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Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira confirma o que outros levantamentos já apontam há algumas semanas: à medida que se aproxima a eleição municipal, o favoritismo do deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL, para ganhar a disputa pela Prefeitura de São Paulo se esfarela.

No cenário com todos os pré-candidatos envolvidos, Boulos tem atualmente 30% da preferência do eleitorado, contra 29% do prefeito Ricardo Nunes, do MDB, que tentará a reeleição.

A deputada federal Tabata Amaral, do PSB, aparece em terceiro, com 8%, seguida por Marina Helena, do Novo, com 7%, Kim Kataguiri, do União Brasil, 4%, e Altino, do PSTU, 2%. Brancos e nulos são 14% e indecisos, 6%.

A margem de erro da pesquisa é de três pontos para mais ou para menos.

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Transcrição
00:00Muito bem, pesquisa Datafolha, divulgada nessa segunda-feira, confirma o que outros levantamentos já apontam há algumas semanas.
00:06À medida que se aproxima a eleição municipal, o favoritismo do deputado federal Guilherme Boulos do PSOL
00:11para ganhar a disputa pela Prefeitura de São Paulo se esfarela no cenário com todos os pré-candidatos envolvidos.
00:18Boulos tem atualmente 30% da preferência do eleitorado contra 29% do prefeito Ricardo Nunes, do MDB, que tentará a reeleição.
00:26A deputada federal Tabata Amaral, do PSB, aparece em terceiro com 8%, seguida por Marina Helena, do Novo, com 7%,
00:34Kim Kataguiri, da União Brasil, 4% e Altino, do PSTU, 2%.
00:38Brancos e nulos são 14% e indecisos, 6%.
00:42A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos para mais ou para menos.
00:47Vocês estão vendo aí o resultado do Datafolha no infográfico.
00:52E vamos ver também a pesquisa do Instituto Paraná, divulgada em 20 de fevereiro.
00:56Nesse levantamento, Boulos tem 33% das intenções de voto contra 32% do prefeito Ricardo Nunes.
01:04Também é, portanto, um pontinho só de diferença.
01:07Em terceiro lugar, aparece Tabata Amaral com 9,7%, Kim Kataguiri, 5,2% em seguida,
01:14Marina Helena com 3,3% e Padre Kelman com 0,7%.
01:20Brancos e nulos são 9,9% e indecisos, 6,2%.
01:25Grebe, a gente está aí, portanto, com um empate técnico já entre Guilherme Boulos e Ricardo Nunes,
01:33quando Boulos, no começo, aparecia na liderança.
01:35Isso ficou conhecido como o efeito Celso Russomano, que disparava na frente por uma popularidade midiática
01:43ou uma pose de opositor, mas quando as pessoas começavam a ver exatamente quem eram,
01:51elas começavam a se distanciar.
01:53Melhor não.
01:53Será que vai continuar sendo assim?
01:56E o Russomano sempre cometia algum erro crasso no meio das campanhas e acabava caindo pelas tabelas.
02:03É o efeito Celso Russomano, mas o Boulos é diferente, porque, na verdade, ele está concorrendo
02:11absolutamente alinhado com o PT.
02:14Ele é o candidato petista nas eleições aqui municipais de São Paulo deste ano.
02:21Então, ele não vem com aquela aura de candidato de terceira via que o Russomano sempre trazia.
02:30Ele, na verdade, representa um dos polos do nosso embate nacional.
02:40Ele é o representante do Lula aqui em São Paulo.
02:45E é curioso, porque o Ricardo Nunes é mesmo o representante do Bolsonaro aqui em São Paulo.
02:54tem muito bolsonarista que acha que não, acha que ele tem uma atitude frouxa em relação
03:03a pautas de costume, por exemplo, uma atitude que não o credencia para ser um bolsonarista
03:12de verdade.
03:13E isso, no fim das contas, pode até representar um ativo para o Nunes.
03:24Porque o fato é que, na cidade de São Paulo, o Bolsonaro, nas eleições presidenciais
03:29de 2022, não teve um bom desempenho.
03:31Então, ele até agora conseguiu se manter como um personagem próximo do bolsonarismo, mas não
03:43inteiramente relacionado ao bolsonarismo.
03:48E parece que isso fez algum efeito.
03:51Ao menos evitou que ele perdesse votos.
03:56E daí outras duas informações importantes da pesquisa.
04:01A avaliação do governo do Nunes melhorou aqui em São Paulo.
04:07Melhorou seis pontos.
04:09Então, a maioria das avaliações dos entrevistados nessa pesquisa da Datafolha ainda é de regular.
04:20Se não me engano, 43%.
04:22Mas melhorou o número daqueles que acham que o governo é bom.
04:29Ou seja, o Nunes está...
04:32E, Grael...
04:33Diga.
04:35Não, isso está completando.
04:36E a avaliação do governo do PT federal, ao qual o bolo está associado, piorou.
04:41Bem lembrado.
04:42Então, acho que tudo isso está dentro do mesmo pacote, do mesmo cenário.
04:46Tem um sopão aí, de fenômenos.
04:52Então, acho que é isso.
04:53O Nunes está numa curva ascendente.
04:56E o Boulos não está numa descendente, mas parece ter batido num teto.
05:03É importante olhar também, nesses casos, o número de eleitores que dizem conhecer os candidatos.
05:11Os números também são muito parecidos.
05:1383% para o Boulos, 85% para o Nunes.
05:17É cedo ainda para confiar muito nesses números.
05:21Tem muita gente que, quando você pergunta, conhece o candidato fulano, cicrano?
05:25Fala, já ouvi falar.
05:27Mas, enfim, tem uma vaga noção de quem seja.
05:29Mas, enfim, os números apontam para dois candidatos que já alcançaram um grau razoável de conhecimento da população
05:41e, portanto, tendem a estar próximos de uma certa cristalização dos seus percentuais.
05:50É o contrário, por exemplo, do que acontece com a Tabata Amaral, que ainda é muito desconhecida,
05:57ou com a Lúcia Helena, do Novo, que também é muito desconhecida.
06:02Marina Helena, Marina Helena.
06:04Marina Helena, perdão.
06:06Credo.
06:07Marina Helena, do Novo, que também ainda é muito desconhecida.
06:13Então, é isso.
06:15Ah, e, finalmente, não sei se a gente vai falar sobre os números de rejeição, Felipe.
06:19Está aí na sua pauta?
06:21Pode falar.
06:24É, a rejeição ao Boulos é alta.
06:27É, 34%, se eu não me engano.
06:33Contra...
06:34Agora eu não me lembro do número do Nunes.
06:37Mas a rejeição ao Boulos é mais alta do que a rejeição ao Nunes.
06:42O que reforça essa ideia que eu estava mencionando agora há pouco.
06:46Porque ele parece ter chegado ali num limite daquilo que, naturalmente, sem campanha, sem esforços, sem estratégia, ele consegue alcançar.
06:59Não deve muito desses 30%, 33%, considerando as margens de erro, né?
07:04Que é insuficiente para ganhar a eleição.
07:08É insuficiente.
07:10Então, o Boulos vai ter que tirar o coelho da cartola.
07:14Vai ter que tirar o coelho da cartola se ele quiser realmente chegar ao segundo turno e não, eventualmente, não perder o lugar nessa disputa para um outro nome.
07:25Não é impossível também.
07:26É, bom, nós estamos há sete meses da eleição.
07:31Estamos aqui em março, eleição em outubro.
07:33Eleição municipal no Brasil inteiro.
07:35São Paulo também.
07:37A gente está falando aqui da capital paulista.
07:39E eu estou entendendo, pelo que o Grego está dizendo, que talvez possa sair uma receita daí.
07:45Se o Ricardo Nunes ganhar, principalmente.
07:47Quer dizer, será que ele está realmente apostando nisso, de ser alguém que acena para o campo da direita,
07:57tentando não levar consigo a rejeição de um campo mais moderado, independente, ao bolsonarismo?
08:07Quer dizer, ele não é um bolsonarista raiz, nem tem o comportamento bolsonarista.
08:12Mas ele acena para esse campo e aponta as mazelas, o histórico de sujeira de Guilherme Boas, do PSOL, até do PT.
08:25De repente, fazendo um bom governo e com um desempenho negativo do governo federal,
08:34tudo isso junto e misturado, forma um candidato competitivo.
08:38Ou não.
08:40Ou se vai analisar lá na frente, que ele deveria ter sido mais bolsonarista, etc.
08:45Seria uma hipótese a ser explorada pelos bolsonaristas.
08:49Dizendo que ele terá perdido a eleição porque não foi bolsonarista o suficiente.
08:55Só que se ele conseguir administrar bem isso tudo e ganhar os votos, não só da oposição à esquerda,
09:03mas desse eleitorado que varia as suas escolhas, e derrotar o Boulos, que é um candidato que vem crescendo aí
09:11nessa sombra do Lula, que ele não deixou crescer nenhuma liderança, mas ele precisa ter outros candidatos,
09:22pode ser que o Ricardo Nunes construa uma receita.
09:24É claro que nem todas as localidades do país têm a mesma demografia, têm o mesmo perfil do eleitorado da capital paulista.
09:33Mas é possível que um candidato assim possa ter um bom desempenho na esfera nacional até 2026.
09:43E talvez o Tarcísio de Freitas precise de algo assim.
09:48É claro que o tempo vai dizer, conforme a circunstância, conforme o cenário.
09:53O Tarcísio, diferentemente do Ricardo Nunes, ele tem um vínculo pessoal ali com o Bolsonaro.
10:00Ele foi ministro da infraestrutura, uma área mais técnica do governo Bolsonaro.
10:04Não ficou ali diretamente no embate político e ideológico.
10:08Ele é alguém realmente mais técnico, mais pragmático.
10:11Então, assim, ele tem um vínculo com o bolsonarismo, ao mesmo tempo que ele consegue mostrar que o temperamento dele é diferente,
10:20que o modo de lidar com problemas reais e concretos é diferente.
10:24Às vezes faz acenos demais ao Bolsonaro.
10:28O que pode fazer com que ele tenha um desgaste em um eleitorado mais moderado, mais independente,
10:33que não suporta o bolsonarismo, etc.
10:36Então, administrar isso é um desafio para candidatos em oposição à esquerda.
10:43O quanto vale a pena você se aproximar do bolsonarismo, seja na retórica, seja nas atitudes.
10:51Porque, repito, existe ali um engajamento muito grande de uma parcela do eleitorado com o Bolsonaro,
11:02mas existe uma rejeição ali no meio.
11:04E o político, para derrotar a esquerda, ele precisa não só do apoio do eleitorado mais fiel,
11:11dessa base que vai para a rua, etc., mas de um outro eleitorado mais invisível,
11:17que, obviamente, é esquecido, é ignorado, é até, de certa forma,
11:25atacado pelos bolsonaristas mais radicais, mas que decide a eleição.
11:29Que é um eleitorado que vai analisar conforme as circunstâncias, pesando prós e contras de cada lado.
11:36Muitos dos quais, Greg, quando chegar mais perto da eleição, né?
11:40E você falou aí da margem de conhecimento, em geral, isso vai aumentando conforme se chega ali perto da corrida eleitoral,
11:47se começa o horário eleitoral gratuito, aí que as pessoas vão ver quem é que está na disputa mesmo,
11:52e vai para um lado, vai para o outro.
11:53E aí, pode haver aí uma mudança na pontuação dos candidatos.
11:57Mas não te parece, Greg, que é um desafio administrar isso?
12:05É o microfone aí.
12:07Mas eu vi, é sim, Felipe, eu li os lábios, Greg.
12:11Li os meus lábios, eu preciso fazer assim, que nem jogador de futebol,
12:15quando não quer saber para onde vai bater a foto.
12:17É sim, Felipe.
12:21E eu acho que você tem razão, também na sua leitura, sobre alguma possível receita.
12:28Eu acho que ela pode valer para ambientes em que a polarização é muito clara.
12:34Como você disse também, nem todas as localidades vão reproduzir as circunstâncias de São Paulo.
12:40Enfim, a gente tem dezenas de partidos no Brasil,
12:47sobretudo quando a gente está falando de eleição para a prefeitura,
12:52você tem um monte de partidos que é competitivo,
12:55o MDB é competitivo nas disputas por prefeitura,
13:00o PL tem aí planos grandiosos para conquistar até 500 prefeituras,
13:05que seria mais ou menos 10% do número de cidades no Brasil.
13:11Enfim, tem aí um jogo que, no caso das eleições municipais,
13:16não se limita a bolsonarismo e petismo.
13:20Mas como a eleição de São Paulo é muito grande,
13:23reflete o embate PT-Bolsonaro no plano nacional,
13:29muito provavelmente é influenciado por avaliações cruzadas.
13:36Como você observou, a queda na aprovação do Lula
13:41pode ter tido, sim, algum efeito aqui em São Paulo,
13:44sabendo que o Boulos é o homem do Lula aqui.
13:48Então, eu acho que a eleição vai ser olhada com muita atenção,
13:52muita curiosidade pelos estrategistas.
13:56Por que a regra, ou pelo menos a sabedoria recebida,
14:05é que a eleição municipal é uma coisa,
14:07a eleição majoritária, nacional, é outra?
14:13Acontece que a polarização,
14:17sobretudo quando acontece nacionalização,
14:22como parece que vai acontecer aqui em São Paulo,
14:24isso atenua um pouco essa máxima
14:27de que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
14:29Eu acho que a gente tem que ficar acompanhando, sim,
14:32a eleição paulista, entre outras,
14:34porque ela pode ter dados, insights legais
14:38sobre o que vem por aí.
14:40E só para completar aqui a informação que eu dei,
14:42que ficou pela metade,
14:45rejeição ao Boulos, 34%.
14:47rejeição ao Nunes, 26%, 8 pontos a menos.
14:52Ou seja, o cara está na prefeitura
14:55e é menos rejeitado
14:59do que um cara que só está fazendo campanha.
15:02Que é raro.
15:03É significativo.
15:05Exatamente.
15:06Quem está no poder geralmente acumula uma rejeição maior.
15:09Agora, o Boulos, com seu histórico de militância radical,
15:13tem uma rejeição grande.
15:16Já existe uma rejeição que ele herda do Lula,
15:20principalmente no campo da direita.
15:22E o Boulos vem tentando tomar esse banho de loja,
15:25como o Marcelo Freixo tentou fazer no Rio de Janeiro
15:28e não conseguiu.
15:30Ele tentou ali disfarçar a sua militância radical de PSOL
15:34de tantos anos, até mudou de partido para isso.
15:37chegou a modular a sua retórica em relação às drogas,
15:43o que soou absolutamente forçado e eleitoreiro.
15:47E ele perdeu três eleições seguidas.
15:50Então, o Boulos passou a dar entrevistas,
15:53a dialogar com a sua oratória,
15:57tentando ali ser sedutor para todos os lados,
16:00garantir que jamais pensou, faria qualquer tipo de invasão, etc.
16:05tentando mostrar que ele não é radical assim, etc.,
16:13que isso foi uma caricatura que foi feita dele.
16:16Mesmo assim, ele mantém toda uma rejeição.
16:18Diga, Greg.
16:19Não, não, você estava procurando a palavra e falei,
16:21ele tentou dourar a pílula, né?
16:23É, exatamente, tentou dourar a pílula.
16:25Ele gosta, ele se esforça bastante.
16:28Ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta, ele gosta.

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