STF livra Renan Calheiros e Jader Barbalho

O Antagonista

O STF livrou Renan Calheiros e Jader Barbalho nesta quinta-feira (10), arquivando um inquérito que investigava recebimento de propina. No Papo Antagonista, Claudio Dantas e Gabriela Coelho comentaram a decisão. -- Cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL​  Confira mais notícias em nosso site: https://www.oantagonista.com​  Acompanhe nossas redes sociais: https://www.fb.com/oantagonista​ https://www.twitter.com/o_antagonista​ https://www.instagram.com/o_antagonista

Transcript

00:00Posso dar boa noite para a Gabriela Coelho?

00:04Muito boa noite, Gabi.

00:05Bem-vinda ao Papo Antagonista. Tudo bem?

00:08Oi, Cláudio. Tudo bem?

00:10Boa noite a você e a todos que assistem ao Papo Antagonista.

00:13Hoje o Supremo foi bem movimentado na questão da Lava Jato.

00:17Espera aí, espera aí. Calma lá.

00:19Espera lá. Vou fazer igual o Ciro Gomes.

00:22Espera lá, espera lá.

00:25A Gabi é uma simpatia.

00:26Ela vai falar para a gente sobre duas notícias.

00:28Só deixa eu dar aqui a manchete da notícia para a gente abrir o tema.

00:33Por quê?

00:34Justamente nessa conversa toda que a gente está tendo desde o início do programa,

00:37que ela se repete aqui,

00:39você que está achando o Papo Antagonista muito repetitivo,

00:41não reclame do mensageiro.

00:43Reclame da sua política.

00:45Reclame dos seus políticos que todo dia cometem os mesmos equívocos.

00:51O que a gente teve hoje?

00:52Tivemos a conclusão, a formação da maioria,

00:56no caso do STF, que estava analisando a denúncia contra o Arthur Lira,

01:03essa figura maravilhosa que você viu no vídeo ainda há pouco,

01:06e o STF decidiu rejeitar essa denúncia.

01:11Agora sim, Gabi, explica para a gente que denúncia era essa.

01:14Lava Jato e o que os ministros alegaram para não receber essa denúncia,

01:20não transformar o Lira em réu.

01:22quer dizer, jogou no lixo a denúncia que foi apresentada pela PGR.

01:28Oi, Cláudio, agora sim, né?

01:30Pois é, hoje a corte formou maioria para rejeitar uma denúncia apresentada pela PGR

01:35contra o presidente da Câmara, Arthur Lira.

01:38A PGR dizia que ele tinha recebido recursos,

01:43recebido vantagem devida, de um milhão e meio de reais da construtora Queiroz Galvão na Lava Jato.

01:53O relator, ministro Edson Fachin, disse que não havia elementos que comprovassem ato de corrupção,

01:59e ele foi seguido pelos ministros do Supremo.

02:03O julgamento ocorre até amanhã.

02:05Muito bem.

02:09E também tivemos maioria para arquivar um inquérito de Renan Ijader Barbalho lá na Lava Jato.

02:17Que notícia maravilhosa.

02:19Esse caso é decorrente lá da delação do...

02:23da delação não, né?

02:24Das informações que foram denunciadas pelo Delcídio do Amaral.

02:28Não, delação sim, a delação do Delcídio.

02:30Explica pra gente, Gabi, por favor.

02:31Pois é, esse processo foi aberto em 2016,

02:36depois de várias delações premiadas,

02:39e também da delação do senador Caçado Delcídio do Amaral,

02:44e os ministros decidiram que...

02:46eles entenderam que essas delações eram muito frágeis,

02:50e que não poderia, com delações frágeis,

02:54acontecer ainda, dar andamento ao inquérito.

02:58Agora, Cláudio e pessoal de casa,

03:01esses julgamentos são no plenário virtual do Supremo.

03:04O que acontece?

03:05No plenário virtual não tem discussão,

03:08é uma apresentação de votos.

03:10Caso algum ministro peça vista,

03:12ou seja, mais tempo para analisar o caso,

03:14esse julgamento é suspenso.

03:16Caso haja um pedido de destaque,

03:18esse processo vai ao plenário,

03:21e é retomado do zero.

03:23Então, há ministros ainda que podem votar,

03:26e podem pedir vista ou podem pedir destaque.

03:28A gente vai ficar de olho.

03:31Muito bem.

03:32Bom, teve uma reação aqui do Arthur Lira,

03:35com a rejeição da denúncia,

03:36e ele disse que foi alvo de perseguição política.

03:43Eu tive quatro inquéritos arquivados

03:44por causa da delação de um inimigo político.

03:47Isso é mais do que necessário para a gente ver

03:49e pensar direito como funcionaram as delações

03:51na Operação Lava Jato,

03:52e como elas se comportaram no Brasil.

03:55Muito bem, está aí.

03:57Agora, todo, todo, né?

03:59O Lira aproveitando o arquivamento da denúncia

04:04para poder criticar Lava Jato.

04:05E aí, eu vou concordar com você, Lira,

04:08no seguinte sentido.

04:10Mas aí é bom, para você que está nos assistindo,

04:12entender a diferença das Lava Jatos.

04:15O Lira, como é um sujeito com foro privilegiado,

04:20já era um político, já tinha foro privilegiado,

04:23ele foi denunciado pela PGR do Rodrigo Janot.

04:26Que desculpa.

04:27Rodrigo Janot, o que ele cometeu, né?

04:31O que ele cometeu de tropeços,

04:35de erros, não está no gibi.

04:40O Rodrigo Janot,

04:41inclusive o Álvaro diz que iria filiar

04:44o Rodrigo Janot também aí para tentar concorrer.

04:47Eu não sei, eu acho que foi num papo desse aqui.

04:50Eu fiz aqui os meus alertas, as minhas críticas.

04:53Porque o Rodrigo Janot,

04:54ele infelizmente maculou a Lava Jato.

04:57Todo aquilo, toda a história envolvendo a delação,

05:01a denúncia contra o Michel Temer,

05:03essa coisa feita de forma soberbada ali,

05:08sabe, ignorando a tecnicalidade,

05:11a necessária tecnicalidade para você montar

05:13uma denúncia bem feita.

05:15Eu sempre fui crítico das delações firmadas pela PGR.

05:20Sempre fui, nos meus vídeos, nas minhas matérias.

05:23Eu me lembro perfeitamente

05:25na delação do Sérgio Machado, por exemplo.

05:30A delação do Sérgio Machado é uma brincadeira de mau gosto.

05:34Ele livrando ali, protegendo os filhos.

05:36E os filhos, você tinha um filho que era executivo em banco lá fora.

05:39Você tinha um outro que também tinha negócio de imóveis.

05:42Ele, várias provas envolvendo ali a articulação,

05:46o uso dos filhos ali nos negócios privados dele.

05:51E ele fez uma delação em que ele protegeu os filhos

05:53e entregou aí, fez aquelas gravações que a gente sabe,

05:58gravação do Jucá, com aquela história do...

06:00Gravação com o Renan, gravação dessa gente lá,

06:03daquela história do Jucá, que inclusive fala

06:04do fazer um acordão com o Supremo, com tudo,

06:08na época ainda em que se discutiu o impeachment da Dilma Rousseff.

06:11Então, assim, atropelos, vazamentos.

06:16O pessoal fala muito de vazamento da Lava Jato em Curitiba,

06:18mas vazava...

06:20O que vazou de Lava Jato, vazou aqui em Brasília.

06:23Vazou aqui.

06:25Em Curitiba, você tinha os processos sendo protocolados

06:28num sistema eletrônico que você fazia consulta.

06:30Você, o advogado...

06:32Qualquer pessoa podia ir lá fazer a consulta dos documentos,

06:37da busca e apreensão, dos relatórios de inteligência,

06:40das sentenças, da denúncia, da representação, de tudo.

06:45Aqui não.

06:45Aqui ninguém ficava sabendo, porque você não tem o mesmo sistema.

06:48Mas aí, de vez em quando, vazava uma peça para um lado,

06:51para o outro.

06:52Muitas vezes prejudicando uma investigação.

06:54E aí, essas delações feitas de maneira assoberbada,

07:00feitas no atropelo,

07:02muitas vezes, de fato, elas não trouxeram

07:05os indícios mínimos necessários

07:10junto com a corroboração por provas

07:12para poder ter uma condenação depois.

07:16Para poder ter a abertura do processo

07:18para você ter a instrução dele.

07:20Então, aí fica aparecendo até que é uma estratégia,

07:23não sei se consciente ou inconsciente,

07:25de você fazer denúncias frágeis

07:29só para fazer espuma,

07:31para lá na frente essas denúncias serem derrubadas

07:33e isso macular a própria operação.

07:35Então, deveria ter...

07:37As operações que decorreram aí

07:39ou que correram em instâncias diferentes

07:41deviam ter nomes diferentes, né?

07:43Para a gente poder fazer essa diferenciação.

07:45Eu acho...

07:46Muitas vezes eu vejo o pessoal confundindo,

07:48falando que o fulano não sei o quê, não sei o quê.

07:51Falei assim, bicho, espera aí,

07:52mas o fulano nunca foi julgado em Curitiba.

07:56Nunca foi investigado por Curitiba.

07:59Às vezes o negócio era lá no Rio,

08:01às vezes era aqui em Brasília,

08:02às vezes era no Supremo.

08:04Na maioria das vezes.

08:05Aliás, a maior parte dos problemas de condenações

08:08acontecem aqui.

08:10Claro, a gente sabe que muitas vezes

08:12você tem ali uns arquivamentos

08:15que são meio injustificados.

08:16Ah, o inquérito tem que arquivar

08:17porque ficou aberto mais de um ano.

08:19Pô, peraí, mas se não teve diligência,

08:21não teve pedido de diligência,

08:22não teve cumprimento de diligência,

08:24busca e apreensão,

08:25análise de inteligência financeira,

08:28como é que você vai ter os elementos

08:30para que aquilo vá adiante?

08:32Então, você tem várias coisas

08:33que podem inviabilizar uma investigação.

08:36Você tem um inquérito

08:37que pode simplesmente não ser...

08:39Não avançar.

08:40E aí, depois, o ministro vai lá assim...

08:42Ah, o inquérito está parado.

08:43Mais de um ano.

08:44Então, decurso de prazo aqui,

08:46encerro o inquérito.

08:47Ah, essa denúncia veio só com delação.

08:51A delação, por exemplo,

08:52a denúncia lá, a denúncia contra o Aécio,

08:54um dos casos do Aécio,

08:56que vem em delação de executivo da Odebrecht,

09:00de dois executivos diferentes,

09:01você tem duas versões diferentes

09:04dos mesmos delatores,

09:06que assinaram delações em conjunto.

09:09Desculpa se isso aí não é estratégia.

09:12Porque, no mínimo,

09:13você teria que fazer o quê?

09:15Chamar os delatores e falar assim...

09:16Amigo, você delatou uma coisa aqui

09:18que o teu colega aqui

09:20está dizendo que não aconteceu.

09:22E fazer uma acariação.

09:23E se não tiver prova,

09:24um ou outro não tiver prova,

09:26perde os benefícios.

09:28Então, a gente tem que entender

09:29do processo de fato

09:31para saber o que é armado,

09:33o que não é armado,

09:34o que tem interesse que seja derrubado,

09:36o que tem interesse que não seja.

09:37Então, assim,

09:40vem discutir comigo.

09:41Vem discutir comigo,

09:42eu vou explicar.

09:45Dito isso,

09:46a gente passa adiante aqui,

09:48em função disso tudo

09:50que está acontecendo

09:51e desses personagens

09:52voltando à tona.

09:54Por isso,

09:54a minha homenagem ao Titãs.

09:56Bota o Deltan na tela aí,

09:57que o Deltan hoje foi no Twitter,

09:59estava lá realmente revoltado,

10:01foi no Twitter dizer

10:02que o STF garantirá eleições

10:04marcadas pela participação

10:06de condenados.

10:06Aliás, a gente estava comentando isso,

10:08eu falei sobre isso,

10:09acho que umas duas,

10:10três vezes essa semana.

10:11Então, está aí o Deltan,

10:12o Deltan que, olha,

10:13ele fala o seguinte,

10:14ele escreveu lá no Twitter o seguinte,

10:17as eleições de outubro

10:18serão marcadas pela participação

10:20de acusados ou condenados

10:21beneficiados pela leniência do Supremo

10:23nos casos de corrupção.

10:26O ex-coordenador da Lava Jato,

10:27alvo de ataques recentes

10:28aí do Renan Calheiros,

10:29fala em regra do tapetão do STF

10:32e cita como beneficiados,

10:35Aécio,

10:36Eduardo Cunha,

10:37Beto Richa,

10:37Lula,

10:38Ricardo Coutinho,

10:39entre outros.

10:40Nesta semana,

10:41Ginho Argelo entrou na lista

10:42dos beneficiados.

10:44Até 2018,

10:45aí ele cita

10:45um exemplo daquilo que ele chama

10:47de tapetão do STF.

10:50A corrupção política,

10:51quando parte da propina

10:52era investigada,

10:53era investida,

10:55perdão,

10:55nas campanhas,

10:56por meio de Caixa 2,

10:57ela era julgada

10:58pela Justiça Federal,

10:59óbvio,

11:00enquanto o crime de Caixa 2

11:01em si,

11:02ele era separado

11:03e enviado para a Justiça Eleitoral.

11:04Em 2019,

11:05o STF mudou o entendimento

11:07e passou a dizer

11:08que esses casos,

11:10mesmo os crimes de corrupção

11:11em Caixa 2,

11:12deveriam ser julgados juntos

11:13na Justiça Eleitoral.

11:15Nós criticamos isso

11:16demais naquela época.

11:17Por quê?

11:18Porque a Justiça Eleitoral

11:19não foi feita

11:20para fazer

11:21esse tipo de investigação criminal.

11:24Então,

11:24ficou mais do que claro

11:26que isso era uma manobra

11:27para impedir as investigações.

11:29Então,

11:29é muito fácil também

11:30você ver agora

11:31investigações de corrupção,

11:34de desvio de recursos,

11:35de lavar dinheiro,

11:36nas quais parte desse dinheiro

11:38do esquema

11:39foi abastecer o campanha

11:41e aí o juiz manda lá,

11:43não,

11:43isso aqui,

11:44se abastecer o campanha,

11:45não é mais corrupção,

11:46tem que investigar

11:47na Justiça Eleitoral.

11:48A Justiça Eleitoral

11:49pega aquilo lá

11:49e olha assim,

11:50putz,

11:51como é que eu vou investigar

11:52esse negócio aqui?

11:54Manda para a Justiça Federal

11:55de primeira instância,

11:56aí volta.

11:56isso aqui tem que ser investigado

11:59na Justiça Eleitoral,

12:00pá, pá, pá, pá,

12:00prescreve o crime,

12:02o sujeito sai de inocente.

12:04É isso que acontece,

12:06tá bom?

12:07Então, assim,

12:07para quem não sabe,

12:08é isso que acontece.

12:09Abre de novo ali

12:10para eu ler junto.

12:12E aí ele cita,

12:13olha aqui,

12:14a regra do tapetão

12:17já derrubou

12:18as condenações

12:19por corrupção

12:20nos casos de Pasadena,

12:21a Operação Integração,

12:23vou vendo Beto Richo,

12:24o Mensalão Mineiro,

12:25Eduardo Azeredo,

12:25parte da Operação Calvário,

12:27lá do Ricardo Coutinho,

12:28e as condenações

12:29de Eduardo Cunha,

12:30Vacari,

12:30Palocci e Ginho Argelo.

12:33Ele alerta

12:33que a regra do tapetão

12:34pode derrubar

12:35toda a Lava Jato.

12:38Toda a Lava Jato.

12:40Com a anulação

12:40e a demora do Supremo,

12:42políticos contra os quais

12:43pesam fortes provas

12:44de corrupção

12:44seguirão no poder

12:45ou voltarão à cena política.

12:47A mensagem do STF

12:48é de que o Brasil

12:48não é um país sério.

12:49isso precisa mudar.

12:51Então, está aí o recado

12:52do Deltan.

12:54E a gente volta

12:56para a Gabi.

12:56Gabi, o que mais

12:57você tem para contar

12:58para nós,

12:58para nós outros?

13:00Pois é, Cláudio.

13:01As eleições estão chegando

13:03em outubro.

13:04O primeiro turno

13:05está marcado

13:06para 2 de outubro.

13:08E um eventual

13:09segundo turno

13:10para o dia 31

13:11do mesmo mês.

13:13O que acontece?

13:14A partir de janeiro

13:15desse ano,

13:16as pesquisas eleitorais

13:18devem ser registradas.

13:20As empresas

13:20são obrigadas

13:22a registrá-las

13:24no site do TSE.

13:26E agora,

13:28fevereiro,

13:29não tem um calendário

13:30eleitoral feito.

13:32Não existe.

13:33Mas em março

13:34a gente já tem novidade.

13:36De 3 de março

13:37a 1 de abril

13:38acontece a janela partidária.

13:40O que é essa janela partidária?

13:42Quando os deputados

13:44federais, estaduais,

13:46governadores

13:46podem mudar

13:47de partido

13:48sem perder

13:50o mandato.

13:51Então,

13:52a gente vai trazer

13:52mais informações

13:53sobre as eleições.

13:55Fica de olho na gente.

13:56de destruição.

13:57Fica de olho na gente.

13:58Fica de olho na gente.

13:59Fica de olho na gente.

14:00Legenda por Sônia Ruberti

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