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  • 19/06/2025
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Notícias
Transcrição
00:00Então, nessa ação penal 504-652-94, continuidade de depoimento do Sr. José Aldemario Pinheiro
00:13Filho, eu mostrei ao senhor aqui o laudo status de conversas eletrônicas, laudo 1475, evento
00:20303, arquivo com 303, eu até vou lhe passar porque eu tenho uma cópia aqui, essa conversa
00:28na folha 34, que começa ali, acho o maciço, se deslocou e partiu o tubo do ladrão, há
00:35uma continuidade disso, uma afirmação no laudo que seria uma conversa envolvendo o senhor,
00:40o senhor se recorda dessa conversa?
00:42Recorda.
00:43Consta lá, ok, vamos começar quando?
00:48Vamos abrir dois centros de custo, um Zeca Pagodinho, sítio, segundo Zeca Pagodinho, praia.
00:55O senhor pode me esclarecer isso?
00:57O teor desses e-mails tratam do maciço e deslocou, é a questão da barragem entre os dois lagos
01:06do sítio.
01:06A questão da cozinha é porque essas compras foram feitas pela OAS Empreendimento e tinha
01:17sido aguardado que fosse aprovada aquela conversa que eu me referi anteriormente, com a aprovação
01:23dos projetos do sítio e do triplex.
01:28O centro de custo é uma prática da empresa que qualquer despesa tem que ser lançada em
01:32algum centro de custo.
01:33A orientação que foi dada nesse caso do triplex, as despesas eram lançadas no empreendimento
01:43solar.
01:44Mas tinha que ter um centro de custo, por isso o nome Zeca Pagodinho, que se refere a um
01:49apelido que se tinha do presidente que a gente tem nas mensagens, de Brahma, com o Zeca
01:58Pagodinho que fazia a propaganda da Brahma.
02:00O sítio aqui é o sítio de Atibaia?
02:03É o sítio de Atibaia.
02:04Praia aqui, o apartamento do Guarujá?
02:05É o apartamento do Guarujá.
02:07Depois consta ali também em seguida.
02:09Doutor Léo, o Fernando Bittar aprovou junto à Dama os projetos tanto de Guarujá como
02:14do sítio.
02:15Só a cozinha Kitchens completa pediram 149 mil ainda sem negociação.
02:20Posso começar na semana que vem?
02:21É isso mesmo?
02:23Aí o senhor respondeu.
02:24Manda bala.
02:24É o projeto das cozinhas do sítio, que foi feita uma nova cozinha.
02:32Do sítio de Atibaia?
02:33De Atibaia.
02:34E do apartamento triplex.
02:36Como era o mesmo fornecedor, o Paulo apenas estava me perguntando se podia autorizar.
02:42E Dama quem seria?
02:45A primeira dama.
02:46A primeira dama.
02:48A senhora Marisa?
02:49Isso.
02:49Depois consta ali, ainda adiante, conversando com o João Wilson, ele criou dois centros
02:58na Investimentos.
02:59Um sítio, dois praia.
03:01A equipe vem de SSA.
03:02Salvador.
03:03São pessoas de confiança que fazem reformas na OAS.
03:06Ficou resolvido eles ficarem no sítio morando.
03:08A Dama me pediu isso para não ficarem na cidade.
03:11O senhor pode me esclarecer?
03:12O Paulo Gordilho me explicando que eu estou preocupado com quem ia fazer esses serviços
03:18lá no sítio.
03:19No triplex, nós contratamos uma empresa que já trabalhava conosco há muito tempo,
03:24fazendo estandes de venda e ela fez toda a reforma do sítio.
03:29No caso da cozinha, como é uma compra direta com o fornecedor, a kit faz direto.
03:34Não precisa de intermediário nisso.
03:36Não sei se entendi, mas as cozinhas foram instaladas pela OAS tanto no sítio como no apartamento?
03:42São dois projetos de cozinha, do triplex e do sítio.
03:46E foram contratados ao mesmo tempo?
03:49Eu acredito que foram negociadas ao mesmo tempo.
03:52A gente tem uma vantagem de negociação.
03:55Quem pagou essas cozinhas?
03:58Nós quem?
03:58OAS empreendimentos.
04:00No evento 3, arquivo compo 178, tem uma troca de mensagens em 12 de fevereiro de 2014.
04:12Eu vou lhe mostrar aqui.
04:14Você não pode pedir uma passada?
04:16Isso está nos autos, mas pode ser...
04:21Posso passar?
04:22Sim, sim.
04:22O senhor reconhece essas mensagens trocadas com o Paulo Gordilho?
04:40Sim.
04:42Sim.
04:42Consta ali, o projeto da cozinha do chefe está pronto.
04:45Se marcar com a madame, pode ser a hora que quiser.
04:49Ao que ele se referia?
04:54Ele estava se referindo aqui ao projeto da cozinha do sítio.
04:59Eu aí retorno para eles.
05:02Vou confirmar se eles poderiam nos atender.
05:05Seria bom também ver se o de Guarujá está pronto, que era do triplex, para a gente ter
05:11aprovação conjunta dos dois projetos, para poder fazer a compra.
05:16Tá, e daí ele respondeu ali?
05:19Em princípio, amanhã às 19 horas, que foi...
05:22Eu tinha marcado para Paulo e eu não tive nesse encontro.
05:25Mas ele respondeu ali, Guarujá também está pronto?
05:27Pronto.
05:28E aí levou os dois.
05:30O da cozinha.
05:31Isso você referia, então, à cozinha, tanto do apartamento do Guarujá do triplex, como
05:39do projeto do sítio?
05:42Exatamente.
05:43Quem que é a madame aqui que foi referido?
05:46A este primeiro adame.
05:49Obrigado.
05:51Na folha 7 desse mesmo documento do evento 3, comp 178, existem outros extratos aqui,
05:58de uma conversa em 13 de fevereiro de 2014.
06:05Eu vou mostrar aqui para o senhor.
06:11Consola, Léo, está confirmado?
06:13Vamos sair de onde e a que horas?
06:17Isso.
06:18Essa devia ser a visita ao sítio.
06:20Ao sítio.
06:21O Fábio ligou desmarcando.
06:24Quem que é o Fábio é esse?
06:32Realmente, eu não sei se é o filho do presidente.
06:35Eu não...
06:36Esse é o filho do presidente.
06:43O senhor pode entrar mesmo, vem lá.
06:49Ah, perdão.
06:50Pode passar por aqui, então, mais fácil.
06:53Nesse mesmo documento, tem na folha 11 uma outra troca de mensagens que teria ocorrido
07:00em 21 de agosto de 2014.
07:02Começa assim.
07:03Doutor Léo, a previsão de pouso será por volta das 9h40.
07:07Peço para o senhor namoradinho.
07:08Pode passar por aqui.
07:38Essa conversa tratava-se do encontro que a dona Marisa e o filho estiveram no sítio
07:47do Triplex.
07:51Foi por volta dessa época, de 21 de agosto.
07:53Foi em agosto.
07:55Ela retornou ao Triplex para ver a finalização das obras que tinham sido feitas.
08:01Consola lá na última mensagem.
08:03Doutor Léo, alterado para as 10h30.
08:05Falei com o Cláudio, agora falei com o Fábio.
08:07Entre parênteses, filho.
08:08É o filho.
08:09É o filho do presidente.
08:11É o filho do ex-presidente.
08:12Depois, continuando nessa conversa, na folha 12, dessa mesma conversa, tem lá, Dr. Léo,
08:30segue o celular de Dr. Fábio.
08:33Aí tem um número aqui, 9997-39-606.
08:39Esse é o Fábio quem?
08:41Esse é o Fábio, filho do presidente.
08:43Depois, avisa para o Dr. Paulo Gordilho.
08:48Acabei de avisar o Dr. Paulo Gordilho.
08:49Essa era relativa à visita ao...
08:51Ao Triplex.
08:53Igual já.
08:57Aqui, se quiserem vir lá.
08:59Depois peço que me devolvam as folhas, tá?
09:01Quando houve essa transferência do empreendimento Bancop e relativamente a esse imóvel que
09:11lhe foi informado, segundo o senhor disse, que seria do ex-presidente, o imóvel dele no
09:17contrato era 141.
09:19Mas foi lhe dito que o imóvel dele era o Triplex?
09:23Exatamente.
09:23E que eu poderia dispor do 141 para comercializar e foi feito assim.
09:28Mas qual foi a explicação que foi dada ao senhor?
09:30Não, a explicação que foi me dada na época é que já estava acordado entre o João Bacari
09:37e o presidente que eles ficariam com o Triplex.
09:39Mas e por que foi então feito o contato para o 141?
09:42Que não era o Triplex.
09:44Eu não sei lhe dizer.
09:45O senhor não chegou a perguntar?
09:46Não, não cheguei.
09:49Por que a OAS pagava esses valores ao João Bacari, ao Partido dos Trabalhadores, ou no
10:01caso aqui ao ex-presidente?
10:03Por que tinha uma...
10:04Excelência, me desculpe.
10:06Nossa Excelência falou como o caso aqui ao ex-presidente?
10:09Não, a questão dos imóveis, né?
10:11A situação não existe.
10:12Nossa Excelência fez uma pergunta e ele não afirou.
10:16Bem, então vamos retificar a pergunta.
10:18Por que a OAS pagava esses valores, essa conta corrente de créditos do PT com o João Bacari e nos quais, segundo o senhor afirmou, teriam ali compreendido os valores pagos em benefício do imóvel do ex-presidente?
10:33A OAS pagava, primeiro, porque era uma regra de mercado.
10:36Tinha sido estabelecido que em alguns mercados, naquela época, existiria uma contribuição de 1% por parte dos trabalhadores e que o gerenciamento disso seria feito pelos tesoureiros do partido.
10:52Ao longo do tempo, a gente percebe que não era só despesas do partido.
10:59Isso tinha uma amplitude muito maior.
11:01Era de um projeto político e por isso mesmo que os tesoureiros designavam para que a gente fizesse pagamentos os mais diversos possíveis.
11:09Então, os pagamentos que a OAS fez estavam dentro de uma regra que tinha no mercado.
11:20Outras empresas pagavam também?
11:22Na Petrobras, seguramente.
11:26Mas o senhor sabia disso naquela época?
11:27Desde que a gente entrou na Petrobras, eu já sabia que tinha isso.
11:32Eu sabia.
11:33Certo.
11:34E essa regra de mercado era agentes da Petrobras e a parte política, ou não?
11:41O pagamento ao PT era feito aos tesoureiros do PT, não o agente público.
11:49Que eu tenho conhecimento sempre acertado com o João Bagari.
11:52Mas o senhor disse anteriormente que também havia pagamentos a diretores da Petrobras, por exemplo?
11:59Sim.
12:01Isso entrava na mesma equação?
12:03Na mesma regra de mercado?
12:05Na mesma regra de mercado.
12:06As obras que nós fizemos na Petrobras foram sempre em consórcio.
12:10Em todas elas, tinham outras empresas que já faziam isso e já tinham a regra estabelecida.
12:15Algumas outras mensagens que também foram encontradas no celular.
12:21O senhor utiliza a expressão Brahma para se referir a...
12:25O senhor utiliza essa expressão?
12:27Essa expressão se refere a alguma pessoa em particular?
12:30Essa expressão se referia ao ex-presidente Lula por causa de uma propaganda que existia,
12:37que a Brahma era o número um.
12:39Por que que utilizavam, não usavam o nome dele diretamente, usavam o codinome?
12:44Para não expor as figuras públicas e nós tínhamos isso como prática.
12:48Contando uma segunda parte da denúncia, relativamente, aqui segundo o Ministério Público,
13:04que a empresa OAS teria arcado com transporte e armazenagem de bens pertencentes ao ex-presidente,
13:12junto à empresa Graneiro Transportes Elitada.
13:15O senhor se envolveu nesse episódio?
13:16Sim.
13:18O Paulo Camoto me chamou no Instituto Lula em dezembro, novembro de 2010,
13:29no último ano de mandato do presidente.
13:32E me disse que havia uma intenção do presidente de construir,
13:37de viabilizar um museu, que na época ele me falou que se chamava de Museu da Democracia,
13:44contando toda a história da democracia brasileira após a ditadura militar.
13:51E que o presidente tinha recebido, ao longo do período dele no cargo,
13:58diversas condecorações, diversas coisas que não seriam de uso pessoal,
14:04mas que fariam parte do acervo desse museu.
14:08se eu poderia arcar com esse armazenamento e fazer os pagamentos.
14:15E eu autorizei a empresa que fez um contrato com a Graneiro,
14:20e nós pagamos isso durante alguns dois ou três anos, aproximadamente.
14:24Certo. E isso tem alguma relação com aquela conta geral com o Vacari?
14:33Não. Isso foi uma deliberação minha.
14:36Não se tratar de uma coisa pessoal, se tratar de uma coisa que ia para um museu,
14:40eu não achei conveniente misturar essas coisas.
14:42Então, para esses pagamentos, o senhor não entende que havia alguma espécie de ilicitude
14:50ou vantagem devida envolvida?
14:51Eu achei que não. E continuo achando que não.
14:55Certo.
14:56Foi solicitado alguma contrapartida, algum benefício à empresa por conta desse pagamento do Graneiro?
15:03Não. Diretamente, não.
15:07É claro que nós tínhamos uma intenção, porque eu já tinha conhecimento do que o presidente pretendia fazer
15:15quando saísse da presidência e assumisse o Instituto.
15:21E nós tínhamos muito interesse em estreitar mais ainda essas relações,
15:27sobretudo por causa do mercado internacional.
15:28Não, nunca ouvi.
15:58Nunca ouvi essa conversa.
16:01A última solicitação deles, pelo que eu entendi, o senhor me corrija se eu estiver enganado,
16:07foi no sentido de que queriam que o imóvel ficasse pronto até o final do ano, isso?
16:12A dona Marisa Latícia falou comigo, na presença de Paulo Gordilho e do Fábio, o filho dela.
16:19Nessa visita de agosto, me desculpe, Excelência.
16:22O senhor acredita que a sua prisão preventiva em novembro de 2014 acabou prejudicando essa transferência?
16:31Com certeza.
16:33Depois, ou mesmo durante o período que o senhor ficou preso, ou depois que o senhor saiu,
16:40o senhor chegou a levantar informações para ver o que tinha acontecido com a questão do imóvel?
16:44Não, até por causa da decisão do Supremo, eu não mantive mais nenhum contato com a empresa.
16:52Eu estou proibido de ter, antes, quando eu estava solto, de ter qualquer tipo de contato com a empresa ou com o investigado.
17:00Então, eu não procurei saber.
17:01Em algum momento, desde 2009 até 2014, nas conversas que o senhor teve com o senhor ex-presidente, com a família dele,
17:13eles lhe falaram especificamente que eles iriam lhe pagar o preço da diferença do imóvel,
17:19ou o preço dessas reformas de alguma maneira específica?
17:24Não, nunca me falaram, eu também nunca perguntei.
17:27São essas as questões, às vezes eu passo para o ministério.
17:33Obrigado, senhor.
17:39Boa tarde, senhor Zé.
17:40Boa tarde.
17:42Umas questões preliminares aqui, resgatando a parte da denúncia relativa aos dois consórcios que a OES integrou,
17:51consórcio Compar e consórcio René-Sconeste.
17:55Em relação ao consórcio Compar, o senhor recorda, o senhor mencionou aqui que houve um pleito junto ao governo para ser chamado.
18:08O senhor recorda como que foi feito esse ajuste para participar desse consórcio?
18:12Recordo, sim.
18:12Na época, uma orientação que nos foi passada, vocês precisam se associar com uma empresa que já tenha esse cadastramento,
18:23que isso facilita para evitar um processo lento, não um processo rápido.
18:28E quando saiu a concorrência da Repar, eu fui instado pelo diretor-superintendente da OES,
18:38dizendo que era um volume de obras grandes, um plano gigantesco, que nós estaríamos sem poder participar.
18:45Então, eu orientei na época ao diretor-superintendente que se associasse com uma empresa e que nós anunciaríamos claramente ao mercado
18:56que nós participaríamos e não respeitaríamos nenhum tipo de conversa prévia do tal clube que existia na época.
19:05E isso foi feito aí que nos chamaram para fazer parte desse consórcio.
19:10O senhor já tinha conhecimento nessa época, em 2006, de que existia um clube de empreiteiras?
19:17Tinha conhecimento, tinha sim.
19:18O senhor sabe dizer quem que esse diretor da OES procurou?
19:27Não, eu junto com ele, a primeira licitação que estava saindo era um pacote dentro da Repar
19:37e tinha um consórcio da construtora Norberto Aldebrecht com a UTC.
19:45Então, eu tomei a iniciativa de ligar para o presidente da UTC, que na época também era o presidente da ABM,
19:54e uma pessoa que trabalhou conosco, eu fui colega de turma dele de faculdade.
20:00Quem seria?
20:01O Ricardo Pessoa.
20:02Então, eu falei com o Ricardo, eu disse, Ricardo, está acontecendo isso, você como presidente da entidade,
20:07nós não vamos respeitar isso.
20:10Isso eu acho um absurdo, a empresa do nosso porte está fora de licitação.
20:14Eu acho que isso nós não vamos aceitar.
20:17Então, o Ricardo marcou um encontro, eu estive presente, eu e o Agenda Medeiros,
20:22com o presidente da área de industrial da Aldebrecht e com o Ricardo Pessoa.
20:33O senhor recorda quem seria esse presidente da Aldebrecht?
20:35Foi o Márcio Farias.
20:38E daí ficou acordado a gente participar numa posição minoritária,
20:43mas era uma forma também que eu aceitei da gente começar a ter um relacionamento nessa área dentro da Petrobras
20:48e a possível entrada nossa nesse clube, que é onde existiam essas divisões de obra.
20:56E isso ocorreu depois.
20:57Foi confidenciado para o senhor nessa reunião que havia, então, um ajuste de mercado
21:02para que o consórcio integrado pela UTC, pela Aldebrecht e, então, pela OAS ganhasse?
21:09Sim.
21:09O senhor lembra se, nesse período, ou posteriormente, foi revelado sobre pagamentos de vantagens indevidas
21:19para funcionários públicos?
21:21Sim.
21:22Como que esse assunto surgiu?
21:23Não, para a gente ver o custo que nós teríamos da nossa participação,
21:30a gente tinha que ter um orçamento para não acreditar.
21:32E, quando foi feito isso, demonstrava claramente que tinha pagamentos de vantagens,
21:39eu não sei me recordar os percentuais, mas que tinha para a diretoria de abastecimento
21:45e para a diretoria de serviço, que era, no caso, o PT.
21:49O senhor mencionou anteriormente que a diretoria de abastecimentos recebeu apoio do Partido Progressista?
21:57Isso, exatamente.
21:57Então, e agora o senhor mencionou a diretoria de serviços...
22:02Do PT.
22:04Foi nesse contexto que o senhor começou a interlocução com o João Vacari Neto?
22:08Ou foi antes, ou foi depois?
22:10Não, acho que o Vacari não era ainda o tesoureiro do PT.
22:15Eu conheci o João Vacari como uma pessoa da CUT e presidente do...
22:25Eu não sei se sindicato dos bancários ou da cooperativa Bancorp,
22:28mas me parece que é da cooperativa Bancorp.
22:31Certo.
22:32Retomando aqui agora o segundo contrato,
22:35o contrato que foi celebrado com o consórcio René Chico Onés.
22:40O senhor recorda, esse contrato já é um contrato de dezembro de 2009, a data da assinatura.
22:47O senhor recorda se nesse objeto aqui também houve a participação do clube de empreiteiras do cartel?
22:55Nesse contrato, como a gente já tinha entrado no clube, eu me afastei totalmente, não me envolvia,
22:59mas tive conhecimento, sim, que isso era uma obra que nós ganharíamos por força de um acerto dentro do clube,
23:08e parece até que foi uma das últimas que ocorreram ainda fazendo parte desse clube.
23:14Mas tinha conhecimento, sim.
23:16O senhor saberia dizer quem que representava a OAS nessas reuniões do clube?
23:21Durante um período, acho que o Agenor, depois Henrique e Frederic, se não me falha a memória.
23:30E nesse caso específico, houve também destinação de vantagens indevidas para as diretorias de abastecimento e serviços?
23:38Sim.
23:39O senhor saberia dizer percentual, aproximado?
23:43Acho que 1% para cada.
23:45E com relação a agentes políticos ou agriminações partidárias, o senhor se recorda se houve, nesse caso, também promessa de valores?
23:54Houve, sim.
23:55Me recordo bem de um chamamento que nós tivemos, que dá contribuição de 1% na Reneste, que era para a diretoria de abastecimento,
24:13que fosse destinado ao Partido Socialista Brasileiro.
24:17E eu tive um café da manhã com o então secretário de Desenvolvimento, se não me falha a memória, de Pernambuco, o ex-ministro Fernando Bizerro, o senador Fernando Bizerro.
24:31E nesse caso, em relação ao Partido dos Trabalhadores, houve também a promessa de valores?
24:37Sim.
24:38Sim.
24:38E era feito.
24:41Uma parte do encontro de contas que nós não pagamos foi exatamente da obra da Reneste.
24:46Então, esse encontro de contas que o senhor referiu, ter realizado com o João Vacari, para custeio das obras da Bancop, especificamente o senhor mencionou a Triplex,
24:58uma parte desse valor é oriundo das promessas ocorridas aqui no consórcio Reneste-Coneche?
25:04Sim.
25:04Nesse contexto que o senhor explicou dessa conta corrente, havia promessas de vantagens para atos específicos do funcionário público,
25:28ou do agente político, ou era um contexto mais geral, onde se prometia vantagens ou se recebia vantagens num contexto mais geral?
25:36Não.
25:37Às vezes num contexto geral, às vezes num contexto específico.
25:40Se eu puder, se o senhor me permitir, posso especificamente, nesse caso do encontro de contas, sim.
25:50Era a aquisição pelo fundo de pensão da Caixa Econômica, a FUNCEF, de uma participação no OS Empreendimentos.
25:56que eu fiz um apelo ao João Vacari, porque a FUNCEF me disse, olha, tem vários concorrentes de vocês fazendo uma proposta idêntica
26:08para a compra de participações acionárias de empresas imobiliárias.
26:14Eu acho que você tem que se proteger politicamente, porque senão outros vão passar na sua frente e não poderão ser feitos.
26:21Eu procurei, na época, o governador Jax Wagner.
26:27Acho que agora, em relação à Petrobras especificamente, o senhor recorda de vantagens específicas?
26:35Por exemplo, foi citado aqui em outras ações penais, direcionamento de convites para algumas empresas integrantes do clube.
26:43O senhor recorda disso?
26:45Não entendi essa pergunta, me desculpe.
26:47Nos convites que as diretorias de serviço e abastecimento faziam para integrantes, para empresas, nas suas licitações,
26:56o senhor recorda se havia convites para as empresas do clube, a pedido do clube, em contrapartida a essas vantagens?
27:04Eu não sei lhe responder detalhadamente, mas eu desconfio que sim.
27:08Eu não digo que todas fossem assim, mas algumas sim, com certeza.
27:11Se o senhor não sabe, o senhor diga que não sabe, certo?
27:14Perfeito?
27:16Oi, desculpe.
27:18O doutor Cristiano chegou a registrar um protesto para que o depoente se atenha a essa ação.
27:26A minha preocupação é maior, é de não tornar o interrogatório, de fato, em uma investigação.
27:32Mas o seguinte, vossa excelência, no meu entender, vossa excelência está extrapolando a denúncia.
27:41Então, precisa tomar mais cuidado, porque senão, se falou no início de uma delação premiada.
27:46Eu não acho que nós estamos realizando, de fato, uma delação premiada.
27:49Estamos realizando uma investigação no momento interrogatório.
27:52Excelência, a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva faz um apelo à vossa excelência para que haja uma correlação
28:18entre o perímetro traçado na denúncia para a acusação e a instrução.
28:26É apenas isso.
28:27Se vossa excelência pudesse...
28:29Como diz respeito aos contatos, então a pergunta é pertinente.
28:33Perfeito.
28:34Que estão narradas na denúncia.
28:35Pode prosseguir as questões?
28:37Pois não, excelência.
28:37Aqui, com relação especificamente ao capítulo da denúncia relativo à armazenagem de bens,
28:48senhor Dal Pinheiro, o contrato, ele é um documento aqui que foi juntado no evento 3 desses autos,
28:58documento 269, consta um objeto...
29:05O senhor permite que eu mostre ao interrogado, excelência.
29:09Doutor, só vou mostrar.
29:11Sabe onde está o processo?
29:12É esse aqui.
29:14Evento 3 foi anexado à acusação.
29:17Documento 269, isso?
29:19Isso.
29:19Tá, então é o contrato de armazenagem da Graneiro.
29:22Vou mostrar aqui, depois de uma olhadinha.
29:26Tá, eu vou interromper aqui por causa do tamanho do óleo.
29:28Perfeito.

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