No Direto ao Ponto, Ricardo Garcia avaliou a atuação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) no combate ao crime organizado e comentou a importância da PEC da Segurança.
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00:00Governador, a gente está falando de centro-direita, vamos trazer um pouquinho agora para a questão do centro-esquerda.
00:05O senhor serviu ali, em algumas oportunidades, o governador Geraldo Alckmin, né?
00:10Sempre sendo ali uma pessoa de confiança, um homem ali de próximo ao governador.
00:16Ele faz esse movimento hoje, não sei se o senhor entendeu, muita gente ficou ali surpreso com esse movimento.
00:24E hoje existe uma possibilidade, ainda que remota, embora o Márcio França já se colocou como candidato,
00:29existe ali uma possibilidade de o Geraldo Alckmin vir, se o Tarcísio não for o candidato ao governo,
00:34ele trazer essa força do centro-esquerda para ser candidato.
00:40Nessa conjuntura, o senhor apoiaria o Geraldo Alckmin mais uma vez ou não se conversa mais sobre esse apoio?
00:48Não se fala mais disso.
00:50O Alckmin, que é uma pessoa que eu respeito, fui secretário dele durante um bom tempo,
00:54tomou uma decisão de sair da sua história política.
00:58ele sempre combateu o PT, eu falo que eu aprendi a combater o PT ao lado dele aqui em São Paulo,
01:04e de repente vai lá e se alie.
01:05Então ele mudou de lado na política e vai sofrer as consequências dessa sua decisão
01:10se vier a ser candidato aqui em São Paulo.
01:13Ele vai perceber que o eleitor de São Paulo sempre o escolheu nas vezes que ele disputou,
01:18porque ele representava uma história, e agora ele mudou a história dele,
01:21indo para o apoio à esquerda.
01:25Então, ele está do outro lado e eu estou do lado de cá.
01:29Então nós não estaremos disputando a eleição, seja como candidato, seja em posições contrárias.
01:35Fábio Zambelli.
01:36Governador, o senhor falou que considera a atual gestão do governador Tarcísio de Freitas
01:40como uma espécie de continuidade daquilo que foi feito na sua gestão.
01:44Bom, eu queria falar um pouquinho sobre segurança.
01:46Muito possivelmente, se a eleição fosse hoje, por grupo é governador,
01:50o assunto segurança seria o dominante no debate eleitoral.
01:53Eu queria ouvir do senhor, primeiro, uma avaliação sobre as políticas de segurança
01:57do Estado de São Paulo no atual momento, e no entendimento do senhor, qual seria,
02:02dependendo do candidato, se for o senhor ou outro nome do campo,
02:05qual seria a principal agenda, o principal programa nessa área de segurança
02:10que esse candidato deveria apresentar para convencer a população?
02:13Porque me parece, claro, que tem uma dicotomia entre os indicadores e a percepção,
02:17que é uma coisa histórica, o senhor mesmo experimentou enquanto governador,
02:20os números melhoravam, mas a percepção da população sempre estava no sentido oposto.
02:24Com essa explosão dos roubos de celulares, que eu acho que seria o tema,
02:28se fosse a eleição hoje, seria o tema central da eleição, seria roubo de celular,
02:33assalto, a mão amada, enfim, qual o senhor entende que seria um programa convincente
02:39a ser apresentado pelo candidato que for defender esse campo,
02:43dar continuidade para o governo do Estado?
02:46Olha, primeiro uma pequena correção, Isabela, eu não disse que o Tarcísio dá continuidade
02:51àquilo que eu fiz, né? Eu disse que o Tarcísio dá continuidade a programas e projetos do Estado
02:57que deram certo, que eu passei por lá, o Dória passou por lá, o Alckmin passou por lá,
03:02o Serra passou por lá, enfim, então eu digo que são projetos que a sociedade de São Paulo hoje
03:08não admite viver sem. Quando você vê uma nova concessão de estrada,
03:13uma concessão de metrô, uma concessão de trem, são coisas que a sociedade exigirá do governo, né?
03:19Porque ela viu o privado e viu o público, sentiu a diferença e quer e cobre os governos.
03:24Então, eu falo que o Tarcísio dá continuidade aos programas e projetos que são vitoriosos
03:29e que trouxeram São Paulo até aqui. O que eu acredito que tem que estar na agenda do governo, né?
03:35Eu digo que nós chegamos, Isabela, um pouco no limite do que a polícia militar pode fazer,
03:41do que a polícia civil pode investigar. Ou a gente vai no Congresso Nacional
03:45e atua para avaler nas mudanças da legislação penal, ou nós vamos ficar enxugando o gelo, né?
03:53São Paulo tem uma polícia muito bem treinada, uma polícia muito preparada,
03:58tem o apoio dos governadores sempre, né? Muito ativo.
04:03Tudo aquilo que a polícia demanda como equipamento, como estratégia para poder enfrentar o crime,
04:10os governos, de alguma maneira, suprem elas dessas demandas.
04:16Eu lembro as câmaras corporais, né? A discussão, põe câmara, não põe câmara.
04:20Isso não foi uma ideia do governo anterior, foi uma ideia da própria polícia,
04:23que demandou o governo e o governo foi lá e pôs dinheiro para comprar, né?
04:26E assim como vários outros exemplos.
04:30Então, a polícia está cumprindo o seu papel, né?
04:33Nós estamos num grande contingente.
04:34É difícil você aumentar o contingente da polícia militar em São Paulo,
04:38até por uma questão da LRF, dos limites que a gente tem na folha de pagamento.
04:43Então, você precisa atuar na legislação federal para valer, né?
04:47Essa coisa da audiência de custódia que lá atrás, eu e muita gente defendeu como talvez uma solução.
04:53Está sendo hoje um problema na segurança pública.
04:56Isso desmotiva o policial que prende 5, 10, 15 vezes a mesma pessoa.
05:01E um trabalho muito forte de investigação e de combate ao crime federal.
05:08Nós estamos vivendo um momento onde o crime organizado está crescendo.
05:12Nós não temos controle de fronteira.
05:14Hoje, o Brasil é um centro logístico de distribuição de drogas.
05:17E os governadores têm limites para atuar contra o crime organizado.
05:21E aí, o governo central precisa efetivamente cumprir o seu papel de coordenação e de atuação no crime de fronteira.
05:28Nós não temos...
05:29A gente não faz ou fabrica cocaína aqui no Brasil, Evandro.
05:32A gente importa, né?
05:33Então, está entrando por alguma fronteira.
05:35Cadê as polícias de fronteira?
05:37Cadê a atuação do governo central nisso?
05:40Então, eu acho que a grande...
05:42Ou melhor, acredito que o grande debate da segurança pública é olhar a legislação federal,
05:47atuar para que ela tenha mudanças e efetivamente a prisão seja um fator de interromper o crime,
05:53que não está sendo, e também uma atuação e uma cobrança ao governo federal para que ele faça parte dele.
05:58O que foi, Emmanuel?
05:59Nesse contexto, como é que o senhor avalia a proposta da PEC de segurança apresentada pelo governo federal?
06:05Emmanuel, eu estava no Congresso quando a gente aprovou o SUSP.
06:08Eu era o líder da bancada do DEM, quando veio lá o projeto do governo Temer,
06:12do Sistema Único de Segurança Pública.
06:14Lá, a gente discutia a unificação da formação das polícias, e era algo fundamental.
06:20A unificação da investigação, né?
06:22Crime não tem fronteira, né?
06:24O cara comete em São Paulo, comete em Goiás, comete na Amazônia.
06:26Então, era fundamental integrar essas inteligências, né?
06:31E também fazer a integração da polícia civil, militar e guardas metropolitanas com as forças federais, né?
06:37Ele cumpriu um bom papel.
06:39Quando eu olhei a PEC enviada pelo... o projeto enviado pelo ministro Lewandowski,
06:43primeiro, a gente tem que reconhecer que é uma boa iniciativa.
06:46Olha, o governo federal não está tirando o corpo dele, dizendo isso não é comigo, fale com os governadores.
06:51Ele está tentando dizer, olha, eu estou aqui e quero participar.
06:56A partir daí, quer dizer, cumprimento a iniciativa, mas muito cuidado no conteúdo.
07:02Porque quem entende de segurança pública é polícia estadual, é governo estadual.
07:07E, portanto, nós precisamos ver os detalhes que estão lá inclusos no projeto.
07:12Eu li rapidamente.
07:13Cumprimento pela iniciativa, mas tem que preservar a força dos governos estaduais no sistema de segurança pública.
07:20Agora, governador, a gente falou sobre a prisão de um dos líderes do PCC, facção que atua aqui no estado de São Paulo.
07:26E o ministro da Justiça e Segurança Pública até ressaltou a importância, então, de se levar em frente essa proposta,
07:34exatamente porque essa prisão contou com a colaboração das polícias.
07:37Mas muitos também culpam os governos do PSDB por ter deixado a facção chegar a esse nível que chegou de atuação aqui no estado de São Paulo.
07:46Como é que o senhor olha para essa crítica e até mesmo para as dificuldades que o senhor sentiu ao ser governador
07:54e ao tentar combater uma facção que se especializou e criou tantos braços que hoje ultrapassam as divisas do estado e até mesmo as fronteiras do país?
08:05Evandro, é uma crítica injusta imaginar que o PCC contou com a conivência de governos aqui do estado,
08:12ou que os governos do estado de São Paulo não atuaram de maneira firme para combater o crime organizado.
08:17Volto a falar, o PCC vive de droga e a droga não é produzida em São Paulo nem no Brasil.
08:22Ela vem de fora.
08:23Então, portanto, crimes federais, cuidar da fronteira e, principalmente, também agir para sufocar a organização criminosa.
08:31O governo de São Paulo foi pioneiro em caçar alvarás e inscrições estaduais de comércios, na época, muito posto de gasolina, muita indústria química,
08:41de supostos laranjas e testas de ferro do crime organizado.
08:47E, muitas vezes, você ia lá, caçava, o Poder Judiciário devolvia a inscrição.
08:52Não é que o Poder Judiciário estava errado, é que a legislação dava lá o direito de ampla defesa,
08:56era difícil você caracterizar a facção, na época, era difícil você mostrar toda a ligação direta, né?
09:02O crime se esconde, o crime cria subterfúgios para não ficar claro que aquilo é dinheiro do crime.
09:08Então, o governo, ele tem muita dificuldade de ir lá e demonstrar.
09:10Isso é crime, como nós estamos vivendo hoje nas bets, na lavagem de dinheiro, que se sofisticou nas fintechs hoje no Brasil.
09:18Então, primeiro, é uma crítica injusta.
09:20O PSDB e os governos que passaram aqui agiram muito no combate à criminalidade.
09:24Os indicadores estão aí para ver queda de roubo, queda de furto, queda de homicídios, né?
09:29São Paulo tinha um dos indicadores mais altos de homicídios do Brasil na década de 90.
09:34Hoje é o menor que nós temos no Brasil.
09:37Mas o crime organizado está aí, muitas vezes, sem violência, se articulando e vivendo perto da gente.
09:44Então, é urgente que o governo federal cumpra o seu papel, atue, não combate à droga e à lavagem de dinheiro.
09:52Ele tem mais instrumentos do que os governos estaduais para isso, para que a gente não conviva com o crime organizado.
09:59O Brasil está perto de uma encruzilhada, Evandro.
10:02E se a gente não tomar atitudes agora, nós podemos virar aí um México, como a gente usa como exemplo,
10:09onde o tráfico de drogas está muito perto do poder público e da sociedade.