a mãe dela.
46:31Psicofonia
46:32Eu acho que ela
46:34era um anjinho perdido
46:36que na verdade
46:37estava procurando
46:38a mãe
46:39e que se conectava
46:41com alguém
46:42que era sensível,
46:44nesse caso eu,
46:45que tinha um forte
46:46instinto maternal
46:47como quase todas nós
46:48mulheres temos
46:49e basicamente
46:50porque eu
46:51era a única mulher
46:52da rádio.
46:53Nessa emissora,
46:54na época
46:55e durante quase
46:56dois anos,
46:57eu fui a única
46:58mulher locutora
46:59trabalhando na rádio.
47:01Então,
47:01não tinha mais
47:02ninguém para ela
47:03chamar de mãe,
47:03não é mesmo?
47:07Eu comecei a sentir
47:08uma rejeição
47:09pela rádio.
47:10Eu já não queria
47:11mais estar lá.
47:12Eu não ouvia
47:13mais rádio.
47:14Depois de passar
47:14toda a minha carreira
47:16nisso,
47:17desde a universidade,
47:18meu mundo era rádio.
47:20Eu já não queria
47:20ouvir rádio,
47:22porque depois
47:22da história
47:23da psicofonia,
47:24sempre que eu ouvia
47:25rádio
47:25e as frequências
47:26se misturavam,
47:28eu esperava
47:28ouvir algo mais.
47:30Minha história
47:31de fantasmas
47:32é isso.
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