- 25/06/2025
O Parlamento espanhol aprovou uma lei que dá licença remunerada de três a cinco dias para mulheres com “menstruações dolorosas e incapacitantes”. Para comentar o assunto, Duda Teixeira e Rogério Ortega entrevistam Anne Dias, presidente do Ladies of Liberty Alliance (LOLA) Brasil, uma organização mundial de mulheres liberais. Eles também conversam sobre a lei “só sim é sim”, usada contra o jogador de futebol Dani Alves.
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, eu sou o Duda Teixeira e esse é o 15º episódio do podcast Latitude.
00:22Hoje, todo sábado, às seis da noite, nós estamos aqui conversando sobre acontecimentos do mundo e também comentando a diplomacia brasileira.
00:33Nesse episódio, a gente vai falar sobre uma polêmica lei de licença menstrual na Espanha, além de outros assuntos também que estão acontecendo na Espanha,
00:43e vamos falar também um pouquinho sobre liberalismo feminino.
00:47Então, para conversar comigo sobre esse assunto, tenho aqui do meu lado Rogério Ortega.
00:53Rogério, que é, trabalha no Antagonista e é também quem assina os artigos do Rui Goiaba na revista Cruzoé.
01:01Ortega, seja muito bem-vindo.
01:02Obrigado, Duda. Boa tarde ou boa noite, dependendo do que você acha que são 18 horas.
01:07Eu tenho dúvidas. Enfim, boa tarde ou boa noite. Escolha.
01:09E aí, para falar sobre esses temas de hoje, a gente convidou a Anny Dias, a Anny, que é advogada, está lá em Curitiba e é do Lola Brasil.
01:24Anny, seja bem-vinda.
01:26Bem-vinda, Anny.
01:27Muito obrigada. Obrigada pelo convite de estar aqui compartilhando um pouco das nossas ideias com vocês.
01:31Legal. Anny, você podia começar explicando...
01:36Bom, você é advogada, né? Se formada pela Federal do Paraná, já trabalhou com a Indiara Barbosa, que é uma vereadora do Novo,
01:46e você é presidente do Lola. Você podia só explicar o que é o Lola, antes de começar os outros temas?
01:54Claro. O Lola é uma organização internacional de mulheres liberais.
01:59A sigla significa Ladies of Liberty Alliance, que é um termo em inglês.
02:04O Lola nasceu lá em 2009, justamente porque a gente percebeu, as mulheres que fundaram o Lola naquele período,
02:11a ausência das mulheres, quando a gente está fora da bolha do feminismo marxista,
02:15quando a gente fala de políticas de liberdade econômica, as mulheres não estavam tão presentes.
02:20Até tem um dado de 2019 que mostra que naquele período, as mulheres representavam só 11% do movimento liberal.
02:26E, então, nasceu esse núcleo nos Estados Unidos, que o passar do tempo foi crescendo, expandindo.
02:32Hoje a gente está em mais de 30 países, a gente está em 15 estados brasileiros,
02:36e o nosso objetivo é justamente empoderar, capacitar, treinar mulheres na defesa da liberdade,
02:40para que elas concorram em eleições, para que elas participem de debates,
02:44cresçam politicamente, cresçam na vida profissional,
02:47e defenda essa ala tão importante, que é a liberdade.
02:50Liberdade econômica, liberdade individual, e menos interferência do governo.
02:54Ótimo.
02:57Bom, então, vou pedir aqui para o Ortega para explicar o que aconteceu na Espanha,
03:01e aí, Anny, queria que você comentasse.
03:03Exato.
03:04Para situar o leitor, eu vou ler trechos da notícia,
03:07como foi dada pelo site da Rádio França Internacional, no dia 16 de fevereiro.
03:12O Parlamento Espanhol adotou, nesta quinta-feira, quinta, 16 de fevereiro,
03:17a criação de uma licença menstrual para mulheres com menstruações dolorosas e incapacitantes,
03:23algo inédito na Europa.
03:24A criação da licença menstrual foi aprovada com 185 votos a favor, 154 contas,
03:31ou seja, parêntese meu, o Parlamento Espanhol pareceu bem dividido na questão,
03:35e três abstenções.
03:38Ela faz da Espanha o primeiro país na Europa, e um dos poucos no mundo,
03:42junto, por exemplo, com o Japão, Indonésia e Zâmbia,
03:44a integrar essa medida na sua legislação.
03:47O objetivo para o governo de esquerda é quebrar um tabu, entre aspas.
03:51A ministra da Igualdade, Irene Monteiro, falou em dia histórico para os avanços feministas.
03:57Com essa lei, em caso de menstruações incapacitantes e dolorosas,
04:01ligadas, por exemplo, a patologias como a endometriose,
04:05a baixa será reconhecida como uma situação especial de incapacidade temporária de trabalho.
04:10Então, eu queria saber de você, Anne, por que o Lola Brasil é contra essa medida,
04:17até onde eu sei, por que ele é contra que as mulheres tenham direito à licença menstrual,
04:22que impacto isso poderia ter no mercado de trabalho,
04:26e o que poderia ser feito alternativamente?
04:30Perfeito, exatamente.
04:31O Lola, como é uma organização de mulheres liberais,
04:34a gente entende que a maior aliada na defesa das mulheres
04:39e para as mulheres conseguirem alcançar mais espaço
04:41é justamente a liberdade econômica.
04:43E essa medida é completamente contrária à liberdade econômica.
04:46Então, em primeira mão, quando a gente lê a manchete
04:49ou a gente escuta esse tipo de notícia falando que foi um avanço
04:52para os movimentos feministas,
04:55é um avanço para as mulheres no mercado de trabalho,
04:57parece ser algo positivo.
04:59Mas a gente tem que sempre observar o que uma política pública
05:02ela vai trazer de consequências além do que a gente consegue ver em uma manchete.
05:07E nesse caso, me parece muito simples.
05:09Esse tipo de legislação impede a mulher de adentrar no mercado de trabalho.
05:14Isso porque quem escolhe quem vai contratar é o empregador.
05:19Então, a gente está gerando um incentivo a menos,
05:22perdão, um incentivo a mais,
05:24para ele deixar de contratar mulheres.
05:26Se a gente tem, então, um posto de trabalho
05:28que o empregador está em dúvida entre um homem e uma mulher,
05:30ele sabe que o homem vai ter um mês inteiro de produtividade.
05:33A mulher, não.
05:34A mulher vai ter pelo menos três dias por mês,
05:36agora com essa nova lei espanhola,
05:39para ser ausentado do trabalho.
05:40Isso custa muito para o empregador.
05:42Então, é mais um motivo pelo qual ele vai querer contratar homens.
05:47Então, quando a gente vê as páginas comemorando,
05:49enfim, essa vitória do parlamento espanhol,
05:53a gente não está percebendo que as mulheres, nesse caso,
05:55elas estão sendo excluídas do mercado de trabalho.
05:57Que esse tipo de intervenção, em que o governo traz mais normas,
06:02deixa mais rígido, inclusive, essa questão trabalhista,
06:06isso vai fazer com que dificulte mais.
06:08Quem vai conseguir desfrutar desse cenário?
06:11Se a gente trouxer a realidade aqui para o Brasil,
06:13que foi também o que alguns dos influencers,
06:15pessoas famosas, falaram que isso deveria muito ser discutido
06:18e trazido para o parlamento brasileiro.
06:21Quem conseguiria, em tese, desfrutar disso,
06:23seriam consequências só as mulheres de classe média,
06:25de classe média alta, é isso quando ela já não saísse do patamar de CLT
06:29e, enfim, tivesse o seu próprio negócio,
06:32ou tivesse uma MEI para ser contratada via MEI.
06:34Quando a gente pega as mulheres mais pobres,
06:36é impossível elas conseguirem desfrutar desse benefício.
06:39Você acha que um mercadinho pequeno,
06:41ele vai liberar que a caixa de supermercado
06:43saia três dias por mês?
06:46Não vai.
06:47Ele vai demitir ela e vai contratar um homem no lugar.
06:49Então, é mais uma iniciativa que, em si,
06:53caso fosse aprovada no Brasil,
06:55olhando a nossa realidade,
06:56mas isso com certeza também reflete na realidade espanhola,
06:59vai prejudicar as mulheres em geral,
07:02mas principalmente as mulheres mais pobres,
07:03as mulheres que não têm a opção de fazer home office,
07:06que não têm, enfim, a opção de estar numa empresa
07:10que realmente se adeque a essa realidade
07:11e releve, porque a gente sabe que tudo tem um preço.
07:16Então, também um dos argumentos que trouxeram para essa lei
07:19é que o Estado, o governo, vai cobrir esses dias ausentados.
07:24Mas o empregador, ele não quer a cobertura de dias ausentados,
07:28ele quer os dias preenchidos com trabalho.
07:30Não é isso que ele procura,
07:31se a mulher se ausentar, tudo bem,
07:33porque o governo vai me ressarcir.
07:34Não é isso que ele procura,
07:36então ele vai continuar procurando homens,
07:38continuar procurando empregados que cumpram.
07:40E, em segundo lugar,
07:41quem que paga por esses três dias?
07:44Quem que paga por esses três dias que alguma mulher,
07:47como eu já mencionei,
07:48nos casos de classe média, classe média alta,
07:50que seriam as únicas que conseguiriam desfrutar?
07:52Quem paga é sempre os mais pobres,
07:54não é o governo que paga.
07:55O dinheiro do governo sai de algum lugar.
07:57Então, na medida em que todo o resto da população
07:59sustenta o privilégio de algumas mulheres
08:02a sós de classe média, classe média alta.
08:04Por isso que o Lola Brasil é o contrário,
08:06porque a gente depende da maior participação das mulheres
08:07no mercado de trabalho,
08:09mas através da livre iniciativa, principalmente.
08:11Você gostaria de citar outras iniciativas vigentes no Brasil
08:17que, no seu entender e no entender do Lola,
08:19afetam a empregabilidade das mulheres?
08:22Claro.
08:23Uma bem interessante, que eu estava pesquisando,
08:25inclusive, é a mesma, na verdade,
08:27quase uma redação parecida,
08:29que foi aprovada esse ano
08:30na Assembleia Legislativa do Ceará.
08:33Só que é uma lei que é vigente apenas
08:35para os servidores públicos do Ceará.
08:37Ou seja, lá, a partir da promulgação dessa lei estadual,
08:42as servidoras públicas vão poder se ausentar
08:44por três dias de trabalho.
08:46O primeiro ponto que eu quero ressaltar
08:48dessa lei que foi aprovada
08:50é que é uma lei inconstitucional.
08:52Porque quem escreveu essa lei foi um deputado estadual.
08:55E uma lei que fale sobre o regime de trabalho dos servidores,
08:58ela tem que ser escrita pelo governador.
09:01Então, essa lei não deveria nem ter sido aprovada
09:03na Assembleia do Ceará.
09:04Mas, tirando esse ponto,
09:06um fato interessante, quando a gente observa,
09:08é que, diferente da lei da Espanha,
09:10diferente do que algumas páginas solicitaram
09:12ao parlamento para ser feita,
09:14é uma lei que só vale para o serviço público.
09:16O que mostra, mais uma vez,
09:17uma realidade completamente incoerente.
09:19Ou seja, esse sistema de troca de serviço,
09:25de fato, do mercado depender do trabalho de uma pessoa,
09:28isso existe na iniciativa privada.
09:30O serviço público, o empregador não vai deixar de contratar
09:34por ser mulher ou homem, porque é um concurso público.
09:37Mas, quem vai pagar por isso são todos os brasileiros,
09:40todos os cidadãos agora do Ceará,
09:43vão ter que sustentar essa medida,
09:45que ela não está compatível com a realidade da iniciativa privada.
09:48É só o serviço público que consegue sustentar.
09:50Assim como ele já sustenta vários outros tipos de incoerência.
09:53Assim como ele já traz um privilégio político
09:55para várias outras classes.
09:56Então, a gente vê que, na realidade, em Brasil,
09:59o que a gente consegue aprovar é uma medida via pública.
10:02Se a gente trouxesse isso para a CLT,
10:04o estragos é muito maior.
10:06A gente já vê muito mais gente recorrendo à pejotização,
10:10que é um sistema que já vem acontecendo pela ineficácia da CLT,
10:13então mais pessoas sendo contratadas via MEI,
10:15enfim, mais mulheres se continuassem na CLT sendo demitidas,
10:19e por aí vai, né, iniciativa privada.
10:21Agora, no serviço público pode tudo,
10:23então está tudo bem,
10:24então quanto menos é mais,
10:26e essa é uma incoerência.
10:28Um outro exemplo também que eu acho que é interessante de comentar
10:32foi no período da pandemia,
10:34em que, em dado momento,
10:37a situação não estava tão grave,
10:38os números não eram tão exorbitantes,
10:40as pessoas já estavam trabalhando presencialmente,
10:42novamente, não estava naquela situação de lockdown geral,
10:45e aí o Congresso Nacional emitiu uma lei
10:47falando para que as grávidas fossem impedidas
10:50de trabalhar presencialmente em qualquer ambiente,
10:52não somente em ambientes insalubres.
10:55E o que aconteceu naquele período?
10:57Então, as grávidas não poderiam estar presencialmente,
11:00em trabalhos comuns mesmo,
11:01com vacina mesmo,
11:02com máscara mesmo,
11:03todos os protocolos da OMS,
11:05e elas foram demitidas,
11:08porque a gente estava num período de crise,
11:10num período em que as pessoas estavam muito desesperadas,
11:13e precisavam colocar pessoas trabalhando,
11:15então, as mulheres passaram a representar 65% das demissões naquele período.
11:20E, logo em seguida, poucos meses depois,
11:22o Congresso voltou atrás e permitiu as grávidas
11:25a voltarem a trabalhar presencialmente,
11:27seguindo todos os protocolos da OMS.
11:29Mas é só mais um exemplo de como,
11:31quando o governo deseja interferir para,
11:34em tese, ajudar um grupo, ajudar uma minoria,
11:37ele sempre está prejudicando essa minoria,
11:39ele sempre está trazendo nuances,
11:40que o mercado já lida muito melhor com isso,
11:44e que o governo não consegue perceber as situações do mercado.
11:47Então, mais uma vez,
11:49reforça a importância de a gente valorizar a livre iniciativa.
11:52Bom, Anne, você citou aí algumas incoerências,
11:56e aí eu lembro que no Brasil já teve lei,
12:00assim, de que, para permitir que as mães, por exemplo,
12:03levassem os filhos ao médico.
12:07E aí, uma coisa que, um ponto que você tocou,
12:09é que, muitas vezes, isso que aparece como uma coisa
12:12que é em nome da igualdade,
12:15isso acaba meio que sendo,
12:18tendo consequências meio que contra a igualdade
12:21entre os sexos, né?
12:25Porque se é só a mulher que leva o filho na escola,
12:30o pai nunca vai ter nenhum compromisso,
12:32nenhuma obrigação, né?
12:34Na verdade, a mulher é que acaba sempre ficando
12:36com esse fado de ir lá e levar o filho no hospital, né?
12:43Quando o filho está doente, esse tipo de coisa.
12:45É isso, né?
12:46Quer dizer, é uma coisa que, pretensamente,
12:48é em nome da igualdade,
12:50mas, no fim, acaba meio que reservando um lugar
12:53para as mulheres,
12:54que não é tanto o mundo do trabalho, né?
12:56Elas deveriam trabalhar com a gente,
12:58trabalham normalmente, né?
12:59Perfeito.
13:01É, um exemplo disso também é a licença maternidade, né?
13:04Hoje, as mulheres, elas têm um período
13:06para elas se ausentarem do trabalho
13:09após darem à luz para um filho.
13:12Uma medida que é interessante de ser debatida,
13:14que, inclusive, já tem iniciativas como essa
13:16aqui no Congresso Nacional,
13:18é a distribuição igual, então,
13:20dos 180 dias de licença maternidade,
13:22ao invés de ser só para a mulher,
13:24o casal decide, então,
13:26se eles querem dividir igualmente,
13:27senão, na realidade deles, é mais interessante
13:29realmente a mulher tirar ou não.
13:31Às vezes, a mulher tem algum trabalho
13:32que seria interessante ela tirar um mês
13:34e o marido tirar os outros meses.
13:37Isso é algo que já mostra um incentivo
13:39para que os homens também participem mais
13:40das tarefas de pai, né?
13:44Enfim, levar um filho para a escola
13:45ou ficar os primeiros meses da vida
13:47junto com o filho e também faz com que a mulher,
13:50ela consiga trabalhar mais, enfim,
13:52ou crescer mais na área da sua profissão,
13:56se for da vontade dela,
13:57se for da vontade do casal.
13:59Então, é uma medida que, provavelmente,
14:01ajudaria também nessa disparação.
14:03É, e na Europa já é muito assim, né?
14:06E a gente está falando aqui de mãe e pai,
14:08mas é claro que a gente está falando,
14:09a gente entende aí a família diversa, né?
14:11O que é?
14:12É.
14:14Tá.
14:16Bom, Anny, aí, um outro tema também
14:18ligado à Espanha é a lei,
14:20que também foi uma lei muito promovida
14:23pela Irene Monteiro,
14:26que é a lei do só sim é sim,
14:29e que foi, enfim, as boates,
14:33os restaurantes na Espanha,
14:35todos se prepararam
14:37para essa lei,
14:40e uma das coisas é que, assim,
14:41só quando a mulher dá o seu consentimento
14:45é que, sim, pode acontecer
14:47a relação sexual.
14:50E aí foi aí onde foi o Dani Alves,
14:54jogador que foi da seleção brasileira,
14:57que estava naquela boate,
14:59acho que isso era em Barcelona,
15:02e a lei meio que...
15:05os funcionários da boate,
15:09por conta dessa lei,
15:10eles já estavam todos preparados
15:12para lidar com uma situação como essa, né?
15:16Então, ela sai da boate
15:18e já vai prestar queixa,
15:20e tem todos os exames,
15:22e aí, realmente,
15:23ele pode pegar até 15 anos de prisão.
15:28Essa lei, como que você vê ela?
15:31Você vê como uma lei positiva?
15:32Poderia ser implementada aqui no Brasil,
15:34por exemplo?
15:36Então, esse protocolo no Colin,
15:38ele traz algumas medidas, né?
15:40Como você comentou,
15:41de como a balada, a casa noturna,
15:44vai se preparar para se confrontar
15:46com situações como essa.
15:47Um contraponto que eu estava pensando
15:50sobre, eu acho que é interessante,
15:51a gente olha essa situação do Daniel Alves,
15:54que foi muito rápido, muito eficiente,
15:56e aqui no Brasil, ano passado,
15:58retrasado, não lembro exatamente quando,
15:59a gente teve o caso da Mariana Ferre,
16:01lá em Florianópolis,
16:03e também foi numa casa noturna,
16:04numa festa, numa balada,
16:05ela também foi vítima de estupro,
16:08e demorou um tempão para sair o caso dela,
16:12para ser processado,
16:13e o empresário que tinha sido acusado
16:15acabou sendo inocentado,
16:17e até o termo que ficou bem polêmico
16:20na hora que o juiz utilizou,
16:22ele foi condenado como estupro culposo,
16:25ele não foi inocentado,
16:25foi condenado como estupro culposo.
16:27O que isso significa?
16:28O culposo é o sem intenção.
16:31Então, como é que alguém é condenado
16:32com um crime sem intenção?
16:33Então, foi isso que o juiz aqui no Brasil
16:36trouxe para o caso da Mariana Ferre,
16:38muito conhecido.
16:40Então, a gente realmente tem que olhar
16:41para esse cenário.
16:43O cenário de violência contra a mulher,
16:45violência sexual, é muito comum.
16:47Tem um estudo que diz que
16:48uma a cada três mulheres,
16:49elas já participaram,
16:51ou superam algum assédio sexual
16:54ao longo da vida.
16:55Claro, muitas delas não vão denunciar,
16:57muitas delas não vão contar para ninguém,
16:59enfim, mas isso é muito comum.
17:00Então, a gente tem que sim pensar em
17:02como que o Estado,
17:04como que a iniciativa privada,
17:05como que o mercado vai lidar
17:06com esse tipo de situação.
17:08E o protocolo na Alcorinha
17:09é justamente uma iniciativa
17:10para tentar amenizar.
17:12Então, pelo que eu estudei,
17:13ele traz alguns pontos principais,
17:16alguns princípios básicos
17:18que foi passado para os funcionários.
17:20Então, é trazer toda a atenção
17:21para a vítima,
17:22é deixar, enfim,
17:23a vítima trazer todos os fatos,
17:26também isolar o acusado,
17:28e um jeito que psicologicamente
17:32é comprovado mais eficaz
17:33da vítima sentir confortável
17:35e conseguir contar o fato que aconteceu
17:37e conseguir entrar com a denúncia.
17:40Eu acho que pode sim ser muito positivo,
17:42tanto é que foi no caso do Daniel Alves,
17:44ele, enfim, conseguiu,
17:46ele não, né,
17:48a justiça espanhola conseguiu julgar
17:51de uma maneira muito rápida e eficiente.
17:53A vítima até,
17:54ela se poupou em sigilo,
17:56eu escutei comentários também,
17:57falou, não, mas quando é jogador de futebol,
18:00as mulheres querem só lucrar
18:01em cima desses caras.
18:03Mas a vítima, ela não quis,
18:04nesse caso, nem receber o dinheiro
18:06que ela teria direito de indenização,
18:08ela abriu mão de tudo.
18:09A gente tem que olhar também,
18:11obviamente, por esse lado,
18:12que não é só porque é jogador de futebol
18:14que, enfim, as mulheres vão querer
18:16passar por esse tipo de situação.
18:18E aqui no Brasil,
18:20ele já veio com alguns projetos de lei,
18:22inclusive em São Paulo,
18:23na Câmara Municipal também,
18:25já foi levantado esse tema.
18:27E, dessa maneira,
18:29como um protocolo de regras,
18:30eu acho que é super benéfico,
18:32super algumas,
18:34é interessante que as casas noturnas,
18:36elas possam procurar, estudar,
18:38capacitar os seus funcionários.
18:40Eu estava lendo também uma matéria
18:42de um dos maiores donos
18:44das casas noturnas do Brasil,
18:45e ele fala que isso é muito comum,
18:47realmente,
18:48de uma casa noturna,
18:49ser um espaço que tem muito álcool,
18:51enfim,
18:52às vezes tem casas noturnas
18:53que nem colocam segurança
18:54na área VIP da casa noturna,
18:56porque aquela área VIP,
18:57ela já é paga pelos empresários,
18:59eles já querem se sentir mais à vontade
19:00para fazer o que quiserem com as mulheres,
19:03querem bebedar, enfim.
19:04Então, ele estava contando pelo viés
19:06de um dono de casa noturna,
19:07que é muito comum, realmente,
19:08as pessoas, enfim,
19:10comprarem a casa noturna
19:11para cometerem crimes e tudo mais.
19:13E quando a gente traz esse procedimento,
19:16como lidar, então,
19:17como que as casas noturnas podem lidar,
19:18como que a gente pode treinar
19:19melhor os funcionários,
19:21isso pode ser muito benéfico
19:22para a gente poupar as mulheres
19:24nesse tipo de situação,
19:25ou se elas, infelizmente,
19:26passarem por esse tipo de situação
19:27para que os culpados sejam condenados,
19:30que a gente tenha uma justiça eficiente no Brasil,
19:32que a gente vê que muitas vezes não é,
19:34como foi o caso, infelizmente,
19:35da Mariana Ferrer em Florianópolis.
19:38Anny, tem uma reportagem recente
19:42da revista Time,
19:43cujo foco é a Irene Monteiro,
19:45de quem já falamos,
19:46a ministra espanhola da Igualdade,
19:48que fala da lei do...
19:50Sim, naturalmente,
19:52fala dos pontos positivos,
19:53como esse que possibilitou
19:54a detenção e a prisão do Daniel Alves,
19:57mas fala de consequências,
20:00de pontos problemáticos,
20:02aparentemente, não bem pensados
20:03pelos legisladores na hora da aprovação.
20:06Eu vou ler um trechinho
20:07dessa reportagem da Time.
20:10Muitos saudam a lei,
20:11do Só Sim e Assim,
20:12que também criou um fundo
20:13para sobreviventes de violência sexual
20:15e estabeleceu centros de crise
20:17em toda a Espanha.
20:19Mas logo depois que a lei entrou em vigor,
20:22ficou claro que ela estava provocando
20:23uma grande e aparentemente
20:25não intencional repercussão.
20:28Alguns infratores condenados anteriormente
20:30estavam tendo suas sentenças reduzidas.
20:33Eles ouvem um professor de direito penal
20:35da Universidade de Málaga,
20:37chamado José Luiz Dias.
20:39E ele diz,
20:39eles criaram um único marco penal
20:41onde antes havia dois.
20:42Então, se antes a agressão sexual
20:44com penetração era punida
20:45com pena de seis a doze anos
20:47e o abuso sexual com penetração
20:49de quatro a dez,
20:50agora todos esses crimes
20:52passaram a ser punidos
20:53com pena de quatro a doze anos.
20:55Prossegue a revista Time.
20:57Na Espanha, como em muitos países,
20:59as mudanças nas diretrizes
21:00de condenação podem ser aplicadas
21:02retroativamente.
21:03E não demorou muito
21:05para que criminosos sexuais condenados
21:07começassem a recorrer aos tribunais
21:09para que suas sentenças fossem revistas.
21:12Até a publicação desta matéria,
21:14que saiu 16 de fevereiro também,
21:16cerca de 500 desses criminosos
21:18tiveram o tempo de prisão reduzido
21:20e mais de 40 que já haviam cumprido
21:23as novas penas foram libertados.
21:25Então eu queria te perguntar,
21:26como advogado, inclusive,
21:27não só como representante do Lola,
21:32como vocês fazem,
21:33como vocês pensam
21:34para evitar que uma mudança benéfica,
21:37interessante na legislação
21:39tenha consequência,
21:40vista como um todo,
21:42acabe tendo consequências,
21:45efeitos colaterais
21:46ou não previstos, indesejados?
21:48Perfeito.
21:49Então quando a gente traz
21:50para o cenário do Brasil,
21:51a realidade é um pouco diferente.
21:53Primeiro que onde foi aprovado,
21:54por exemplo, em São Paulo
21:55com a vereadora Cris Monteiro,
21:57a gente está falando
21:58só sobre o protocolo,
21:59a gente está falando
22:00sobre a parte penal e criminal,
22:02porque isso é competência
22:03no Congresso Nacional,
22:04então não tem como um vereador,
22:06um deputado estadual
22:07alterar a legislação criminal.
22:09O crime é o mesmo,
22:10vai continuar sendo
22:11o que a vereadora trouxe
22:13no caso de São Paulo,
22:14são só um protocolo
22:15de como a casa noturna
22:16deveria agir,
22:17como a casa noturna
22:18deveria ser treinada
22:19para que o imprador
22:20seja condenado ao crime.
22:22E um outro ponto também
22:23que você comentou sobre a Espanha,
22:25que não acontece no Brasil,
22:27é essa retroatividade da lei.
22:29Então ainda que houvesse
22:30essa divergência no Código Penal,
22:33no Brasil,
22:33de acordo com os nossos
22:34princípios constitucionais,
22:35isso não seria aplicado
22:36às pessoas que cometeram
22:37um crime anterior
22:38à alteração de lei.
22:40Não retroage, né?
22:41É, não retroage.
22:42Mas ainda assim,
22:44eu acho que a gente consegue
22:45até aprender
22:46com esse exemplo da Espanha,
22:48para que caso isso venha
22:50algum dia a ser alterado,
22:51não só necessariamente isso,
22:52mas quando for alterado
22:54algum número de penas,
22:56enfim,
22:56essa parte da dosimetria,
22:58que isso não seja,
22:59obviamente, benéfico
23:00àqueles que já cometeram.
23:01Enfim,
23:02a gente tem que aprender
23:03com o erro dos outros países.
23:04Mas eu acho que no caso do Brasil,
23:05até com as iniciativas
23:06que estão sendo protocoladas,
23:07a gente não vai acontecer
23:08e nem teria como acontecer
23:10se fosse levado
23:10para o Congresso Nacional.
23:13Joia.
23:14Enê,
23:14eu só lembrei aqui,
23:15a gente estava falando
23:16dos protocolos,
23:17então,
23:18de como lidar com as mulheres
23:19que são vítimas de abuso
23:20nas casas noturnas da Espanha,
23:23aqui em São Paulo,
23:25a gente tem um protocolo
23:26muito eficiente nos ônibus,
23:27não sei se aí em Curitiba
23:29tem também,
23:30mas quando uma mulher
23:32sofre algum tipo de abuso,
23:35ela aciona o cobrador
23:37ou o motorista,
23:39o ônibus estaciona,
23:41desce todo mundo
23:42e eles chamam a polícia
23:44e segura o sujeito
23:45dentro do ônibus.
23:46Excelente.
23:47É um protocolo que funciona.
23:50É uma ótima medida.
23:51Em alguns países,
23:52não sei se tem
23:54em alguns lugares do Brasil,
23:55talvez sim,
23:56mas eu não tenho certeza,
23:57mas que tem vagões de trem
23:59ou espaços de ônibus
24:00reservados só para as mulheres,
24:02eu acho que...
24:02Rio de Janeiro.
24:03Rio de Janeiro tem,
24:04é verdade,
24:05estava lembrado
24:05que tinha algum lugar do Brasil,
24:06então,
24:07acho que é uma alternativa também,
24:08já que isso acontece
24:09com frequência
24:09no transporte público,
24:11infelizmente,
24:12e aí,
24:13às vezes,
24:13a gente tem que tomar
24:13as chicas de medida.
24:15Joia.
24:15Voltando para a Espanha,
24:19a gente falou, então,
24:20da Irene Monteiro,
24:21que é essa ministra da Igualdade,
24:24e a Irene,
24:25ela integra o gabinete
24:27do Pedro Sanches,
24:29o Pedro é um primeiro-ministro
24:32da Espanha,
24:33já acho que desde 2018,
24:35e uma das coisas
24:36que chamaram a atenção,
24:37quando o partido dele ganha,
24:40o Partido Socialista Espanhol
24:41ganha as eleições
24:43e monta um governo,
24:45é a quantidade
24:46de mulheres
24:47dentro do gabinete dele.
24:50Joel,
24:50você pode botar
24:51a foto,
24:53o gabinete que a gente tem aí,
24:54eu não achei o primeiro,
24:55mas esse daí
24:56é o de 2020.
24:59Peguei uma ainda aqui,
25:00estava todo mundo
25:01sem máscara,
25:02mas dá para a gente ver
25:04claramente
25:04que tem muito mais mulher
25:06do que homem.
25:07Eu vi que no primeiro
25:08gabinete dele
25:09eram 11 mulheres
25:11e 6 homens,
25:13então,
25:14não é que ele está
25:15tentando chegar
25:16nos 50%,
25:17o Pedro,
25:18ele já tem
25:20muito mais mulher
25:21do que homem.
25:23Anne,
25:23como é que você vê
25:24essa coisa
25:25de ter um gabinete
25:28mais diverso?
25:31Olha,
25:31eu acho que é super interessante
25:33a gente começar
25:34a falar sobre isso.
25:35Eu sempre gostei muito
25:36de política,
25:36gostava de participar,
25:37mas não tinha muitas referências,
25:39não acompanhava
25:40quando eu era criança,
25:41no caso,
25:41não sabia que era
25:42uma opção de carreira possível,
25:44porque quando a gente
25:44vê na TV,
25:45a gente vê mais os homens
25:46de cabelo branco,
25:47engravatado,
25:47eles são os políticos,
25:48e com o passar do tempo
25:50eu fui estudando,
25:51fiz a direita,
25:51inclusive por conta
25:52desse meu interesse
25:53pela política,
25:54e descobri que sim,
25:55podia ser uma carreira
25:55para mim,
25:56que sim,
25:57existem várias outras
25:57mulheres na política,
25:59e que às vezes
26:00a gente também precisa
26:01incentivar a participação
26:02dessas mulheres,
26:03contratar mulheres,
26:04eu fui candidata
26:04nessa última eleição
26:06de 2022,
26:07eu fui candidata
26:08a deputada estadual,
26:09tive uma coordenadora
26:10de campanha,
26:11mas antes disso
26:11eu também fui coordenadora
26:12de campanha
26:13de uma outra candidata,
26:14então é muito legal
26:15quando a gente vê
26:15as mulheres
26:16querendo se candidatar,
26:17e não só se candidatando,
26:18mas chamando outras mulheres
26:19para compor,
26:20para participar,
26:21trabalhei também,
26:21como também sabe,
26:22no gabinete da vereadora
26:23Indiara,
26:24até na campanha dela,
26:26também aparecia
26:27essa foto
26:28do primeiro-ministro,
26:29porque eu era
26:30coordenadora,
26:32e tinha uma série
26:33de outras mulheres
26:33que tocavam a campanha,
26:35tinha um ou dois homens,
26:36assim,
26:36então ela falava,
26:37nossa,
26:37mas que curioso,
26:38faltam os homens
26:39no gabinete de vocês,
26:41e fluiu muito bem,
26:43até o procedimento
26:44que ela usava
26:44para contratar as pessoas
26:45era por processo seletivo,
26:47que é uma prática
26:49do Partido Novo,
26:50geralmente eles contratam
26:51por processo seletivo
26:52para olhar a competência,
26:53não o gênero,
26:54mas claro que se tem
26:55a oportunidade
26:56de atrair mais mulheres,
26:57que é o que o Lola
26:58busca fazer,
26:59também montar esses grupos,
27:00montar os núcleos,
27:01ligar voluntárias
27:02com candidatas
27:03em período de eleições,
27:05falar também sobre
27:06mulheres que doam
27:07para a campanha,
27:07é algo que a gente busca,
27:09porque geralmente
27:09os financiadores
27:10são muito mais homens,
27:11mas as mulheres
27:12a gente sabe
27:12que elas têm interesse,
27:14elas querem participar
27:15da política,
27:15às vezes não tem
27:16tanto espaço,
27:17e um dado interessante
27:18também,
27:18até depois da campanha,
27:20que eu passei a refletir,
27:21estudar mais sobre
27:22essa situação
27:23da participação
27:24feminina na política,
27:25não só em gabinete,
27:26mas nos mandatos,
27:27é que às vezes
27:28as mulheres,
27:28elas saem como candidata
27:30e não ganham,
27:31a gente vê que a gente
27:31tem 30% de cota
27:32no Brasil,
27:34para gênero,
27:35e a gente tem
27:36muito menos de 30%
27:37de mulheres eleitas,
27:38por que será
27:39que isso acontece?
27:40Depois que eu participei,
27:41eu passei a prestar
27:42mais atenção ainda
27:43para esse lado,
27:44eu percebi que as mulheres
27:45também são ausentes
27:46dentro dos diretórios
27:48de partidos políticos,
27:49ou seja,
27:49quem vai estar montando
27:50a chapa
27:51vão ser os homens,
27:52que em geral
27:53estão nos diretórios,
27:54a grande maioria
27:54dos partidos hoje
27:55são presididos
27:56pelos homens,
27:57e as mulheres,
27:58elas apesar de serem
27:59filiadas,
27:59hoje elas apresentam
28:00salvo engano,
28:0146% dos filiados
28:03em partidos políticos,
28:04elas não estão montando
28:05o chapa,
28:05elas não estão decidindo
28:06dentro dos partidos,
28:08elas só saem lá
28:08para cumprir os 30%
28:10quando alguém
28:10solicita para elas,
28:11e nem explica muitas vezes
28:13como funciona
28:14uma eleição,
28:15enfim,
28:15como que ela pode
28:15arrecadar mais fundos,
28:17como que ela faz
28:17ter uma candidatura
28:18viável para ser eleita,
28:20só colocam ela
28:20para concorrer,
28:21e às vezes
28:22sem muito conhecimento,
28:23elas acham que estão
28:23concorrendo com viabilidade,
28:25mas não estão,
28:26elas estão montando lá
28:27a cauda
28:27para eleger
28:27alguns dos caciques.
28:29Enfim,
28:30a gente pode ficar
28:30conversando por hora
28:31sobre esse tema
28:32que eu gosto bastante,
28:33acho que tem bastante
28:33complexidade por trás dele,
28:35faz hoje a gente ver
28:36poucos gabinetes
28:37como esse,
28:38mas eu vejo que
28:38aos poucos
28:39a sociedade está
28:40compreendendo mais,
28:41que a gente tem
28:41debatido mais
28:42sobre esse assunto,
28:43tem surgido mais grupos,
28:44mais iniciativas,
28:46mais candidatas,
28:47mais equipe
28:47femininas
28:48para suprir realmente
28:50e trazer
28:50mais representatividade
28:52feminina
28:52na política.
28:54Tá,
28:54Anny,
28:55agora você
28:55trabalhando
28:56num gabinete
28:57formado mais
28:57por mulheres
28:58é diferente?
29:00Imagino que tenha
29:01menos aquele
29:02mansplaining,
29:03quando o homem
29:04interrompe a mulher,
29:05é diferente?
29:07Perfeito,
29:08eu,
29:09então,
29:09antes de trabalhar
29:09no gabinete,
29:10trabalhei numa campanha,
29:11então eu consegui
29:12desde o início
29:14ver a Indiara,
29:15a vida da Oruquinha,
29:16trabalhei,
29:17dando toda a leitura
29:17possível para as mulheres
29:18e quando eu estava
29:19na Câmara
29:20como chefe de gabinete,
29:21eu também era muito jovem,
29:22os outros chefes
29:23de gabinetes,
29:24eles eram mais velhos
29:25e a maioria deles
29:26homens,
29:26enfim,
29:27de cabelo branco,
29:27aquele estereótipo
29:29e eu via que era
29:30um ambiente diferente,
29:31que às vezes a gente ia,
29:33enfim,
29:33negociar,
29:34articular alguma coisa
29:35e eu era olhando,
29:36ué,
29:36mas você é tão jovem
29:38assim,
29:38mas está discutindo
29:40realmente,
29:40você está chefiando
29:41um gabinete?
29:42Então a gente percebe
29:43que o fato da Indiara
29:45ter me dado a abertura
29:46já muda bastante coisa,
29:48ter confiado mais
29:49em mulheres,
29:49a gente conseguia
29:50levar essas mulheres
29:51para outros lugares,
29:52enfim,
29:53discutir com
29:53os homens mais velhos,
29:55mas realmente
29:55no gabinete da Indiara
29:57em específico
29:57era um clima muito bom,
29:59muito leve,
30:00de muito respeito,
30:00às vezes quando a gente
30:01ia discutir com outros partidos,
30:03enfim,
30:03outras coisas,
30:04nunca fui desrespeitada
30:05pelo fato de eu ser mulher,
30:06assim,
30:06alguém falou com clareza,
30:08mas eu percebia
30:09um clima diferente,
30:11às vezes a pessoa
30:11duvidava um pouco,
30:13ah,
30:13demorava para
30:14ter confiança
30:15no que eu estava falando,
30:16mas por não estar
30:18ambientado também,
30:19por não,
30:20enfim,
30:20está acostumado
30:21com tantas mulheres
30:22ocupando esses espaços.
30:25Anny,
30:25eu queria te fazer
30:26uma pergunta mais geral
30:27sobre o feminismo liberal,
30:29mas antes dela
30:30eu vou pedir que o Joel
30:31solte aqui um vídeo
30:32que a gente tem
30:32da Irene Monteiro,
30:34que é essa ministra espanhola
30:35da Igualdade,
30:36que é um dos grandes nomes
30:37por trás da lei
30:39do só sim é sim
30:40e da lei da licença menstrual.
30:41Solta o vídeo,
30:42Joel,
30:42depois eu venho com a pergunta
30:43para a Anny,
30:44por favor.
30:44Então esse é o vídeo curto
31:11da ministra espanhola
31:12Irene Monteiro falando
31:13e a pergunta
31:14que eu queria fazer
31:15para a Anny,
31:15frisando muito
31:16que eu não tenho
31:16lugar de falar nisso,
31:17eu quero ouvir
31:18o que você tem a dizer,
31:20me parece,
31:22como leigo,
31:23digamos,
31:23que há um discurso feminista
31:24bastante disseminado
31:26que ao que parece
31:27é muito anticapitalista,
31:29que o patriarcado
31:30a que a Monteiro
31:30se referiu
31:31é indissoluvelmente
31:33ligado ao capitalismo,
31:34você tem que derrubar
31:35o capitalismo
31:37para derrubar
31:37o patriarcado,
31:38não se pode ser feminista
31:40sem necessariamente
31:42ser de esquerda,
31:44feminismo e direita,
31:46direita liberal
31:47ou outras
31:48são contradições,
31:49são feminismo,
31:50um tipo de feminismo
31:51de que os homens gostam
31:52e tal.
31:53Eu queria saber
31:54como vocês
31:54que se apresentam
31:55como feministas
31:56e liberais
31:57lidam com essas críticas
31:59do feminismo
32:02mais à esquerda
32:03e se dá para mensurar
32:04nas redes sociais
32:06de vocês
32:07ou de outro modo
32:08se vocês recebem
32:09mais críticas
32:10de homens
32:11ou de mulheres
32:12estando no Lola
32:13que é um movimento
32:13que se propõe
32:14a ser feminista
32:15e liberal.
32:17O feminismo
32:18que a Irene
32:19citou
32:20e ele geralmente
32:22é difundido
32:23pelas massas
32:23e quem está
32:24nas passeatas
32:26é o feminismo
32:26marxista
32:27basicamente.
32:28O que acontece?
32:29Ele coloca
32:30Marx,
32:31ele traz justamente
32:31a questão da luta
32:32de classes.
32:33Então a gente está falando
32:34de um feminismo
32:35que muitas vezes
32:36assim como a gente
32:37pega da fala
32:38da Irene
32:39coloca as mulheres
32:41contra os homens
32:42numa rivalidade
32:43que se os homens
32:44como se fosse
32:45uma conta de soma zero.
32:46Então para as mulheres
32:47vencerem
32:48os homens
32:48precisam se diminuir.
32:49Esse é um ponto
32:50que a gente é muito crítico
32:52a gente não quer separar
32:53em dois grupos
32:54em dois coletivos
32:55até porque o Lola
32:56e os liberais
32:57a gente enxerga
32:58muito o indivíduo
32:59o indivíduo é mais importante
33:00que o coletivo
33:01a gente não gosta
33:02de separar em classe
33:03sejam ricos e pobres
33:04sejam homens, mulheres
33:04sejam brancos e negros.
33:06É um indivíduo
33:07que a gente fala
33:08existe até uma frase
33:09famosa da Anne Wayne
33:10que fala que a menor
33:11minoria da terra
33:12é o indivíduo
33:13e é justamente
33:13o que a gente prega
33:14por isso que a gente
33:14é tão crítico
33:15esse é um dos pontos
33:16mas um outro ponto
33:17que também faz
33:18com que a gente
33:18seja muito crítico
33:20ao feminismo marxista
33:21é a falta
33:22da liberdade econômica
33:23eles realmente
33:24acreditam
33:25que o que prejudica
33:26as mulheres
33:26é o capital
33:28é o capitalismo
33:29e o que a gente
33:29depende é muito
33:30pelo contrário
33:31as mulheres
33:31elas começaram
33:32a ter mais independência
33:34e conseguir
33:34construir mais espaços
33:36quando elas tiveram
33:37direito ao contrato
33:38de propriedade
33:39então elas tinham
33:40a própria propriedade
33:41privada
33:42e disso elas conseguiam
33:43produzir mais riqueza
33:44elas conseguiam
33:45entrar no mercado
33:45de trabalho
33:46elas conseguiram
33:46negociar com os homens
33:47porque afinal
33:48agora elas tinham
33:49dinheiro
33:50elas tinham capital
33:51esse é o pilar
33:52que pelo nosso viés
33:54pelo viés do Lola
33:55pelo viés do liberalismo
33:56faz com que as mulheres
33:57tenham mais dependência
33:59a liberdade econômica
34:00a gente vê
34:01as mulheres
34:02cada vez mais
34:03independentes
34:04quando cada vez
34:05elas são mais ricas
34:06às vezes tem mulheres
34:06que elas ficam dentro
34:08de um relacionamento
34:09abusivo
34:09elas não conseguem
34:10se divorciar
34:10porque elas têm
34:11uma dependência
34:11econômica de um homem
34:13isso é muito pior
34:14quando a gente tem
34:14uma dependência
34:15econômica do Estado
34:17ou quando o Estado
34:18como é o caso
34:19do Estado brasileiro
34:19e de vários outros
34:20ele é tão grande
34:21tão gigante
34:22que ele coloca
34:23tanto tributo
34:23e tanta dificuldade
34:24que a gente não consegue
34:26se desenvolver
34:26a gente não consegue
34:27criar riqueza própria
34:28tudo a gente tem
34:29que dar uma parcela
34:30para o governo
34:30e é isso que a gente
34:31defende
34:32então a redução do governo
34:33a redução do tributo
34:34mais liberdade econômica
34:35igualdade entre as classes
34:37no caso
34:37não tem homens
34:38versus mulheres
34:39somos uma sociedade
34:41trabalhando juntos
34:42homens e mulheres
34:42para conseguir
34:44atingir esse fim
34:45e às vezes tem até
34:46situações mais extremistas
34:48das rádio FEM
34:49que chamam
34:50as feministas radicais
34:51que elas criticam
34:52o uso de salto alto
34:54por exemplo
34:54porque falam que
34:55isso dificulta
34:57a mobilidade
34:58da mulher
34:59isso faz com que
35:00elas sejam
35:01inferiores aos homens
35:02uso de maquiagem
35:04esse tipo de coisa
35:04que foi o capitalismo
35:06que trouxe
35:06para nós mulheres
35:07e nós liberais
35:09defendemos isso
35:10a gente acha que
35:10isso é uma arma
35:12da mulher
35:12a gente se
35:13enfim
35:13consegue crescer
35:14através desse tipo
35:16de situação
35:17que o capitalismo
35:18nos trouxe
35:18o uso de bolsa
35:19também
35:19uma vez eu li um artigo
35:20criticando o uso
35:21de bolsa de lado
35:22porque diz que isso
35:22dificulta a vida
35:24da mulher
35:24mas se você vai
35:25conversar com as mulheres
35:26elas adoram usar bolsa
35:27isso a gente consegue
35:28carregar tudo
35:28para onde a gente quiser
35:29dentro da nossa bolsa
35:30por que isso é algo negativo
35:32e esse é o feminismo radical
35:34que traz para a gente
35:35e aí a pergunta final
35:37foi sobre se a gente
35:37é criticado mais
35:38por homens e por mulheres
35:39a gente tem que receber
35:40críticas de todos os lados
35:42eu acho que é bem comum
35:43quando a gente traz
35:44um posicionamento
35:45um pouco diferente
35:46receber crítica
35:47mas é bem grotesco
35:50quando a gente vê
35:50as críticas de feministas
35:52até no começo
35:53da conversa
35:54antes de começar a gravação
35:55a gente estava falando
35:55sobre uma situação
35:56que a vendedora
35:57que eu trabalhei
35:58foi atacada
35:58por um grupo de esquerda
35:59numa ironização
36:00comentários muito machistas
36:02e foi algo que mobilizou
36:04muito assim
36:05no Twitter
36:05muita gente se solidarizou
36:07com ela
36:07mas a gente não viu
36:08nenhum grupo de esquerda
36:09falando sobre isso
36:11falando que foi realmente
36:12um caso machista
36:13só via pessoas de direita
36:16para não dizer
36:16ninguém teve
36:17a deputada
36:18a deputada
36:18se solidarizou
36:19com a vendedora
36:20interna
36:21mas de resto
36:22a gente não via
36:22daí passa um dia
36:24acontece alguma coisa
36:24com uma mulher de esquerda
36:25daí todo mundo se mobiliza
36:27daí sim que é machismo
36:28daí sim que é violência política
36:29no caso da Indiara
36:30que é uma parlamentar de direita
36:32não
36:32então isso é triste
36:34porque eu acho que
36:35a gente tem que unir forças
36:36tem situações que acontecem
36:37a mulher seja de direita
36:38de esquerda
36:39como enfim
36:40no caso que a gente estava falando
36:40de violência sexual
36:42e se a gente não tem os grupos
36:43que realmente defendem
36:44mulheres trabalhando pela pauta
36:45a gente vai prejudicar
36:46todas as mulheres
36:48a gente vai prejudicar a sociedade
36:49Anne, você citou aí
36:52a Anne Rand
36:53e aí eu fiquei intrigado
36:55para saber quais são
36:56os ideólogos
36:57do liberalismo feminino
36:59eu despreendo
37:02do que você falou
37:02que como o foco
37:03é no indivíduo
37:05os ideólogos
37:07são muitos
37:08dos ideólogos
37:09do liberalismo
37:10mas além deles
37:12tem alguém
37:13que advoga
37:15essa coisa
37:16das mulheres liberais
37:17assim no mundo
37:18ou que seja um exemplo
37:19disso?
37:21Então
37:21o Lola
37:22ele não é um grupo
37:23feminista liberal
37:24ele é um grupo
37:25de mulheres liberais
37:26dentro do Lola
37:26a gente vai sim
37:27ter pessoas que se consideram
37:28feministas liberais
37:29mas a gente vai ter
37:30mulheres que não
37:31se consideram feministas
37:32que enfim
37:33entendem que
37:34falar de feminismo
37:35é falar do coletivismo
37:36e isso é incompatível
37:37mas por isso que
37:38inclusive a gente não
37:39é fechado como
37:40feminista liberal
37:41é só um grupo
37:42de mulheres liberais
37:43e justamente
37:44por ser um grupo
37:45liberal
37:46a gente tem
37:47recorre muito
37:48aos autores liberais
37:49então a gente faz
37:49público de livros
37:50aqui no Paraná mesmo
37:51a gente tocou
37:52um grupo de livros
37:53que durou dois anos
37:53estudando vários autores
37:54Mises, Friedman
37:56a própria Anne Rance
37:57a gente tenta buscar
37:58realmente a filosofia liberal
37:59mas claro que a gente tem
38:00várias referências femininas
38:02a Mary Wolstein Pratt
38:03também é um grande exemplo
38:05a própria Margaret Thatcher
38:06que recentemente
38:07a gente esteve estudando
38:08é um baita exemplo
38:09de liderança feminina
38:10que aplicou
38:11várias
38:12vários viéses liberais
38:14quando ocupou
38:15o cargo político
38:16e enfim
38:17uma série de outras pessoas
38:19inclusive que hoje
38:20são do movimento
38:21as nossas mandatárias
38:22enfim lideranças
38:23que são exemplos
38:25para a gente
38:25Agora imagino que a Simone
38:28de Beauvoir
38:29a francesa
38:30a hora que ela diz
38:30que não se nasce mulher
38:32torna-se mulher
38:33ela quebra essa coisa
38:34de que a mulher
38:36só pode desempenhar
38:38algumas coisas
38:39porque ela é mulher
38:40porque a mulher
38:40pode fazer tudo
38:41embora não seja
38:43uma pensadora liberal
38:44eu acho que ela
38:45abre essa porta
38:46ela tem várias coisas
38:48positivas
38:49a Simone
38:50ela trouxe
38:51uma mentalidade
38:52divergente
38:53mas tem muita coisa
38:54também que ela fala
38:55que é muito criticável
38:56como que eu mencionei
38:57antes
38:57essa questão de
38:58briga entre homem
39:00e mulher
39:00ela coloca muito
39:01homem na sua rivalidade
39:02ela também já trouxe
39:04parte dos estudos dela
39:05em que ela
39:07critica a maternidade
39:09como se fosse algo
39:11prejudicial
39:12para a mulher
39:12enfim
39:13ela não valoriza
39:14tanto a instituição
39:15da família
39:16ela fala que é algo
39:17meio prejudicial
39:18também para o crescimento
39:19da mulher
39:19que de fato
39:20é uma das
39:21percussoras
39:23do feminismo
39:24por si só
39:24que aos poucos
39:25foi se desencadeando
39:26mais da
39:28marxista
39:28então por isso
39:29que apesar
39:30de ela ter quebrado
39:31alguns padrões
39:32e ter trazido
39:33algumas informações
39:34relevantes
39:34ela não é vista
39:36com tão bons olhos
39:37para quem fala
39:39sobre liberdade
39:40econômica
39:40e mulheres
39:41através da liberdade
39:42econômica
39:44quer fazer mais uma pergunta
39:46acho que as minhas
39:47estão feitas
39:47então é isso
39:49super obrigado
39:50pelos esclarecimentos
39:52eu que agradeço
39:54foi muito esclarecedor mesmo
39:56foi bacana
39:57a gente descobriu
39:59o que estava acontecendo
40:00meio que
40:00através do Lola
40:01o que estava acontecendo
40:02na Espanha
40:03então é bom
40:04que vocês estejam
40:04aí também ligados
40:05no que está acontecendo
40:07a hora que aparecer
40:09mais alguma situação
40:10avisa a gente
40:11que a gente corre atrás
40:12é bom aí
40:13a gente ter
40:14você
40:15no Brasil
40:16para ajudar a gente
40:18a entender
40:18o que está acontecendo
40:19também
40:19eu queria fazer
40:21essa oportunidade
40:22e obrigada
40:23mais uma vez
40:24e quem quiser
40:24nos seguir
40:25a nossa página
40:26somos Lola Brasil
40:27no Instagram
40:27onde a gente vai
40:28atualizando
40:29todos os nossos
40:30posicionamentos
40:31e novidades
40:31sobre mulheres
40:32e liberdade
40:33perfeito
40:34jóia
40:35então essa foi
40:36a Anne Dias
40:37e esse
40:38estamos encerrando
40:40aqui o 15º episódio
40:41do podcast
40:42Latitude
40:43todo sábado
40:44às 6 da noite
40:45ou da tarde
40:46nós estamos aqui
40:47comentando
40:48sobre assuntos do mundo
40:49e também
40:50da diplomacia brasileira
40:52Ortega
40:53muito obrigado
40:54obrigado Duda
40:55volto a pedir
40:56a vocês
40:56espectadores do Latitude
40:58que espalhem a palavra
40:59compartilhem
41:01cliquem
41:02para as atualizações
41:04baixem o aplicativo
41:05nesse QR Code
41:06que está aí
41:07no pé da tela
41:08de vocês
41:09enfim
41:09dependemos de vocês
41:11da audiência
41:13de vocês
41:13para que o Latitude
41:14fique conhecido
41:15para que as pessoas
41:16saibam
41:17que aqui
41:17entrevistamos
41:18pessoas
41:18gente interessante
41:20toda semana
41:21e é isso
41:23e faltou o bordão
41:24faltou o bordão
41:25Latitude
41:26um podcast
41:26para situar você
41:27no mundo
41:28muito obrigado
41:29mais uma vez
41:30obrigado a Anne
41:30pela companhia
41:31e pela conversa
41:32e até a próxima semana
41:34tchau
41:35até a próxima
41:35tchau Anne
41:36tchau tchau
42:00tchau
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3:14
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A Seguir
6:40