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Em entrevista a José Maria Trindade no JP Ponto Final, o deputado federal General Girão (PL-RN) falou sobre a pressão que as Forças Armadas vêm sofrendo no cenário político atual e também comentou a situação da estrutura policial no Brasil.

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Transcrição
00:00Salve, seja bem-vindo, é bom estar aqui com você.
00:08Nós vamos aqui no ponto final falar das entranhas de Brasília,
00:12diretamente dos estúdios da Jovem Pan, no planalto central do país.
00:17A gente fala aqui com deputado, senador, ministro, né?
00:21E hoje um deputado federal que já está no segundo mandato, general Girão.
00:26É uma experiência muito boa em política, foi secretário de Segurança Pública
00:30e é um grande articulador aqui no Congresso Nacional.
00:34General, obrigado por estar aqui nos estúdios da Jovem Pan.
00:37Bom aqui conversar com o senhor.
00:40Obrigado, Zé Maria. Obrigado a todos que nos assistem aí.
00:43A Jovem Pan é o canal que a minha televisão está sempre parada em cima, né?
00:48Eu não tenho dúvida nenhuma que vocês chegaram para mostrar a realidade
00:53do que é a mídia, o que é a verdade, o que é o compromisso
00:58que toda a mídia deveria ter com a verdade de informação para a nossa cidadania brasileira.
01:05Muito obrigado, deputado.
01:07Essa é a nossa função e o nosso objetivo, exatamente, é falar a verdade.
01:12E isso, às vezes, pode parecer estranho para alguns, mas é o nosso métier aqui.
01:18Deputado, o senhor hoje é um general da reserva, né?
01:22Nós passamos por um momento meio turbulento aí e agora as Forças Armadas estão apanhando
01:27de dois lados, né? Da esquerda e da direita.
01:29Não é muito confortável estar na ativa agora não, né?
01:33É, com certeza absoluta.
01:34Eu imagino que os colegas que estão na ativa hoje aí devem estar pagando seus pecados.
01:40Alguns que eu converso, a gente sente isso daí.
01:43Mas eu digo para vocês que não é de hoje que o nosso Exército tem tido problemas de
01:50decisões que não são muito de acordo com a vontade da população.
01:56Eu mesmo, quando pedi passagem para a reserva, eu comandava uma brigada lá em Roraima,
02:01primeira brigada de infantaria de selva, muito orgulho, tinha sido comandante do batalhão também,
02:07e recebi uma ordem absurda do então presidente da República, que todo mundo sabe quem era
02:10presidente da República no ano de 2008, é o mesmo cara que está sentado hoje na cadeira,
02:16ele deu uma ordem para mim que eu consideria absurda.
02:18Expliquei isso ao ministro da Defesa, ao meu comandante militar de área, e mesmo assim
02:23o alto comando do Exército resolveu me tirar do comando.
02:26Eu considero aquilo uma punição e pedi passagem para a reserva.
02:29Então, com isso eu posso dizer para você o seguinte, eu descobri que existia vida fora
02:34dos quatro muros dos quartéis e descobri que eu poderia servir a minha sociedade, ao
02:40meu povo, de um jeito diferente, fazendo política.
02:44Lá em Roraima, quiseram que eu concorresse a deputado federal.
02:47O senhor foi secretário de Segurança.
02:48Pois é, eu fui secretário de Segurança em Roraima.
02:50Então, eu já tinha uma experiência naquela fronteira lá de mais de seis anos.
02:54E conhecia muito o Estado, conhecia muito a problemática de demarcação de terras,
02:59que na verdade é uma problemática fundiária e não de demarcação de terras.
03:03porque é fundiária, porque o que os índios, o que os nativos querem é terra, para morar.
03:09E não existe essa história de, não, eu quero terra para poder caçar, porque eu fico perambulando.
03:14Não, isso aí é o engodo que eles fazem.
03:17Moral da história, aí eu pedi passagem para a reserva, acabei desistindo de entrar na política
03:22lá em Roraima, porque vi algumas coisas que não me agradaram.
03:25Saí para virar fiscal da natureza.
03:30Vou morar no Rio Grande do Norte, onde minha família tinha começado.
03:34Moral da história, chego em Natal, era o ano de 2014, a governadora precisava de um secretário de Segurança.
03:41Não existia um secretário de Segurança na prateleira do supermercado, né?
03:44Mas os amigos disseram para ela assim, olha, está chegando aí o Girão,
03:48que tem uma experiência muito grande e tal, e é um cara que tem boa articulação.
03:52Moral da história, virei secretário no ano de 2014, na Copa do Mundo.
03:56E também só naquele ano. Terminou o governo dela, eu saí e fui cuidar da minha família, né?
04:03Fui passear, eu estava aposentado do Exército, 54 anos de idade, pedi para a reserva,
04:09mas esses cinco anos de Roraima, cinco anos e pouco, eu estava com 61, 60 anos.
04:15Você fez os cursos importantes, né?
04:18Muita gente acha que chegar a general é só levantar e falar,
04:23o vice-presidente fala, ah, vou ali ser general meu, amigo.
04:25Tem que entrar na academia, na faixa de 17 anos, na Academia Militar das Agulhas Negras.
04:31Muitos cursos, muita ralação.
04:33E vai subindo, sai aspirante, tenente, enfim, coronel, que é a área de comando, né?
04:41E nem todos chegam a general.
04:42O senhor fez Guerra na Selva?
04:44Fiz o Guerra na Selva.
04:45Que é um curso terrível, né?
04:47Comecei fazendo o paraquedismo militar.
04:49Esse Guerra na Selva é aquele que abandona o militar no meio do nada, né?
04:54No meio da Selva, ele tem que sobreviver.
04:55É, na verdade, o que a gente diz é o seguinte, nós profissionais do Exército, né?
05:01Da Força Terrestre, nós temos que saber usar a natureza, o terreno em nosso benefício.
05:07E dentro do Exército Brasileiro também eu aprendi o seguinte, que o apoio da população é importantíssimo.
05:14Então eu sempre procurei trabalhar próximo da população, procurando identificar os anseios de onde, por onde eu servia.
05:20E, ao mesmo tempo, me especializar naquilo que o Exército...
05:24Onde o senhor comandou, o senhor procurou, se aproximar da...
05:26Então eu servi na Brigada Paraquedista, fiz o curso paraquedista militar.
05:28O senhor também é PQD.
05:30Fiz o curso de mestre de lançamento também, mestre de salto, que é aquele...
05:34Quem ordena o salto do avião, né?
05:36Fiz operações na Caatinga também, porque, como nordestino, eu não podia me furtar de estar conhecedor permanente do meu território nordestino aqui, que é o sertão, que é a nossa Caatinga.
05:49É um batalhão de Caatinga, né?
05:50Batalhão de Caatinga, que nós temos também.
05:52Então são áreas de especializações que, praticamente, nessa parte de Caatinga e deserto, só o Exército Brasileiro que tem essa especialização.
06:00General, voltando aí para a sua atividade em duas secretarias de segurança pública, a gente vê, general, de que o crime organizado pegou uma polícia desorganizada e tomou conta do país, né?
06:14É, o criminoso, na verdade, ele escolhe o dia, a hora, o local e o modo como ele vai operar.
06:22Ele tem tudo isso ao favor dele.
06:24Já o policial, ele precisa decidir se ele vai trabalhar fardado ou civil, então são os dois tipos de polícia que nós temos.
06:33E alguns não têm a, ou acham que não têm a atribuição de fazer a investigação acontecer.
06:41Existe uma coisa no crime, Zé Maria, que eu sei que você conhece muito bem isso daí, que é a fumaça do crime.
06:46Então, quando você estuda a investigação criminal, você sabe que, quando você chega numa cena do crime, a fumaça do crime está presente.
06:57Então, a polícia que chega na cena do crime, ela tem que procurar identificar vestígios daquela cena do crime, que podem levar à autoria do crime e como o crime aconteceu.
07:08A gente vê isso daí nos filmes.
07:10A dinâmica, né?
07:11A dinâmica do crime, como é que aconteceu?
07:13A nossa polícia investigativa, ela está muito lenta.
07:17Primeiro porque criou-se um estigma de que a polícia militar que chega no local do crime, ela tem que isolar o local do crime e esperar.
07:24Esperar que cheguem os investigadores.
07:27Com isso, a gente perde tempo da fumaça do crime.
07:30Entendeu?
07:31Então, essa minha experiência de secretário de segurança me fez entender essa metodologia que está errada.
07:37E a unificação, general, não era o caso de se analisar?
07:41A gente precisaria trabalhar isso daí junto às polícias hoje.
07:45Mas é muito difícil eu fazer isso.
07:46Eu acredito que...
07:47Nenhum Estado unificou, né?
07:49Que é uma das soluções.
07:51Uma das soluções para nós melhorarmos a nossa segurança pública é nós buscarmos uma unificação.
07:56Na verdade, é a unificação ou uma integração que a gente possa ter as polícias atuando de forma conjunta, integradas.
08:06Isso daí é fundamental.
08:08A gente tem que ter uma polícia científica, a gente tem que ter uma polícia investigativa que não seja lenta.
08:15E nós temos que ter um trabalho de inteligência de segurança pública.
08:19Esse trabalho só começou a ser feito no Brasil praticamente há poucos anos.
08:22E o maior universo de informações para nós, em termos de segurança pública, está onde?
08:30O maior universo está dentro das cadeias.
08:33É dentro das cadeias que os bandidos estão, e que vocês sabem, vez por outra, você recebe uma ligação
08:38dizendo alguma coisa de sequestro, coisa parecida.
08:42É porque os bandidos estão tendo acesso a telefone.
08:45Fazendo custo de informação.
08:46É.
08:47A cadeia passou a ser quase que uma universidade do crime.
08:50Mas onde foi isso aí? A impressão que se tem é que eles se organizam fora e vão para a cadeia.
08:57Mas não, né? Se organizam nas cadeias.
09:00As grandes facções dominam as penteias.
09:01Eles se conhecem nas cadeias também, porque tem isso.
09:05Eles se conhecem nas cadeias.
09:07Eles buscam aqueles argumentos que diminuem a pena, né?
09:13Que buscam a tal da famosa ressocialização, que nós sabemos que, infelizmente, a ressocialização no Brasil,
09:19para mim, ela é uma coisa para inglês ver.
09:23Eu sei que a gente precisa trabalhar.
09:25Os conselhos de penitenciários, eles precisam tentar trazer o preso para uma realidade que não é mais aquela realidade da marginalidade que ele vivia.
09:34Mas, às vezes, o preso até tenta fazer parte desse universo que busca se ressocializar.
09:42Mas a própria estrutura criminal que está no entorno dele ameaça.
09:47Ou você faz o que eu quero, ou então a sua família vai ser penalizada.
09:52Então, é uma estrutura que a gente precisa trabalhar muito isso daí com inteligência policial, com proteção policial.
10:00Porque a gente sente nos filmes aí que algumas famílias, ah, eu quero proteção policial.
10:04Tá bom.
10:05Como é que vai ser oferecida aquela proteção policial para uma pessoa?
10:09Tem como levá-la para um local que o bandido não saiba onde é que essa pessoa está?
10:13É muito difícil.
10:14A gente não tem essa sistematização aqui no Brasil.
10:17Isso é uma lei de proteção, né, a testemunha, mas já existem falhas de identificação.
10:23Isso.
10:24Está no Congresso Nacional uma PEC, uma proposta de emenda da Constituição, assinada pelo presidente Lula.
10:30Ela foi elaborada ali logo no início do governo, ainda na transição.
10:35Flávio Dino, ministro supremo, era ministro da Justiça, que começou aqui.
10:39E o Ricardo Lewandowski aqui apresentou.
10:42O senhor tem críticas, eu vi o senhor criticando essa PEC.
10:45Eu tenho críticas fortíssimas quanto a ela e, inclusive, falei com o ministro Lewandowski
10:50que ele, enquanto era ministro do Supremo e presidente do Conselho Nacional de Justiça,
10:56criou o instrumento da audiência de custódia.
10:59O que é que existia naquela época?
11:01Eu, como secretário lá em Roraima, eu tinha, por exemplo, um percentual de 1.200 presos dentro de uma cadeia.
11:07Nós tínhamos quase 50% desses presos que estavam aguardando o julgamento.
11:11Então, era aquela prisão preventiva que não tinha ainda tido uma solução.
11:17O preso não tinha tido contato com o juiz.
11:21Não tinha.
11:22Não tinha nem advogado de defesa, porque a Defensoria Pública estava se organizando.
11:27Então, o cara estava preso lá dentro.
11:28Ele estava exatamente fazendo vestibular um curso superior para o crime.
11:34Então, para resolver esse problema, eles criaram a audiência de custódia.
11:38Mas a audiência de custódia, ela meio que foi generalizada.
11:43Então, hoje, se um preso foi preso, um bandido é preso, é colocado na audiência de custódia no dia seguinte ou com dois dias depois,
11:54aí ele diz assim, não, você é réu primário e tal.
11:58Mas o crime que ele cometeu é um crime que não poderia ser solto de imediato.
12:03Então, solta o cara.
12:05Daqui a pouco, ele volta de novo e tem direito a uma nova audiência de custódia e de novo é solto.
12:09Porque o crime é de menor monta.
12:11Então, a gente precisa trabalhar isso aí.
12:14Eu já conversei com um policial que já prendeu a mesma pessoa oito vezes.
12:19É insistente isso daí.
12:22Isso é uma coisa que a gente precisa trabalhar.
12:23O senhor defende o fim das audiências de custódia?
12:26Eu defendo que ela seja ou finalizada ou, eu conversei com o senador Sérgio Moro, que tem um projeto também sobre isso,
12:32ele quer reduzir as possibilidades da audiência de custódia.
12:36Então, ele quer colocar nas mãos do magistrado que ele não pode liberar de imediato.
12:42Nós tivemos uma audiência de custódia lá no Rio Grande do Norte que me deixou envergonhado.
12:47Um cara com duas mulheres dentro de um carro como se fosse fazendo turismo no Rio Grande do Norte.
12:52Na estrada, eles foram identificados por uma blitz ocasional e a Polícia Rodovera Federal identificou que ele estava com 400 e poucos quilos de maconha e cocaína.
13:03Aí foi preso, carro apreendido e foram para a cadeia provisória e tal.
13:09No dia seguinte, audiência pública.
13:11O juiz achou que, por ser réu primário, que os elementos ali não eram muito corretos e tal.
13:18Soltou os caras.
13:20Os três foram soltos.
13:21Só faltou devolver a droga.
13:22O Ministério Público recorreu e, no dia seguinte, o magistrado, outro magistrado, determinou a prisão.
13:30Nunca mais encontraram esses três.
13:33Por quê?
13:34Primeiro, eles podem ter dado uma documentação falsa.
13:38Outro problema nosso é alguns estados que começaram a fazer identificação há mais tempo.
13:43A identificação ainda é no papel, aquela identificação que não tem digitalizada.
13:48Isto é, você não consegue confirmar a impressão digital das pessoas, porque as impressões antigas que tinham sido feitas, as carteiras antigas, elas não foram digitalizadas.
13:59Então, existe um atraso, sim, na nossa segurança pública em relação a isso também.
14:03Nós não estamos com isso tudo integrado.
14:05Essa unificação de identidade é muito importante.
14:08Existe uma lei que vai pelo CPF e que pega os dados da Justiça Eleitoral, que é o maior banco de dados do país.
14:17É um calo na segurança pública do país.
14:20E o pior, Zé Maria, é a identificação criminal, por exemplo.
14:24Eu era secretário, acumulei com Justiça também, e eu disse para o meu pessoal do programa, é o pelotão de investigações criminais que a gente tinha lá.
14:35Eu cheguei para ele e disse assim, eu quero todos os presos identificados.
14:41Aí o chefe da sessão disse para mim assim, general, mas tem preso que tem muitos sinais característicos.
14:48Eu disse assim, identifique todos.
14:50Aí ele chegou para mim para poder mostrar.
14:52Ele identificava o cidadão criminoso de frente, perfil direito, perfil esquerda, de costas.
14:59Aí a partir daqui dessas quatro posições, ele ia identificar sinais característicos.
15:07Então cada tatuagem, cada cicatriz é um sinal característico.
15:12Tinha cara que tinha 20.
15:15Isso daí é um banco de dados fundamental para você identificar o criminoso.
15:20Não existe integração do banco de dados.
15:22O criminoso sai de um canto para o outro e está solto, está livre.
15:27Não consta nada contra ele.
15:30Eu acho que a origem disso é o constituinte.
15:32A constituinte foi logo depois da ditadura militar.
15:37E aí eles ficaram com medo de precisar de ficar clandestino e inventaram essa história contra a identidade única.
15:45Aí você criou CPF, identidade, não sei o que, carteira funcional.
15:51Então isso aí facilitou e facilita muito a falsificação de documentos.
15:55São direitos humanos mais fortalecidos do que o direito do cidadão.
16:00Você vê, o cara é preso, coloca uma matéria na televisão ou na rádio e você não pode chamar o cara de bandido.
16:07Ele é suspeito.
16:09O cara acabou de cometer um crime, mas o suspeito atirou 200 vezes em alguém e agora foi levado para o outro.
16:15O suspeito.
16:17E o pior, existe a tal da...
16:20O senhor tocou bem.
16:21Isso não é um problema da imprensa nem dos jornalistas.
16:24É da lei, né?
16:25É a lei que protege.
16:25Senão ele pode te processar.
16:27Exatamente.
16:28O bandido pode te processar e ganha.
16:31Porque existem terminologias na CNJ definindo quem é suspeito, quem é condenado, quem é réu.
16:39Cada fase tem um...
16:41E o jornalista apenas diz o que é e não pode ser o contrário.
16:45Não é brincadeira.
16:46Se uma pessoa matar o outro, você viu e falava o assassino e ele não foi condenado,
16:52ele pode te processar e te faz pagar uma grana.
16:55Você veja uma coisa aqui assim, reflitam comigo.
16:58O cara mata alguém ou, deliberadamente, com um carro estando embriagado e fazendo racha,
17:06com um tiro, com uma facada, ele mata alguém, tá certo?
17:10Bem, esse cara foge, porque ele sabe que se fugir do flagrante, ele não será preso.
17:15Ele foge do flagrante.
17:17Aí depois ele chega com um advogado e diz assim,
17:20olha, eu vim aqui porque meu cliente admite que cometeu o crime e tal,
17:26mas ele quer se defender.
17:30Aí é feita a autuação aqui assim, o cara vai embora pra casa, responde em liberdade.
17:37Esse instrumento do flagrante, pra mim, ele é nocivo à nossa justiça brasileira.
17:43E tem mais um outro instrumento que eu acho que é pior ainda.
17:46Se esse cara do flagrante for condenado, digamos que ele faça um acordo,
17:50não, admito e tal, o juiz, então tá bom.
17:51Você tá quatro anos de prisão, cinco anos de prisão.
17:55Aí ele vai cumprir a prisão ou não?
18:02Não.
18:03Não, não vai cumprir a prisão.
18:04Só depois de oito anos.
18:05O juiz de primeira instância, ele condena, mas o cara tendo advogado,
18:08ele tem direito a recorrer.
18:10Então o instrumento do flagrante deveria ser suficiente
18:13para que o juiz de primeira instância já determinasse a prisão dele.
18:17É claro que cabendo recurso dessa prisão, mas ele preso.
18:22General, é que tem um imaginário popular muito interessante.
18:25Quando alguém comete um crime, que as pessoas veem e tal,
18:28aí chega a polícia, pega ele e coloca no camburão e leva.
18:31Então, pra cabeça das pessoas, pronto.
18:34Ele foi preso porque cometeu aquele crime, mas não é assim.
18:37Quando chega na delegacia, tem que lavrar o flagrante,
18:41vem o advogado, o juiz, é muito complicado.
18:44E isso produz, assim, eu sou do interior, sou do Vale de Jequichon,
18:48lá em Medina, e conheço bem.
18:51Às vezes, assim, alguém mata alguém e esse assassino convive com a família
18:58e se encontra todos os dias, na padaria, no bar.
19:01Ainda tem a fiança.
19:03Porque se ele for preso em flagrante, for levado e tal,
19:05e o juiz arbitrar a fiança, ele responde em liberdade.
19:08Então, são alguns instrumentos que criam muito benefício para o marginal.
19:14Então, a gente diz o seguinte, no Brasil, de hoje, o crime compensa.
19:20E existe uma teoria sobre essa economia do crime.
19:25General, mas o senhor, além de segurança pública,
19:27se preocupa muito com a agricultura.
19:29Essa sua aproximação com a agricultura foi em virtude do seu estabelecimento
19:36no Estado, que é eminentemente agrícola?
19:38É, também tem isso daí.
19:40Mas eu quero dizer que eu comecei no sertão de Mora da Nova,
19:43no interior do Ceará, divisa com o Rio Grande do Norte.
19:46Lá, meu pai era...
19:48A família dele tinha umas terrinhas lá, né?
19:50Então, eu corria muito no chão de pé descalço,
19:53andava em cima de jumento e tal.
19:55Então, eu tinha o hábito de estar sempre nessa região de sertão.
19:59Quando eu assumi o comando do batalhão,
20:02cada unidade de fronteira nossa também fazia um trabalho de sobrevivência.
20:08Então, aquele trabalho permitia que os pelotores de fronteira
20:12tivessem a sua própria fazendinha, né?
20:15Como comandante de brigada, eu voltei para comandar na Amazônia de novo.
20:18Então, convivi com isso.
20:19Quando eu assumi, nós criamos o instrumento da segurança.
20:23O pentágono da segurança é um formato de planejamento nosso.
20:27Então, a segurança pública foi uma coisa que me levou para o mandato de deputado federal.
20:33Mas a segurança hídrica e alimentar é fundamental para a sobrevivência do sertanejo.
20:40Então, eu coloquei pentágono da...
20:42Eu disse assim, é, segurança pública, segurança hídrica e alimentar.
20:45Opa!
20:46Mas para produzir, você tem que ter o papel da terra também,
20:49para você conseguir um financiamento do banco.
20:51Segurança jurídica.
20:52Já foram três.
20:53Eu disse, mas espera aí.
20:55Mas o cara tem que ter capacitação.
20:56O cara tem que estar habilitado.
20:57Tem que saber fazer, trabalhar a terra.
20:59Tem que ter carteira de trabalho, né?
21:02Tem que ter uma previdência.
21:06Tem que ter saúde.
21:07Tem que ter educação.
21:08Então, segurança social.
21:10Eu disse, agora só está faltando a segurança de infraestrutura.
21:13Porque não adianta você produzir se você não tem energia.
21:15Se você não tem sinal da internet, se você não tem estradas, portos, aeroportos e tal.
21:20Aí criamos o pentágono da segurança.
21:22Com isso, nós imaginamos que poderíamos criar uma frente parlamentar mista, deputados e senadores,
21:28em prol do semiárido brasileiro.
21:30Não existia essa frente.
21:31E o semiárido é super importante, né?
21:34O semiárido é uma região.
21:35É a nossa savana, né?
21:36É a nossa savana.
21:37E eu digo mais ainda.
21:38É bom que as pessoas vão assistir aqui agora e vão enxergar também esse meu sonho.
21:44O semiárido, hoje, é o maior espaço disponível no território nacional para a produção de alimentos.
21:54É a região do semiárido.
21:55Por quê?
21:56Porque é só agora que as águas do São Francisco, que precisam receber outras águas,
22:02porque o São Francisco é um rio que sofre com a escassez de chuvas,
22:05que essas águas, chegando ao São Francisco, nós teremos o semiárido todo, todo, totalmente abastecido.
22:13Com a topografia ideal, né?
22:15Solo maravilhoso, sol o ano inteiro, temperatura e sol regular.
22:20Fácil de mecanizar, né?
22:22Facílimo de mecanizar e tem o povo também.
22:25Tem o sertanejo.
22:26Que é, antes de tudo, um forte.
22:28Essa frase é uma frase que é histórica.
22:33Quem que é essa frase mesmo?
22:34É, acho que é Euclides da Cunha.
22:37É Euclides da Cunha, os sertões.
22:39Os sertões.
22:40Explorar o senhor na história aí de forças, né?
22:44De forças armadas.
22:46Nós estamos vivendo um momento em que há uma corrida armamentista.
22:50Os países descobriram que não podem se descuidar e há uma corrida, sim, de armamentos.
22:57A gente, general, tem conversado aqui com líderes e com comandantes que falam do barateamento da guerra.
23:06Isso facilita a abertura de novas frentes de guerra.
23:09É isso mesmo?
23:10É, se vocês refletirem sobre a evolução da arte da guerra, como a gente chama, vocês vão chegar à seguinte conclusão.
23:21Nas últimas grandes guerras, primeira e segunda, e também na guerra do Vietnã, que a americana travou, na guerra do Afeganistão...
23:28Aquela cicatriz norte-americana naquela floresta do Vietnã.
23:32Aconteceram muitas perdas humanas.
23:33Então, o maior custo das guerras não tem sido a perda territorial, tem sido as perdas humanas.
23:41Com isso, o ser humano começou a identificar que existiam outras maneiras de se combater.
23:47E hoje você tem não só o avião, que expõe, sim, a matéria de preparação de um avanço terrestre.
23:57Porque, antigamente, se falava em fogos de preparação de alguns minutos, algumas horas.
24:04E hoje, os fogos de preparação, hoje não, já há algum tempo, tem sido de 30 dias, 40 dias,
24:10que você faz uma preparação para que você possa massificar aquele terreno ali totalmente destruído.
24:15Aí você entra com a tropa terrestre para fazer só a ocupação, fazer aquela limpeza da área.
24:20Agora tem os drones.
24:22Não sei se puderam assistir aí o ataque feito da Ucrânia contra a Rússia.
24:28Eles levaram os drones dentro de um avião.
24:31E aquele avião abriu e os drones saíram para poder fazer a destruição, por exemplo, de grande parte das aeronaves russas.
24:38Então, a guerra, cada vez mais, está sendo evoluída com o uso da tecnologia, com certeza absoluta,
24:45e com armamentos mais letais.
24:48Isso daí é o fruto da evolução que está acontecendo.
24:50Você acha que isso não coloca a humanidade em risco, não?
24:53Coloca sim.
24:55Coloca sim.
24:56E eu tenho um grande receio que essas guerras que estão acontecendo no momento,
25:01da Rússia contra a Ucrânia, que invadiu a Ucrânia,
25:04de Israel se defendendo do Hezbollah, que é a pior guerra que tem, a guerra contra o terror,
25:09que o Brasil não reconhece, o Brasil não considera que nós temos grupos terroristas aqui.
25:15Essa guerra agora de Israel contra o Irã, que financia grupos terroristas.
25:20Então, Israel está defendendo a própria existência do território deles.
25:24Porque o ataque ao Irã foi porque o Irã estava quase que complementando
25:28o desenvolvimento de armas nucleares, inclusive armas aparentemente portáteis.
25:34É isso que está se falando.
25:35Então, bombas de menor poder destrutivo, bombas menores,
25:41mas que iriam causar, sim, danos a determinadas regiões do território israelense.
25:46Israel sabe que para existir tem que defender isso daí.
25:49E a tecnologia nuclear?
25:51Pois é.
25:52Ela está mais precisa, muito mais moderna, são mais portáteis.
25:59A Ucrânia, eu visitei Kiev agora há seis meses atrás, eu fui lá.
26:04Visitei porque era uma chamada de parlamentares ucranianos que vieram ao Brasil.
26:10E eu e o deputado Alfredo Gaspar, lá de Alagoas, nós fomos os dois lá.
26:14Dois voluntários para irmos para Kiev.
26:17Chegamos lá na noite que viajamos de trem, porque não tinha avião chegando lá.
26:21Então, viajamos de trem de Vassóvia para Kiev.
26:24Naquela noite, a Ucrânia atacou a Rússia, conquistou um território russo.
26:29E aí nós estávamos sem celular, sem internet.
26:31Quando chegamos às 11 horas da manhã em Kiev, soubemos que tinha havido esse ataque.
26:36Eu virei para o meu colega e disse assim,
26:37prepara porque hoje à noite vai ter resposta ao ataque ucraniano.
26:42Não tem dúvida nenhuma.
26:42E teve, sirenes tocaram e aquela coisa que a gente sabe.
26:46Então, o valor do ser humano, do elemento, do componente humano, passou a ser muito mais valorizado.
26:54E isso daí tem levado que as guerras estão sendo mais destrutivas.
26:59Infelizmente, o ser humano não está pensando nisso daí.
27:03E o risco de uma bomba nuclear ser jogada, ela tem que ser muito pesada por todos esses atuais atores que estão participando das guerras.
27:12A tecnologia nuclear, ela evoluiu muito, está sendo usada para fins pacíficos, usinas, propulsão nuclear.
27:22Agora, as tendências são menores, pequenas e médias usinas nucleares, não aquelas coisas grandes,
27:29que eram muito perigosas, de acidentes e tal.
27:31E também chegou no armamento.
27:35E isso está provocando o temor.
27:37Eu ouvi de militares, assim, de que é questão de tempo.
27:40Mais cedo ou mais tarde, os terroristas vão colocar a mão no material bélico, no material nuclear.
27:47Por isso que é importante que nós, aqui no Brasil, possamos ter o mais cedo possível
27:50uma definição dos grupos terroristas que estão agindo aqui.
27:54Porque o grupo terrorista, o que é?
27:57É um grupo de marginais que se unem.
28:01São marginais.
28:02Marginal é o quê?
28:03É que haja margem da lei.
28:04Então, é marginal.
28:05Só o objetivo que é diferente, ou pelo menos pregado como diferente.
28:08Porque o objetivo ser diferente, ele impõe o terror na população.
28:13Então, quando você tem uma facção criminosa numa determinada comunidade dentro de uma cidade no Brasil,
28:19que manda fechar o comércio, ela está impondo o terror.
28:22Que manda votar naquelas pessoas que eles estão indicando,
28:26se não, eles vão descobrir quem votou contra e vão matar.
28:30É praticar o terror.
28:32Esses caras estão fazendo terrorismo.
28:35Quem invade terrenos, fazendas, destruindo os seus bens dos fazendeiros, isso é terror.
28:42Eu vi muito isso acontecer lá em Roraima.
28:45Eles, os que queriam a demarcação como acabou sendo,
28:50eles abatiam o gado para abater, não era para comer, não.
28:54Eu cheguei a ver o gado abatido no chão,
28:58porque o fazendeiro denunciou e chamou a gente para dizer,
29:01aqui, ó, vi o tiro na cabeça, o tiro matou.
29:05Não foi para comer, não caçou para abater.
29:08Então, isso para mim é prática do terror.
29:11Isso é terrorismo.
29:12Então, nós precisamos enquadrar esse pessoal como terroristas
29:15e darmos um tratamento diferenciado.
29:17Eu acredito que, eu sou contra a construção de presídios.
29:22Eu acho que a gente tem que trabalhar escolas e não presídios.
29:25Mas, infelizmente, nós ainda vivemos uma época que presídios precisam ser construídos
29:30e presídios que realmente promovam o isolamento dos presos.
29:35Os presídios federais, eles têm essa característica.
29:38Se a rotina for cumprida conforme as características das cadeias dos presídios,
29:43o cara realmente não tem contato com ninguém.
29:45Agora, tem uma vírgula aí.
29:47Me desculpem os colegas advogados, mas tem uma vírgula nessa história toda.
29:52O advogado não pode ficar imune, isento de ser revistado
29:57para que ele não entre ou não saia levando ou trazendo algum tipo de apoio
30:04ou de mensagem para aqueles presos que estão ali recolhidos.
30:08Muito bem.
30:09Esse é o ponto final, viu?
30:11É a história aqui do Congresso Nacional.
30:15Várias experiências que são levadas exatamente para o plenário da Câmara.
30:20Queria agradecer, deputado, muito obrigado pela sua presença aqui nos estúdios da Jovem Pan.
30:25E é isso.
30:25Muito obrigado a você.
30:26Fiquem com Deus.
30:27A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
30:44Realização Jovem Pan News
30:46Presenta calla Jovem Pan a tails.

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