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Coronel diz a CPI do 8/1 que radicais acreditavam em ETs
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00:00
A gente vai seguir falando dos atos, dos ataques que aconteceram no dia 8 de janeiro,
00:05
porque a CPI distrital aqui de Brasília ouviu hoje uma pessoa super importante,
00:14
uma pessoa muito chave nesses esclarecimentos,
00:16
que foi o ex-comandante de operações da Polícia Militar.
00:20
O Jorge Eduardo Naime foi ouvido hoje pelos deputados distritais
00:25
e nesse depoimento Naime disse, primeiro a gente vai destacar um trecho desse depoimento
00:31
em que Naime falou que conversou com alguns dos manifestantes que estavam em frente ao QG do Exército
00:36
e um desses manifestantes chegou a dizer para ele que acreditava em ETs, extraterrestres,
00:42
e que esses extraterrestres iriam ajudar o Exército a tomar o poder.
00:50
Vamos ver o que foi que disse o ex-comandante da PN.
00:52
Eu vi algumas vezes no acampamento, conversei com algumas pessoas, escutei relatos que...
00:57
Eu falei assim, cara, não é possível que essa pessoa está me falando isso.
01:00
Eu teve um que me abordou um dia lá que ele falou para mim que ele era um extraterrestre,
01:04
que ele estava ali infiltrado e que assim que o Exército tomasse,
01:08
os extraterrestres iriam ajudar o Exército a tomar o poder.
01:10
E olha, ainda nesse depoimento aí que Naime fez hoje na CPI distrital,
01:22
ele também relatou sobre um outro episódio.
01:25
Disse que o GSI, que é o Gabinete de Segurança Institucional,
01:29
impediu a polícia militar de retirar alguns manifestantes bolsonaristas
01:35
que estavam concentrados em frente ao Palácio da Alvorada.
01:39
Isso já na gestão Lula.
01:42
Foi o que disse nas vésperas, na verdade, da posse, corrigindo a informação.
01:47
Ele disse que esse acampamento estava montado em frente ao Palácio da Alvorada,
01:54
às vésperas da posse de Lula,
01:57
e ele tentou retirar esses manifestantes do Palácio da Alvorada,
02:00
e foi impedido pelo Gabinete de Segurança Institucional, pelo GSI.
02:05
Vamos ver esse outro trecho do depoimento do ex-comandante da PM,
02:10
hoje na CPI distrital.
02:12
Quando o presidente Bolsonaro começou a fazer aquelas aparições dele
02:15
lá no Palácio da Alvorada...
02:20
Quando o presidente Bolsonaro começou a fazer aquelas aparições dele
02:23
lá no Palácio da Alvorada...
02:26
E aí ali tem uma área reservada,
02:28
que é uma área de segurança,
02:30
quando ela está fechada ao público.
02:33
Mas ali é uma área de servidão do governo do Distrito Federal.
02:36
E quando aquilo é aberto ao público,
02:38
ela passa, está sujeita à fiscalização do Distrito Federal.
02:42
Tanto do DETRAN, da PM, da Polícia Civil.
02:45
E aí, em certa feita dessa,
02:46
o GSI fechou,
02:49
fechou, abriu para o público,
02:53
e foi bem próximo da posse.
02:55
Eu tinha várias delegações de outros países,
02:59
hospedadas, inclusive, no Blutri.
03:02
Recebemos várias reclamações no 190.
03:05
E aí eu estava numa reunião,
03:06
eu saí da reunião e fui lá,
03:08
para poder ver o que estava acontecendo,
03:14
se eu precisava botar policiamento,
03:15
se tinha algum risco.
03:17
E aí eu fui acessar a área
03:19
onde toda a população estava acessando.
03:21
eu devidamente fardado,
03:22
com viatura caracterizada,
03:24
com um patrulheiro do meu lado,
03:27
que pode ser testemunha do que eu estou falando.
03:29
Quando eu fui abordado por um soldado do Exército,
03:32
que botou a mão no meu peito,
03:35
me proibiu de entrar,
03:37
chamou uma guarnição do GSI,
03:40
vieram mais ou menos uns 15 do GSI,
03:43
a comando do Capitão Roma,
03:44
e aí a população já veio correndo atrás deles,
03:48
e aí ele começou um sargento lá
03:52
a falar comigo de uma forma totalmente fora
03:54
do conceito militar,
03:56
apontando o dedo na minha cara,
03:57
me mandando sair,
03:59
e aí a população já começou a me xingar,
04:01
a população já começou a me chamar
04:02
de vários nomes lá,
04:03
e aí eu fui colocado para fora da área,
04:07
sobre gestão do GDF,
04:08
pela equipe do Coronel Roma do GSI.
04:14
Ora, foi o que disse, então,
04:17
o ex-comandante da Polícia Militar.
04:18
Wilson, quero começar contigo agora.
04:22
Sobre esse depoimento,
04:24
quando ele fala sobre a questão dos ETs,
04:26
eu confesso que eu lembro um pouco
04:27
daquela música do Raul Seixas, né?
04:29
Me lembra aquela música, né?
04:31
O seu moço do disco Voador, né?
04:33
Me leve com você para onde você for,
04:37
grande Raul Seixas.
04:38
Essa música...
04:39
É engraçado que o Raul Seixas
04:40
nunca foi tão lembrado, né?
04:41
Essa música, inclusive,
04:42
faz referência também à pandemia de Covid.
04:44
Mas, assim,
04:46
esse depoimento,
04:48
ele confirma alguma...
04:51
Assim, uma das teses sobre o 8 de setembro,
04:53
que houve leniência de integrantes
04:55
das Forças Armadas, né?
04:56
Esse depoimento, ele,
04:58
de certa forma,
04:58
ele dá corpo para essa tese, né?
05:02
Ele ajuda a dar um formato
05:05
um pouco mais robusto, né?
05:07
Para essa tese, né?
05:09
E a gente sabe, né?
05:09
Que existe, sim.
05:11
Existia integrantes...
05:12
Existiam, perdão.
05:13
Integrantes das Forças Armadas,
05:15
que eram pró-Bolsonaro,
05:18
que estavam realmente querendo
05:19
que o circo pegasse fogo
05:22
para que eles pudessem sair
05:23
no cavalo branco
05:24
e decretar intervenção militar,
05:26
viva a revolução,
05:27
no artigo 142,
05:29
sai daí nove dedos.
05:30
É isso, né?
05:32
Os caras tinham essa...
05:33
Tinha gente no Exército
05:34
que queria isso, sabe?
05:36
O fato do próprio...
05:39
Do ex-ministro, né?
05:42
O Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira,
05:44
ex-ministro da Defesa,
05:45
ter permitido que
05:47
aquela concentração de malucos
05:50
em frente ao QG do Exército
05:53
aqui em Brasília
05:53
era um indicativo disso.
05:56
Porque eu vou te falar uma coisa.
05:57
Por muito menos,
05:59
eu já vi integrantes das Forças Armadas
06:01
expulsarem gente ali
06:01
daquela Praça dos Cristais.
06:03
Por muito menos,
06:04
já vi integrantes das Forças Armadas
06:06
mandarem integrantes aí,
06:08
mandarem pessoas,
06:09
alguns desocupados,
06:10
que estavam aí em frente aos quartéis,
06:12
darem uma circulada.
06:13
Olha, meu filho,
06:13
circula, circula, circula, circula.
06:16
Isso é coisa de vadiagem, né?
06:18
Nessas horas,
06:19
sempre evoca-se, né?
06:20
Aquele princípio...
06:23
Aquela...
06:24
O princípio penal, né?
06:25
Da lei da vadiagem, né?
06:26
Acho que a lei, se não me engano,
06:26
acho que é da década de 30.
06:29
Então é isso, Kenzo, sabe?
06:31
Então, houve uma leniência
06:33
de integrantes das Forças Armadas,
06:35
isso desde o final do ano passado,
06:37
e que culminou nessa tragédia, né?
06:40
Que foram esses atos de 8 de janeiro.
06:43
De novo,
06:45
a desordem
06:46
que foi instalada
06:48
após as eleições,
06:51
ela culminou
06:52
nesse ato extremo
06:55
de desordem
06:56
do 8 de janeiro.
06:58
Foram mais...
06:59
E, olha, de novo,
07:01
avisos não faltaram.
07:04
Então, meu amigo,
07:05
se você avisa uma vez,
07:07
deixa a bagunça de lá,
07:08
avisa uma segunda vez,
07:09
deixa a bagunça de lá,
07:10
não espere que, do nada,
07:12
as coisas vão se arrumar.
07:14
Não dá pra esperar isso.
07:16
Sabe?
07:19
É...
07:19
Greb.
07:22
Sou eu?
07:23
Sim, quero te ouvir, Greb.
07:25
Quero que você faça uma análise
07:27
dessas falas aí
07:30
que aconteceram, né,
07:31
do ex-comandante
07:33
da Polícia Militar aqui,
07:34
relatando
07:35
essa questão
07:36
de ter ouvido
07:38
de um dos manifestantes ali
07:39
de acreditar
07:40
que ETs iriam
07:41
chegar à terra
07:42
e
07:43
ajudar o Exército
07:45
na tomada do poder,
07:47
e também
07:47
desse outro ponto
07:48
que ele falou
07:49
que o Gabinete de Segurança
07:51
Institucional,
07:52
inclusive às vésperas
07:53
da posse de Lula,
07:54
impediu que ele
07:55
retirasse
07:57
os manifestantes
07:58
que estavam ali
07:59
nas proximidades
07:59
do Palácio da Alvorada também.
08:02
Bom,
08:03
primeiro a história dos ETs,
08:04
que é pitoresca,
08:06
né?
08:07
Tá bom.
08:07
Eu não tenho a menor dúvida
08:08
que tinha um monte
08:09
de maluco lá.
08:12
Inclusive,
08:13
entre os presos,
08:16
tem sido mencionada
08:17
a necessidade
08:18
de relaxar
08:19
algumas prisões
08:19
e tudo mais,
08:20
porque foi identificado
08:23
que entre os presos
08:24
tem gente
08:25
com distúrbios
08:27
psíquicos, né?
08:31
Sei lá,
08:31
transtorno bipolar,
08:33
sei lá,
08:33
quais são,
08:34
mas tem gente mesmo.
08:35
Então,
08:35
eu não tenho a dúvida
08:36
que tinha pessoas com as...
08:37
Agora,
08:39
não vamos,
08:40
repito,
08:41
não podemos
08:42
transformar
08:43
este episódio
08:45
na seguinte história.
08:47
um grupo de loucos
08:49
se reuniu ali
08:50
e sem que
08:52
ninguém do mundo
08:53
político
08:54
tivesse
08:55
inspirado,
08:56
insuflado,
08:57
empurrado,
08:59
né?
09:00
Foram lá e fizeram
09:01
essa barbaridade.
09:01
não vamos
09:04
desconectar
09:05
os doidos
09:07
e os menos doidos
09:08
que estavam lá
09:09
do seu
09:10
ambiente político
09:12
e das lideranças
09:13
desse ambiente político.
09:14
Então,
09:14
a primeira coisa.
09:16
Tá bom,
09:16
tinha o doido
09:17
do disco voador,
09:19
né?
09:20
Mas tem outros doidos
09:21
por trás.
09:23
E esses doidos
09:24
são gente
09:26
com poder,
09:28
né?
09:29
É gente
09:29
com poder político.
09:30
Segunda coisa,
09:33
segunda parte
09:33
do depoimento
09:35
do coronel.
09:37
Cargo mais alto
09:37
da PM.
09:38
Vamos lembrar
09:39
que ele está preso,
09:40
né?
09:43
Porque,
09:44
em tese,
09:44
teria feito corpo mole
09:45
ali no dia,
09:46
teria retardado
09:47
a ação da força
09:48
que ele estava comandando.
09:49
Foi esse coronel
09:50
que deveria estar
09:51
de folga
09:52
e acabou
09:53
comparecendo lá
09:54
quando viu
09:54
que o bicho
09:55
estava pegando mesmo.
09:57
Ele, em tese,
09:57
teria retardado
09:58
a ação da tropa dele.
10:00
para permitir
10:00
que muita gente
10:01
fugisse.
10:02
Foi por isso
10:02
que ele foi preso.
10:03
Então,
10:03
ele está sendo investigado
10:04
e é nesse contexto
10:05
que ele está dando
10:05
esse depoimento.
10:08
É gravíssimo
10:09
o que ele conta.
10:10
Eu também tinha entendido,
10:11
Kenzo,
10:12
da primeira vez
10:13
que eu ouvi,
10:14
que era já
10:15
na posse,
10:16
depois da posse,
10:17
que o episódio
10:18
tinha acontecido,
10:18
mas não.
10:19
Exatamente
10:20
às vésperas
10:21
da posse,
10:22
né?
10:22
Então,
10:22
ainda não teve
10:23
uma transição
10:24
de governo,
10:25
certo?
10:26
E o que ele diz?
10:27
que o exército
10:29
estava agindo
10:30
como se fosse
10:32
realmente
10:33
uma instituição
10:35
com o poder
10:36
de impedir
10:37
a polícia
10:38
do Distrito Federal
10:40
numa área
10:41
que está
10:41
sob o comando
10:42
do Distrito Federal.
10:44
Já tinha uma situação
10:45
de exceção ali.
10:47
Ele conta,
10:48
olha,
10:48
ali onde estavam
10:49
as pessoas
10:50
é uma servidão
10:50
do Distrito Federal
10:52
e, portanto,
10:53
é a área
10:53
em que a polícia
10:55
militar
10:55
do Distrito Federal
10:56
deve acontecer.
10:58
O exército
10:59
não deixou.
11:00
Isso é exceção.
11:02
Ele impediu
11:03
a força
11:05
que tinha a competência
11:06
para atuar ali
11:07
de atuar.
11:08
Isso é um absurdo.
11:10
É o exército
11:10
arregaçando
11:12
as suas manguinhas,
11:13
pondo as suas asinhas
11:14
para fora
11:14
muito mais
11:16
do que a lei permite.
11:17
Isso é ilegal.
11:19
Isso é uma truculência,
11:20
é uma violência.
11:22
É um ato
11:23
que o exército
11:23
não...
11:24
Então,
11:24
é de extrema seriedade
11:25
isso que ele está contando.
11:27
É de muita...
11:28
É muito grave
11:30
esse depoimento.
11:33
Não é só
11:34
que o GSI
11:35
tinha...
11:37
Estava ali ajudando,
11:39
tinha simpatia
11:40
pelos
11:42
acampados.
11:46
Não.
11:47
Ele se julgou
11:47
no direito
11:48
de passar
11:49
por cima
11:49
da prerrogativa legal
11:51
da PM,
11:52
do Distrito Federal
11:53
para ser amigo
11:55
dos acampados.
11:58
Então,
11:58
é muito grave.
11:58
É muito grave.
11:58
muito obrigado.
12:08
Tato.
12:09
Tato.
12:09
Tato.
12:10
Tato.
12:14
Tato.
12:14
Obrigado.
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