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  • 31/05/2025
Na comunidade São José do Rio Maniva, em Afuá (PA), mulheres como Tainá Rosa, Leonilda Silva e Marta Cardoso contam como o extrativismo sustentável de murumuru, ucuuba e patauá mudou suas vidas. Carolina Domenico, da Natura, fala sobre o impacto dessa parceria para a sociobioeconomia amazônica.

REPORTAGEM: Gabriel da Mota
IMAGENS: Gabriel da Mota (especial para O Liberal) / @aguiadroneimagensaereas / Natura / WEG
EDIÇÃO: Lucas Melo

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Transcrição
00:00Eu sempre coletava, mas só que não era para a minha mãe, entendeu?
00:12Eu sempre coletei, mas era para ela que eu morava com ela, né?
00:19Aí depois eu arrumei o marido, aí me deu muito certo, nós se fechamos, aí eu comecei
00:27agora de novo, né, porque eu tenho três filhos, como agora eu quero construir uma casa
00:37para mim, aí eu me entrei, porque isso aqui não é caro, né, mas o que a gente ganha
00:47dá para construir alguma coisa, né, como investir só naquilo, por exemplo.
00:53Eu estou três anos trabalhando, então, graças a Deus, eu já consegui algumas coisas,
01:01eu tenho uma casinha própria, já tenho uma rabetinha, tudo através do trabalho, eu tenho
01:09louro, e eu continuo também, porque além de ser o mapa financeiro, a minha renda melhorar,
01:16eu também, eu já esteve muito doente da depressão, então isso para mim foi uma terapia muito
01:26ótima para mim.
01:28Antes eu não ria, hoje eu consigo sorrir.
01:35E te emociona?
01:36Depois, tudo, tudo, e ficar no lugar da minha mãe, que a minha mãe começou, eu ajudando
01:42ela de longe, mas eu ajudava ela, mas sempre, é tudo, porque eu vivia assim de, como todos
01:55falaram, né, da bolsa família, mas assim, uma bolsa família, para uma mãe solteira, como
02:01ela solteira, não dá, cinco filhos não dá, então isso veio, melhorou muito, com muita
02:08minha vida, entendeu?
02:09Depois que elas fazem a coleta e a limpeza, né, do fruto de murumuru, elas trazem para
02:15cá esse caroço, para fazer a etapa de secagem, é quando perde a umidade e a semente, ela
02:23descola da casca, e aí elas seguem para fazer essa quebra, para tirar a amêndoa de dentro
02:29da casca e fazer a seleção, a separação entre o que é casca e o que é amêndoa.
02:35Elas embalam essas amêndoas e fazem a identificação na sacaria, esse material que segue depois para
02:42a agroindústria.
02:43Essa máquina, ela traz uma inovação para o processo.
02:46Antes, na máquina, elas quebravam esse caroço no martelo, o que trazia muita dificuldade
02:53e morosidade nesse processo.
02:55A máquina, ela agiliza, ela consegue quebrar uma capacidade muito maior em menos tempo.
03:02As sementes beneficiadas aqui, elas seguem para a agroindústria, para serem transformadas
03:08de amêndoa para manteiga.
03:09Esse processo, ele traz a agregação de valor para a comunidade e isso proporciona para
03:17eles um aumento de renda nessa comercialização em até 60%.
03:23Na associação atualmente, fora do conselho, da diretoria, tem dois agentes de campo e as
03:31pessoas que trabalham vão começar a atuar dentro da agroindústria e as pessoas também
03:36que, quando a gente não está, dão um apoio em relação ao espaço, que é muito grande.
03:46Dentro do Marajó, é muita associação que comercializa a semente e a gente sempre precisa
03:53de alguém, mais alguém, para trabalhar com a gente, fazer o mesmo trabalho, contato direto,
03:58sempre estar acompanhando essa produção desde a coleta até o momento da entrega.
04:05De início, a expectativa é muito grande, porque a gente sabe que a gente vai ter muitas
04:12melhorias, como eu falo assim, não só em relação à vida econômica, geração de
04:18emprego e tudo mais, mas a gente vai ter aquela certeza do reconhecimento do trabalho da gente,
04:26do trabalho de anos, que muitas vezes, com certeza, a gente pensou em desistir, mas a gente está
04:32vendo um sonho, se concretizando, se realizando, sabe que com isso também aumenta a responsabilidade,
04:39aumenta o trabalho, mas a gente tem que seguir firme e forte.

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