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  • 18/05/2025
Em entrevista a José Maria Trindade, no JP Ponto Final, o deputado federal Sóstenes Cavalcante comentou o cenário político atual, defendeu o equilíbrio entre os Poderes e cobrou maior autonomia do Congresso. Ele criticou a fragilidade da base do governo, propôs mais transparência na distribuição de emendas e sugeriu mudanças no orçamento. Também classificou as federações partidárias como um movimento natural e, ao final, afirmou que as penas no caso Sócio Nunes foram excessivas.

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00:00Salve, seja bem-vindo aqui no Ponto Final.
00:07Nós vamos falar dos grandes acontecimentos da política nacional.
00:11É, ponto final, política.
00:14Você sabe que a política mexe com a sua vida, né?
00:16Interfere na casa que você mora, na escola dos seus filhos e na projeção do seu futuro.
00:22Daí a importância de conhecer as entranhas da política.
00:26Hoje vai ser muito boa, uma conversa boa, com o líder do PL na Câmara, deputado sócio
00:31Nescafalcante.
00:32Líder, muito obrigado por estar aqui nos estúdios da Jovem Pan para falar aí desta
00:38semana tensa, né?
00:40Semana tensa, José Maria Trindade, é uma alegria estar com você, é uma alegria estar
00:43aqui na Jovem Pan, falar com o telespectador que está em casa, o ouvinte, e dizer que
00:48dá alegria que esteja estaladeado por você, que é um jornalista que tem história em
00:53Brasília desde 1988, na Constituinte, 86 anos antes, né?
00:59Então assim, você é um jornalista Constituinte, são poucos que nós temos, com a sua qualidade,
01:06com o seu conhecimento da vida do parlamento, eu te assisto muito, sou um telespectador
01:10assíduo, e dizer da admiração que tem pelo seu trabalho, sou um jornalista como você,
01:15que o Brasil engrandece na nossa vida política, é uma honra estar aqui com você.
01:19Senhor deputado, muito obrigado, fico emocionado com o seu elogio, mas como o senhor diz, acompanhando,
01:25acompanhei a sua chegada aqui e vi que o senhor tem uma pegada diferente, eu sou daqueles
01:30que acreditam no suor, não adianta talento só, que não anda, e o senhor mostrou trabalho
01:35na frente parlamentar evangélica e agora na liderança do PL, o senhor deu uma nova
01:41pegada ali no Partido Liberal, isso incomoda esse seu jeito de ser proativo, isso incomoda
01:48Toda mudança, José Maria Trindade, gera crises naturais, período de adaptação,
01:56eu tenho um estilo de trabalhar intenso, na verdade, com a sua capacidade de observação,
02:04eu trabalho intensamente, não que os demais não trabalhavam, é que cada um tem uma forma
02:09de imprimir sua metodologia de trabalho, e lógico, o PL é uma bancada muito plural,
02:15era um partido de centro até a chegada do presidente Bolsonaro, na última eleição
02:20nós elegemos uma bancada mais à direita conservadora, que é maioria dentro do PL,
02:25mas a gente tem aqueles quadros históricos do PL, que já vinham com essa definição
02:30de centro, e a política nacional mudou muito nos últimos anos, a política que sempre
02:36convivia aí com esse sistema de governos, de coalizão de partidos, agora a gente tem
02:43a famosa polarização, por alguns criticadas, por mim elogiado, porque eu entendo que a
02:50boa política é essa, quando você tem políticos que quando ganha a eleição num projeto de
02:56executivo o governam, e quem perde, vai pra oposição pra fiscalizar pra que esse governo
03:03faça o que ele prometeu na campanha, com excelência, sem escândalos de corrupção
03:08e com um caráter fiscalizador, isso é a política salutar, pra mim é o processo
03:12democrático natural, é muito ruim quando você tem um grupo no executivo que copta
03:19o congresso nacional e acaba não tendo a oposição na intensidade que tinha que ser,
03:25a oposição com responsabilidade, com fiscalização, e é isso que a gente tem feito, nós temos
03:32ali com muito respeito, lógico que nessas crises iniciais a gente erra, todo ser humano
03:37erra, eu digo que só não erra quem não trabalha, quem não trabalha nunca vai errar
03:40na vida, agora quem trabalha e tem intensidade no trabalho vai errar, a gente tem que ter
03:44a capacidade e a humildade pra onde errou dar marcha atrás, isso é a política, dar
03:50marcha atrás, reconsertar, e é isso que a gente tá tentando implementar com muito
03:54respeito a história do PL, aqueles quadros que eram do mais antigo, o PL que requer de
03:59nós todo carinho, eu sou líder, neste caso de uma bancada de 92, eu tenho que cuidar
04:06das lideranças maiores do partido, que é o presidente Valdemar Costa Neto, o presidente
04:10Bolsonaro, mas cuidar dos meus 91 liderados pra que eles possam também ter sua relevância
04:15no seu mandato, a maioria deles, se possível, a totalidade, que se relejam no próximo ano
04:21e a gente aumente essa bancada, então é um trabalho intenso e eu não vou descansar
04:25um minuto enquanto eu tiver a oportunidade de estar liderando essa prestigiosa e aguerrida
04:30bancada.
04:31Pois é, eu sempre digo que você deve desconfiar quando ouvir um silêncio aqui em Brasília,
04:38o acordão prejudica, o acordo geral acaba prejudicando você e beneficia os líderes
04:45por aqui.
04:46Deputado, nós passamos por uma fase de muitos partidos políticos, eram 34 partidos políticos
04:52e 70 pedidos de abertura de novas siglas no Tribunal Superior Eleitoral, a Justiça Eleitoral
04:59até colocou um pé no freio, não existem mais de 100 ideologias, mas agora é um sentido
05:05contrário, um caminho contrário de concentração e agora foi fechado um acordo, uma grande
05:13federação unindo o PP e a União Brasil, União Progressista, quer dizer, são progressistas
05:21querendo ser conservadores, tentaram levar outros partidos e não conseguiram, mas enfim,
05:30ultrapassou o PL em número de deputados.
05:33Como é que o senhor vê agora a formação que é uma tendência dessas federações?
05:37Primeiro eu fiz parte da última comissão de reforma eleitoral, era uma deformidade
05:44na nossa democracia, essa quantidade de partidos, outros partidos querendo ser fundado, isso
05:50era um problema nacional e com relação a isso, nas últimas reformas eleitorais a gente
05:55veio simplificando para que isso diminua, eu acho que o Brasil é um país de dimensões
06:00continentais, a gente precisa entender a cosmovisão do nosso país, não é um país
06:06pequeno, cabe sim uma pluralidade partidária, mas não tão grande, então essas fusões
06:12estão dentro do processo natural democrático que veio o planejamento, acho que a fusão
06:18do progressista com a União é importante.
06:20Que queria levar os republicanos.
06:22É, que não dá certo, eu tenho uma crítica com relação à federação, na votação
06:28da reforma eleitoral em que se criou o mecanismo da federação, foi um mecanismo criado pelo
06:34PCdoB, inclusive a líder Jandira Feghali, o Orlando Silva, que eram colegas ali, quando
06:40vieram com essa ideia, eu nem desconhecia um pouco a ideia da federação, eles me explicaram
06:44que era para dar uma sobrevida ao PCdoB, porque eles sozinhos talvez não conseguiriam fazer
06:49nem legenda para eleger alguns parlamentares e depois iam ter problema com a cláusula
06:54de barreira.
06:56A federação, à luz da nossa legislação, era válida para o período de eleição e
07:01os quatro anos subseguintes.
07:02Não pode sair.
07:03Não pode sair.
07:05Eu até tenho alguns questionamentos.
07:07Exatamente, foi para dar uma volta e no fim das coligações partidárias é profissional.
07:12Então assim, eu acho que é válido a federação do União progressistas, acho que vem em bom
07:17momento, entendo que é um movimento político, pensando em 26, até dá sobrevida porque
07:25nesta hora todos estão pensando em seus partidos, o que é natural, e torço para que dê muito
07:30certo, inclusive que caminhe mais à direita.
07:33O PL não vai chegar de volta ao comando do país sozinho, ele vai precisar de aliados.
07:40Essa federação tem muita sintonia com o pensamento nosso, pode ser uma grande aliada
07:45lá em 26, bem como hoje também estão discutindo, não sei se chegaram a bons termos, a questão
07:52do Podemos e o PSDB.
07:54Então assim, nós vamos viver momentos de muitas fusões, fusões partidárias, federações
08:00partidárias para que se simplifique.
08:02A tendência é que a gente chegue em 30 ou no máximo 26, no máximo em 30, com no máximo
08:10cinco partidos no Brasil, que aí eu acho que a gente começa a ter uma vida partidária
08:14mais organizada ideologicamente, como requer as grandes democracias.
08:18O PL pode fazer alguma federação, juntar a outro partido?
08:21Neste momento não é planejamento, pelo que eu tenho conversado com o presidente
08:24Valdemar.
08:25Mas, até por ser a maior bancada, a gente não tem pensado, nem houve procura.
08:31Mas em havendo, eu acho que a política nacional requer capacidade de diálogo em todos os
08:37instantes, você não pode estar fechado a diálogo.
08:39Agora, tem um viés nessa federação aí, União Progressista, que é a história de
08:45tentar unir a direita e uma possibilidade, inclusive, de isolar o ex-presidente Jair
08:53Bolsonaro.
08:54Eu me nego a crer que seja isso, até porque conheço a boa relação que tem o presidente
09:00Ciro Nogueira, o presidente da federação, neste momento, acho que vai ser o deputado
09:05Arthur Lira.
09:06Vai dividir.
09:07Vai dividir ali ele e Rueda.
09:10Eu conheço bem o Rueda, também, como presidente, e eles são muito mais à direita e têm um
09:15respeito muito grande pelo presidente Bolsonaro do que muitas pessoas podem imaginar.
09:19O que eu acho é que eles se uniram, até se tiver que ter uma campanha alternativa
09:27à do PL, para ser ali alguém para jogar como coadjuvante, como aconteceu na eleição
09:32do presidente Lula passada, que tinha ali Simone Tébet, Vanessa Troni, que não sei
09:39como é que é lá do Mato Grosso do Sul, senadora, você tinha o Ciro Gomes, vários
09:44que iam por trás para bater no presidente Bolsonaro, enquanto o Lula navegava em mares
09:50tranquilos no outro lado.
09:53Talvez essa possa ser uma estratégia para 26, isso é tudo para discutir daqui para
09:56frente.
09:57Como não, pode ser que essa federação possa indicar um vice na chapa do PL, isso tudo
10:04agora.
10:05E, lógico, que o PL, por ser o maior partido e não ser federação, não abrirá mão
10:09de seu cabeça de chapa a nível nacional.
10:13Essas discussões todas vão caminhar daqui para frente.
10:16A gente vê que é uma federação para ser oposição ao governo, oposição ao presidente
10:22Lula, e já está defendendo a saída, inclusive, dos integrantes dos dois partidos que estão
10:28aqui na esplanada dos ministérios, mas, na verdade, esse acordo não é para a eleição
10:33de 2026, mas para a governabilidade, os deputados que entraram no governo.
10:39Não existe nenhum acordo do PP ou do União Brasil com 2026.
10:43Não, o governo Lula, que vai muito mal, lamentavelmente, inclusive nas pesquisas de opinião pública,
10:51vê com muita desconfiança, o que eu nunca tinha visto, e talvez você que está aqui
10:54desde 88 possa me ajudar historicamente, nos meus três mandatos eu nunca vi alguém
10:59ser convidado para ser ministro, sentar com o presidente da república, dialogar e depois
11:04dizer não, eu não vou ser ministro.
11:06Isso é a prova de que o atual governo está com a barca afundando, porque ninguém quer
11:11pular numa barca que está afundando.
11:14Eu nos meus três mandatos nunca vi algo semelhante, talvez com a sua experiência isso pode ter
11:18acontecido no passado.
11:19Mas foi a Regina Duarte que chegou a fazer parte ali do governo e saiu também a Brasil,
11:29a filha do Roberto Jefferson, mas ela foi impedida pelo judiciário.
11:34Ninguém recusa o poder e seu objetivo do político, e foi realmente muito estranho,
11:42e principalmente que ele não é um deputado tão de destaque no Congresso Nacional e
11:48um ministério que é de primeira linha.
11:51Eu entendo que este foi um dos recados claros de um descontentamento, e o descontentamento
11:57na Câmara, eu vou falar pela Câmara, não vou falar pelo Senado, que lá é outra casa,
12:02é muito grande com o governo.
12:04Nós temos, por exemplo, inclusive os parlamentares do Partido dos Trabalhadores, nós temos muitas
12:12emendas de 2023, impositivas, que foram aprovadas pelo orçamento, ou seja, quando você aprova
12:19o orçamento, você aprova a previsão orçamentária e o financeiro, que não foram pagas.
12:25Então, assim, é uma ineficiência de gestão total, é um governo que é um governo analógico,
12:31em tempos de internet e digitalização de tudo, então é um governo analógico que
12:37não cumpre com a sua base, não cumpre com ninguém, nem com as emendas impositivas que
12:43até para nós, que somos oposição, seriam obrigadas, também não cumpre, então assim,
12:48é um erro atrás do outro do governo, isso tem prejudicado muito o andamento do Brasil,
12:54e essa é a prova de que eu acho que essa base do governo Lula, para mim, é uma base
13:00de gelatina, ela não tem solidez nenhuma.
13:02Pois é, sobre emendas parlamentares, isso empoderou, a gente vai falar um pouco depois
13:07sobre as emendas, isso empoderou o Congresso também, não é só de emendas, o Congresso
13:13está mais poderoso, os deputados e senadores estão assumindo um papel muito mais importante
13:18do que antes.
13:19Na questão orçamentária, sim, eu concordo.
13:22Mas na política também.
13:23Na política, eu acho que hoje...
13:25A proposição, a votação no Congresso hoje, o número de projetos de origem do Congresso
13:31é muito maior.
13:32É, nessas questões, sim, mas eu acho que o problema hoje do Congresso é que nós temos
13:38o desequilíbrio do excesso do poder judiciário contra nós, isso acaba gerando uma deformidade
13:44ao Congresso Nacional, à Câmara dos Deputados, que tem dificultado o melhor andamento.
13:50Mas, quando a gente fala dos três poderes, eu estou me referindo aos três poderes.
13:55Aumentou o poder orçamentário do parlamentar, a independência do parlamentar, a independência
14:02tanto da ajuda que você faz através das emendas e também da autonomia de projetos
14:08de lei.
14:09Só que este desequilíbrio com relação ao poder judiciário, eu acho que a gente
14:14precisa corrigir isso com urgência para dar maior autonomia ainda ao parlamento de
14:19agir sem essa falta de freios e contrapesos nas disputas entre os poderes.
14:26Sempre houve essas disputas cotoveladas aqui na Praça dos Três Poderes, entre o Supremo,
14:34o Palácio do Planalto e o Congresso.
14:36Mas o Palácio do Planalto, o Executivo, sempre foi o mais forte.
14:41O Brasil vive um presidencialismo muito forte.
14:44Isso se reflete no dia a dia.
14:46O presidente de uma empresa, o presidente de uma entidade qualquer, mesmo religiosa,
14:52ele manda muito.
14:53Em outros países não é bem assim.
14:54O presidente mesmo de uma empresa privada, ele tem um conselho e tem freios.
15:00E aqui o Executivo era total.
15:02E agora já não é mais todo poderoso.
15:05É verdade.
15:07Eu acho que a gente caminha passos largos para um presidencialismo com menos força
15:15do que em outros momentos da história nacional.
15:18Nossa democracia é muito jovem, Zé Maria, e a gente vai passando por esses processos
15:22de amadurecimento.
15:23Não quer dizer nem que esse modelo é melhor do que o anterior, dando todo o poder ao Executivo
15:28e menos poder ao Congresso Nacional, essas interferências do Poder Judiciário.
15:34Nós vamos passar por amadurecimento.
15:36Nós estamos errando para ir amadurecendo.
15:38E é por isso que o grande momento da política é a capacidade de diálogo com quem pensa
15:43diferente.
15:44Eu digo que eu não sou obrigado, eu tenho meus posicionamentos ideológicos, eu sou
15:48firme em defender o que eu penso, mas isso não pode impedir de ouvir um colega do atual
15:52governo que pensa totalmente diferente de mim.
15:54Não pode impedir que eu tenha um bom diálogo com o ministro do STF para ouvir os problemas
15:59do outro poder, nem passar do outro lado para o Palácio Planalto e ouvir os problemas do
16:03Executivo.
16:04É dessa forma que nós vamos aprimorar o entendimento do que é democracia, do que
16:09é saudável, dos mecanismos que a gente tem que fazer de controle para evitar, porque
16:14nós somos um país, tristemente, com uma origem muito forte de corrupção, que traz
16:19danos à sociedade.
16:22É inaceitável a gente pagar a quantidade de imposto que paga e ter os péssimos serviços
16:26que a gente tem.
16:27E isso nós só vamos vencer com muito diálogo entre todos e buscar ajustar a nossa sociedade.
16:33O Congresso é o reflexo da sociedade.
16:36Se o Congresso vai mal, é sinal que a sociedade também precisa fazer sua reflexão.
16:41Não é que eu queira tirar os problemas nossos, eu acho que a gente tem problema, a gente
16:46tem que ter autocrítica como congressista, mas, principalmente, o cidadão, o eleitor
16:52tem que se aprimorar cada dia mais em opinar na política, ouvir mais José Maria, Jovem
16:57Pan, nas suas opiniões, no seu conteúdo, porque, se você quer ou não, a política
17:03afeta a sua vida diária.
17:05E diretamente, né?
17:07É impressionante.
17:08É impressionante.
17:09O senhor falou sobre a representação da sociedade, né?
17:12Eu costumo dizer que as emendas parlamentares, elas têm uma lógica.
17:18Existem três tipos de parlamentares que lidam com as emendas.
17:22Um parlamentar é altruísta, ele apresenta as emendas é porque gosta de determinada
17:28instituição ou um hospital de câncer ou uma área cultural e assim por diante.
17:36Esse é um parlamentar altruísta que lida com isso.
17:40Outro tipo de parlamentar é que ele lida com as emendas parlamentares sobre reeleição.
17:45Então ele distribui as emendas dele para prefeituras que prometem votos no futuro.
17:52Aí ele pega e distribui.
17:53E existe o terceiro parlamentar que quer é roubar mesmo.
17:57Apresenta emendas, vende emendas, vende emendas para empreiteiras e lá no Congresso todo
18:03mundo sabe quem é todo mundo.
18:05Por que eu estou dizendo isso?
18:06Para evitar aquela generalização burra de dizer todo deputado é ladrão, todo deputado
18:12é preguiçoso.
18:14Olha, existem sim deputados ladrões e preguiçosos, mas não são todos e nem a maioria.
18:20Nem é a maioria.
18:21Obrigado.
18:22Você falando é melhor do que eu.
18:24Parabéns.
18:25É isso mesmo.
18:26Concorda e assina embaixo.
18:27Quando existem os ladrões aparece tanto que parece que todos são.
18:32Agora as emendas parlamentares elas têm problemas.
18:35É muito dinheiro, 55 bilhões nas mãos dos deputados.
18:41Eu entendo que essa questão, alguns acusam da deformidade orçamentária, justamente
18:48porque foi se tirando ao longo dos últimos mandatos presidenciais a concentração de
18:55recursos administrado pelo Executivo passando através do Legislativo por emendas.
19:01Eu acho que essa é uma discussão válida, indiscutivelmente isso fará com que a democracia
19:07brasileira caminhe para um semipresidencialismo, como alguns estão chamando, ou um parlamentarismo
19:14no futuro, que aí é uma alteração totalmente constitucional, uma alteração de política
19:20nacional, ou em algum momento a gente vai ter que buscar esse equilíbrio.
19:26Na verdade, o que eu sinto é que quando você tem um governo que não quer ter responsabilidade
19:32fiscal e gasta mal, aí querem jogar a culpa no Congresso.
19:3755 bilhões para o Congresso Nacional é muito, mas se tivesse um governo com responsabilidade
19:43fiscal gastando melhor e menos com gestão séria, possivelmente a gente podia equilibrar
19:51isso e o governo ter mais recursos do Governo Federal para administrar e não tocar naquilo
19:56que corresponde ao Congresso.
19:57As críticas sobre emendas, primeiro, Pulveriz o orçamento, manda recursos às vezes justos
20:05para o município, mas Pulveriz não faz uma grande obra, que seria uma obra positiva no
20:09sentido de desenvolver o país e infraestrutura.
20:13Vamos pegar o Amapá, o Acre, mas principalmente o Amapá que tem a presidência do Senado.
20:19Tem oito deputados e três senadores, 750 mil habitantes.
20:25É menos habitantes, por exemplo, que uma cidade de porte médio de São Paulo, Campinas,
20:29tem um milhão e quatrocentos mil habitantes.
20:31Se você quer que eu te dê um dado, eu acho que você já sabe, mas nós temos no orçamento
20:36da União uma outra deformidade, que são as emendas de bancada, que é uma emenda considerável
20:42e ela é o mesmo valor para todas as 27 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal.
20:49Todos o mesmo valor.
20:50É um exemplo, Amapá, Acre, que são estados pequenos, pequeninhos, pequenos, tem a mesma
20:56emenda de bancada de São Paulo, de Minas, do Rio, isso é uma deformidade na minha
21:02avaliação orçamentária.
21:04Aí tem aquela velha discussão, mas isso é para diminuir as desigualdades dos estados,
21:11eu entendo que precisa, mas quando você pega essa pizza orçamentária, a representatividade
21:18e bota por per capita, isso é assustador, é uma deformidade que a gente precisa em
21:24algum momento, que eu defendo...
21:26Eu não sei o que o Amapá está fazendo com tanto dinheiro.
21:28Não, Amapá, Acre, esses estados menores...
21:32Era para dividir por habitantes.
21:33Não, se dividir por habitantes é assustador, a pizza era para ser uma Suíça, o Amapá.
21:40Com todo respeito, pelos recursos, do jeito que a gente está fazendo, é por isso que
21:45a gente tem que discutir o novo pacto federativo, é por isso que nós temos que fazer uma série
21:49de discussões na política, inclusive desde as questões orçamentárias.
21:52Nada contra o Amapá, você, telespectador do Amapá, eu não sou eleito daí, mas eu
21:56respeito muito o estado que a gente vai.
21:58A gente está falando de proporcionalidade.
21:59É questão proporcional.
22:01Nós estamos falando com respeito a você olhar o Brasil como um país, como um todo.
22:06Você não pode privilegiar uma região em detrimento de outra.
22:11Você, por exemplo, aqui, nós temos os maiores fontes de arrecadação tributária do país
22:17estão no Sudeste.
22:18São Paulo, Minas, Rio.
22:20Até porque tem as maiores populações.
22:22Aí você produz.
22:24Eu acho que a gente tem que ter produção de igualdade social e regional, mas não
22:30tão distante da realidade nacional como a gente está vivendo.
22:34Se a sua crítica é pertinente, eu concordo com ela e a gente precisa analisar isso.
22:38Vamos lá, essa metodologia de distribuição de emendas, os parlamentares têm as emendas
22:44individuais, têm as emendas de bancada e as de comissão.
22:47O senhor recentemente fez uma revelação muito importante sobre o método, o critério
22:52de distribuição de emendas.
22:54O senhor acha que está justa ali a ideia de pegar as emendas de comissão e deixar
23:00para o presidente indicar, mas não colocar assinatura?
23:03Eu acho que a minha fala com relação a isso, inclusive gerou a notificação do
23:09ministro Flávio Dino, eu falei a metade da informação e talvez faltou o complemento
23:16na matéria da jornalista que publicou.
23:19E por uma questão de justiça é a seguinte, há um acordo entre a Câmara, Senado e STF
23:26de que as emendas de comissão serão apresentadas na comissão, o presidente submeterá a voto
23:32na comissão e a partir de agora que houve aquele famoso apelidado orçamento secreto,
23:39que com todo respeito quem acredita que é secreto, eu sempre disse que isso nunca existiu,
23:43para mim era um orçamento que não tinha identidade do parlamentar, mas secreto para
23:48mim é alguém que não sabe nem de onde saiu e para onde foi.
23:51Nunca houve isso, saia do caixa, do tesouro, ia ou para uma instituição ou para uma
23:55prefeitura, e isso era público.
23:58O que não existia era a rastreabilidade do nome do parlamentar que indicou, isso não existia.
24:04E agora com esse acordo com a STF, vai existir, porque em cada comissão será aprovado
24:11pelo presidente da comissão, na comissão, e a lista de cada parlamentar que indica
24:16aquele recurso com o nome e para onde vai.
24:19Isso foi o acordo firmado, isso vai continuar.
24:21O que eu falei e a minha observação foi na parte anterior, é de que ali de repente
24:26até chegar neste final desta listagem a ser aprovada na comissão, a gente tem que
24:33ter o critério de como é que em cada comissão daquela vai atender os diferentes partidos.
24:38Então falei, e a informação que eu recebi naquele momento, depois que aconteceu citação
24:44e tudo e deu esse ruído, conversando com o presidente Hugo Mota, como eu estou chegando
24:48agora na liderança, eu soube que a informação não era 100% daquela forma de 70-30,
24:55ou seja, só existe um critério que os líderes se reúnem, vão dividindo entre as bancadas,
24:59o presidente Hugo tem, ou o presidente da Câmara tem, junto ao governo, essas questões
25:06de prioridades para fazer essa composição, mas depois chega na comissão, é aprovado
25:12com transparência total, conforme foi feito o acordo.
25:17Isso vai começar a partir deste ano, eu já estava consciente desta aprovação,
25:21é que a informação que eu dei lá, eu só dei a parte inicial e não completei,
25:25não tinha esse tempo que estou tendo aqui contigo para poder completar.
25:28Tudo bem, foi bom o senhor explicar.
25:30Infelizmente o nosso tempo está acabando, mas sobrou um tempo para falar sobre a anistia.
25:34Até onde o senhor está disposto a ir para aprovar esse projeto de anistia?
25:39Anistia é uma questão de justiça, com centenas e mais de milhares de pessoas
25:47que foram condenadas com penas injustas pelo Supremo Tribunal Federal.
25:53E, José Maria Trindade, isso hoje não é só eu que falo.
25:57A luta pela anistia já tem a sua primeira grande conquista.
26:01Na penúltima reunião de líderes na Câmara dos Deputados, todos os líderes, sem exceção,
26:06inclusive líder do governo, líder do PT, líder de todos os partidos de esquerda falaram
26:13que as penas são excessivas.
26:16Já é a primeira grande conquista da luta pela anistia.
26:20Se as pessoas viram que há uma pena em excesso, ao Congresso Nacional não lhe cabe,
26:25como estão alguns dizendo aí, modular a pena.
26:28Isso quem cabe é o judiciário, se eles querem reconhecer que erraram.
26:31Supremo Tribunal, reconhecemos que foi exagerado, nós vamos mudar e vamos diminuir.
26:35É o problema do Supremo Tribunal Federal, não nosso.
26:38A nós, congressistas, pela nossa Constituição, só cabe uma coisa, a anistia.
26:42Eu vou lutar por anistia até o fim, porque as pessoas já pagaram, inclusive, um sexto da pena.
26:48Ou seja, 99% das pessoas condenadas são pessoas réus primárias.
26:54Pagou um sexto da pena, já vai para outro sistema de progressão, de regime.
26:58Então assim, não cabe mais reduzir pena de quem já pagou.
27:02Não cabe, cabe somente uma coisa à luz da nossa Constituição, a anistia.
27:07Qual é a anistia que nós vamos dar?
27:10E é para isso que existe o parlamento, é por isso que nós defendemos, conseguimos as assinaturas para urgência.
27:14Está lá, esperamos que o presidente Hugo Mota paute, a gente venha discutir no Congresso Nacional,
27:19a anistia, o formato que vai ser, o plenário é soberano, nós vamos ter um relator que vai apresentar um texto equilibrado.
27:27Alguns ficam criticando, porque o texto é daquele projeto originário.
27:32Olha, tem este projeto de anistia, tem um projeto principal, que é o mais antigo,
27:38e mais doze apensados.
27:41Então assim, é lógico que não será esse texto, será um substitutivo a ser apresentado.
27:46Para isso, a gente espera que venha a pauta, se nomeia o relator, apresentaremos o substitutivo.
27:51Com o substitutivo, vamos discutir mérito.
27:53E na discussão do mérito, nós vamos conseguir fazer justiça a tantas mulheres, senhoras, idosas, mães,
27:59que você vê aí, mães de corruptos saindo rapidinho da cadeia, essas mães estão há dois anos e tanto na cadeia,
28:04mães podendo volver à convivência com seus filhos e pessoas com comorbidade física,
28:09inclusive vindo a óbito, como foi o caso do Clezão.
28:13É por estas pessoas que nós precisamos votar anistia.
28:17O presidente Hugo Mota está decepcionando o senhor?
28:20Não, eu acho que o presidente Hugo Mota está começando a gestão dele.
28:24Não é fácil, é como eu estou começando a minha liderança.
28:27É normal que em todo início de gestão você tenha período de adaptação, dificuldades.
28:34O presidente Hugo Mota tem a sua personalidade.
28:36Ele é bom, é um grande líder.
28:38Ele tem um mandato a mais do que eu, apesar de jovem, é experiente na casa.
28:42Aos poucos, eu acho que ele vai tomando corpo.
28:44Hoje, inclusive, na reunião de líderes, ele fez uma cobrança muito firme de todos nós líderes
28:50para evitarmos a judicialização da política, o que está se tornando uma prática.
28:55Ele fez uma cobrança muito importante.
28:57Então, assim, temos que dar tempo.
28:59Lógico que eu gostaria que o presidente Hugo Mota já tivesse pautado a minha anistia para ontem.
29:04Isso é indiscutível.
29:06Mas eu entendo o processo político, entendo as pressões que é sobre a cadeira de um presidente da Câmara
29:11e como eu entendo as pressões minhas como líder.
29:14Então, é meu papel de líder ir para cima, cobrar, dialogar, fazer a política
29:19e o papel dele buscar esse equilíbrio.
29:21Mas, em algum momento, com certeza, e espero que seja o quanto antes possível,
29:27porque a anistia, diferente de outros projetos da Câmara, dos deputados,
29:31nós estamos falando de injustiça com pessoas que estão presas.
29:34O sistema prisionário brasileiro é horroroso.
29:36Presas com perigosos delinquentes, essas pessoas patriotas que estavam aqui,
29:42muitas delas que não depredaram nada, estão no sistema prisional desta monta.
29:47Isso é muito ruim. A gente precisa votar.
29:49E eu confio que o presidente Hugo Mota, apesar de não estar no time que eu gostaria,
29:54porque a política nem sempre é assim, você tem que ter um pouco de paciência,
29:57em algum momento nós vamos estar votando isso em breve na Câmara dos Deputados.
30:01Muito bem. É o líder do PL na Câmara, o deputado Sócio Nescavalcante, aqui no Ponto Final.
30:07E agradecer, muito obrigado. E obrigado a você que nos acompanhou aí nessa conversa muito boa.
30:18A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
30:29Realização Jovem Pan News.

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