O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), criticou a PEC da Segurança Pública, destacando que a proposta, ao prever corregedorias autônomas para monitorar forças policiais, pode desmotivar os agentes. Ele defende ajustes no texto para preservar a autonomia das corporações e a eficácia no combate ao crime.
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00:00Agora tem uma outra informação, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, fez duras críticas à PEC da Segurança Pública durante o lançamento da Frente Nacional do Crime organizado na Câmara Municipal de São Paulo.
00:12Segundo Nunes, o plano precisa de correções no que diz respeito à criação de corregidorias e ouvidorias autônomas para atuar na segurança pública.
00:22Vou abrir aspas para a fala do prefeito, é importante que o governo tenha iniciativa de poder trazer um ajuste na legislação.
00:30Para combater a criminalidade, combater o crime organizado.
00:33Mas algumas questões que a gente precisa corrigir, como por exemplo a questão de instalar as corregidorias.
00:41Você trazer órgãos e instituições externas para lutar ou para opinar na questão de corregidoria, não é o que a gente precisa.
00:49Fecho aspas, as observações e ponderações feitas por Ricardo Nunes, a PEC da Segurança Pública.
00:56E também tem uma questão que talvez seja secundária aí, mas que diz respeito à nomenclatura também das guardas civis,
01:05porque judicializaram a questão e o Ricardo Nunes não conseguiu mudar o nome da Guarda Civil Metropolitana aqui de São Paulo
01:12para polícia metropolitana ou polícia municipal, alguma coisa do tipo, enfim.
01:17E aí a ideia também de utilizar esse dispositivo para permitir essa alteração.
01:23Você, Davila, as críticas feitas pelo prefeito de São Paulo, a PEC da Segurança Pública.
01:28A crítica feita pelo prefeito de São Paulo está corretíssima.
01:34Não precisamos de PEC para ficar criando outras instâncias de poder.
01:38O que nós precisamos é de uma PEC para endurecer penas, acabar com a impunidade da justiça
01:45e dar, sim, mais autonomia às polícias municipais.
01:49E isso é preciso fazer juízo, comentar o correto, que ela, na PEC da Segurança Pública,
01:57ela permite o policiamento ostensivo dos municípios.
02:01O que não permitiu foi a mudança do nome.
02:04A mudança não importa nada.
02:06O que importa é manter o policiamento ostensivo da polícia municipal,
02:13principalmente de uma cidade como São Paulo.
02:15Por isso, está correta a crítica.
02:18É a crítica de um prefeito preocupado com a segurança pública
02:22e não uma PEC que se preocupa com o bem-estar dos bandidos.
02:27Pois é, o Mota tem feito, naturalmente, análises em relação ao texto da PEC da Segurança Pública
02:33e agora o prefeito de São Paulo traz uma percepção, uma preocupação acerca dessa ideia, né?
02:41A criação de corrigidorias e ouvidorias autônomas para atuar nessa área de segurança pública.
02:47Mota?
02:49Eu queria ser paulista nesse momento, porque me dá orgulho ouvir uma declaração dessa do prefeito.
02:56Eu sinto que isso, de alguma forma, é parte do trabalho que a gente tem feito aí há quase 10 anos
03:02para explicar que tudo começa com as ideias certas.
03:06O prefeito acertou no alvo, porque, pensem bem, o que seriam corrigidorias e ouvidorias autônomas?
03:15A resposta é fácil, meus amigos.
03:18Sovietes, instrumentos de coerção da polícia.
03:24Todas as instituições, inclusive as instituições policiais, já têm corrigidorias e ouvidorias.
03:30Não é necessário criar novas corrigidorias e ouvidorias autônomas,
03:38as quais, obviamente, só serão autônomas no nome.
03:43Você, para fechar, as observações e ponderações feitas pelo prefeito de São Paulo
03:50em relação à PEC da Segurança Pública, Beraldo?
03:53O prefeito Ricardo Nunes tem um dos maiores desafios do Brasil,
03:59que é conseguir dar conta da administração de uma cidade extremamente complexa,
04:04que cresceu, em certa medida, de forma desordenada,
04:09com excesso de carros e escassez de ruas,
04:12e que hoje sofre imensamente com essa criminalidade desenfreada.
04:18O prefeito Ricardo Nunes tem, na administração estadual,
04:24com o governador Tarcísio de Freitas,
04:27seu grande cabo eleitoral na campanha de reeleição do ano passado,
04:32e também no secretário de Segurança Pública, Guilherme Derriti,
04:35os parceiros necessários para buscar as soluções possíveis
04:40para não resolver, mas diminuir essa infestação de crimes
04:47que acontecem na cidade que ele administra.
04:50Então, quando ele faz uma observação, uma leitura,
04:53uma análise sobre essas propostas,
04:56ele sabe do que ele está falando,
04:58porque este é um tema com o qual ele precisa lidar absolutamente todos os dias.
05:04E, obviamente, o que o governo federal quer fazer com esta proposta
05:09não é ajudar para que o trabalho de um prefeito,
05:13como prefeito da cidade de São Paulo, seja mais fácil, mais efetivo.
05:17É ao contrário.
05:18É simplesmente criar uma narrativa para parecer
05:21que o governo federal passou a ser protagonista
05:25na solução de um problema que ele próprio cria
05:28quando não toma conta das nossas fronteiras
05:31e a gente vê essa enxurrada de drogas e armas invadindo o Brasil.
