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Nascimento de um sistema planetário é visto pela primeira vez
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00:00
Uma pesquisa fresquinha, divulgada hoje, pode ajudar a ciência a entender melhor como é a formação planetária.
00:08
Trabalhos como esse são fundamentais para compreendermos melhor, enrolou tudo, a história da Terra.
00:17
Vamos conferir agora na reportagem.
00:22
Como nascem os planetas?
00:24
Pela primeira vez, um grupo de cientistas conseguiu ter um vislumbre real desse processo.
00:31
Astrônomos identificaram o momento em que partículas de material sólido, que um dia formarão planetas,
00:37
começaram a se aglomerar ao redor de uma jovem estrela, que está localizada a cerca de 1.300 anos-luz da Terra.
00:44
A pesquisa, publicada nesta quarta-feira na revista Nature, foi liderada pela Universidade de Leiden.
00:50
Os responsáveis pelo trabalho usaram dados do maior observatório astronômico do mundo, o ALMA, que fica no Chile,
00:57
e do maior telescópio espacial já lançado, o James Webb.
01:01
A estrela foi batizada de Hops 315.
01:05
Ela tem menos de 100 mil anos e está localizada na constelação de Órion.
01:09
Ao seu redor foi detectado um disco protoplanetário, composto por gás e poeira.
01:15
Um disco protoplanetário é formado por partículas frias e superdensas de gás e poeira,
01:22
que colapsam durante a formação de uma estrela, devido à sua própria gravidade.
01:27
Esse material se organiza em um formato achatado, daí o nome disco,
01:32
e é nesse berçário que novos planetas surgem.
01:36
Esses discos são comuns ao redor de estrelas que estão se formando
01:40
e marcam o começo do surgimento dos planetas.
01:43
Contudo, esta foi a primeira vez que cientistas observaram diretamente
01:48
o nascimento dos primeiros componentes sólidos desses corpos celestes, os planetas.
01:54
Ou seja, foi possível enxergar o comecinho de um processo
01:57
que vai levar milhões e milhões de anos para formar um novo mundo.
02:02
De acordo com os autores da descoberta,
02:04
Hops 315 é o sistema mais parecido com o que se imagina
02:08
que foi o nosso sistema solar em seus primeiros estágios.
02:13
Pelo menos, até onde a ciência pode ter feito suas observações.
02:17
É como se fosse uma foto da infância da nossa própria vizinhança.
02:22
E os trabalhos não acabaram.
02:24
Os astrônomos pretendem estudar Hops 315 com ainda mais atenção
02:29
e já tem outros alvos na mira.
02:31
Há outras estrelas em que se espera encontrar sinais semelhantes de formação planetária.
02:36
E vamos repercutir agora esse assunto com ele, Marcelo Zureta,
02:48
que é colunista aqui do Olhar Digital e ele vai nos ajudar a entender um pouco mais sobre esse estudo.
02:54
Vamos receber o Marcelo Zureta aqui.
02:56
Olá, boa noite.
02:59
Marcelo Zureta, querido, bem-vindo.
03:03
Boa noite, Marisa.
03:04
Boa noite a todo mundo da comunidade do Olhar Espaço do Olhar Digital
03:07
que está acompanhando aí as notícias de hoje.
03:11
Marcelo Zureta, hoje nós estamos com um probleminha aqui na imagem cheia,
03:15
então você vai ficar pulsando junto com a gente.
03:17
Escrece um pouquinho, diminui um pouquinho,
03:18
mas vamos porque o assunto é interessantíssimo.
03:20
Eu quero que você comece falando para a gente o que esse estudo traz de novo
03:25
em relação a outras observações de planetas se formando.
03:31
Pois é, esse estudo é fantástico porque foi a primeira vez
03:34
que a gente conseguiu captar o momento zero da formação planetária.
03:39
Então a gente observou, a gente não, os astrônomos lá,
03:42
observaram diretamente a condensação daqueles materiais,
03:46
daqueles minerais refratários, a partir daquela nuvem de gás aquecido, de silício.
03:54
Então é uma região interna do disco protoplanetário da estrela OPS 315
04:00
e isso vai fornecer para a gente aí algumas evidências diretas
04:06
do processo inicial da formação dos sólidos,
04:10
algo que antes a gente só conhecia através dos meteoritos,
04:13
inferindo, olhando para o nosso passado.
04:15
Agora a gente pode ver o que está acontecendo lá nesse momento,
04:20
na estrela OPS 315, analisando o presente.
04:24
É um pouquinho do passado também, mas a gente está chegando assim no presente,
04:30
essas imagens lá desse sistema estelar.
04:34
Agora, Zurita, fala para a gente, o que os astrônomos veem, na verdade,
04:39
o que eles veem, fazem, como eles fazem essas observações?
04:43
Porque, na verdade, eles enxergam o que exatamente, afinal de contas, é tão distante.
04:48
Como que eles conseguem ter essas conclusões, assim, dessa forma, com uma visão tão limitada?
04:55
Bom, eu trouxe aqui uma coisinha para mostrar para vocês, né?
04:59
Eu acho que todo mundo já viu um desses, né?
05:01
Um CD, e é interessante como ele tem essas cores, né?
05:04
Ele refrata a luz, né?
05:07
Que a gente joga nele, né?
05:08
E projeta essas cores do arco-íris.
05:12
Esse processo é o mesmo que os astrônomos fazem para grande parte das observações
05:17
desse tipo de fenômeno, dos fenômenos celestes.
05:21
Então, a primeira coisa, a gente vai encontrar lá um pontinho de luz
05:24
que vai ter alguma informação para a gente.
05:26
No caso, foi essa estrela, ROPS 315, com o seu disco protoplanetário lá em formação.
05:34
Então, eles perceberam, eles viram, né?
05:36
Observaram nas imagens lá do James Webb, né?
05:39
Que havia alguma coisa ali.
05:40
E aí, eles utilizaram esse processo de refração da luz, né?
05:45
Dessa luz que eles enxergaram lá,
05:47
para poder analisar o espectro no infravermelho milimétrico, né?
05:51
No infravermelho e na faixa de frequência milimétrica ali do ALMA,
05:59
no infravermelho do James Webb e no milimétrico do ALMA, tá?
06:03
Em altíssima resolução, para identificar as bandas de absorção e emissão,
06:08
que são justamente aquele que caracteriza cada material, a luz de cada material, tá?
06:13
E com isso, eles fazem a interpretação, cruzando esses dados, né?
06:16
Com os modelos já existentes, né?
06:21
Que foram medidos em laboratório.
06:23
E aí, conseguem distinguir a composição química, o ambiente,
06:28
inferir temperatura e tudo mais aí, a seca,
06:32
daquela luzinha que eles estão observando pelo telescópio.
06:35
Então, é basicamente isso.
06:36
Eles pegam a luz do telescópio, difratam e vão analisar os espectros, né?
06:41
Tanto na luz visível, na infravermelha, inclusive nas ondas diárias.
06:45
Impressionante.
06:47
Agora, Zurita, de que forma, assim, esse trabalho, né?
06:50
Na sua evolução, ele pode apresentar para a gente entender melhor o nosso passado
06:55
e até a formação da Terra?
06:58
Bom, essas observações, né?
07:02
Que foram divulgadas hoje, né?
07:04
Nesse artigo aí, que está ali ainda para ser divulgado, né?
07:08
Para ser publicado oficialmente, né?
07:10
Elas mostram um ambiente análogo ao que foi a formação do sistema solar.
07:17
Então, isso mostra para a gente como que se formaram os primeiros sórios, né?
07:22
Os primeiros planetesimais lá e aqui também, né?
07:26
Isso vai ajudar a gente a praticamente validar os modelos de formação planetária
07:31
que a gente tinha anteriormente, além de entender, né?
07:35
Como que esses minerais se formam, como é que se originam os planetas rochosos
07:42
como a Terra e outros corpos do sistema solar.
07:45
Isso é bem interessante e acho que tem muito espaço aí para a gente aprender
07:50
em cima desse estudo.
07:52
Muito bacana agora, Zurita.
07:54
E que outras respostas à evolução dessas pesquisas?
07:57
Porque esse é só um princípio, né?
07:59
Que outras respostas a gente pode esperar que elas tragam do futuro?
08:04
Então, eu acho que já está trazendo desde já, né?
08:07
E a tendência é que a gente aprofunde um pouco mais esses estudos
08:13
em torno dessa estrela, né?
08:15
Que ela nos fornece muita informação útil para a gente, por exemplo, né?
08:20
ver como é que, onde e como se formam os primeiros planetesimais, né?
08:26
Os primeiros planetas rochosos, né?
08:30
Como é que esses sólidos, né?
08:32
Esses planetesimais são transportados no disco.
08:36
A gente sabe que a Terra, por exemplo, se formou bem mais próxima do Sol
08:40
e depois ganhou uma órbita mais afastada.
08:42
Então, esse estudo pode mostrar para a gente como é que isso acontece, né?
08:46
E em que condições, né?
08:49
Diferentes sistemas planetários também podem gerar planetas rochosos, como a Terra, né?
08:55
Além de indicar, né?
08:56
Da gente verificar, confirmar se os processos de formação que ocorreram aqui no Sistema Solar
09:03
são comuns ou são uma exceção no restante do Universo.
09:06
Zurita, é sempre muito bom recebê-lo aqui no Olhar Digital News
09:11
para nos ajudar a entender essas descobertas fantásticas
09:14
que a gente tem acompanhado sempre por aqui.
09:17
Mais uma vez, muitíssimo obrigada.
09:20
Obrigado, Marisa. Obrigado, pessoal.
09:23
E até a próxima.
09:24
Até a próxima.
09:25
Sexta-feira tem um olhar espacial, né, Marcelo Zurita?
09:28
Então, até sexta-feira. Beijo grande.
09:31
Até lá.
09:32
Tchau, tchau.
09:33
Tá aí, pessoal. Marcelo Zurita colaborando aqui com a gente
09:36
no Olhar Digital News, em participação especial
09:40
para explicar para a gente sobre esse estudo.
09:42
Bacana, não, pessoal?
09:43
Tchau.
09:44
Tchau.
09:45
Tchau.
09:46
Tchau.
09:47
Tchau.
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