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O preço do petróleo Brent voltou a ultrapassar os US$ 80 no mercado asiático nesta segunda-feira (23), após os Estados Unidos bombardearem instalações nucleares do Irã. Investidores temem que o Irã reaja bloqueando o Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde passa cerca de 20% do petróleo global. A tensão reacende alertas sobre a segurança energética mundial. Alan Ghani, Deysi Cioccari e Marcus Vinícius de Freitas comentaram.
Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand
Comentaristas: Alan Ghani, Deysi Cioccari e Marcus Vinícius de Freitas

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Transcrição
00:00A gente, ao meu lado, já está o Alan Gani, nosso analista de economia.
00:04Isso porque a gente teve, o Eliseu dizia ali, Gani, que o processo de guerra continua.
00:10Tivemos a informação de um bombardeio na porta da prisão de Evin,
00:14que é uma prisão muito conhecida lá em Teherã, por abrigar presos políticos.
00:18Além disso, guarda revolucionária também.
00:20Então, ao que parece, Israel vai tentando minar um pouco o regime do Ayatollah Ali Khamenei.
00:26Por outro lado, a questão do fechamento do Estreito de Hormuz,
00:29imagino que mexa com os mercados, né, Gani?
00:31Porque lá na Ásia, ações caíram e a gente tem o petróleo em elevação, como já noticiamos por aqui.
00:36É, exatamente. Bom dia, bom dia a toda a nossa audiência.
00:39O petróleo chegou a bater 4%, depois arrefeceu a queda para 2%.
00:45As bolsas operam no negativo, né, na Ásia, na Europa e os futuros nos Estados Unidos.
00:51O mercado ainda não abriu por lá, mas indicam também uma queda.
00:55Agora, a gente esperava uma queda mais acentuada, tanto da Bolsa, como também uma alta mais forte do petróleo.
01:05O que não ocorreu, Nonato?
01:07Provavelmente porque os investidores, eles estão bastante cautelosos e apreensivos em relação à escalada do conflito.
01:16Ou seja, precisando de mais informações para montarem as suas posições de compra ou de venda de ativos.
01:24Mas toda essa questão do estreito de hormos, ela é uma questão vital.
01:2920% do petróleo do mundo passa por esta região.
01:34E se a gente tiver um choque do petróleo, uma paralisação de produção e distribuição,
01:40isso significa aumento da inflação mundial.
01:44Inclusive, aumento da inflação nos Estados Unidos, o que cria um problema para Donald Trump justificar esta guerra para a sua base.
01:53Diga-se de passagem, a base de Donald Trump está bastante dividida em relação a este conflito.
02:00Pois é, a gente segue no tema porque o professor Marcos Vinícius de Freitas e a Deise Siocari estão com a gente nesta manhã.
02:06Professor Marcos, essa situação do Trump, para explicar para a sua base e também internamente,
02:13hoje ele tem uma reunião importante, Eliseu trazia agora há pouco,
02:16é outro processo que a gente tem que acompanhar de perto, à medida em que era uma promessa de campanha não entrar no conflito.
02:23E a gente já observou que os Estados Unidos entraram e tem uma série de consequências, professor.
02:26O presidente Trump vai ter aí algumas dificuldades adiante, porque se nós olharmos para a situação,
02:37a gente pode ter aí a necessidade de uma segunda intervenção.
02:45E isso geraria para ele a dificuldade de ter de pedir autorização para o Congresso,
02:52porque aí já deixa de ser uma operação e passa a ser uma guerra e somente o Congresso americano,
02:59pela Constituição, poderia fazer isso.
03:02Agora, o impacto que a gente observa é que qualquer mudança no mercado global,
03:09hoje em dia em razão da integração das cadeias produtivas, do comércio internacional e da própria globalização,
03:16o que nós vemos é que o mundo está integrado e onde você aperta um lugar tem um reflexo no outro.
03:23Então, o Gani comentou a respeito do impacto inflacionário nos Estados Unidos,
03:28resultante do aumento do petróleo, mas nós não podemos esquecer que isso tem um impacto
03:34em todas as coisas que nós pudermos pensar,
03:36até do fertilizante que é utilizado, as pílulas que nós consumimos,
03:45tudo isso é afetado pela alteração no preço do petróleo.
03:49E todo mundo repassa isso, não é?
03:51Se a China é afetada por isso, ela vai necessariamente ter de repassar isso.
03:56E como a gente vive num cenário de guerra comercial global,
04:01isso vai tornando a situação cada vez mais complexa,
04:07no sentido de que nós não temos alternativas para enfrentar esses problemas de disrupção
04:15de uma maneira que seja economicamente tranquila.
04:18Então, este que é o grande desafio que essa guerra impõe ao mundo inteiro.
04:21Deixa eu chamar a Deise Siocari também para a gente entender
04:25todo esse processo envolvendo o conflito no Oriente Médio
04:29e até que ponto, Deise, na sua avaliação,
04:32Donald Trump pode ser, então, de fato, cobrado pela sociedade americana
04:36à medida que temos aí aumento do petróleo, possibilidade de aumento nos preços também.
04:42Ele teria, na sua avaliação, se arriscado com essa entrada mais incisiva na guerra?
04:48Olha, Soraya, teria se arriscado, sim, mas a gente até comentava sobre isso aqui na semana passada.
04:55Os Estados Unidos, eles são aquele país que dificilmente ficam fora de uma guerra.
05:01Seria curioso a gente ver os Estados Unidos fora desse conflito pela primeira vez.
05:06Mas fato é que o que a gente vê agora é que o preço do petróleo vai subir,
05:11o dólar vai oscilar e o mercado vai ver esses ativos emergentes também sendo cobrados.
05:18Como aqui no Brasil, que a gente vai ter essa oscilação.
05:22Mas fato é que o presidente americano, ele deve ser cobrado
05:25e aqui nos Estados Unidos a gente não vai ver um movimento diferente não, Soraya.
05:29Por que eu digo isso?
05:31Porque o Brasil está vendo toda essa oscilação, todo esse movimento acontecendo,
05:36mas a nossa política externa, ela não se prepara para isso.
05:40Os americanos, eles já estavam nessa reação desde que o presidente assumiu,
05:44desde que esse conflito entre Irã e Israel começou,
05:47mas eles já estavam se preparando para esse movimento.
05:50Os brasileiros aqui, o Palácio do Planalto estava vendo essa reação acontecendo,
05:54mas a gente não se prepara.
05:55A gente estava sempre falando aqui das reações do Donald Trump,
05:58que a gente não se preparava para se movimentar em relação aos gargalos
06:02e é o mesmo movimento que a gente tem agora.
06:04Então essa reação do Donald Trump em relação ao Irã e a Israel vai ter consequências no Brasil,
06:10mas a nossa política externa, ela não se movimenta para preencher esses gargalos.
06:15Alan Ghani, vamos falar da parte econômica nessa história toda,
06:18à medida em que você trouxe informações sobre as ações na Ásia,
06:22preço do petróleo também subindo.
06:25E se esse conflito se prolongar, a gente até comentava aqui fora do ar,
06:29que a tendência é essa por parte dos analistas internacionais
06:33e daquilo que a gente está vendo colocado na mesa de discussão.
06:36Isso pode ter impactos fortes aqui na nossa economia,
06:40que já não andava tão bem, Ghani?
06:43Pode sim, com certeza.
06:44Bom, primeiro porque pode ter uma alta do dólar,
06:48num cenário de aversão ao risco,
06:50por mais que os Estados Unidos estejam envolvidos diretamente na guerra,
06:56neste conflito, o que pode acontecer é que todo mundo corre para o dólar,
07:02o mundo inteiro corre para o dólar,
07:03inclusive o dólar, o DXY, que é o índice dólar perante várias moedas internacionais,
07:08opera em alta, devido a uma aversão ao risco.
07:12O investidor corre também para títulos de curto prazo da dívida norte-americana.
07:16Então, subindo o dólar significa que pega na nossa inflação aqui,
07:21na medida em que nos processos produtivos industriais
07:25há componentes importados, há matérias-primas cotadas em dólar.
07:30Portanto, sobe a inflação.
07:32Além disso, o que acontece também?
07:35Com o aumento do petróleo, como o próprio professor Marcos Vinicius
07:38trouxe anteriormente,
07:41o petróleo é um insumo que é utilizado não apenas para a gasolina
07:46ou para a produção de óleo diesel,
07:48mas para diversos insumos industriais.
07:51Então, a gente toma lá um medicamento,
07:53aquela cápsula ali tem petróleo,
07:55o plástico é petróleo.
07:57Então, há um aumento generalizado nos preços.
08:01Então, significa que pega aqui em cheio na nossa inflação.
08:05O que é um problema,
08:07porque é justamente, Nonato,
08:08o calcanhar de Aquiles do governo federal.
08:10Uma parte da impopularidade do governo
08:14é justificar esta inflação alta e persistente.
08:19Com uma alta do dólar combinada com uma alta do petróleo,
08:22com certeza aumentaria a inflação.
08:25Aumentando a inflação,
08:26dificulta também o trabalho do Banco Central.
08:28Taxa Selic, semana passada, foi para 15%.
08:32Coloca também o Brasil num patamar extremamente restritivo
08:37em termos de atividade econômica.
08:39que o juro é algo bastante importante
08:42para impulsionar a economia.
08:44Mas aí uma combinação de inflação elevada
08:46e taxas de juros elevadas,
08:48evidentemente que leva o país a um cenário
08:51de não crescimento e, por outro lado, com inflação.

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