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  • 21/05/2025
No muro do portão 1 da Universidade Federal do Pará (UFPA), no bairro do Guamá, em Belém, um grupo de artistas transforma a dor em arte: Um mural coletivo de 80 metros, intitulado “A solução somos nós”, é pintado com argilas das ilhas de Cotijuba e Caratateua e carvão de florestas consumidas pelo fogo. A iniciativa é mais que uma obra visual: é um manifesto ambiental em antecipação à COP 30, que será realizada em novembro, na capital paraense. O trabalho, que começou na segunda-feira (19) e será entregue nesta quinta-feira (22), é assinado por oito artistas - três deles indígenas - e também conta com a participação de artistas da comunidade local.

REPORTAGEM: RONALD SOUZA (ESPECIAL)
IMAGENS: IVAN DUARTE

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Transcrição
00:00Esse projeto é um projeto muito simbólico para a gente,
00:04porque ele é um projeto de conclusão da primeira fase do projeto do Megafone Ativismo,
00:08que é um projeto que atua principalmente na Amazônia Legal,
00:11mas no nível nacional também em outros estados do Brasil.
00:14E ele veio para o muro da UFDA com uma representatividade,
00:19uma simbologia muito importante para nós,
00:20porque esse é o muro da maior universidade do norte do país.
00:24Então o Megafone atua principalmente na Amazônia
00:27e a gente traz uma temática, que é a temática do nosso tempo atual,
00:31que é as mudanças climáticas e a crise ambiental que a gente vive hoje,
00:36que é humanitária, que é no mundo todo.
00:39E aí a gente traz aqui principalmente a utilização de matérias
00:44que são cinzas e carvão provenientes de queimadas.
00:48Uma parte delas veio da terra indígena Nambé
00:50e outra parte veio das cinzas e carvão da comunidade quilombola África.
00:56Ambas comunidades tradicionais são do município de Mojú,
01:00que foram utilizadas como base para a confecção de boa parte das tintas
01:03que está sendo utilizado para fazer essa reflexão para a sociedade
01:07sobre a necessidade da gente discutir esses temas
01:09e também a representatividade de algumas lideranças indígenas e quilombola.
01:15Cada artista dos quatro artistas ficou com uma temática
01:18que se dividiu no muro.
01:20Aí a gente fez uma homenagem à Araceli,
01:25aqui à Vila da Barca, que está tendo muita problemática do saneamento básico,
01:30do escudo que está sendo despejado lá.
01:32Então eu utilizei tintas naturais feitas por um mundano,
01:37que é feito com carvão,
01:38que é o resto das queimadas cinzas e das queimadas da flora da Amazônia,
01:43que vieram de alguns lugares,
01:44inclusive de povos quilombolas,
01:47que a Inací foi pegar lá no Acará.
01:51Então a gente quer chamar a atenção mesmo
01:52para o desmatamento, para as questões ambientais.
01:55E a gente, como grafiteiro, a artista de rua,
01:57a gente sente na pele esse aumento da temperatura, né?
02:00A gente sofre muito de estar exposto aqui na rua.
02:03A gente sente a falta de uma árvore que faz para dar sombra.
02:07Então todo esse processo,
02:09a gente não está só homenageando,
02:12deixando o muro mais bonito,
02:13mas está a gente discutindo essas problemáticas ambientais.
02:16As pessoas parem para refletir, né?
02:20Ao passar, para vir para a universidade,
02:22passar o seu trabalho,
02:23elas olhem para esse lugar.
02:26Olhem para essas pessoas que estão sendo representadas.
02:29Muitas pessoas já reconheceram
02:31que a Vila da Barca está sendo retratada aí.
02:34E volte o seu olhar para essas questões, né?
02:36O que está sofrendo mais,
02:38principalmente a periferia aqui da Amazônia.

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