- 20/06/2025
ASSINE O ANTAGONISTA+ COM DESCONTO: https://urless.in/6M3jH
--
Advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, recebeu pelo menos R$ 2,6 milhões de reais para auxiliar uma banca de São Paulo em supostas investigações internas da Fecomércio. Felipe Moura Brasil conversou com o repórter Fábio Serapião, da Revista Crusoé, que detalhou essa e outras questões.
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL
Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com
Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista
https://www.twitter.com/o_antagonista
https://www.instagram.com/o_antagonista
--
Advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, recebeu pelo menos R$ 2,6 milhões de reais para auxiliar uma banca de São Paulo em supostas investigações internas da Fecomércio. Felipe Moura Brasil conversou com o repórter Fábio Serapião, da Revista Crusoé, que detalhou essa e outras questões.
--
Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL
Confira mais notícias em nosso site:
https://www.oantagonista.com
Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista
https://www.twitter.com/o_antagonista
https://www.instagram.com/o_antagonista
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Agora eu quero falar de um caso que tem tudo a ver com o Flávio Bolsonaro, mas que tem também a sua vida própria, que é o caso de Frederico Wassef, advogado tanto de Flávio quanto Jair Bolsonaro.
00:13E tenho na linha o repórter da Cruz Oé, lá em Brasília, Fábio Serapião. Fábio, boa noite, é um prazer falar com você pela primeira vez.
00:22Boa noite, Felipe. Tudo bom? Boa noite para todos aí que estão acompanhando o seu programa.
00:27Tudo ótimo, Fábio. A gente tem visto o Wassef virar um personagem quase folclórico, exótico.
00:35A cada hora que ele aparece para falar alguma coisa, a gente não acredita nele e a cada hora aparece aí um dinheiro relacionado a ele, ou a ex-mulher dele, ou a empresa dele, escritório dele.
00:48Então o Wassef não tem saído do noticiário. E a Cruz Oé tem trazido à tona várias revelações a respeito dessa figura, que é a figura que tinha posse do imóvel,
00:59onde o Fabrício Queiroz, ex-assessor do Flávio Bolsonaro, estava quando ele realmente foi preso preventivamente, depois é que foi mandado de volta para casa.
01:08E para uma outra casa, não a do Wassef. Então, quais são as últimas do Wassef que você traz para a gente?
01:13Pois é, Filipe. O Wassef ficou conhecido no dia da prisão, mais conhecido, nacionalmente conhecido no dia da prisão, do Fabrício de Queiroz,
01:24porque ele hospedava o Queiroz em um sítio, que era a sede também do seu escritório de advocacia, na famosa Atibaia, no interior de São Paulo.
01:34Esse foi o primeiro caso, ele já era uma figura conhecida do entorno do presidente da república, atuava na defesa do presidente da república, ou pelo menos dizia que atuava.
01:46E depois das buscas e apreensões, no caso do esquema de Rashid no gabinete do Flávio Bolsonaro, ele virou, ele assumiu a defesa do Flávio Bolsonaro.
01:55Depois vem a operação de prisão do Queiroz e ele fica nacionalmente conhecido.
02:00Mas depois, a partir daí, depois dele ficar nacionalmente conhecido, todo mundo voltou aí os olhos para ele
02:06e descobrimos que não é só no caso lá da investigação na alérgica que ele tem algum tipo de relação.
02:13A Cruzoé mostrou desde a semana passada, vem mostrando desde a semana passada, a relação dele aí com a JBS, né?
02:22Ele recebe, o escritório de advocacia dele recebeu mais de 9 milhões, 9,8 milhões de reais da JBS entre 2015 e 2020.
02:33Essas informações foram enviadas num relatório de inteligência financeira, um RIF, produzido pelo COAF,
02:39e foi enviado para o Ministério Público do Rio, depois dele ter sido descoberto que ele era aí o responsável por hospedar o Fabrício de Queiroz.
02:50E nesse relatório estão todas transações suspeitas, classificadas pelos bancos, como suspeitas relacionadas ao Frederico Assef e o seu escritório de advocacia.
03:00Então, o Cruzoé mostrou na semana passada, num primeiro momento, essas transações relacionadas à JBS.
03:06Depois também mostramos que ele atuou na PGR, na negociação da repactuação do acordo de colaboração aí dos delatores da JBS, né?
03:18A Cruzoé mostrou que o próprio presidente da República atuou para que ele fosse recebido na Procuradoria-Geral da República,
03:26pelo Vladimir, pelo Augusto Aras e seus procuradores que trabalham na equipe dele.
03:31E ontem, também, a partir de uma informação que constava nesse relatório de inteligência do COAF,
03:38uma informação que mostrava ali um pagamento recebido pelo escritório do Assef,
03:43de outro escritório de advocacia, de uma advogada paulista chamada Luisa Eluf,
03:49a gente tinha essa informação desse pagamento no relatório e fomos investigar o motivo desse pagamento.
03:55Eis que descobrimos que ele também, o Assef, atuou em outro caso que é muito rumoroso, né?
04:02É rumoroso.
04:03Já tivemos aí, como disse, o caso Queiroz, o caso JBS, e ontem a gente mostrou na Cruzoé que ele também está envolvido,
04:11pelo menos citado, no acordo de colaboração do Orlando Diniz, que é o ex-presidente, o ex-todo-poderoso da Fê Comércio do Rio,
04:18que foi preso na Lava Jato do Rio por conta de suas relações aí com o ex-governador Sérgio Cabral,
04:23assinou um acordo de colaboração premiada e explicou aos investigadores por que é que, durante a sua gestão,
04:31a Fê Comércio gastou mais de 180 milhões de reais com escritórios de advocacia.
04:37Esses gastos são relacionados aí a uma disputa.
04:41Ele tinha uma disputa muito grande com a CNC, com a Confederação Nacional do Comércio, o Orlando Diniz,
04:47para se manter no poder da Fê Comércio, né?
04:50E, para isso, ele contratou as melhores bancas criminalistas aí, advocatistas do país,
04:57entre elas o advogado também do ex-presidente, compadre advogado do ex-presidente Lula, Roberto Teixeira,
05:03pela módica quantia de 68 milhões de reais.
05:07E daí a gente descobriu que essa citação aí do pagamento da Luiz Eluf,
05:11do escritório da Luiz Eluf, para o Asif, tem relação com uma atuação para ele, para a Fê Comércio.
05:18Descobrimos aí, durante essa apuração, que ele recebeu indiretamente da Fê Comércio,
05:23via a Luiz Eluf, para fazer uma investigação interna na Fê Comércio.
05:28Não está muito claro ainda por que que houve essa contratação,
05:32não se tem notícia de que Frederico Asif tem uma expertise nessa área de investigação interna,
05:39mas o fato, e isso nós mostramos ontem, eu, Rodrigo Rangel e Fábio Leite na Cruzoé,
05:45que ele recebeu 2,6 milhões da Luiz Eluf relacionados aí a esse trabalho para a Fê Comércio.
05:53Felipe, isso que a gente mostrou na reportagem de ontem, que foi publicada ontem.
05:57Maravilha!
05:58Fábio Serapião fazendo aí um grande resumo de todas as frentes aí de suspeitas e de obscuridades
06:06relacionadas ao Frederico Asif, advogado de Jair e de Flávio Bolsonaro.
06:10Agora, tem mais uma questão, Fábio, que é a seguinte,
06:14a Cruzoé também mostrou que o Jair Bolsonaro telefonou para a Procuradoria-Geral da República
06:19para pedir que o Asif fosse ouvido lá na PGR,
06:24onde ele foi para defender os interesses da JBS,
06:28portanto, dos irmãos Batistas, que são os donos,
06:33e que estavam preocupados com a rescisão do próprio acordo de colaboração premiada,
06:39aquele acordo que deu muito o que falar.
06:41Na época, o Procurador-Geral da República era o Rodrigo Janot,
06:44foi muito criticado porque os irmãos Batistas não contaram tudo o que sabiam
06:49sobre os esquemas criminosos dos quais participaram, dos quais tinham conhecimento.
06:54Então, o Jair Bolsonaro teria ligado para a Procuradoria-Geral da República,
06:58ligou, de acordo com a Cruzoé, o Frederico Asif foi lá,
07:01defendeu os interesses da JBS, mas foi encaminhado para um subprocurador,
07:07se eu não me engano, você me corrija se estiver errado,
07:09que perguntou se ele tinha procuração e, no momento em que ele disse que não,
07:14o subprocurador despachou ele.
07:17Mas o Jair Bolsonaro teria ligado, inclusive, para esse subprocurador.
07:21Como é que foi essa história, Fábio?
07:22Pois é.
07:24Os colegas de Cruzoé mostraram, após revelar os pagamentos da JBS para o Asif,
07:31eles descobriram também, durante a investigação,
07:33que esses pagamentos, em algum momento, tinham relação com essa atuação dele
07:38na repactuação do acordo de colaboração dos executivos da JBS.
07:43Só para a gente voltar um pouquinho,
07:45como você bem disse, esse acordo foi firmado na época do Rodrigo Janot,
07:49só que depois da descoberta de algumas omissões, ele está aí no limbo.
07:55O STF vai decidir se as provas, se ele é válido, se as provas são válidas,
08:00então a empresa e os delatores estão negociando uma repactuação.
08:05É nesse cenário que entra o Asif.
08:08Em tese, pela nossa apuração, que a Cruzoé publicou,
08:12ele teria, via Jair Bolsonaro, acionado o procurador-geral da República,
08:17Augusto Aras, indicado pelo Jair Bolsonaro,
08:20Jair Bolsonaro muito próximo ao presidente da República,
08:23para ser recebido pelos procuradores que estão atuando nessa repactuação.
08:29A apuração que o Cruzoé mostrou é que ele foi, então, encaminhado para outro subprocurador
08:35que, à época, estava comandando essa repactuação, o José Adonis,
08:40e foi recebido.
08:42O Jair Bolsonaro teria ligado, como você bem disse,
08:46para o próprio subprocurador para falar que deveria recebê-lo.
08:49Só que, quando ele foi recebido, ele não tinha sequer uma procuração da empresa e dos delatores
08:56para participar.
08:58Essa repactuação não é uma questão subjetiva, é uma questão jurídica.
09:03Então, você tem que ter o advogado subestabelecido,
09:06ele tem que ter os poderes para poder falar em nome da empresa.
09:09E ele não tinha.
09:11Quando o subprocurador percebeu isso, encerrou a reunião
09:14e pediu para que ele fosse embora e voltasse quando tivesse uma procuração.
09:19Todos esses fatos jogam luz sobre essa atuação do Frederico Assef.
09:25Já era um assunto de bastidor em Brasília,
09:29essa atuação dele fora dos autos, sem procuração.
09:33Ele mesmo diz que atua muito em inquéritos, atua em processos, mas sem procuração.
09:39Isso, do ponto de vista jurídico, isso não existe.
09:44Ou uma pessoa tem procuração ou ela não pode atuar nos autos.
09:47Não existe isso de não ter procuração.
09:50Então, em todos os casos, mesmo no caso do Flávio Bolsonaro,
09:54do Jair Bolsonaro, em algum momento ele atuava sem procuração.
09:57E depois, no caso do Flávio, ele passou até a procuração,
10:01mas no caso da JBS nunca teve, mas mesmo assim recebeu essa quantia muito alta.
10:06Você conversa aí com outros escritórios de criminalistas conhecidos,
10:13todos falam que é um valor, 9,8 milhões não é um valor para se desconsiderar, né, Felipe?
10:20É.
10:20Então, ele teve essa atuação e agora, depois que Cruzou revelou esses recebimentos,
10:27os delatores e a JBS foram questionados e agora eles vão ter que explicar qual foi o papel,
10:34qual é o papel do Frederico Wassef nesse processo de repactuação
10:39e se ele teve alguma atuação até mesmo na delação, né,
10:43na negociação do acordo de delação dos executivos da JBS.
10:47Pois é, parece uma figura bastante problemática moralmente aí o Frederico Wassef.
10:53E para completar, né, Fábio, ele ainda pagou o urologista do Fabrício Queiroz,
10:58quer dizer, será que deu essa utilidade ao dinheiro recebido pela JBS?
11:03Será que ele pagou alguma outra despesa pessoal do Fabrício Queiroz,
11:06já que pagou essa?
11:07Também tem esse elo aí e um caminho do dinheiro que a gente sempre coloca aí em questão,
11:14porque não se pode desconsiderar que o sujeito está recebendo dinheiro da JBS,
11:19aí o presidente da república pede a PGR como,
11:23num comportamento patrimonialista, confundindo que é público, é privado,
11:26como uma ajudinha, como um favorzinho,
11:27ah, recebe aí meu advogado, que ele tem um interesse aí para tratar.
11:31E enquanto isso, o advogado está também pagando despesa pessoal do ex-assessor,
11:37que parece que sabe demais sobre a família Bolsonaro.
11:40Então é tudo muito suspeito, né, Fábio?
11:42Pois é, o Frederico Assef agora ele conseguiu,
11:47já com a prisão do Fabrício de Queiroz no sítio dele em Atibaia,
11:52ele conseguiu trazer o caso do Rashid, né,
11:55do esquema de devolução de salários na Alerj,
11:58no gabinete do Flávio Bolsonaro,
11:59para muito próximo do presidente Jair Bolsonaro.
12:02Porque o presidente Jair Bolsonaro tinha o Assef como um conselheiro,
12:06como um advogado muito próximo.
12:07E agora, além do caso da Alerj, tem o caso da JBS e o caso da Fê Comércio.
12:15Tudo isso coloca o Frederico Assef numa situação muito complicada.
12:20Assim como o Flávio Bolsonaro, assim como o próprio presidente,
12:23são muitas perguntas aí sem resposta, né, Felipe?
12:26No caso do senador Flávio Bolsonaro.
12:31Por que que o Queiroz pagou mensalidade das filhas?
12:34Por que que os depósitos, como revelou o Cruzoé,
12:37os depósitos em dinheiro na conta dele coincidem com os saques em espécie do Queiroz?
12:44Por que que havia esses vários depósitos de funcionários do gabinete na conta do Queiroz?
12:50Isso do Flávio.
12:51Do Jair, a questão dos cheques, né, para a primeira-dama Michele Bolsonaro,
12:56também revelados por Cruzoé.
12:59No primeiro momento, ao antagonista, ainda em 2018,
13:02quando foi revelado o relatório que deu origem ao caso do Queiroz, né,
13:07ele disse que era 40 mil, né, o empréstimo.
13:10Cruzoé foi lá e mostrou que isso não é bem assim.
13:13São 89 mil reais e cheques que começam a cair na conta dela ainda em 2011.
13:19Aqueles primeiros dos 40 mil eram em 2016, né,
13:22um período um pouco distante.
13:24Tem cheque de 2011, 2012, 2013.
13:27Então, cada vez mais são muitas perguntas sem respostas, né?
13:31Então, eu acho que nos próximos meses aí,
13:35cada vez mais essas perguntas serão feitas
13:38e todo mundo espera que essas respostas sejam dadas, né?
13:41São agentes públicos, são pessoas que foram eleitas pelo povo
13:44e o povo sempre espera aí uma resposta para isso, né, Felipe?
13:49Exatamente, Fábio Serapião.
13:50Muitíssimo obrigado pela sua participação.
13:53Cruzoé aí trazendo informações que mexem com o debate público,
13:57que abalam muitas vezes a República
13:59e que geram reações de retaliação, reações ríspidas, grosseiras,
14:04às vezes estúpidas das autoridades,
14:07como essa do Jair Bolsonaro,
14:08de manifestar a vontade de encher a boca
14:11de um repórter de porrada.
14:14Só falta Frederico Wassef também
14:16manifestar o seu desejo de encher alguém
14:19de porrada por questionar a respeito
14:22dessas informações trazidas à tona, repito,
14:25pela Cruzoé.
14:26Está cheio de veículo aí financiado pelo governo
14:28que não apura nada
14:29e a nossa equipe aqui traz todas as informações
14:31e aqui a gente esmiúça
14:33em programa audiovisual para vocês também.
14:36Boa noite, Fábio.
14:37Bom trabalho para você.
14:38Boa noite, Filipe.
14:39Um abraço.
Recomendado
3:50
|
A Seguir
8:44
13:34
24:05
7:00
1:03:46
5:20