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O governo Lula divulgou uma nota às 23h28 de segunda-feira, 8, após um dia inteiro em silêncio, devidamente criticado por O Antagonista, para se manifestar sobre o bombardeio do hospital infantil Ohmatdyt, em Kiev, capital da Ucrânia.

O ataque que matou ao menos 38 pessoas, entre elas quatro crianças, tem um autor, a Rússia, comandada pelo ditador Vladimir Putin, mas o Itamaraty omitiu essa informação na mensagem.

Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:

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Transcrição
00:00O governo Lula divulgou uma nota às 23h28 de segunda-feira, 8h, portanto 11h28 da noite de ontem,
00:08após um dia inteiro em silêncio, devidamente criticado por o antagonista,
00:12para se pronunciar sobre o bombardeio do hospital infantil Omadchit, em Kiev, capital da Ucrânia.
00:19O ataque que matou 38 pessoas, entre elas 4 crianças, tem um autor, a Rússia, de Vladimir Putin,
00:25mas o Itamaraty omitiu essa informação na mensagem.
00:28O texto da gestão petista diz o seguinte, abre aspas,
00:32o governo brasileiro condena o bombardeio que atingiu hoje o hospital infantil Omadchit,
00:37é difícil fazer essa pronúncia, em Kiev, que resultou em número expressivo de vítimas fatais, incluindo crianças.
00:44O governo brasileiro reitera sua condenação a ataques em áreas densamente povoadas,
00:48especialmente quando acarretam danos a instalações hospitalares e a outras infraestruturas civis,
00:54e expressa sua solidariedade às vítimas e aos seus familiares.
00:57O Brasil exorta as partes no conflito a cumprirem suas obrigações perante o direito internacional humanitário,
01:04inclusive a proteção especial conferida a instalações e unidades médicas,
01:09que devem ser respeitadas em todas as circunstâncias.
01:12O governo brasileiro continua a defender o diálogo e uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia.
01:18Até que os atores relevantes se engajem de forma genuína e eficaz em negociações de paz,
01:23o Brasil reitera o apelo para que três princípios para a desescalada da situação sejam observados.
01:29Não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer parte.
01:37Fecho aspas.
01:39Já é de um cinismo assombroso esse final.
01:41Se você fala em não expansão do campo de batalha, no momento em que você tem tropas de um país
01:48invadindo o território da Ucrânia, e esse país não é citado na nota.
01:56Quer dizer, o nome da Ucrânia aparece e o país que bombardeou o hospital infantil
02:01simplesmente não é mencionado.
02:03Duda Teixeira, o que você destaca?
02:05Além do não expansão do campo de batalha, essa última recomendação de não inflamação da situação por qualquer parte
02:13também é um absurdo.
02:15Então, tipo, a Ucrânia tem que tomar 40 mísseis na cabeça e ficar quieta.
02:21Não pode reagir.
02:23É um absurdo isso.
02:25Mas, Felipe, a história é a seguinte.
02:26A gente tem uma diplomacia que é totalmente pró-Putin, que tarda, demorou para sair essa notinha,
02:36foi ontem, quase meia-noite, mas nunca falha.
02:40Ou seja, quando tem a oportunidade de defender o lado do ditador Vladimir Putin,
02:48o nosso Itamaraty não perde a chance.
02:52Essa nota claramente é pró-Putin.
02:56Foram cinco cidades ucranianas que foram alvejadas, 40 mísseis, 38 mortos, 105 feridos.
03:05E é isso, sai uma notinha que a gente não sabe quem mandou os mísseis.
03:12É uma tristeza.
03:15A Rússia não aparece na nota.
03:18Quer dizer, você tem ali recriminações para todos os lados e um lado simplesmente não é citado.
03:25Então, uma pessoa que não sabe direito o que está acontecendo no mundo,
03:28se ela vira essa nota, ela não sabe que a Rússia está envolvida simplesmente nesse conflito,
03:34que é como ele chama.
03:35Na verdade, é uma invasão de um território, de um país democrático, soberano,
03:41por parte das tropas russas enviadas, ordenadas nessa invasão, por um ditador, Vladimir Putin.
03:48E essas tropas, elas bombardearam, com um míssil bastante característico delas, um hospital infantil.
03:58E crianças morreram.
03:59Aliás, hoje pela manhã, o presidente da Ucrânia, o Volodymyr Zelensky,
04:04ele fez uma atualização dos números que ele já tinha divulgado parcialmente ontem,
04:10para dizer que 38 pessoas foram mortas, incluindo quatro crianças.
04:134 crianças, 190 ficaram feridas, há 64 hospitalizadas em Kiev, 28 em Kri-Ri e 6 em Dnipro.
04:25E os pacientes do hospital infantil foram todos transferidos para outras instalações.
04:31Então, olha, você tem a presença das tropas, do exército, naquele país vizinho que foi invadido.
04:40E se fala em não expansão do campo de batalha.
04:43Quer dizer, é uma pregação para que a Ucrânia aceite a presença russa no seu próprio território
04:50e não reage para expulsá-la de lá.
04:53O Lula já falou em entrevista que não dá para o Zelensky querer tudo.
05:00Já falou até em considerar a entrega da Crimea.
05:03E nós, aqui, naquela ocasião, perguntamos.
05:07Se o Brasil for invadido, o Lula vai entregar o quê nessa negociação?
05:11É o Rio de Janeiro? É São Paulo? É Porto Alegre? Manaus?
05:16Que parte do Brasil que o Lula entregaria se o país fosse invadido?
05:20Imagine a gente tendo que lidar com uma invasão, seja por um grupo terrorista,
05:26seja por tropas de um Estado terrorista, e ouvisse outros governos falando assim,
05:34olha, não queremos a expansão do campo de batalha. Como assim?
05:39Quer dizer, é um nível realmente de descaramento que a gente tem que apontar com todas as letras do Zé Teixeira.
05:45Felipe, quando a Rússia dispara dezenas de mísseis nessas cidades, o objetivo único é matar civil.
05:55Isso não tem nenhum efeito lá no fronte.
05:59Isso é matar civil, matar criança e enfraquecer o moral dos ucranianos que estão ali tentando se defender como podem.
06:09Felipe, eu fiz um levantamento das notas de outros países que foram publicadas ontem, segunda-feira, falando desse ataque.
06:22E você vê a diferença, você vê a diferença do que foi publicado pelo Itamaraty.
06:28A Casa Branca, a União Europeia, a Argentina, claramente falam, olha, esse ataque russo, não tem nenhuma dúvida de dizer.
06:40E assim, a nota da Argentina fala, a Rússia tem que parar de atacar a Ucrânia.
06:48A União Europeia fala, olha, isso daí provavelmente é crime de guerra, porque você não tem...
06:53Atacou civil numa guerra é crime de guerra, talvez crime contra a humanidade.
06:59E até o primeiro-ministro britânico, que acabou de assumir, também publicou um tweet falando, olha, isso daí é um absurdo.
07:10Atacar criança, isso é uma crueldade.
07:14Que é um cara de esquerda.
07:15Então, assim, não é uma linha ideológica que a gente está falando aí, mas é uma questão de princípios que os países democráticos entendem que você tem que defender, de direitos humanos.
07:28É coisa básica.
07:28Aliás, o Chris Starmer, que é o primeiro-ministro britânico, ele vem dessa área de direitos humanos.
07:33Ele era advogado nessa área.
07:35Então, para eles é muito claro.
07:37Agora, uma vergonha, o nosso Itamaraty, comandado pelo Celso Amorim, que é o chanceler de fato, fazer esse tipo de declaração de nota.
07:48É, e é preciso deixar muito claro.
07:50Você tem ali o direito internacional, já citei aqui, as leis de guerra.
07:53Quer dizer, se você vai obter uma vantagem militar, você tem uma previsão legal de que se as baixas civis não forem exageradamente maiores do que a vantagem militar obtida, esse ataque é considerado legal.
08:09As pessoas, evidentemente, podem ter um repúdio, podem criticar, podem considerar até ilegítimo.
08:14Agora, do ponto de vista da legislação, ele é legal.
08:19Agora, quando você ataca deliberadamente uma instituição civil que não é usada por um grupo terrorista, que não está sendo usada como base militar, você está atacando diretamente civis.
08:34E o que a Rússia fez para tentar justificar esse ataque foi, na verdade, atribuir a explosão ao sistema de defesa aéreo ucraniano, como se tivesse sido um foguete errante,
08:47que foi o que aconteceu lá na faixa de Gaza.
08:50E foi aquele momento da maior barrigada da imprensa na cobertura de Gaza, ao contrário do que nós fizemos de um antagonista e, inclusive, expusemos todos esses detalhes.
09:00Tem um artigo meu bastante completo, é um capítulo dessa história, que é a retratação da imprensa no maior vexame de Gaza, algo nesse sentido.
09:08Basta procurar para ver.
09:09Então, lá naquela ocasião, se descobriu que foi um foguete errante da jihad islâmica que caiu no estacionamento de um hospital sem sequer derrubar prédio algum,
09:18quando as manchetes eram de que o bombardeio israelense tinha matado 500 pessoas, o que nunca aconteceu naquele episódio específico.
09:28Então, o hospital infantil em Kiev, na Ucrânia, ele não é base militar, não estava sendo ocupado pelos terroristas ou pelos nazistas,
09:38ou como a propaganda russa gosta de descrever os ucranianos.
09:42É uma instituição civil, para fins civis, para cuidar da saúde de crianças.
09:47E ela foi atingida diretamente, e o governo brasileiro, que é aliado de Vladimir Putin, ele mostra esse seu duplo padrão.
09:54No caso de Israel, o governo Lula não só condenou e condena ações militares, como menciona claramente quem deseja repreender.
10:03Por exemplo, na nota divulgada em maio sobre o início das operações israelenses na cidade de Rafah, ali no sul da faixa de Gaza.
10:09Vamos citar esse exemplo.
10:10Abro aspas.
10:11Ao optar com essa ação militar por deliberadamente intensificar o conflito em áreas sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza,
10:19neste momento, o governo israelense mostra novamente descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário,
10:27a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos.
10:32Tal operação pode, ademais, comprometer esforços de mediação e diálogo em curso.
10:37Fecho aspas.
10:37Israel já fez diversas propostas para a libertação dos reféns, para que houvesse trégua e as últimas propostas foram todas recusadas pelo Hamas.
10:49Quer dizer, não dá para você defender que um grupo terrorista possa invadir o território de um país democrático,
10:55matar mais de 1.200 pessoas, sequestrar 239, dezenas das quais já foram assassinadas também no cativeiro,
11:04algumas foram levadas, inclusive mortas, o que só se descobriu depois, e você prejudicar o direito de autodefesa daquele país,
11:12o direito de você ir lá e eliminar aqueles terroristas para que eles nunca mais voltem, porque é uma ameaça permanente.
11:18Mas o governo Lula sempre cerceia esse direito de autodefesa de Israel, fazendo ataques, acusando o genocídio,
11:28pelo qual Israel não foi condenado em tribunais internacionais, e fala com todas as letras, inclusive com declarações do próprio presidente Lula.
11:36Agora, quando é a Rússia que ataca um hospital civil, que ao contrário de hospitais na faixa de Gaza, não são utilizados por grupos terroristas,
11:47aí o Lula fica quietinho e faz essa nota toda ensaboada ao seu governo, Duda.
11:52Bom, incrível essa comparação, mostra que realmente o governo Lula usa dois pesos, duas medidas,
11:58e, enfim, a Rússia tem essa tática, Felipe, que é disparar dezenas de mísseis ao mesmo tempo,
12:08para que eles cheguem simultaneamente na Ucrânia, e aí o sistema de defesa aérea da Ucrânia fica sobrecarregado
12:15e não consegue conter, destruir esses mísseis no ar, que foi a mesma tática que o Irã fez
12:23quando o Irã atacou Israel, e aí o míssel de cruzeiro chega junto com os drones, com os mísseis balísticos,
12:32e aí, só que Israel está muito mais bem preparado, e Israel conseguiu destruir no ar quase todos esses mísseis e foguetes.
12:41O que precisa agora é que a Ucrânia tenha essa mesma capacidade,
12:45Então, precisa dar mais sistema de defesa aérea para a Ucrânia, e os caças também que ajudam na interceptação desses mísseis.
12:59Agora, aqui, quando vai arma para a Ucrânia, o Lula reclama,
13:03poxa, como assim os países desenvolvidos estão mandando arma para a Ucrânia?
13:07Mas não, né? Quer dizer, essas armas são fundamentais para proteger os civis ucranianos.
13:12Inclusive, as criancinhas ucranianas absolutamente esquecidas e ignoradas pelo Lula, né?
13:18Fica parecendo que a pose de defensor de mulheres e crianças é só quando essas pessoas se encaixam na agenda do partido.

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