CRÔNICA ANTAGONISTA: Lula é o comandante máximo da destruição de provas

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Transcript

00:00Finalmente, Renato Duque abriu o bico e contou que Lula tinha o comando do esquema de corrupção da Petrobras.

00:05Antes, o ex-diretor da área de serviços da estatal só queria ficar em silêncio.

00:09Foi assim em 2015, na CPI da Petrobras.

00:11Estou exercendo com todo respeito a essa casa o meu direito constitucional ao silêncio.

00:17E também depoimento ao juiz Sérgio Moro.

00:19O senhor prefere falar ou o senhor prefere ficar em silêncio?

00:22Por orientação dos meus advogados, eu permaneceria calado.

00:25Mas dessa vez, Renato Duque soltou o que estava engasgado na garganta,

00:28se disse arrependido, querendo se libertar pela verdade.

00:31Contou que todos do PT sabiam das propinas na Petrobras.

00:35Disse que foi informado pelo então tesoureiro petista João Vacari Neto

00:38que dois terços da propina do esquema na Sete Brasil iam para o PT José Dirceu e Lula.

00:45E finalmente contou que Lula indicou em encontro com ele que queria a destruição de provas,

00:50assim como fez Léo Pinheiro no seu depoimento ao juiz Sérgio Moro.

00:53Então eu fiz uma edição especial alternando os depoimentos de Renato Duque e de Léo Pinheiro,

01:00nos quais eles narram os encontros com Lula, as perguntas que Lula fez e as ordens para a destruição de provas.

01:07Preste atenção.

01:07No momento em que a Lava Jato começou a existir e que ficou claro, através do diretor Paulo Roberto,

01:14que essa investigação poderia alcançar partidos políticos,

01:18alguém lhe procurou para pedir que o senhor tomasse providências,

01:22evitasse que o senhor fosse surpreendido, com documentação, alguma coisa de tipo,

01:27ou que o senhor lhe fez antes da sua prisão?

01:30Eu tive, após a saída da Petrobras, três encontros com o Lula.

01:41Um em 2012, um em 2013 e o último em 2014.

01:47Eu tive um encontro com o presidente, junho, bom, isso tem anotado na minha agenda.

01:57Esse primeiro encontro, se deu em julho de 2012, a meu pedido,

02:02eu conversei com o Vacari que eu queria agradecer pelo período que eu passei na Petrobras.

02:07Ele começou a fazer algumas perguntas sobre a questão das ondas,

02:11uma delas, por exemplo, é porque não tinha sido assinado o contrato ainda,

02:16já que tinha sido aprovado lá em abril.

02:19Falei, presidente, ele sabia que não tinha sido, eu estou fora da empresa, não sei responder.

02:26São vários encontros, onde o presidente textualmente me fez a seguinte pergunta.

02:33Léo, eu notei que ele estava até um pouco irritado.

02:35Léo, você fez algum pagamento a João Vacari no exterior?

02:39Eu disse, não, presidente, eu nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com o Vacari no exterior.

02:46Ficou claro para mim que o nível de informação, ele conhecia tudo.

02:52E falando esse tipo de coisa, na frente do Vacari.

02:56E na minha frente, ele está comandando tudo.

03:03O Vacari realmente era um braço que atuava para o Lula.

03:07Como é que você está procedendo os pagamentos para o PT, através de João Vacari?

03:15Estou fazendo os pagamentos através de orientação do Vacari, de Caixa 2,

03:21de doações diversas que nós fizemos a diretórios e tal.

03:24Aí teve um segundo encontro, que da mesma maneira, ele fez perguntas sobre sondas,

03:34porque não estava recebendo até então, em 2013.

03:40Ele perguntou se eu sabia por que as empresas não estavam pagando.

03:45E eu não soube responder também, porque eu não acompanhava isso.

03:50Você tem algum registro de algum encontro de conta, de alguma coisa feita com o João Vacari com você?

03:56Se tiver, destrua.

03:58E por fim, no último encontro, em 2014, já com a Lava Jato em andamento,

04:04ele me chama em São Paulo.

04:06Eu tenho uma reunião no hangar da TAM, no aeroporto de Congonhas.

04:12E ele me pergunta se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da empresa SBM.

04:23Dizendo que a então presidente Dilma tinha recebido a informação que um ex-diretor da Petrobras

04:30teria recebido dinheiro numa conta da Suíça, da SBM.

04:36Eu falei, não, não tenho dinheiro da SBM nenhum, nunca recebi dinheiro da SBM.

04:43Eu estou te dizendo que há uma certa obscuridade.

04:47Aí ele vira para mim e fala assim, olha, e das sondas, tem alguma coisa?

04:55Eu falei, e tinha, né?

04:58Eu falei, não, também não tem.

05:01Ele falou assim, olha, presta atenção no que eu vou te dizer.

05:04Se tiver alguma coisa, não pode ter, entendeu?

05:08Se tiver, destrua.

05:09Não pode ter nada no teu nome, entendeu?

05:12Se tiver, destrua.

05:13Eu entendi, mas o que eu ia fazer?

05:16Eu não tinha mais o que fazer.

05:19Aí ele falou que ia conversar com a Dilma, que ela estava preocupada com esse assunto

05:23e queria tranquilizá-la.

05:27Próprio da corrupção se dá às escondidas.

05:29Mas, nessas três vezes, ficou claro, muito claro para mim, que ele tinha pleno conhecimento

05:40de tudo e ele tinha o comando.

05:45Certo.

05:46Ponto.

05:46Foi.

05:47Acho que quanto a isso, não tem dúvida.

05:50Eu quero saber a prova efetiva que tem.

05:52Se tiver alguma coisa, não pode ter, entendeu?

05:55Se tiver, destrua.

05:56Eu quero saber a prova efetiva que tem.

05:58Não pode ter nada no teu nome, entendeu?

06:01Se tiver, destrua.

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