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  • 24/05/2025
Transcrição
00:00Olá, pessoal. Boa noite. Tudo bem com vocês? Hoje, sexta-feira, dia 23 de maio de 2025.
00:19Começando agora mais uma edição do Olhar Digital News. Participem com comentários
00:26nas redes sociais e também, é claro, não esqueçam de deixar aquele like na nossa transmissão.
00:33Combinado? E hoje, um dos fotógrafos mais renomados do mundo, Sebastião Salgado, faleceu
00:41aos 81 anos. Ele tinha leucemia, doença que estava relacionada a um quadro de malária
00:49contraída na Indonésia. No ano passado, ele se aposentou do trabalho de campo. Segundo
00:56o próprio fotógrafo, o corpo já estava sentindo os impactos dos anos em ambientes
01:02hostis e desafiadores. O trabalho de Sebastião Salgado foi marcado por registros documentais.
01:10Ao todo, percorreu mais de 120 países. Ele retratou desigualdades, guerra e miséria,
01:18quase sempre em preto e branco. Essa foto que você está vendo agora é uma das mais
01:24icônicas da carreira de Sebastião Salgado. Ela se chama Serra Pelada e retrata o garimpo
01:31a céu aberto em 1986. A fotografia foi incluída pelo jornal The New York Times em uma seleção
01:40de 25 imagens que definem a modernidade desde 1955. Além de fotógrafo, Sebastião Salgado
01:50foi ativista ambiental e, junto da esposa Lélia Wannick, fundou o Instituto Terra,
01:57uma organização não governamental para reflorestar um pedaço da Mata Atlântica
02:03que estava desértico. Hoje, a ONG é uma referência internacional em reflorestamento
02:10e educação ambiental. Você encontra, aliás, uma matéria completa sobre esse assunto na
02:17capa do nosso site. Deixa eu mostrar aqui para vocês o destaque dessa matéria. Está aqui, olha,
02:25conheça o projeto de Sebastião Salgado que ressuscitou uma floresta. Vale muito a pena
02:32conferir essas fotografias, são sensacionais. Quem teve a oportunidade de comparecer a alguma
02:39exposição de Sebastião Salgado sabe que as fotografias não eram apenas fotografias,
02:44eram verdadeiras obras de arte. Está aqui Sebastião Salgado. Vamos deixá-lo aí na nossa tela,
02:51abrindo o nosso boletim em homenagem a esse profissional sensacional. E que visão de mundo,
02:58não? Bom, deixa muita saudade. Bom, e apesar da revolução tecnológica da inteligência artificial,
03:09estimativas mostram que sem regulamentação podemos acelerar o uso de combustíveis fósseis
03:16e afetar a sustentabilidade global. Vamos entender na reportagem.
03:22O consumo de energia por sistemas de inteligência artificial pode representar quase metade da
03:33intensidade usada por data centers até o final desse ano, 2025, isso segundo projeções de um
03:41estudo publicado na revista Joule. A estimativa é baseada no uso de chips de alto desempenho da
03:46NVIDIA, AMD e Broadcom, que são usados no treinamento e na operação de modelos de
03:52inteligência artificial. Atualmente, data centers consomem cerca de 415 terawatts por ano, segundo a
04:00Comissão Internacional de Energia, e a inteligência artificial já pode ser responsável por até 20% desse
04:08total. A pesquisa sugere que esse percentual vai dobrar em pouco mais de um ano, chegando ao
04:13equivalente a duas vezes o consumo energético total da Holanda. Empresas como Microsoft e Google já
04:21reconheceram que os projetos de inteligência artificial dificultam o cumprimento de metas
04:27e práticas. Apesar da crescente preocupação, a falta de transparência ainda é um obstáculo. A nova
04:34lei de inteligência artificial da União Europeia vai exigir que empresas divulguem o consumo no
04:40treinamento de modelos, mas ainda não obriga a informar o uso contínuo no dia a dia. Para o
04:46professor Adam Solby, do Instituto Alan Turing, é urgente tornar esses dados públicos. Com mais
04:54eficiência, poderíamos entender melhor se os ganhos de eficiência em alguns setores com a
04:59tecnologia compensam realmente o alto custo energético da inteligência artificial.
05:04E será assunto ainda na edição desta sexta-feira. Um planeta distante com sinais de vida era a aposta
05:20de inteligência para finalmente encontrarmos vizinhos no universo, mas estudos recentes
05:26contestam essa hipótese. Detalhes já já. E o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais trabalha
05:35em um novo satélite para aprimorar a meteorologia nacional. Uma cápsula do tempo revela segredos da
05:44planeta, desde o asteroide que dizimou os dinossauros até o colapso Maia. Entenda daqui
05:51a pouquinho. Estudo alerta. Chats GPT e outras inteligências artificiais podem ser hackeados.
06:00Lembra do lobo terrível que foi ressuscitado após milhares de anos de extinção? Pois é,
06:07a empresa responsável pela pesquisa volta atrás e diz que fez apenas mudanças genéticas. Detalhes
06:15em instantes. E mesmo com pressão de Donald Trump, produção do iPhone não deve ir para
06:22os Estados Unidos. A Apple tem planos para a Índia. E a SpaceX confirmou. O maior foguete
06:30do mundo, Starship, decola na semana que vem. E claro, teremos transmissão do olhar digital.
06:37Continue com a gente. O Olhar Digital News de hoje já está começando e tem muito mais.
06:45E na semana que vem devemos ter recordes de temperaturas baixas no Sul, Sudeste
07:00Centro-Oeste e parte do Norte. Vamos conferir agora a previsão do tempo para os próximos dias.
07:07Quem gosta de calor já está se lamentando e quem gosta de frio pode se preparar para
07:16curtir os próximos dias. Isso porque o clima começou a virar em boa parte do Brasil nesta
07:21sexta-feira. A frente fria que avança pelo Sudeste neste fim de semana é modesta e vai
07:27encerrar o veranico, ou seja, período de mais de quatro dias quentes durante o inverno ou outono.
07:33Já a próxima frente fria, que deve mostrar as caras na semana que vem,
07:38deve ser a primeira grande frente fria de 2025. Vamos pela ordem cronológica.
07:44Este fim de semana não deve ter um frio intenso em nenhuma parte do Brasil. As áreas litorâneas
07:49devem registrar temperaturas abaixo da média. Geadas devem se manter no Rio Grande do Sul,
07:55mas em áreas mais restritas. Até amanhã as temperaturas devem cair principalmente no Sul
08:00e no Sudeste. No domingo, os termômetros sobem, mas sem calorão. No Nordeste, a chuva deve dar
08:06uma trégua ou, ao menos, diminuir. Pancadas fortes devem ocorrer de maneira mais localizada no Norte
08:12do Maranhão. Já na região Norte, a previsão de chuva forte, especialmente no Norte do Pará.
08:18A frente fria, pra valer, deve começar na próxima terça-feira e ficar mais forte no dia
08:251º de junho, no outro domingo. Ela deve impactar quase todo o Brasil. No Sul,
08:30podemos ter temperaturas abaixo de zero. E, em grande parte do Sudeste e do Centro-Oeste,
08:36os termômetros podem marcar menos de 10 graus.
08:39Pois é, tá chegando a hora de tirar os casacos dos armários e os guarda-chuvas, não? Bom,
08:50e a inteligência artificial já faz parte das nossas vidas, mesmo que muitas pessoas não se
08:58dêem conta disso. Além de facilitar algumas tarefas rotineiras, a ferramenta deve transformar,
09:04também, o mercado de trabalho. Um dos possíveis efeitos desse avanço é a eliminação de certas
09:12profissões e, por outro lado, também a criação de outros postos de trabalho. E isso gera uma
09:19importante discussão. A IEA deveria fazer parte do currículo escolar? O Olhar Digital recebe,
09:26agora, ao vivo Marcos Oliveira, que é professor titular do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo
09:33Marques, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Vamos, aqui, receber o Marcos para
09:40conversar um pouquinho sobre esse assunto conosco. Olá, muito boa noite, Marcos. Bem-vindo ao Olhar
09:47Digital News. Boa noite, Marisa. Boa noite, comunidade do Olhar Digital. Um prazer estar
09:52aqui com vocês. Muitíssimo obrigada pelo seu tempo, Marcos. Eu queria começar falando com
09:57você que você escreveu um artigo, recente, aliás, sobre esse tema. A pergunta é por que as IEAs
10:05devem estar na grade curricular dos jovens brasileiros, na sua opinião? As inteligências
10:12artificiais são ferramentas que surgiram e que estão presentes na nossa contemporaneidade e vão
10:19transformar a nossa realidade de mundo como a gente viveu até então. Nada mais importante do
10:27que apresentar essa nova ferramenta para as novas gerações, de forma que elas possam se capacitar
10:33da melhor maneira possível para o mercado de trabalho que já está em transformação. O Fórum
10:39Econômico Mundial publicou um trabalho recente mostrando que cerca de 85 milhões de postos de
10:44trabalho vão ser extintos e vão ser substituídos por cerca de 97 milhões de novos postos de
10:50trabalho. A questão é que quem vai estar à frente nessa nova corrida do trabalho? São
10:56os jovens que vão estar capacitados para essa nova realidade. Então, nada mais necessário do
11:03que capacitar os jovens através do ensino das inteligências artificiais nas escolas.
11:08Agora, Marcos, essa inserção, digamos assim, da inteligência artificial no ensino seria voltada
11:14mais para a programação em si ou para o uso consciente da tecnologia, ou até um mix de ambos?
11:22Eu acredito que um pouco a mistura dos dois pontos, mas especialmente o uso consciente.
11:28E aí eu acho que a reflexão que precisa ser feita é considerar que as ferramentas de
11:33inteligência artificial não são neutras e elas, na verdade, correm o sério risco de amplificar
11:39ainda mais as desigualdades sociais que nós observamos hoje, especialmente no país. E esse
11:45é um debate que, inclusive, estudiosos na área de tecnologia já vêm levantando. Então, é importante
11:53saber fazer o uso consciente das inteligências artificiais de modo a que prepare essa juventude
12:00dos riscos, não só das oportunidades, mas dos riscos do uso dessas ferramentas no sentido de
12:07reconhecer que elas podem falhar e elas podem ter um viés. E eu acho que esse é um ponto
12:13muito importante, o viés que as inteligências artificiais geram. Esse é o risco.
12:19Agora, Marcos, você mencionou a diferença. E o Brasil, ele tem uma característica muito específica, não é?
12:26De um lado, a gente tem uma educação extremamente estruturada, existem unidades de ensino de ponta.
12:32E, por outro lado, nós temos unidades, às vezes, públicas que têm dificuldade até de reter os alunos.
12:39Como que essa inserção no currículo escolar da inteligência artificial seria possível em um cenário tão complexo como o Brasil?
12:48Excelente pergunta, Marisa. Isso reflete um ponto que, na questão anterior, a desigualdade existente no país.
12:57Nós temos escolas de ponta, que têm toda a infraestrutura necessária e preparada para treinar os seus alunos
13:04da melhor maneira possível, e nós temos escolas onde mal a energia elétrica tem.
13:11Quer dizer, como se resolve isso? A inteligência artificial não vai resolver essa desigualdade.
13:19E aí, a solução, ao meu ver, passa por uma reestruturação do financiamento, principalmente no ensino público, das escolas.
13:28A nível municipal, estadual e federal. É necessário que essa redução das desigualdades entre as instituições de ensino ocorra.
13:39Porque, senão, as desigualdades vão ser ainda maiores. Mesmo jovens de uma instituição de ensino privada,
13:48que talvez não tenha tantas condições, ainda assim ele vai conseguir se beneficiar.
13:52Quer dizer, que geral uma escola que não tem acesso à internet, não tem acesso à energia elétrica, condições elementares.
13:59Então, é necessário um plano de Estado. Não um plano de governo, mas um plano de Estado do desenvolvimento,
14:07do financiamento e do apoio da educação em todos os níveis.
14:12Com certeza. Educação é fundamental, não é? Mas agora, Marcos, até para finalizar.
14:18E já no campo de profissão, no mercado de trabalho. Embora a inteligência artificial já esteja presente no nosso dia a dia,
14:27você diria que no mercado de trabalho, aquela pessoa que não tem conhecimento ou tem pouca familiaridade com o IA
14:36já está atrasado nos dias de hoje ou ainda é um movimento recente?
14:43Olha, eu acho que no Brasil ainda nem tanto, porque nós temos um lag, um tempo de absorção das tecnologias até aqui.
14:57Especialmente considerando de novo as nossas dimensões continentais, a enorme desigualdade que o país enfrenta historicamente.
15:04Mas, sem dúvida, eu diria que nos próximos anos, nos poucos anos à frente, a gente vai ver uma revolução em todos os níveis.
15:13Então, o jovem que entra hoje no ensino médio, no ensino fundamental, é mais do que necessário ele ser letrado nas ferramentas de inteligência artificial.
15:23Porque na hora que ele se formar, seja no ensino médio, no nível técnico, seja no nível superior, o mercado de trabalho que ele vai encontrar vai ser outro.
15:33A gente já começa a ver isso em pequena escala.
15:37Hoje, mas daqui a cinco anos, eu não tenho dúvida de que a gente vai ter uma revolução.
15:43E aí esses jovens têm que estar minimamente preparados para encarar essa realidade.
15:47Competir com o algoritmo e não mais competir com o ser humano.
15:51Esse é o desafio.
15:54Pois é, e é uma mudança bastante grande, onde inclusive o próprio aluno, enquanto não tem essa infraestrutura, precisa sim se interessar por essas novas tecnologias que estão chegando.
16:06Não só como entretenimento, lazer, enfim, mas para até conhecimento pessoal, para até melhorar o seu conhecimento e até ter uma inserção melhor no trabalho.
16:16Então também depende da pessoa, não é Marcos?
16:19Certamente, e aí Marisa, acho que esse é um ponto fundamental nessa discussão.
16:25O espírito crítico, que é muito difícil de se desenvolver.
16:30Uma pessoa que não tem a capacidade de saber discernir uma informação, uma fake news de uma informação correta,
16:43ela não vai saber o que fazer, o conhecimento que vai ser gerado ali pela inteligência artificial.
16:50Então o risco de informações de fake news serem geradas por esses algoritmos é gigantesco.
16:57E desenvolver o espírito crítico para que a pessoa possa saber diferenciar aquilo que é uma notícia falsa daquilo que não é,
17:07no meu entender, é um desafio central dentro dessa discussão.
17:12Então a gente precisa treinar os alunos em todos os níveis para desenvolver o espírito crítico.
17:19E isso cabe a nós, nós professores.
17:22Tá certo, vamos torcer para que essa mentalidade coletiva se consolide e a gente consiga atingir esse ponto positivo da tecnologia no nosso dia a dia.
17:34Tá aí a participação de Marcos Oliveira, que é professor titular do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo Dimes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
17:44Marcos, muitíssimo obrigada pela sua participação, espero encontrá-lo em outros momentos.
17:49Obrigado, Marisa, é um prazer e estou disponível a outras participações. Obrigado.
17:56Obrigada a você, boa noite.
17:58Boa noite.
17:59É isso aí, pessoal, tá aí, é um cenário que já está aí, não é nem futuro, né?
18:04É um cenário que já está aí, presente, é sempre importante.
18:07Ontem mesmo nós falamos sobre carreira, sobre profissões, sobre inteligência artificial.
18:12Pois é, pessoal, depende sim de todo um sistema, mas depende também de nós, das pessoas quererem se interessarem por aprender coisas novas e evoluir, não é?
18:23Bom, e no programa Olhar Espacial de Logo Mais, temos um tema fascinante.
18:30Como seria a vida em Marte? Como o ser humano se adaptaria ao planeta vermelho?
18:36Vamos dar uma espiada.
18:41Se a humanidade conseguir colonizar Marte, estaremos diante de um dos maiores desafios da história, viver em um planeta totalmente diferente da Terra.
18:49Com menos gravidade, ar rarefeito e radiação intensa, nosso vizinho pode exigir mudanças profundas no corpo humano ao longo do tempo.
18:57E o possível desenvolvimento de uma nova espécie humana no planeta vermelho é o tema do programa Olhar Espacial desta semana.
19:04Alguns cientistas acreditam que, sim, poderíamos nos adaptar e evoluir.
19:09Um dos nomes que defende essa ideia é Scott Solomon, professor de biociência da Universidade de Rice, nos Estados Unidos.
19:16Você já conheceu a tese dele aqui no programa.
19:19Logo mais, vamos receber Miriam Forancelli Pacheco, bacharel em ciências biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
19:27mestre em arqueologia, doutora em geosciências e pós-doutora em física nuclear pela Universidade de São Paulo.
19:33O Olhar Espacial é apresentado pelo astrônomo Marcelo Usurita e começa logo mais às nove horas da noite, pelo horário de Brasília, nas nossas redes sociais.
19:46A ciência aposta em pequenos fósseis para desvendar mistérios do passado da Terra,
19:53do asteroide que dizimou os dinossauros ao colapso da civilização maia.
19:59Vamos entender em detalhes na reportagem.
20:06Eles são invisíveis a olho nu, mas carregam pistas valiosas sobre grandes transformações no nosso planeta.
20:13Os grãos de pólen fossilizados vão muito além das alergias sazonais a que estamos acostumados.
20:20Eles funcionam como verdadeiras cápsulas do tempo biológicas, registrando detalhes sobre o clima, a vegetação e até a presença humana em diferentes períodos da história da Terra.
20:32Esses microfósseis conseguem atravessar milênios graças a uma parede externa resistente que permite a conservação mesmo após a extinção da planta de origem.
20:43Ao se depositarem no fundo de lagos, rios ou oceanos, os grãos acumulam informações que hoje ajudam pesquisadores a entender eventos históricos.
20:54O assunto foi tema de um artigo escrito por Francisca Obô Ikuenobi e Linus Victor Aniana, ambos da Universidade de Ciência e Tecnologia do Missouri, nos Estados Unidos.
21:05Vamos a alguns exemplos interessantes.
21:08Em sedimentos encontrados no sudeste do Missouri, cientistas identificaram pólen do fim do Cretáceo e do início do período Paleoceno, preservado entre fósseis marinhos e fragmentos de rochas.
21:22O material foi depositado após um maremoto causado pelo impacto do asteroide que atingiu a península de Yucatán, há cerca de 66 milhões de anos.
21:32Estamos falando, portanto, de pistas valiosas dos tempos em que os dinossauros foram extintos.
21:38O registro mostra um colapso imediato na vegetação da região.
21:43Alguns tipos de pólen de floresta desapareceram após a colisão, indicando uma mudança nos ecossistemas locais, que só começaram a se recuperar centenas ou milhares de anos depois.
21:54Outro caso em que o pólen ajudou a contar uma história geológica está nos estados do Mississippi e do Alabama, também nos Estados Unidos.
22:02Durante o período conhecido como Oligoceno Inferior, que aconteceu por volta de 30 milhões de anos atrás, o nível do mar subiu e inundou grandes áreas de floresta.
22:14Essa transição foi identificada a partir do pólen de árvores do tipo sequoia, que dominavam as planícies costeiras.
22:22Ao comparar a presença desses grãos com microfósseis marinhos, os cientistas puderam mapear até onde o oceano avançou sobre o continente.
22:30Vamos falar agora de um mistério mais recente.
22:34O lago Izabal, na Guatemala, fornece evidências de como os maias influenciaram o ambiente ao redor dessa civilização.
22:44Há cerca de 1.200 anos, houve um aumento no pólen de milho e ervas oportunistas, enquanto o pólen de árvores caiu drasticamente, sinal claro de desmatamento em larga escala.
22:58Logo após esse período, os registros históricos mostram o colapso de centros políticos maias.
23:04A floresta só começou a se recuperar quando a pressão populacional diminuiu.
23:09Então, da próxima vez que você sofrer de alergias, lembre-se.
23:13Os pequenos grãos flutuando no ar são cápsulas do tempo que podem um dia informar os futuros habitantes da Terra sobre as mudanças ambientais que vivemos agora.
23:29Incrível, não?
23:31E o Brasil não é uma potência espacial, mas tem tecnologias relevantes e parcerias que fazem a diferença em vários setores,
23:42desde comunicação a monitoramento do desmatamento ilegal.
23:47Em nosso site, você encontra uma reportagem com tudo sobre esse assunto.
23:52Você pode conferir no QR Code que aparece na sua tela.
23:56E para o Olhar Digital News, preparamos um resumo. Vamos ver.
24:05Quando a gente pensa em tecnologia espacial, nomes como Estados Unidos, Rússia e China logo vêm à mente.
24:13Esses países são conhecidos pelos avanços na exploração do espaço, missões tripuladas e constelações de satélites que orbitam a Terra.
24:22Mas e o Brasil? Será que o nosso país também tem presença no setor?
24:26A resposta curta é sim. O Brasil possui satélites em órbita e não apenas isso, como também mantém parcerias estratégicas, desenvolve tecnologia própria e participa de iniciativas internacionais.
24:39O programa brasileiro começou oficialmente em 1961 com a criação do Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais,
24:49que era o embrião do que viria a ser o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE.
24:55Ao longo das décadas, lançamos diversos satélites, alguns desenvolvidos por aqui, outros em parceria com países como a China.
25:03Atualmente, existem dezenas de equipamentos ativos com participação brasileira.
25:08Entre os principais, vamos destacar três.
25:11O Amazônia-1 é o primeiro totalmente desenvolvido, projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil.
25:19O satélite foi lançado em 28 de fevereiro de 2021 a bordo de um foguete indiano PSLV-C51.
25:28O Amazônia-1 é voltado principalmente para monitorar a região amazônica e o desmatamento ilegal.
25:36Outro grande ativo na atuação espacial brasileira é a série CBERS.
25:42Essa cooperação nacional com a China teve início nos anos de 1980 e já gerou vários lançamentos bem sucedidos.
25:50A missão do CBERS é fornecer imagens para monitoramento de uso e cobertura do solo,
25:57gestão de bacias hidrográficas, agricultura e desenvolvimento urbano.
26:02Por fim, vamos destacar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, ou SGDC, lançado em 2017.
26:13Ele tem duas funções principais.
26:15Primeiro, ampliar o acesso à internet banda larga em áreas remotas do Brasil, especialmente na região norte.
26:22E segundo, garantir comunicações seguras para as Forças Armadas e o governo federal,
26:27protegendo informações sensíveis contra possíveis ataques cibernéticos ou espionagem.
26:33Satélites geoestacionários ficam em uma órbita específica sobre a Terra,
26:38acompanhando o movimento de rotação do planeta, permitindo a observação contínua de uma região.
26:44O desafio agora é aumentar os investimentos e fomentar uma indústria nacional
26:50que transforme o conhecimento acumulado em resultados ainda mais impactantes para o Brasil e para o planeta.
26:57O Olhar Digital conversou com José Antônio Aravecchia,
27:01que é coordenador-geral da Coordenação-Geral de Ciências da Terra do INPE.
27:06Ele nos explicou quais devem ser os próximos passos no setor.
27:10Entre eles está o Satélite Geoestacionário CBERS-5, que está previsto para ser lançado em 2030.
27:20O INPE se insere nesse ambiente através do acesso a informações do espaço.
27:28O INPE desenvolve satélites de observação da Terra e possivelmente um dos próximos satélites
27:37vai ser um satélite meteorológico geoestacionário,
27:41que vai ser muito bom para a nossa soberania nacional em termos de observação da Terra,
27:49observação da atmosfera, para monitoramento de gases de efeito estufa,
27:55para monitoramento de eventos severos, enfim,
28:00todo esse ambiente onde o INPE desenvolve atividades essenciais para a sociedade.
28:09Segundo explica José Antônio Aravecchia, o ambiente para observar a Terra,
28:14para dados ambientais e do clima, é organizado de forma aberta.
28:19A Organização Meteorológica Mundial tem uma rede de comunicação de dados
28:23e dentro dessa rede são compartilhados dados de satélite,
28:27de redes de superfície, aeronaves, navios e boias.
28:32Apesar dessa cooperação, é fundamental que o Brasil tenha uma independência.
28:38Para o país é muito importante ter soberania nessa questão de observação,
28:44porque você vê um contexto geopolítico em que você tem às vezes certas incertezas
28:52de compartilhamento de informações, alterações das políticas de alguns países
28:59podem dar impacto mundial até.
29:03Então é muito importante para o Brasil ser independente,
29:08mesmo compartilhando as informações, ter a independência da observação do próprio território.
29:15Por isso que um satélite geoestacionário meteorológico ambiental para o Brasil
29:23é de tão grande importância.
29:25E o Olhar Digital aproveitou a conversa com o INPE para repercutir um outro assunto
29:36que você viu por aqui, o supercomputador que acabou de chegar ao Brasil
29:41e que será fundamental nos trabalhos do Instituto.
29:45O equipamento vai melhorar a qualidade de um serviço importante,
29:49a previsão do tempo e de fenômenos climáticos extremos.
29:54O custo total estimado é de 27 milhões de reais.
29:58O coordenador José Antônio Aravecchia detalhou o papel dessa tecnologia.
30:04Vamos acompanhar.
30:06Esse novo super permite a previsão ser realizada com maior resolução,
30:12com maior detalhamento espacial,
30:14que vai permitir tratar um maior volume de informações de observações,
30:19permitindo um diagnóstico mais preciso da condição atual,
30:24o que é primordial para a gente conseguir fazer uma previsão para o futuro
30:29de uma forma mais assertiva.
30:32E com isso, os órgãos que são para monitoramento, prevenção e mitigação de desastres naturais,
30:42eles terão uma informação mais detalhada e de uma forma mais rápida
30:48apresentada a eles com os resultados desses modelos.
30:54E nós também conversamos com Ivan Márcio Barbosa,
30:58que é coordenador de infraestrutura de dados e supercomputação do INPE.
31:03Ele nos explicou que outros supercomputadores serão adquiridos.
31:08Vamos ver.
31:10É uma tecnologia de referência no mundo.
31:12Essa é a primeira máquina, o primeiro sistema de supercomputação
31:15dentro desse projeto de renovação de infraestrutura do INPE que está sendo adquirida.
31:19Ainda virão três outros novos sistemas de supercomputação,
31:23onde teremos todo o processo licitatório,
31:27onde diferentes concorrentes, fornecedores, poderão disputar e vencer
31:34e fornecer a próxima máquina.
31:36É um desafio muito grande para nós, INPE,
31:39mas no fim do projeto nós teremos ou poderemos ter
31:43quatro supercomputadores de fabricantes diferentes.
31:47Isso é interessante porque, por um ponto de vista,
31:51apesar de ser muito mais trabalhoso, muito mais complexo para o INPE,
31:55por outro lado, e é o que a gente busca,
31:58não teremos uma dependência tecnológica de um determinado fabricante
32:04ou de uma determinada arquitetura.
32:06Isso a gente consegue criar uma massa mais crítica do ponto de vista
32:10de especificar e adquirir e manter, operacionalizar,
32:15um sistema de supercomputação de diferentes fabricantes
32:18e ter essa independência e esse conhecimento aqui no INPE.
32:22Isso é de extrema importância para nós, INPE, e também para o país.
32:28Bacana. E Ivan Márcio Barbosa também nos contou
32:32uma curiosidade que achamos legal compartilhar.
32:35Sabe quando falamos que os datacenters consomem muita energia?
32:39Pois é, o INPE está investindo em uma usina de geração de energia elétrica
32:44fotovoltaica para reduzir o custo operacional com a eletricidade.
32:49Hoje, para manter o datacenter, que alimenta toda a infraestrutura
32:54do Instituto, que você conheceu nas reportagens,
32:57são gastos 5 milhões de reais por ano.
33:01Essa nova usina deve ficar pronta no final de 2026.
33:06Bom, agradecemos muito aos dois técnicos do INPE pelas entrevistas.
33:11Espero que vocês tenham gostado.
33:14E se você usa um chatbot no seu dia a dia,
33:17sabe que ele pode ser bastante útil para o trabalho
33:21ou para pesquisas pontuais.
33:23Agora, imagine quem quer fazer buscas mal intencionadas,
33:29pois é o risco de criminosos enganarem as IASA real.
33:33E essa é uma preocupação crescente no setor de cibersegurança.
33:38Vamos ver agora a reportagem.
33:45Modelos de inteligência artificial como o chat GPT, o Gemini e o Cloud
33:50estão recebendo atenção especial de pesquisadores por um risco crescente,
33:55a manipulação por jailbreaks.
33:58São técnicas que burlam os mecanismos de segurança dos sistemas
34:02para forçá-los a fornecer informações prejudiciais ou até ilegais.
34:08Um novo relatório liderado por especialistas
34:10da Universidade Ben-Gurion de Negev, em Israel,
34:14revela que é relativamente fácil enganar essas tecnologias
34:18para que elas revelem instruções sobre atividades ilícitas,
34:22como hacking, fabricação de drogas e lavagem de dinheiro.
34:26Os autores do trabalho falam em modelos de linguagem obscuros,
34:30que seriam versões modificadas ou deliberadamente construídas
34:35sem limites éticos.
34:37São inteligências artificiais clandestinas, praticamente.
34:41Eles são divulgados com promessas de colaboração
34:44em crimes cibernéticos e fraudes.
34:46A ameaça é considerada imediata, escalável e adaptável.
34:51Para demonstrar a falha, os cientistas criaram
34:54um jailbreak universal que conseguiu comprometer
34:57diversos sistemas líderes, como o chat GPT,
35:00fazendo com que respondessem a comandos perigosos
35:04que normalmente estão bloqueados.
35:07Os prompts tendem a criar cenários em que o programa prioriza o uso
35:11ao invés das restrições de proteção.
35:14A resposta das empresas de tecnologia foi considerada decepcionante.
35:19Algumas simplesmente ignoraram os alertas.
35:22Outras alegaram que esse tipo de ataque não se enquadra
35:25nos programas de recompensa por vulnerabilidades.
35:29Os especialistas recomendam medidas urgentes,
35:33como a revisão criteriosa dos dados de treinamento,
35:36a criação de filtros mais robustos e o desenvolvimento de mecanismos
35:41para, digamos, desaprender conteúdos perigosos.
35:45Também pedem regulamentação mais firme e responsabilização
35:49dos desenvolvedores dos modelos de inteligência artificial
35:52que permitam esse uso malicioso.
35:55A avaliação é de que, sem práticas responsáveis de segurança
35:59e sem supervisão externa, a ameaça dos jailbreaks vai continuar a crescer.
36:12Já estão em vigor as novas regras para solicitação de empréstimos
36:16consignados do Instituto Nacional de Seguridade Social, o INSS.
36:22A partir de agora, aposentados e pensionistas terão que usar biometria
36:28para desbloquear os recursos.
36:30A medida foi adotada após a descoberta de um esquema que atuava
36:34a partir de descontos irregulares nos benefícios dos segurados.
36:39Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller,
36:44o objetivo é aprimorar a segurança e implementar medidas corretivas
36:49no processo.
36:50A identificação biométrica para o desbloqueio dos serviços
36:55deverá ser feita no site ou no aplicativo Meu INSS,
37:00o mesmo canal por onde as vítimas podem registrar o pedido de reembolso
37:05por descontos não autorizados.
37:09E você deve se lembrar do polêmico caso da espécie de lobo extinta,
37:15que supostamente teria voltado à vida através de estudos genéticos.
37:20Pois é, a empresa responsável pelo trabalho voltou atrás.
37:25Vamos agora aos detalhes.
37:31No começo de abril, a Colossal Biosciences anunciou que trouxe de volta
37:37à vida o lobo terrível, espécie extinta há 10 mil anos.
37:42A revelação foi recebida com ceticismo pela comunidade acadêmica.
37:46E agora, a cientista-chefe da empresa, Beth Shapiro,
37:50admitiu que o animal gerado é, na verdade, um lobo cinzento
37:55com modificações genéticas.
37:57De acordo com Shapiro, em entrevista à New Scientist,
38:00é impossível reviver um animal extinto de forma idêntica à original.
38:05Essa declaração representa uma mudança no discurso da Colossal,
38:09já que, em abril, a empresa afirmou ter restaurado a espécie
38:13por meio da ciência da desextinção.
38:16Em um comunicado, o feito foi descrito como o retorno do lobo terrível
38:21ao ecossistema, milênios após o seu desaparecimento.
38:25Shapiro defendeu a empresa, alegando que o uso do termo
38:28lobo terrível foi coloquial.
38:31O olhar de a Town News já tinha cantado essa bola.
38:34Logo que o estudo saiu, entrevistamos Maria Okumura,
38:37coordenadora do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos
38:41e professora de Bioarqueologia e Evolução Humana
38:45no Instituto de Biociências da USP.
38:48Ela explicou como foi feita a pesquisa e apontou a inconsistência
38:53no discurso da empresa. Vale lembrar.
38:56Primeiro que não é exatamente o que a empresa fez,
38:59o que a companhia fez, não é exatamente trazer de volta
39:02uma espécie extinta, mas o que eles fizeram?
39:06Eles pegaram esse DNA antigo de um dente desse lobo extinto
39:13e acho que de um pedacinho de crânio também,
39:17olharam para o genoma antigo desses lobos
39:22e aí pensaram algumas variantes que têm principalmente a ver
39:27com o fenótipo, ou seja, a aparência, a pelagem, o tamanho
39:31e incorporaram isso no genoma de um lobo moderno.
39:34Então nesse sentido, esses lobinhos, eles são animais transgênicos,
39:39eles são animais geneticamente modificados,
39:42eles não são exatamente o lobo extinto que viveu aí nas Américas
39:47de 250 mil a 10 mil anos.
39:49Então tem esse primeiro passo, que acho que é importante
39:53deixar bem claro a diferença entre você realmente trazer
39:57um bicho assim extinto de volta à vida e você usar essa técnica
40:02de inserir algumas variantes, principalmente as variantes
40:05que têm a ver com pelagem, que têm a ver com tamanho,
40:08no genoma de um animal vivente, no caso o lobo moderno.
40:12A espécie de lobo pré-histórico viveu durante o Pleistoceno,
40:17principalmente na América do Norte.
40:19Evidências fósseis sugerem que ele foi extinto
40:22há cerca de 9.500 a 13.000 anos,
40:25durante um evento de extinção que também afetou
40:28outros grandes mamíferos, como mamutes e tigres-dente-de-sabre.
40:33Os filhotes recriados, que portanto não fazem parte
40:37da linhagem dos lobos terríveis, e sim são lobos cinzentos,
40:41foram batizados de Romulus, Remus e Calice,
40:45e eles vivem hoje em uma instalação de 8 km²
40:49no norte dos Estados Unidos.
40:56Eu concordo com o DNA ali nos comentários do YouTube.
41:00São terrivelmente fofos, não ressuscitados ou não,
41:04são muito fofinhos.
41:06Bom, e o braço de ferro entre Apple
41:09e o governo dos Estados Unidos continua.
41:12O presidente Donald Trump aumentou a pressão
41:16para que a empresa passe a fabricar os iPhones no país,
41:19e até ameaçou aplicar uma taxa de 25%
41:23se isso não acontecer.
41:25A Big Tech se recusou a comentar as mais recentes declarações.
41:30No entanto, analistas ouvidos pela imprensa americana
41:34afirmam de forma geral que a Apple parece estar disposta
41:38a manter o plano confirmado no início deste mês,
41:42transferir a produção da China para a Índia,
41:46o que desagrada bastante a Casa Branca.
41:49Apesar do cenário incerto, a companhia provavelmente
41:53tem um tempo para definir o futuro.
41:56Estados Unidos e China estão em uma trégua de 90 dias
42:01para que novos acordos sejam negociados.
42:05E encontrar um planeta parecido com a Terra
42:09é uma ambição científica.
42:11Mesmo que existam outros mundos como o nosso,
42:14tecnicamente o desafio é grande.
42:17Conforme a tecnologia evolui, ficamos mais perto desse objetivo.
42:22Vamos aos detalhes agora.
42:29Observar planetas distantes não é uma tarefa muito simples.
42:33A começar, claro, pela distância.
42:36No meio do caminho há luzes de estrelas
42:38que prejudicam ainda mais a visibilidade.
42:41Mas isso pode mudar em breve.
42:44Um artigo publicado na revista Optica
42:47descreve um novo dispositivo que pode revolucionar
42:50a busca por mundos parecidos com a Terra fora do Sistema Solar.
42:54Cientistas estão desenvolvendo uma tecnologia
42:57para viabilizar o que antes era quase impossível,
43:00tirar fotos diretas de exoplanetas,
43:04aqueles que ficam fora do nosso Sistema Solar.
43:07Desde a invenção do telescópio em 1608,
43:11nossa visão do universo mudou radicalmente.
43:14No começo, era possível apenas ver crateras da Lua
43:17e algumas luas de Júpiter.
43:19Hoje, equipamentos modernos como o James Webb
43:22capturam imagens muito mais detalhadas e profundas do espaço.
43:26Mesmo assim, observar exoplanetas ainda é um enorme desafio.
43:31Para ver esses mundos distantes,
43:33os telescópios usam um instrumento chamado coronógrafo,
43:37que serve para bloquear a luz das estrelas,
43:40impedindo que essa luz ofusque os registros.
43:43Ao fazer isso, o instrumento permite que os cientistas
43:46vejam objetos muito mais fracos como planetas escondidos.
43:50Mas mesmo os coronógrafos mais modernos têm limites.
43:54Uma equipe liderada pelas universidades do Arizona e de Maryland
43:58está testando ultrapassar essas barreiras.
44:01Eles querem melhorar a resolução dos telescópios
44:04sem precisar construir equipamentos gigantescos
44:07que elevam muito os custos.
44:09O que o estudo propõe é uma tecnologia
44:12que não apenas bloqueia essas luzes das estrelas,
44:15mas separa as partículas de luz vindas da estrela e do planeta
44:20com muita precisão.
44:21Para testar a ideia, os pesquisadores simularam o sistema em laboratório.
44:26Eles usaram dois pontos de luz,
44:28um brilhante representando a estrela
44:30e outro mais fraco representando o planeta.
44:33Ao mover esse ponto fraco e capturar imagens,
44:37eles analisaram até que ponto o dispositivo conseguia detectar o exoplaneta.
44:42E deu certo.
44:44A precisão prática foi quase tão boa quanto na teoria.
44:48No futuro, essa tecnologia vai poder complementar missões espaciais
44:52como o Observatório de Mundos Habitáveis,
44:55planejado para suceder o Hubble e o James Webb.
44:58A vantagem da imagem direta é que ela permite identificar sinais químicos
45:03que podem apontar a presença de vida.
45:06Ver um gêmeo da Terra com nossos próprios olhos
45:09talvez esteja mais perto do que imaginávamos.
45:19Estamos sozinhos no universo?
45:22Há poucas semanas parecia que nos aproximamos de uma resposta.
45:27Mas ainda há muito debate acadêmico.
45:30Vamos entender.
45:34Você viu aqui no Olhar Digital News que, em abril,
45:38um estudo apontou para uma possibilidade há muito tempo esperada pela ciência.
45:43Um outro planeta com vida.
45:45O mundo em questão é o K2-18b, que está a cerca de 120 anos-luz da Terra.
45:52Esse é um planeta gigante, parecido com o Netuno.
45:55E, em resumo, cientistas estudaram a atmosfera dele
45:59e acreditaram ter detectado sulfeto de dimetila,
46:03um gás que, aqui na Terra, vem de micro-organismos oceânicos.
46:08Segundo o artigo que descreve os resultados,
46:11havia apenas três chances em mil de o sinal ser fruto do acaso,
46:16o que animou os pesquisadores.
46:18Ou seja, poderíamos finalmente ter encontrado vizinhos.
46:22Mas parece que não será desta vez.
46:26Depois do anúncio, a comunidade científica se debruçou sobre o tema.
46:29Três estudos independentes analisaram os dados mais a fundo
46:33e não encontraram provas sólidas da presença dessa molécula.
46:38Segundo um trabalho liderado pelo astrônomo Luis Wellbanks,
46:42da Universidade Estadual do Arizona,
46:44abre aspas, a alegação simplesmente desaparece, fecha aspas, após a verificação.
46:50A equipe testou outra hipótese.
46:53Se realmente havia um sinal na luz do planeta,
46:56ele poderia ter vindo de outras substâncias.
46:58Eles testaram 90 moléculas diferentes
47:01que poderiam existir em um mundo como o K2-18b,
47:05sem a necessidade de vida.
47:07No final, encontraram 59 gases capazes de gerar o mesmo sinal.
47:12Um outro grupo, liderado por Rafael Lucchi, da Universidade de Chicago,
47:16combinou todas as observações disponíveis do K2-18b
47:20e não encontrou sinais confiáveis do tal sulfeto de dimetila.
47:24Mais um especialista, Jacob Bean, também da Universidade de Chicago, foi direto.
47:30Abre aspas, não há indício estatisticamente significativo nos dados mais recentes, fecha aspas.
47:37Isso mostra como é difícil estudar planetas tão distantes.
47:40Enquanto Júpiter pode ser visto da Terra,
47:43planetas como o K2-18b são invisíveis até mesmo para telescópios,
47:48por estarem muito longe e por não emitirem luz própria.
47:51Para superar essa dificuldade, os astrônomos usam métodos avançados.
47:56Um deles é observar quando o planeta passa na frente de uma estrela hospedeira.
48:01A luz atravessa a atmosfera e isso permite descobrir quais gases estão presentes ali.
48:07Novas respostas podem estar bem próximas.
48:10Em 2023, o pesquisador Renyu Hu, da NASA,
48:15fez novas observações do K2-18b com o telescópio James Webb.
48:20Esses dados ainda não foram publicados, mas são mais extensos que os dados anteriores.
48:26A expectativa é que eles ajudem a resolver o mistério.
48:29Por enquanto, o debate acadêmico continua.
48:33Em resumo, ainda é cedo demais para associar o K2-18b à vida.
48:38Continuamos sozinhos no universo.
48:46Até quando, não é?
48:48E após receber autorização da Administração Federal de Aviação,
48:53a SpaceX confirmou hoje o novo lançamento da Starship.
48:58A empresa de Elon Musk anunciou que o nono voo do maior foguete do mundo
49:03está previsto para próxima terça-feira, às oito e meia da noite, pelo horário de Brasília.
49:10Você vai poder acompanhar o voo ao vivo junto com o Olhar Digital.
49:15Vale lembrar, é claro, que o cronograma da SpaceX é dinâmico e que pode sofrer alterações.
49:22Então, se nada mudar, teremos a live de lançamento coladinha com o Olhar Digital News
49:30da próxima terça-feira. Fiquem ligados!
49:34E na coluna Olhar Espacial de hoje,
49:37Marcelo Zurita fala sobre o teatro da astronomia.
49:41Vamos conhecer agora a história dos planetários. Vamos lá!
49:55Olá, pessoal! Saudações astronômicas!
49:58Muito antes dos planetários modernos surgirem, já havia quem sonhasse em colocar o universo inteiro
50:04dentro de uma sala ou até mesmo dentro de um globo.
50:09E neste ano de 2025, quando celebramos os 100 anos do planetário moderno,
50:14por que não voltarmos nossos olhos para um ancestral engenhoso e quase esquecido?
50:19O globo de Goddard, um universo portátil criado no século 17 para maravilhar e ensinar.
50:26Imagine entrar em um mundo onde as estrelas e constelações dançam ao seu redor
50:31sem a necessidade de feixes de luz ou projeções digitais.
50:36Essa experiência, que mesmo hoje parece algo extraordinário,
50:40na época em que foi criado era uma verdadeira imersão cósmica
50:44que encantava com a beleza do universo e a mais pura poesia mecânica.
50:49Essa maravilha da engenharia, o globo de Goddard é considerado um precursor dos planetários modernos.
50:55Sua construção teve início no ano de 1650, no ducado de Schleswig, onde hoje é a Alemanha.
51:03O projeto foi encomenda do duque Frederick III ao seu erudito e conselheiro, o cartógrafo Adam Olearius.
51:10Sua execução ficou a cargo do armeiro Andreas Bosch.
51:14Frederick III queria um modelo que tornasse acessível a qualquer pessoa
51:18a compreensão dos movimentos do universo recentemente observado por Galileu e desvendado por Kepler.
51:25Algo que simplesmente não existia até então.
51:28A obra envolveu arquitetos, caldeiros, relojueiros, marceneiros, mecânicos, artistas e artesãos,
51:35e levou 14 anos para ser concluída.
51:37Por ironia do destino, o próprio Frederick III não viveu para ver a concretização do seu sonho.
51:44Ele foi morto em 1659, na Segunda Guerra do Norte.
51:49Cume ao seu filho, Christian Albrecht, inaugurar em 1664 a obra da engenharia e da ciência idealizada por seu pai.
51:59O globo de Goddard tinha cerca de 3 metros de diâmetro esculpido em madeira.
52:03Do lado de fora, parecia um globo terrestre comum, mas a maior beleza estava no seu interior, literalmente.
52:11Em certa parte do globo, uma portinhola convidava o visitante a entrar, deixar o mundo real do lado de fora
52:18e ser transportado para uma representação mágica do cosmos.
52:22Uma pequena escada levava a um banco central de onde se podia observar as estrelas douradas
52:27encravadas nas constelações representadas por figuras mitológicas pintadas à mão nas paredes internas da esfera.
52:35Mas não era só isso. O globo girava.
52:38Um intrincado sistema de engrenagens movido pela força da água fazia o céu circular suavemente ao redor do observador,
52:45simulando o movimento aparente das estrelas ao longo da noite.
52:49Era como uma sessão de planetário de hoje, mas tudo feito com pincéis, madeira, bronze e muita imaginação.
52:57Como um universo numa casca de nós, um teatro celestial onde os espectadores eram convidados a se sentar no centro da arena cósmica.
53:07Toda essa estrutura ficava alocado dentro da Casa Globo, um pequeno palácio construído nos jardins do castelo especialmente para abrigá-lo.
53:16Mas infelizmente, este não foi o único endereço do Globo de Goddard.
53:20Desde que foi concluído, o globo se tornou famoso, despertou a curiosidade e o interesse de estudiosos
53:27e foi cobiçado pelos poderosos de toda a Europa.
53:30Apesar de ter resistido ao tempo mais do que muitas nações, sua história foi marcada pelas guerras e revoluções que redesenham o mapa do continente há séculos.
53:40Em 1713, durante a Terceira Guerra do Norte, o Globo de Goddard foi enviado para São Petersburgo de presente,
53:48ou como espólio de guerra, para o Rei Pedro, do então emergente Império Russo.
53:54Lá ele foi danificado por um incêndio em 1747, mas foi restaurado e ganhou uma versão atualizada da cartografia.
54:03Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, tropas alemãs capturaram o globo e o enviaram em um trem especial para Neustadt, na Alemanha.
54:12Em 1946, foram as tropas britânicas que encontraram o Globo de Goddard.
54:18Eles deixaram o artefato exposto por três semanas em Lübeck e depois, no ano seguinte, ele foi enviado de volta para São Petersburgo,
54:26onde permanece em exposição até hoje na Academia de Ciências da Rússia.
54:30Nos anos 90, iniciou-se um meticuloso trabalho de resgate histórico no Castelo de Goddard.
54:36Foram recuperados relatos, desenhos e até parte do projeto original de Aden Olearius.
54:42Esse trabalho resultou na construção de uma réplica idêntica do Globo de Goddard, instalado em uma nova casa-globo, um pouco mais modesta, nos jardins do castelo.
54:52Um trabalho artístico e histórico que trouxe de volta para casa essa preciosidade da engenharia do século XVII.
54:59Passados mais de três séculos, o globo idealizado por Frederick III segue encantando seus visitantes e mostrando que não há limites para a engenhosidade humana.
55:09Mas o Globo de Goddard não foi apenas uma curiosidade de época.
55:13Ele marcou um momento em que olhar para o céu era um ato tão artístico quanto filosófico e científico.
55:19Um precursor claro do que viriam a se tornar os planetários modernos.
55:23Ele estava tão à frente do seu tempo que foi preciso esperar mais de 250 anos até a próxima grande evolução.
55:31O planetário com projeção de estrelas inaugurado um século atrás.
55:35Nas engrenagens de madeira do Globo de Goddard podemos ver o futuro dos projetores digitais.
55:40Em seus astros pintados, a semente dos visores computadorizados que hoje encantam multidões.
55:47E mesmo hoje, com nossas esferas de LEDs e mostradores holográficos,
55:51assistir a lenta e serena rotação do céu mecânico no interior do globo é um lembrete de quanta paixão e criatividade moviam nossos antepassados.
56:00O Globo de Goddard nos ensina que a fascinação humana por representar o céu nunca foi novidade.
56:06Ela é tão antiga quanto o desejo de entender o universo.
56:10É um símbolo da inventividade em uma era em que a ciência e a arte ainda andavam de mãos dadas.
56:16Onde a visão do cosmos podia ser desenhada com pinceladas de tinta sobre madeira.
56:21E onde um príncipe e seu cartógrafo tiveram a audácia de criar um cosmos em miniatura.
56:27Por isso, ao lembrarmos o centenário dos planetários modernos,
56:30celebremos também este precursor, o Globo de Goddard, que por séculos trouxe o céu para bem perto dos olhos humanos.
56:38Mesmo em plena era espacial, ainda é cativante e inspirador ver o que a paixão pelo cosmos,
56:45a criatividade e a engenharia de séculos atrás eram capazes de fazer.
56:50Transformar em uma realidade mecânica o sonho humano de se conectar com o universo.
56:57Bons céus a todos e até a próxima!
57:01Que lindo, hein, Marcelo Zurita! Põe preciosidade nisso, não? Muito bacana, parabéns!
57:08Mais um Olhar Espacial muito interessante. Um beijo pra você, Marcelo Zurita.
57:13Já sei que você tá ali nos comentários. Vamos dar o boa noite, pessoal?
57:1720 horas, 28 minutos! Pelo horário de Brasília, já!
57:22Olha, o tempo voou! Vamos correr aqui pra mandar o nosso boa noite pro pessoal do YouTube.
57:27Felipe Ribeiro, Ederaldo, Solange Capelari, Ioda, Mário Magalhães também, Nelson Evangelista,
57:35Odenem Soares Galvão, sempre com a gente, beijão!
57:38O Marcelo Zurita está por aqui nos comentários batendo papo com o pessoal também.
57:43Ederaldo, Antônio Carlos Moreira falando que a ciência vive de teorias pra não perder verbas do governo.
57:50Quem mais? Luiz Henrique Novo, Odenem Soares Galvão, Felipe Ribeiro e a Lucie Marisa.
57:55Excelente noite, ótimo final de semana. Obrigada, Lucie, beijão pra você.
57:59E olha aqui o Marcelo Zurita, do século XVII. É impressionante, nem me falem, Marcelo Zurita.
58:05Que história bacana, viu? Um beijão pra você, parabéns!
58:08Facebook, um beijo pro pessoal. Aqui o Johanne Joaquim Baumeister, sempre conosco.
58:13E o Juvan Bahia também enviando. Boa noite, pessoal!
58:17Fim de semana já está chegando, hoje é sexta-feira, pois é.
58:21Mas tem daqui a pouquinho, não esqueçam, Olhar Espacial com Marcelo Zurita sobre como seria a vida humana em Marte.
58:30Não esqueça, já, já, 21h pelo horário de Brasília.
58:3320h29min pelo horário de Brasília, encerrando mais uma semana juntos com o Olhar Digital News.
58:42Aproveita o Olhar Espacial de Logo Mais e nos encontramos na segunda-feira.
58:47Olhar Digital, o futuro passa primeiro aqui.
58:52Grande beijo a todos vocês, ótimo fim de semana e até segunda. Tchau, tchau!

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