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Donald Trump foi confirmado como candidato do Partido Republicano nas eleições dos Estados Unidos de 2024. Ele escolheu o senador por Ohio James David “J.D.” Vance como vice.
Em sua carreira política Vance se alinhou à ala de Trump contra ajudar financeiramente a Ucrânia no combate à invasão russa, que desde 2022 já ocupou um quinto do território russo.
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NotíciasTranscrição
00:00O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que nunca a violência deveria prevalecer.
00:05Abro aspas.
00:06Estou chocado ao saber do disparo contra o ex-presidente do Zewa, Donald Trump, em seu comício na Pensilvânia.
00:11Tal violência não tem justificativa nem lugar em parte alguma do mundo.
00:15Nunca a violência deveria prevalecer.
00:17Escreveu o presidente da Ucrânia no X.
00:19Estou aliviado ao saber que Donald Trump está agora seguro e desejo-lhe uma rápida recuperação.
00:26Minhas condolências vão para as pessoas próximas da vítima deste ataque, um participante do comício.
00:31Estendo os meus votos de força a todos os que estão horrorizados com este acontecimento, desejo que a América saia mais forte disso.
00:37Fecho aspas.
00:39Aliás, Duda, aqui vale um parêntese, porque o Trump acabou de anunciar o J.D. Vance, né?
00:46Vance.
00:46Vance, exatamente.
00:48Como o seu vice na chapa presidencial e ele tem uma postura contrária à ajuda americana à Ucrânia, é isso?
00:58Exato.
00:59O J.D. Vance, várias posições dele.
01:02Ele é senador para o estado de Ohio e várias declarações dele a gente vê que ele segue a cartilha da Rússia, né?
01:13Do ditador russo Vladimir Putin.
01:15Então, ele, por exemplo, é contra o envio de ajuda militar americana para a Ucrânia.
01:23Ele foi contra o congelamento de ativos russos pelo congresso americano.
01:32Então, o tempo inteiro ele segue o lado russo nas grandes disputas.
01:43Lembrando que o Trump, o que o Trump fala sobre a guerra da Ucrânia, ele fala assim, olha, o Putin não teria invadido a Ucrânia se eu fosse o presidente em 2022.
01:58E olha, a OTAN aqui tem que meio que se virar sozinha, chega da gente pôr dinheiro aí.
02:04Então, é isso o que o Trump fala e não vai muito além.
02:08Agora, se quando você compara com a postura do Biden, o Biden critica o Putin o tempo inteiro e fala de ajudar a Ucrânia no que foi preciso.
02:16O que precisar ali de arma eu vou dar, contando que não seja míssil para atirar diretamente na Rússia, porque isso pode escalar.
02:23Então, por exemplo, o Zelensky claramente está torcendo pela reeleição do Biden nessa eleição.
02:30Embora publicamente dê declarações de que ambos são democratas e terá que lidar com ambos, etc.
02:37Ele toma esse cuidado, mas evidentemente as manifestações públicas mais claras a respeito do apoio à Ucrânia vêm do lado do Biden.
02:47Exato. Então, o Zelensky já tinha razão para não estar torcendo pelo Trump e agora com o J.D. Vance como vice, então mais ainda.
02:57O Zelensky realmente deve estar bem preocupado aí.
03:01O J.D. Vance chegou a dar uma de Lula e defender que o Zelensky cedesse uma parcela do território ucraniano para Vladimir Putin.
03:10Eu digo dar uma de Lula porque o Lula já deu aquela declaração de que o Zelensky não pode querer tudo, não pode querer ficar com tudo.
03:17Chegou a acuditar que entregasse a Crimeia lá para a Rússia, que aceitasse, portanto, a ocupação do território depois de invasão, evidentemente.
03:26A gente aqui não usa a palavra ocupação para invasão.
03:28Ocupação, depois da invasão, é justamente a permanência das tropas e quem mais as tropas levem para morar naquele território invadido.
03:39E ele chegou, o Vance, a comparar o Trump a Hitler e coditou votar na Hillary Clinton.
03:45Isso foi observado também pela imprensa americana.
03:47A gente está, evidentemente, levantando a ficha do Vance a partir do momento do anúncio que foi feito agora há pouco.
03:55Então, é uma figura aí para a qual mesmo o campo da direita precisa ficar alerta.
04:03E, aliás, que mostra também, Duda, como esses rótulos de direita e esquerda muitas vezes são reducionistas de um debate público mundial que envolve uma série de outros elementos.
04:16Então, o que é característico da direita ou da esquerda em relação a guerras que estejam acontecendo no mundo nesse momento?
04:23É difícil você falar assim a respeito de uma agenda específica, tradicional, de todo um campo político ideológico.
04:29O que acontece é que o Trump, ele acena mais ao Putin como quem não quer criar problemas com o Putin, mas o Putin está invadindo o país.
04:37Ou seja, a invasão está resultando na morte de pessoas inocentes e os Estados Unidos têm estrutura, têm orçamento para ajudar.
04:48E fica a grande questão que está sendo colocada, não só agora, por nós, é só entrar na minha coluna no antagonista e vai ver quantas vezes eu apontei isso.
04:56Que é, com o Trump, vai ter ajuda para a Ucrânia ou não?
05:00Quer dizer, se retirar a ajuda dos Estados Unidos, ou pelo menos se não tivesse tido até agora, a Ucrânia já estaria tomada, possivelmente, por Moscou, pelas tropas do Putin.
05:12Então, eu apontei, por exemplo, até a repercussão do debate público americano, da demora do presidente republicano da Câmara, lá nos Estados Unidos, em aprovar a ajuda financeira.
05:23Depois de muitos meses foi aprovado e, obviamente, isso teve consequências danosas para a Ucrânia.
05:28Nós mostramos aqui, repetidamente, como o sistema de defesa aérea ucraniano estava bastante limitado, sobrecarregado, incapaz de proteger o país e os seus cidadãos, inclusive suas crianças, contra bombardeios russos.
05:43Resultado, um hospital infantil em Kiev foi bombardeado na semana passada e nós fizemos aqui toda a repercussão.
05:53Quer dizer, não foi por falta de aviso, mas, às vezes, falta vergonha.
05:58Aliás, eu falei a respeito disso também nesse artigo de hoje.
06:02Duda, quer complementar?
06:03Felipe, o J.D. Vance chega a publicar um artigo no New York Times em que ele critica a ajuda militar americana para a Ucrânia.
06:12Ele diz ali, olha, se a gente ficar produzindo arma e mandando, doando para a Ucrânia, a gente nunca vai conseguir fornecer aquilo que é suficiente para a Ucrânia se defender da Rússia.
06:29E é melhor que as nossas indústrias funcionem para outras coisas e não para ficar produzindo equipamento bélico.
06:37Então, são vários argumentos que ele usa com o objetivo final de criticar e condenar a ajuda militar americana para a Ucrânia.
06:48Esse cara, Felipe, no começo, ele criticava o Trump.
06:53E, na verdade, ele ganha fama quando ele publica um livro, que é um livro que descreve a vida dele,
07:01mas fala muito da vida das famílias, dos homens brancos que vivem em estados industriais, de classe média, sem diploma.
07:13Retrata um pouco essa situação, que é a situação de muitos estados ali, no Michigan, no Wisconsin, na Pensilvânia.
07:21Estados até que, no final, ajudaram a eleger o Trump em 2016.
07:27Mas, nessa época, que é 2016, que ele lança o livro e o Trump ganha a eleição, ele fala, olha, eu não sou trumpista, eu não gosto disso.
07:35Mas o Jay Divens, em algum momento, ele dá uma virada, ninguém consegue explicar muito bem o que acontece,
07:42e ele vira cada vez mais trumpista.
07:44Ele se candidata ao Senado em Ohio com o apoio do Trump e, depois, passa a sustentar várias ideias do Trump.
07:55Então, o Trump, o Partido Republicano, antes era um partido liberal, a favor do livre comércio.
08:02E o Trump traz ali uma pegada protecionista.
08:07E o Trump, hoje, domina o Partido Republicano.
08:10O Jay Divens é um cara que vai defender o protecionismo.
08:14O isolacionismo, o fim da ajuda militar para a Ucrânia.
08:19E é um cara que começa a ficar muito leal ao Trump.
08:25Então, até ideias do Trump, por exemplo, o Trump diz que a eleição de 2020 foi fraudada.
08:31O Jay Divens vai falar, foi fraudada, aquilo lá foi manipulado.
08:35Se eu fosse senador naquela época, eu não teria provado o resultado no colégio eleitoral.
08:40E, quando tem um atentado, agora, no sábado, ele publica também uma mensagem que ele meio que diz que foi a culpa do Joe Biden.
08:51Então, assim, ele assume uma posição ultra-trampista para mostrar lealdade.
08:59E aí, meio que o Trump entendeu isso e retribuiu ele com isso daí, com essa vaga de vice.
09:06É, você falou que nunca ficou muito claro exatamente o porquê.
09:10Agora, geralmente, esse tipo de cavalo de pau no discurso público a respeito de uma liderança política
09:17ou de um grupo político, ele se dá por oportunismo eleitoral.
09:22Ele provavelmente percebeu que, para ele, era melhor ficar do lado do Trump
09:26e girou a chave daquela maneira que é muito conhecida aqui no Brasil para quem acompanha o debate público.
09:35Tem vereador que fez isso, tem um monte de gente no mercado da comunicação que fez isso,
09:41tem um monte de influencer que fez isso, um monte de gente que percebeu que era mais vantajoso,
09:48era mais rentável.
09:49Seja por poder, por dinheiro, por audiência, por visibilidade,
09:53você ficar completamente do lado de um grupo político ideológico contra o outro,
10:00aderindo a um nós contra eles desse populismo e acobertando qualquer sujeira de integrante do grupo.
10:06Isso é bastante conhecido aqui da gente.
10:09Então, existe aí também uma suspeita, Duda, de que o Trump escolheu o J.D. Vence porque ele demonstrou essa lealdade,
10:22mesmo que por oportunismo, agora também porque ele tem 39 anos, ele é muito jovem,
10:27parece ser alguém que está ali bastante submisso, bastante submetido aos interesses do Donald Trump,
10:37sem ofuscá-lo.
10:38Me parece que uma liderança como o Donald Trump pode temer,
10:42assim como acontece com o Jair Bolsonaro, com o Lula,
10:45alguém que lhe faça frente, alguém que possa ser cotado mesmo
10:48para assumir a presidência no lugar dele,
10:51em torno do qual possa haver uma articulação de derrubada do titular.
10:56É isso que eu quero dizer.
10:57Acho que tem isso, Felipe.
10:58E também quando você pega alguém bem jovem,
11:01também ajuda a trazer uma jovialidade à imagem do Trump.
11:05A questão da idade é um dos pontos principais dessa campanha.
11:10O Trump está com 78, aí você põe um cara que está com 40,
11:14eu acho que nem 40 ele tem.
11:15Tem 39.
11:1539?
11:17Aí meio que ajuda a dar uma equilibrada ali na imagem.
11:21Isso, para atingir o eleitorado mais jovem.
11:23E você tem, há muito tempo, toda uma inclinação dos chamados millennials, por exemplo,
11:29ao lado da esquerda, e aí tem toda uma crítica ao sistema de ensino,
11:33por favorecer mais a esquerda.
11:35De repente também existe uma busca de penetração por parte do Partido Republicano,
11:40do lado trumpista, em gerações, no eleitorado, na obtenção de votos das gerações mais jovens.
11:50O Emmanuel Macron, vamos continuar aqui na repercussão,
11:53o presidente da França também condenou o atentado.
11:56Abro aspas.
11:56Os meus pensamentos estão com o presidente Donald Trump,
12:00vítima de uma tentativa de assassinato.
12:02Envio a ele os meus votos de uma rápida recuperação.
12:04Um espectador morreu, vários ficaram feridos,
12:06é uma tragédia para as nossas democracias.
12:09A França partilha o choque e a indignação do povo americano.
12:12Fecho aspas.
12:14Muito bem.
12:16Algo mais sobre a repercussão entre as autoridades do mundo inteiro, Duda?
12:19O Macron tem mais três anos aí, e para ele, se tiver que conviver com o Trump, vai ser bem chato.
12:30O Macron não gosta muito do Trump.
12:33Bom, é isso aí, estamos acompanhando.
12:36A gente está falando do J.D. Vance, Felipe, acho que é legal também dizer
12:39que eu acho que a principal questão para a escolha do J.D. Vance,
12:43a gente falou aqui de várias questões, de chegar ao eleitorado jovem,
12:47e dele também ser jovem, projetar uma imagem de jovialidade,
12:50mas acho que foi muito aí de uma confiança pessoal, de uma lealdade.
12:57E o Trump tem essa questão muito familiar, como tem aqui também o Bolsonaro.
13:03O J.D. Vance é uma pessoa muito próxima do Donald Trump Jr.,
13:09o filho mais velho do Trump, e os dois trocam mensagens todos os dias,
13:14são muito próximos.
13:15O Donald Trump Jr. é o cara que mais apoiava essa possibilidade do J.D. Vance virar o vice.
13:24Então, tem muito essa questão de confiança familiar.
13:27just D. Vance virar o vice.
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