No episódio de ontem do programa, o deputado afirmou que a Alemanha não deveria ter criminalizado o nazismo.
Em entrevista ao Papo Antagonista, Kim Kataguiri afirmou que não defendeu a existência de um partido nazista no Brasil, como defendeu Monark.
No episódio de ontem do “Flow Podcast“, o deputado federal disse que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o nazismo.
“Eu não disse no Flow e nem defendo que haja um partido nazista, que nazistas tenham representação política no Congresso Nacional, mesmo porque o nazismo é um projeto criminoso. O PCC não pode abrir um projeto político.”
Kim disse ter defendido apenas que não se pode proibir o acesso a ideias nazistas. Segundo ele, a divulgação é por si só uma forma de combatê-las.
“O que eu defendi ali é o que a comunidade judaica alemã defende, que você não criminalize o acesso ao Mein Kampf, que você não proíba o acesso a obras nazistas. Justamente para que as pessoas tenham contato com aquelas obras, se aprofundando nelas, elas vejam o quanto aquilo é bizarro, antidemocrático.”
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00:00Deixa eu passar primeiro o VT do vídeo, dessa conversa que abriu a polêmica ao longo do dia,
00:08e aí nós voltamos para o nosso debate aqui.
00:11Solta o VT, por favor, produção.
00:15E acho que agora a gente tem um momento em que tem uma mudança, tem mais espaço para a esquerda.
00:20A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical, na minha opinião.
00:23As duas tinham que ter espaço, na minha opinião.
00:25Eu acho que é um pendurinho.
00:26Esse é o meu louco, eu sou mais louco que todos vocês.
00:29Eu acho que o nazista, tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei.
00:33Lembra, liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca a vida do outro em risco.
00:38As pessoas não têm direito de ser idiotas.
00:40O nazismo é contra a população judaica, isso coloca uma população inteira em risco.
00:45De que forma? Quando é uma minoria, não põe.
00:48Vamos falar de holocausto? De que forma?
00:50Mas era quando era uma maioria.
00:53É anarquia, né? Não tem que ter lei, não tem que ter...
00:55Eu acho que dentro da expressão, eu acho que a gente tem que liberar tudo.
00:58Eu não acho que não, termina onde fere a liberdade do outro.
01:01O que é liberdade do outro?
01:02Você injúria a liberdade do outro?
01:04Não, a gente já concordou com isso não, eu tô falando de existência.
01:07A existência de um partido nazista fere a existência da comunidade judaica, por exemplo.
01:13A questão é, se o cara quiser ser um anti-judeu, eu acho que ele tinha direito de ser.
01:19Eu acho que não.
01:19Como não? Você vai matar quem é um judeu?
01:21Anti-vida de outra pessoa, não.
01:23Não, não. Ele não tá sendo anti-vida.
01:25Ele não gosta dos ideais.
01:27Ele não gosta de falar...
01:28Judaísmo não é um sistema de ideais.
01:31Judaísmo é uma identidade.
01:33É também.
01:34É uma religião, é uma raça.
01:36Mas ele é também um sistema de ideais.
01:38Sim, mas quem é anti-judeu não tá falando assim, discordo, dessa parte, do que Abraão disse.
01:43Mas ele pode ser...
01:44Tá questionando a existência daquela pessoa como um todo.
01:47Não, mas é isso a questão.
01:49Questionar é sempre válido.
01:51Questionar a existência nenhuma é válido.
01:53Eu acho que você pode questionar o que você quiser.
02:00Muito bem.
02:01Aí temos um segundo.
02:02Você vê que é a parte que o crime se manifesta em relação à questão da criminalização do partido nazista.
02:09Vamos lá, por favor.
02:12O partido de direita que defende a ditadura de direita deveria ser excluída?
02:16Não, mas esse é o ponto fundamental, Tabata.
02:19Porque eu não acho.
02:19O que eu defendo, e acredito que o Monark também defenda, é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso deve ser, não deve ser crime.
02:31Por quê?
02:32Porque a melhor maneira de você reprimir uma ideia antidemocrática, tosca, bizarra, discriminatória, é você dando luz àquela ideia, para que aquela ideia seja rechaçada socialmente, socialmente, e então socialmente rejeitar o pesado o suficiente nisso.
02:47O Estado e a Alemanha tem criminalizado o nazismo?
02:49Acho.
02:50Sim, vou abrir primeiro para você, porque obviamente você é parte interessada aqui, pegou muito mal todo esse debate, você justificou ali nas redes, foi tirado de contexto, então explica aí qual é o contexto.
03:08O que você tem que dizer, afinal de contas, em dizer que não deveria ser criminalizado o partido nazista, isso dentro de um contexto de uma discussão que estava já ali há vários minutos no podcast?
03:23Muito bem, primeiro que quando a gente estava discutindo crime ou não crime, não era sobre partido, foi um momento diferente.
03:31Eu não disse no Flow e nem defendo que haja um partido nazista, que nazista tenha uma representação política no Congresso Nacional, mesmo porque o nazismo é um projeto criminoso, e projetos criminosos, o PCC não pode abrir um partido político pela mesma razão.
03:48O que eu defendi ali é o que a comunidade judaica alemã defende, de que você não criminalize o acesso ao Mein Kampf, você não proíba acesso às obras nazistas, justamente para que as pessoas entendam o contato com aquelas obras, se aprofundando nelas, elas vejam o quanto aquilo é bizarro, é antidemocrático, o quanto aquilo é desumano, é cruel.
04:09Eu acho que dando luz a essas ideias você consegue expor, você consegue mostrar o porquê que ela deve ser repudiada, o porquê que ela deve ser rechaçada.
04:21Esse é o ponto de vista que eu defendi e infelizmente tem muita gente distorcendo para dizer que eu estava defendendo nazismo, que eu estava defendendo a existência de partido nazista,
04:30quando na verdade toda a discussão, toda a minha construção ali no discurso foi qual que é a melhor maneira de a gente acabar com o nazismo de uma vez por todas, qual que é a melhor maneira de a gente rechaçar, reprimir o nazismo.
04:41Esse foi o teor, esse foi o ponto da minha fala ali no flow.