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O Antagonista
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Após dois meses de guerra aberta com o Hezbollah, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou nesta terça-feira um acordo de cessar-fogo no Líbano ao governo israelense. A trégua foi aprovada horas mais tarde pelo seu Gabinete, por 10 votos a favor e um contra.
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Transcrição
00:00Após dois meses de guerra aberta com o Hezbollah, o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu,
00:05apresentou nesta terça-feira um acordo de cessar-fogo no Líbano ao governo israelense.
00:11A trégua foi aprovada horas mais tarde, aliás, pelo seu gabinete, por dez votos a favor e apenas um contra.
00:20Já vamos chamar o nosso querido Duda Teixeira para a sua visão detalhada sobre essa situação.
00:26Boa tarde, Duda.
00:27Boa tarde, Inácio.
00:30Isso daí é a comprovação de que o Donald Trump estava certo, né?
00:34Ele falou, vou acabar com as guerras no mundo.
00:36Olha só, ele nem tomou posse ainda e já resolveu uma, né?
00:41Tô brincando, é isso aí.
00:44Mas aguarda só um pouquinho que logo mais o Donald Trump já vai estar falando isso, né?
00:49Mas é interessante essa questão do cessar-fogo.
00:53Israel e o Hezbollah vão parar de brigar ali por 60 dias.
01:01E o que é interessante dessa história é que a ONU foi colocada em segundo plano.
01:07A ONU estava ali nessa região do sul do Líbano desde 2006 com uma força militar, a Unifil.
01:15A Unifil, inclusive, o Brasil faz parte dessa força militar.
01:20E quando foi colocada essa força ali, ela tinha o objetivo de impedir que o Hezbollah proliferasse,
01:27ele montasse uma estrutura nessa região do sul do Líbano.
01:31E quem deveria assumir ali a segurança eram as forças armadas do Líbano.
01:39E isso não aconteceu.
01:41Tanto não aconteceu que o Hezbollah usou essa região do sul do Líbano,
01:47construiu ali um monte de alojamento, de armazém de armas,
01:52de base para disparar, lançar mísseis e foguetes para atacar Israel.
01:58Então, o que está sendo feito agora é meio que voltar atrás numa resolução,
02:05chama-se Resolução 1701 de 2006, que tinha então estabelecido que o Hezbollah tinha que sair dessa região do sul do Líbano.
02:14Então, eles vão fazer de novo essa mesma ideia.
02:18O Hezbollah não pode ficar mais no sul do Líbano.
02:21Quem tem que assumir essa região são as forças armadas do Líbano,
02:27mas tem uma diferença importante.
02:29Em vez de deixar tudo na mão da ONU,
02:32olha, ONU, você vai cuidar dessa região,
02:35porque isso a ONU não fez, a ONU foi conivente com o Hezbollah,
02:40eles vão fazer ali um comitê de cinco membros,
02:43em que a Unifil é um membro, mas tem ali também os Estados Unidos,
02:47a França, que teve já um mandato ali nessa região, na Síria e no Líbano,
02:55Israel e o Líbano.
02:57Mas a quem vai comandar esse comitê é os Estados Unidos.
03:03Então, em vez de deixar a ONU tomando conta dessa região,
03:06o que deu errado,
03:08nesse cessar-fogo é esse grupo de cinco comandados pelos Estados Unidos.
03:13Então, agora tem uma esperança aí de que não se permita,
03:18mais uma vez, que o Hezbollah prolifere e conquiste essa região
03:23e faça de novo dessa região do sul do Líbano
03:27um lugar para atacar, uma base ali para atacar Israel.
03:31Sobre esse comando de cinco organizações,
03:35cinco organismos dessa região do Líbano,
03:38os Estados Unidos à frente,
03:39no momento que o Trump, por um lado, anuncia ou deixa a entender
03:43que não quer os Estados Unidos se metendo em querelas internacionais.
03:47Por outro lado, ele também sempre foi manifestamente pró-Israel.
03:51Você acha que os Estados Unidos à frente
03:53vão realmente exercer uma liderança à altura
03:57ou também podem decepcionar justamente por esse interesse do Trump
04:00de não se envolver mais em conflitos que não têm a ver com os Estados Unidos?
04:04Inácio, eu comecei brincando aqui com o Donald Trump,
04:07mas essa não é uma questão partidária nos Estados Unidos.
04:10Tanto é que agora quem fechou esse acordo é o Joe Biden,
04:16que é democrata.
04:18Os Estados Unidos, independente de se é um democrata
04:21ou um republicano no poder,
04:23sempre têm pedido ali para que a ONU fizesse,
04:28cumprisse o papel dela.
04:30Então, nos fóruns internacionais,
04:32dentro da ONU, sempre teve essa reclamação.
04:35Ou a ONU faz o seu papel,
04:38que é expulsar o Hezbollah,
04:41ou então que se permita que realmente a ONU pudesse,
04:44por exemplo, atacar o Hezbollah.
04:47A Unifil está ali no sul do Líbano
04:49só para agir se for atacada,
04:52então em legítima defesa.
04:53Então, eles estavam vendo ali do lado
04:56o Hezbollah montando uma base de lançamento de mísseis,
05:00um alojamento, armazém,
05:01mas não podiam fazer nada.
05:02Eles só podiam reagir se o Hezbollah pegasse e atirasse,
05:06por exemplo, fizesse alguma coisa contra os quartéis da Unifil.
05:10Então, os americanos sempre pediram
05:12para que essa Unifil tivesse mais poder de atuação.
05:16Isso é uma coisa já antiga de vários presidentes americanos.
05:21E aí agora, finalmente, com esse comando americano,
05:25a Unifil vai ser capaz de fazer mais coisa.
05:27E também Israel vai preservar o seu direito,
05:32digamos assim, de atacar essa região
05:34se encontrar ali alguma ameaça imediata.
05:39Então, é um quadro muito diferente
05:42do que havia antes dessa última guerra,
05:45que começou ali depois do 7 de outubro do ano passado,
05:49mas que coloca a ONU ali meio que marginalizada
05:52num papel secundário,
05:54mas ainda está ali,
05:56mas é claro, com esse comando americano,
05:59que, como eu falei,
06:00independe se é presidente democrata ou republicano.
06:22e aí
06:28e aí

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