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O combate às organizações criminosas tem sido um dos focos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). No enfrentamento às facções, o Estado do Pará tem buscado expandir e aprimorar a estrutura das forças de segurança, com ações direcionadas contra organizações que atuam desde o tráfico internacional de drogas até a extorsão de comerciantes e moradores nas periferias da Região Metropolitana de Belém (RMB).

Como resultado desse esforço, o Estado deve superar, ainda este ano, o recorde de apreensão de drogas, com mais de 15 toneladas interceptadas pelas autoridades, um duro golpe contra o crime organizado.

Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, o secretário de Segurança, Ualame Machado, também destacou outros avanços. Entre eles, a redução de mais de 59% nos crimes violentos, considerando a comparação entre diferentes períodos, o fim dos roubos a bancos no interior do estado e o aumento expressivo na apreensão de celulares roubados.

Reportagem: Vito Gemaque
Imagens: Ivan Duarte

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Transcrição
00:00Primeiramente, nós temos hoje o crime realmente organizado e globalizado.
00:06Para você ter uma ideia, as grandes organizações que atuam no Brasil, que tiveram origem no Brasil,
00:10elas estão presentes em vários países. Uma delas está presente em mais de 20 países do mundo.
00:15Então, isso demonstra não só a globalização desse crime, mas também a interligação, a integração entre o crime.
00:21Então, a partir daí, as forças de segurança, o Estado, tem que estar muito mais organizado que o crime.
00:26E, partindo dessa premissa, a gente tem trabalhado em várias frentes.
00:32Uma delas é a integração das forças de segurança, a integração das bases de dados, que é importantíssima,
00:37e também a integração com as outras forças policiais dos outros estados, principalmente.
00:42O Pará tem se destacado no Brasil como um dos estados que mais encaminha policiais e faz operações em outros estados.
00:49Por várias vezes, a gente já fez operações no Rio de Janeiro, por exemplo, subidas de morro junto com as tropas do Rio de Janeiro,
00:55Santa Catarina, Goiás, Amazonas, em Pernambuco.
01:00Em vários estados, nós chegamos a atingir aqueles que realmente organizam o crime de forma mais coordenada.
01:08Porque, assim, aqui no Estado do Pará, a gente consegue fazer o que a gente chama de dever de casa, né?
01:13O feijão com arroz, o básico, que é pegar um traficante local, um executor de uma ordem local,
01:19mas os grandes organizadores, as pessoas que pensam nas organizações,
01:22elas normalmente não estão no nosso território.
01:24E a gente tem que fazer um trabalho muito grande de investigação para poder alcançar essas pessoas que elas estão.
01:29Assim como o Rio de Janeiro é um facilitador para esconderijo e para proteção de criminosos,
01:34a gente tem verificado que, e não é realidade do Pará, é realidade do Brasil,
01:38vários criminosos procuram o Rio de Janeiro,
01:40porque lá está a matriz, vamos dizer assim, de uma organização criminosa importante,
01:44que é a do Pará,
01:45usa de esconderijo e de proteção, porque a geografia do Rio de Janeiro favorece isso,
01:51a nossa geografia, enquanto a partida, favorece a logística da droga,
01:55que é o principal ativo das organizações criminosas.
01:58O principal, a principal mola propulsora da economia do que é organizado
02:04ainda é o tráfico de drogas, e que pesa esteja agindo hoje em várias outras frentes, tá?
02:08Mesmo quando agem em outras frentes decorrentes para a lavagem do dinheiro do tráfico de drogas.
02:13Então, entender o funcionamento do Pará no Brasil e no mundo
02:17é importante para que a gente compreenda o porquê das grandes apreensões que estão sendo feitas,
02:22o porquê da atuação de normas que são criminosas no estado do Pará.
02:24Vamos lá.
02:26Tratando-se de cocaína ou de escante super maconha, conhecido como super maconha,
02:30o Brasil não produz um grama dessa droga.
02:32Essa droga passa pela fronteira,
02:34e os únicos países no mundo, praticamente, que produzem essa droga são
02:38Bolívia, Colômbia e Peru.
02:41Quase que 100% dessa droga é produzida nesses três países.
02:43Que fazem fronteira com o Brasil.
02:45O Pará faz fronteira com o mundo desses países?
02:47Não.
02:48Mas o Pará é o corredor.
02:50Por quê?
02:51O Amazonas pega uma grande parte dessa fronteira, o estado do Amazonas.
02:54O Acre e Rondônia pegam também uma boa parte, assim como o Mato Grosso.
02:58Porém, para o escoamento dessa produção, principalmente para o trato internacional,
03:02essa droga tem que percorrer todo o Rio Amazonas e chegar ao Corrível do Ponte.
03:07Ou, quando é uma questão internacional, mas também nacional, chegar às nossas rodovias.
03:12Porque não há como escoar por via rodoviária uma droga que chegue em Manaus, por exemplo.
03:16Porque não há essa malha rodoviária que possibite isso.
03:19Quando a droga chega no Pará, além de ter o corredor do Rio Amazonas,
03:23que é o principal corredor, a principal rota do tráfego de drogas na Amazônia,
03:26a gente tem também as estradas que favorecem.
03:28A BR-63, a Transamazônica, a BR-16, a BR-0...
03:31Nós temos uma malha rodoviária muito maior que todo o restante do Norte do Brasil.
03:36Então, o Pará é muito estratégico, infelizmente, nesse ponto, por tráfego de drogas.
03:40Assim como ele favorece a logística no Norte em relação às atividades ilícitas,
03:44a atividade ilícita também é uma empresa, funciona como uma empresa,
03:48porém, uma atividade que é ilícita.
03:51Quando você fala de tráfego internacional, claro, tem o Porto de Santos,
03:54o Porto de Itaqui, o Porto de Paranaguá,
03:58vários portos importantes no Brasil que também têm um trabalho muito forte nesse combate.
04:02Mas quando você pensa em logística, você tem que o Porto de Vila do Conde,
04:06assim como o Porto do Maranhão e o IP100 também no Ceará,
04:10são os portos mais próximos da Europa e dos Estados Unidos.
04:13No caso nosso, é o mais próximo dos Estados Unidos, inclusive,
04:15que é o maior consumidor de drogas no mundo.
04:18Então, a logística, a localização geográfica do Pará,
04:22a existência de um porto e também a existência de rodovia a partir,
04:27desde quando você vem da Colômbia, por exemplo, vindo pelo Amazonas,
04:30quando é que você começa a ter um emaranhado de rodovias?
04:32Quando você chega no Pará.
04:34Então, o Pará, o desenvolvimento, ele favorece a atividade ilícita,
04:38mas também favorece a atividade ilícita, porque ele utiliza a mesma logística.
04:41E é aí que a gente tem que estar atentos a esse movimento.
04:45E qual é esse movimento que nós estamos atentos?
04:47Exemplo, se o principal corredor de drogas é o Rio Amazonas,
04:51por que as polícias, anteriormente, nunca estiveram com uma pressão muito forte nos rios?
04:55Era uma estratégia meio que óbvia, mas que não existia.
04:58Nós saímos de cerca de 30 embarcações para 86 embarcações nessa gestão.
05:03Nós temos hoje seis lanchas brindadas.
05:06O Pará não tinha lanchas brindadas até 2018, nenhuma.
05:08E nós já tivemos situações de confronto com traficantes que vêm trazendo toneladas de drogas.
05:14As bases fluviais têm demonstrado, tem sido referência nessa hora,
05:18e tem mostrado a assertiva dessa estratégia.
05:20A base é Candilu e Óbidos, logo que as embarcações atravessam a divisa com o Amazonas.
05:25A base é Candilu e Óbidos, no Marajó, que também é quando aquele maranado de rios
05:30converge para um único movimento, que é o Rio da Japuru, nós estamos lá presentes.
05:35E agora, até o final deste ano, nós temos presentes com a base entre Abaitetuba e Barcarena,
05:40que é a base Rio Tocantins, que ficará no Furo do Capim,
05:43que inclusive foi o local onde nós aprendemos a maior quantidade de drogas na história do Pará,
05:47e que também fica próximo do Porto de Vila do Monte.
05:49Entregando essas três bases, duas delas já estão ativas,
05:52a gente consegue fechar uma estratégia fluvial muito bem montada e reconhecida nacionalmente.
05:58Então, a parte de Rio está sendo muito bem montada ao ponto de a gente ter saído
06:02de 3 toneladas de drogas ao ano, que era a média, até assumimos,
06:07para 10 toneladas há dois anos atrás,
06:09e fechamos em 2024 com 13 toneladas de drogas apreendidas.
06:13Para ter uma ideia do que isso representa,
06:15em 2025 nós já estamos com 10 toneladas de drogas apreendidas.
06:19Então, isso leva a crer que até o final de 2025 a gente vai bater o récord de histórico do ano passado.
06:25É porque a droga começou a passar agora? Não.
06:28Os países andinos produzem cocaína, na verdade, há séculos.
06:33O skunk, que é a supermacônia, está sendo produzido já há quase 15 anos na Corrópia.
06:38Então, essa droga sempre passou.
06:39A gente sabe disso.
06:40A gente nunca teve posicionado onde deveria estar para poder aprender.
06:44Com relação às três bases, o projeto anterior incluía até quatro bases.
06:50Por que são essas três que entregam essa primeira fase do projeto?
06:54O Rio Amazonas, principal corredor, passou do estado do Amazonas, já chega nela.
06:59Depois, o Marajó, para quem vem de Macapá, de Santarém, do Amapá,
07:03que porventura veio do Amazonas e não foi parada,
07:06ou parou, mas foi localizada a droga, tem uma nova possibilidade no Marajó.
07:10E a terceira possibilidade já próxima, o Porto de Rio de Janeiro do Clote,
07:13que é próxima da chegada de Belém, próxima da Garapeneria, vai ter tudo,
07:16que também é um movimento muito forte do contrabando dentro do Suriname.
07:20Aquele contrabando que vem com drogas sintéticas,
07:23mas também vem com produtos pirateados que a gente vai estar posicionado.
07:26Então, eu lhe garanto que com essas três bases posicionadas em pontos estratégicos,
07:31a gente consegue fazer a fiscalização.
07:33A quarta base, que eu falei que seria o quatro,
07:35ela seria uma base para o futuro, contando com a navegabilidade do Rio Tocantins
07:41com a derrocada do Pedral do Lourenço.
07:43Por exemplo, se derrocado o Pedral do Lourenço,
07:45o Rio Tocantins se torna totalmente navegável até Marabá, Itupiranga, aquela região,
07:50a gente certamente vai ter um novo corretor.
07:52E aí a gente está preparado para poder colocar essa base,
07:54mas somente quando ele for totalmente navegado.
07:57Paralelo a isso, continua a expansão das lanchas.
08:00O Pará é um estado com 144 municípios,
08:02mas que pelo menos sempre dois deles necessitam de uma embarcação
08:06para fazer o policiamento correto na área rural ou até na área urbana.
08:10Então, nós temos hoje 86 embarcações, saindo de 32.
08:13Claro que a gente ainda precisa complementar.
08:16Nós estamos com um projeto para este ano, para a aquisição de mais lanchas,
08:18para que ao final deste ano,
08:20todos os municípios que possuam uma malha hidroviária
08:24tenham uma embarcação,
08:25porque o policiamento nessas áreas é feito dessa forma fluvial,
08:30de forma que não tem como dispensar o apoio, o aparato fluvial.
08:34Primeiramente, com relação à estrutura física,
08:37a estrutura de equipamentos.
08:38Hoje, as polícias do Pará não devem nada para nenhuma polícia.
08:41Inclusive, vários equipamentos que nós temos,
08:43nós também cedemos a Polícia Federal para uso.
08:46Com relação ao equipamento.
08:47Agora, obviamente, a Polícia Federal tem uma capilaridade no país.
08:51Então, como ela está presente em todos os estados do Brasil,
08:54isso é importante.
08:54A partir disso aí, é que eu vou destacar a FICO,
08:58que é a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado,
09:01que nós já temos no Estado do Pará.
09:02Vários estados do Brasil já têm.
09:04E o que é a FICO?
09:05É um grupo de trabalho formado por policiais civis,
09:08policiais militares, policiais penais,
09:10ter Polícia Federal e Rodoviária Federal,
09:13para que a gente possa, em conjunto,
09:14trabalhar essas estratégias de combate ao crime organizado.
09:17E várias operações dessas,
09:19inclusive a operação, por exemplo, do Estado de Pernambuco,
09:21que foi citada,
09:22ela foi feita pela FICO,
09:24por essa colaboração entre agências.
09:26Então, o fato de a gente estar hoje integrado,
09:28o fato da integração,
09:30não dos órgãos do Estado apenas,
09:31Polícia Civil, Polícia Científica do Estado.
09:34Eu falo com a Polícia Federal,
09:35com a Polícia Arroviária Federal,
09:37com as guardas municipais,
09:39que muito nos ajudam nesse ponto de fiscalização.
09:42Então, o Pará é um passo importante
09:44quando há quase dois anos a gente criou essa FICO,
09:47que é essa força integrada,
09:48uma força tarefa, na verdade,
09:49que é focada exclusivamente no combate ao crime organizado.
09:53E que conta com a colaboração importantíssima,
09:55serviço de inteligência e de capitalidade
09:57que a Polícia Federal tem no Brasil como um todo,
09:59já que essas organizações não são do Pará,
10:01elas são nacionais e transnacionais, inclusive.
10:04Então, a gente tem esse trabalho de colaboração
10:06e que tem dado muitos resultados.
10:08A droga, hoje, da lei,
10:10é a moda propulsora dessa criminalidade violenta.
10:12Inclusive, ela gera o ladrocínio, o homicídio, o roubo,
10:15porque as pessoas viciadas vão roubar para poder comprar droga
10:18e foca esse círculo.
10:21Porém, tudo isso, ao fim e ao cabo,
10:23o interesse é o dinheiro.
10:24O interesse é monetário.
10:26Então, daí, descapitalizar essa organização é fundamental.
10:31A gente descapitaliza de duas formas.
10:32Primeiro, quando você aprende toneladas de drogas,
10:35são milhões de reais e de dólares
10:37em prejuízo das organizações.
10:39Então, aquilo que ela investiu, ela já vai perder.
10:41Em contrapartida, a gente tem focado muito,
10:43tem conseguido um trabalho muito bom,
10:45através, inclusive, da FICO, dessa força da época,
10:48de conseguir localizar bens,
10:49porque hoje se tornou uma rotina do crime
10:51que é organizada a lavagem do dinheiro.
10:53Ou seja, você pega o dinheiro do ilícito
10:55e coloca uma coisa que é ilícita.
10:58Posto de combustível, em comércios,
11:01em várias atividades que parecem ser ilícitas,
11:04que a atividade em si, ela é ilícita,
11:06mas ela está, na verdade, acobertando
11:07a origem ilícita desse valor.
11:11A gente tem trabalhado na questão do garimpo também,
11:14que foi utilizado muito na Amazônia como um todo,
11:17e a gente está alertado aqui no Pará,
11:20de muitas vezes,
11:21o dinheiro do tráfico de drogas,
11:23ele é investido, por exemplo, no ouro,
11:25porque é algo que vale muito
11:27e que qualquer quilo de ouro é um valor muito pequeno
11:30e reduz o que seria 200 quilos de cocaína,
11:34por exemplo,
11:35e o valor daquele dinheiro
11:36e um pedaço pequeno de ouro
11:37que consegue comercializar melhor
11:39e transpassar por divisas, por fronteiras.
11:42Então, realmente,
11:43seguir o dinheiro,
11:44esse que é o lema,
11:45seguir o dinheiro tem sido fundamental
11:47para que a gente possa desarticular,
11:48porque se for um lado,
11:49a gente não pode deixar de fazer
11:50o serviço do dia a dia,
11:52o sugar gelo,
11:54que é, por exemplo,
11:54no caso do Pará,
11:55você pegar o dono da boca de fumo,
11:59a mula que está transportando a droga,
12:02o barqueiro que está transportando
12:04até toneladas de drogas dentro do bar,
12:06mas não é o dono da droga,
12:07a gente tem que fazer o trabalho aqui,
12:08alguém tem que fazer esse trabalho.
12:09mas a gente tem que ter um foco específico
12:12também nesses organizadores,
12:14realmente nos mentores,
12:16que, via de regra,
12:17no caso do Pará,
12:18não estão no nosso estado.
12:19Tanto que as operações
12:20feitas com Pernambuco,
12:22Santa Catarina,
12:22Goiá,
12:23que já foram citadas,
12:25a gente demonstra
12:26que tem alcançado
12:27nesses estados
12:28os verdadeiros
12:29responsáveis por isso.
12:30Primeiro,
12:31com relação à apreensão,
12:33você tem um baque instantâneo.
12:35Aprendeu a droga,
12:36você sabe que eles perderam
12:37milhões de reais
12:39e até de dólares.
12:40Com relação a perseguir o dinheiro,
12:43é um trabalho muito bem feito
12:44pelo Laboratório de Lava-Gente de Dinheiro
12:47que a gente tem aqui no estado,
12:48que funciona dentro
12:49da parte da inteligência
12:50da polícia civil,
12:51onde a função principal é
12:53tivemos uma apreensão
12:54de droga muito grande,
12:56foram presas pessoas
12:57que estavam transportando a droga,
12:58mas que não são
12:58as donas da droga verdadeiramente.
13:00Vamos tentar localizar quem é.
13:01Então, esse grupo
13:02se debruça na investigação
13:04relacionada especificamente
13:05a quem é o dono daquela droga,
13:07quem é essa pessoa.
13:09Normalmente,
13:09ela tem uma atividade lícita
13:10por trás disso
13:11e aí verificar se naquela
13:13atividade lícita
13:13não está entrando dinheiro
13:14da atividade lícita
13:15e assim,
13:16bloquear bens,
13:17bloquear valores.
13:18A gente tem conseguido
13:19bloqueio de terras,
13:20bloqueio de valores,
13:22não só em Belém,
13:23mas principalmente,
13:24na verdade,
13:25bens em outros estados.
13:27Que é sabido que
13:28quem está aqui
13:29ganha um dinheiro
13:30para executar uma missão,
13:31mas quem ganha
13:32muito dinheiro com isso
13:33mesmo é quem está fora do estado
13:34e a gente tem que entrar
13:35a alcançar essas questões.
13:36Muitas vezes fora do país,
13:37inclusive,
13:38e aí vai a colaboração
13:39da Polícia Federal,
13:40da Interpol,
13:41que é a Polícia Federal
13:42no Brasil,
13:43é a Interpol,
13:44para que a gente possa
13:45alcançar essas questões.
13:46Mas aí,
13:46o senhor sabe dizer
13:47quanto de recursos
13:48que você tem?
13:49Eu tenho que fazer
13:49um levantamento
13:50de quanto que tem,
13:51porque existe
13:52o laboratório
13:52de lavagem de dinheiro
13:53em que a gente trabalhe
13:54exclusivamente
13:54nesse bloqueio
13:55e perseguição de bens.
13:57Seja automóveis,
13:59imóveis,
14:00tem casas,
14:01tem fazendas,
14:02tem ouro,
14:04tem vários tipos de lavagem
14:05que eu teria que fazer
14:05essa soma
14:06para poder fazer.
14:06Mas eu lhe garanto
14:07que a gente tem conseguido
14:08nos últimos três anos,
14:09principalmente,
14:10trabalhar muito fortemente
14:11nisso.
14:11Toda a operação nossa
14:12que tem uma grande
14:13apreensão de droga,
14:14ela fatalmente está
14:15redundando em bloqueio
14:16de bens.
14:17Primeiramente,
14:18é importante falar
14:18desse tema
14:19que não é um problema
14:20do Pará,
14:21é um problema nacional
14:22e, mais precisamente,
14:24de uma operação
14:24criminosa específica
14:26que é sediada
14:27no Rio de Janeiro,
14:28que tem a sua matriz,
14:30vamos dizer assim,
14:31no Rio de Janeiro
14:31e que transportou
14:34essa modalidade
14:35para o Brasil todo.
14:37Você vê,
14:37fala dessa natureza
14:38no Ceará,
14:39no Rio Grande do Norte,
14:40no Mato Grosso,
14:41em qualquer lugar do Brasil
14:42onde tem essa operação
14:43criminosa,
14:44você ouve falar disso.
14:46Onde, às vezes,
14:46não se ouve falar muito
14:48é porque a operação
14:48criminosa que domina
14:49aquele Estado
14:50ou que está mais
14:51prevalente
14:52naquele Estado
14:52ela não é
14:53que utiliza
14:54esse mecanismo.
14:54É uma operação
14:55específica que faz isso.
14:57E como é que
14:57isso começou?
14:58Na verdade,
14:58por que se ouve falar
14:59de um tempo para cá?
15:00Porque essa modalidade
15:01de extorsão
15:02que ofereceu
15:03gás,
15:03gato net,
15:05da água,
15:06de cobrar por segurança,
15:07essa era uma prática
15:08utilizada pela milícia
15:09do Rio de Janeiro,
15:10na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
15:12As relações criminosas
15:13trabalhavam com venda de droga
15:14e a milícia oferecia
15:16segurança,
15:17a segurança,
15:19vamos dizer assim,
15:20particular
15:21para os moradores
15:22para se proteger
15:23das normações criminosas
15:25e cobravam por isso.
15:26Então,
15:27isso foi uma modalidade
15:28inventada
15:29pelos milícias
15:30e que hoje
15:30essa relação criminosa
15:31adotou
15:32para também
15:33executar
15:34nos seus locais
15:35e exigir
15:36com que aqueles
15:37que estão
15:38naquele local,
15:38que é o Rio de Janeiro,
15:39façam isso
15:40nos nossos Estados.
15:41E o porquê
15:41que isso ocorre.
15:42nós podemos afirmar
15:44hoje
15:44que as lideranças
15:45maiores
15:45no Estado do Pará,
15:46nessa organização,
15:47não estão no Pará.
15:49Estão aqui
15:49apenas executores.
15:50Muitas vezes
15:51nem pacionados são.
15:52Eles devem
15:53comprar aqui de drogas,
15:54eles têm alguma dívida
15:55e que em troca
15:56do pagamento
15:56eles são obrigados
15:57a ser chantageados
15:58a executar
15:59um dano
16:00ao patrimônio.
16:01Então,
16:02aquelas pessoas
16:02estão lá.
16:03Para que elas estejam lá,
16:05elas têm que pagar.
16:06Por que elas têm que pagar?
16:07Por que elas estando lá,
16:09traficantes
16:10do Rio de Janeiro,
16:11do Pará,
16:12do Ceará,
16:12do Pernambuco,
16:13do Mato Grosso,
16:14eles dão um trabalho
16:15para a organização
16:16que está lá
16:17no morro
16:18porque as polícias
16:19fazem porções.
16:20O Pará faz num dia,
16:21no outro dia
16:21está o Ceará entrando.
16:23Então,
16:23isso dá um trabalho.
16:24Então,
16:24para que eles mantenham
16:25essa segurança
16:27de quem está lá
16:28refugiado
16:29de outros Estados,
16:30é necessário
16:30que eles colaborem
16:31com ela.
16:32E para colaborar,
16:32eles fazem com que
16:33as pessoas
16:33que estão nos Estados
16:34façam essa cobrança,
16:36tanto que as cobranças
16:36são e o dinheiro
16:37é enviado
16:38para o Rio de Janeiro.
16:40Quase que 100%
16:40nas situações,
16:41o dinheiro cai em contas
16:42do Rio de Janeiro,
16:43o telefone do Rio de Janeiro.
16:45A pessoa é até
16:45daqui do Pará,
16:46mas que está lá
16:47trabalhando para eles.
16:48Então,
16:49é uma forma
16:49que a organização
16:50encontrou
16:50de poder se capitalizar
16:51além do tráfico de drogas
16:53porque ela não trabalha
16:54com a organização criminosa
16:55hoje não trabalha
16:56somente no tráfico de drogas.
16:57Ela continua
16:58sem uma cidade importante?
16:59Continua.
16:59Talvez as principais.
17:01Mas muito da renda
17:02hoje dessas organizações
17:03é isso.
17:04Então,
17:05a gente tem
17:06trabalhado muito fortemente
17:07em achar,
17:09localizar os responsáveis
17:10aqui,
17:10que a gente sabe
17:11que tem que fazer
17:11porque o trabalho
17:12que se não fizer
17:13o resultado é muito negativo,
17:16então a gente faz,
17:17mas a gente tem a consciência
17:17de que a solução final
17:19desse problema
17:20ela está em alcançar
17:21quem ordena isso
17:22e quem manda as mensagens
17:24de ameaça
17:25para o Estado do Pará
17:25que normalmente
17:26não estamos no Pará.
17:27Via de regra
17:27não estamos no Pará,
17:28inclusive.
17:28Por isso que a gente
17:29tem pregado
17:29e foi definido
17:30inclusive no Congresso Nacional
17:31pelo governador
17:32de que todo o Brasil
17:34se una
17:34e faça uma ação conjunta,
17:36integrada e coordenada
17:37pela União
17:38no Rio de Janeiro.
17:40E digo a vocês,
17:41se a gente conseguir
17:41controlar o Rio de Janeiro,
17:43a gente consegue
17:43controlar o Brasil
17:44em termos dessa
17:45organização específica,
17:46pelo menos,
17:46que era para o Rio de Janeiro.
17:48Por quê?
17:49Mesmo que não consiga
17:50prender todo mundo,
17:50que essas pessoas
17:51se espalhem
17:52e voltem
17:52para os seus territórios,
17:54eu garanto a você
17:55que a gente aqui no Pará
17:55consegue dar conta dos nossos,
17:57o Ceará consegue
17:57dar conta dos deles.
17:58O que está ocorrendo hoje
17:59é que todos eles
18:00estão encastelados
18:01no Rio de Janeiro
18:01sem a possibilidade
18:03de a gente alcançar
18:03porque geograficamente
18:05eles têm uma proteção
18:06e tem que ser feita
18:07uma organização
18:08muito grande
18:09para que as polícias
18:09possam subir
18:11nas comunidades
18:12e poder alcançar
18:13essas pessoas.
18:14Importantíssimo para a gente
18:15a ocorrência policial.
18:17A gente sabe
18:17que a pessoa
18:18não quer se expor,
18:19a gente sabe
18:19que a pessoa
18:20não quer aparecer,
18:20mas ela não precisa aparecer
18:21até porque
18:22eu afirmo a você
18:23que de dez comerciantes
18:26que recebem
18:27uma ligação
18:27ou que recebem
18:28uma mensagem,
18:29essas dez ligações
18:31partem no máximo
18:32de dois telefones,
18:33um ou dois telefones.
18:34Então a gente,
18:35na verdade,
18:35às vezes até tem
18:36aquele número,
18:38aquela pessoa
18:38que a gente já está
18:39trabalhando
18:40e investigando
18:41em cima dessa pessoa.
18:43Mas é importante
18:44ter as ocorrências
18:44porque quando chega
18:45o mandato judicial,
18:47é importante
18:47que aquela pessoa
18:48responda por cada um
18:49daqueles crimes
18:49para que ela não saia
18:50daqui a um,
18:51dois anos.
18:51Ou que a gente
18:52consiga configurar
18:53que realmente
18:54é uma extorsão
18:54coordenada
18:55de uma organização
18:56criminosa.
18:57Que esse de dez,
18:57apenas um comerciante
18:58registra,
19:00pode ser entendido
19:01pelo judiciário
19:01que aquilo foi
19:02um fato isolado.
19:03Então a gente tem
19:03que configurar
19:04que foi decorrente
19:05do crime organizado,
19:06que aquilo é algo
19:07articulado
19:08e que cada ameaça
19:09é um crime
19:10e que as penas
19:11devem ser somadas
19:12para o início
19:12que é um crime continuado.
19:14Então é importante,
19:14primeiro,
19:15o registro concorrente,
19:15sabe que a pessoa
19:16não quer se expor,
19:16mas ela não vai se expor
19:18no fato de só dizer
19:19olha,
19:19eu estou recebendo
19:20essa chamada,
19:20não precisa dizer
19:21para ninguém
19:21que ela registrou.
19:22A gente normalmente
19:23já vai ter esse contato
19:24com alguém que a gente
19:25já está acompanhando
19:26e que normalmente
19:27não pegou
19:28porque está aqui.
19:28E o que a gente
19:29tem conseguido fazer
19:30tem dado uma resposta.
19:31Os executores,
19:32em todos os casos
19:33que foram viciados,
19:35inclusive,
19:35a gente localizou,
19:37muitos deles menores,
19:39outros viciados
19:40que nem funcionaram
19:41do zero,
19:42mas que foram cumprir
19:42a ordem para se livrar
19:44de uma dívida
19:44e que se não fizessem
19:45talvez fossem mortes
19:46pela organização criminosa.
19:48Então essas pessoas
19:49vão resolver o problema
19:50prendendo elas,
19:51não vão resolver o problema
19:52prendendo elas,
19:52mas tem que fazer.
19:53Tem que dar o exemplo
19:53de que se fizer
19:54a gente tem capacidade
19:55de prender.
19:56Mas o que resolve
19:57o problema,
19:58de fato,
19:59é articulando uma ação
20:01e pegando as cabeças
20:02da organização.
20:03Como nós já fizemos
20:04no Pará,
20:04a Operação Cabeças 1,
20:06a Operação Cabeças 2,
20:07Parabelo,
20:08várias operações,
20:09o Pará é dos estados
20:10que mais fez a operação
20:11no Rio de Janeiro,
20:12para você ter uma ideia.
20:12Nós somos um dos estados
20:13que mais subiu o morro
20:14com a polícia do Rio de Janeiro.
20:16Nós, há cerca de três anos,
20:18nós subimos no Rio de Janeiro
20:18e conseguimos localizar
20:20o zero um da organização
20:22do Estado do Pará,
20:23que morreu o confronto
20:24com a polícia.
20:25Então te demonstra
20:25que tem capacidade de chegar.
20:27O que é importante
20:28para nós no Pará
20:29é que a gente possa
20:30fazer essa operação
20:31articulada no Rio de Janeiro.
20:33Primeiro que nas eleições
20:34de 2024,
20:35a gente teve várias situações
20:36dessa natureza
20:37que foram investigadas.
20:38Nós conseguimos localizar
20:39alguns,
20:40porém,
20:41a mesma pessoa
20:42praticamente
20:43que faz ameaça
20:44da comerciante
20:45é a mesma pessoa
20:45que cobra o dinheiro
20:47do candidato
20:47para que ele possa
20:48fazer campanha
20:49naquele bairro.
20:50E vai a mesma situação.
20:53A gente tem
20:54que subir
20:55no Rio de Janeiro
20:56para poder
20:56desarticular a organização.
20:58Paralelo a isso,
20:58o caso específico
21:00das eleições
21:00é um crime federal.
21:02Então,
21:03a Polícia Federal,
21:03à época,
21:04junto à mesa conosco,
21:05fez várias operações.
21:06Nós chegamos
21:06a responsabilizar
21:07e prender
21:08alguns desses envolvidos.
21:10Ele vista
21:10que é um crime
21:11que é um crime eleitoral,
21:12que ele afeta
21:13a nível de escolha
21:13do cidadão
21:14e que ele afeta
21:15o processo eleitoral
21:16como um todo
21:17e é um crime federal.
21:18Então,
21:18na época da eleição
21:19de 2024,
21:20várias enquetes
21:21foram instauradas
21:21também da Polícia Federal
21:23para investigar
21:24e a gente fez
21:24essa operação
21:25em conjunto
21:25através da FICO,
21:26dessa força integrada
21:27de combate
21:27de crime organizado
21:28e que a gente
21:29conseguiu responsabilizar
21:30várias pessoas.
21:31seja a questão
21:33do comerciante,
21:34seja a questão
21:35do candidato,
21:36qualquer outro tipo
21:36de situação,
21:37elas partem
21:38sempre do mesmo local
21:39e partem sempre
21:39das minhas pessoas.
21:41A gente tem organizado
21:42pelo Brasil
21:44como um todo
21:44essa situação
21:47coordenada
21:48no Rio de Janeiro.
21:49Eu volto a falar,
21:50a gente tem que fazer
21:51uma ação no Rio de Janeiro,
21:52entendeu?
21:53Começou a fazer já
21:53e a gente tem articulado
21:54para fazer isso.
21:55Então,
21:55espera-se que até o ano,
21:57nós temos um pouco mais
21:58de um ano para a eleição,
21:59até lá,
21:59obviamente,
21:59essa ação coordenada
22:01já terá ocorrido
22:02e eu afirmo
22:03que se essa ação
22:03coordenada ocorrer,
22:05ela acaba não só
22:06com ameaças
22:07da comerciante,
22:08mas também acaba
22:08com ameaça
22:08na candidata
22:09e acaba com
22:09outro tipo de situação
22:11praticada pelo que é organizado.
22:13Primeiro,
22:13é bom destacar
22:14e lembrar a população
22:15do cenário
22:16que a gente recebeu
22:17ao Estado.
22:17A gente não gosta
22:18de lembrar
22:19o que era ruim
22:20e o que é passado,
22:20mas é bom lembrar
22:21para poder ver
22:22o que a gente chegou.
22:23Roubo a banco
22:24a cada 15 dias,
22:25modalidade novo cangaço,
22:26domínio de cidade,
22:27que a população inteira
22:28ficava feita,
22:29nós estamos levando
22:29a todos os anos
22:30nesse tipo de situação.
22:31Há cinco anos
22:31nós tínhamos três casos,
22:33então nós tínhamos
22:3320 casos por ano,
22:35ou seja,
22:35a cada 15 dias
22:36praticamente
22:36era um roubo a banco
22:37nessa modalidade
22:38novo cangaço.
22:39Roubo a carro forte
22:40há mais de três anos,
22:41a figura do carro prata,
22:43as execuções,
22:43as chacinas e séries,
22:44cinco, seis homicídios
22:45numa situação só,
22:47que era corriqueiro
22:48se ver em Belém
22:48e em vários pontos
22:49do Estado,
22:50hoje a população
22:51não vê,
22:52não assiste essas cenas.
22:54Saiu de 4 mil homicídios
22:55em 2018
22:56para 1890,
22:57em 2024,
22:58o que é muito,
22:591890 ainda é muito homicídio,
23:01mas um Estado
23:01que já teve 4 mil
23:02chegar a 1890
23:04é um avanço
23:05mais 50% de redução
23:07e a gente tem um dever.
23:08E por que a gente
23:08tem o dever de casa
23:09para frente?
23:10É alcançar um índice
23:11que a gente percebe
23:13há muito tempo.
23:14Eu vou lhe dar uma ideia.
23:16Em 2018,
23:17a morte por 100 mil
23:18habitantes no Brasil
23:19era 25 mortes por 100 mil,
23:21o Pará era 54 mortes por 100 mil,
23:24Belém 75 mortes por 100 mil,
23:26nós fechamos Belém
23:26no ano passado
23:27com 14 mortes por 100 mil.
23:28O objetivo do Estado
23:30em 2030,
23:31que é o objetivo nacional,
23:32na verdade,
23:32o Estado do Pará é nacional,
23:33uma mega nacional,
23:35é chegar a 16 mortes por 100 mil habitantes.
23:37Nós fechamos o ano passado
23:38com 25.
23:39É acima?
23:40É acima,
23:40mas já foi 54.
23:41Então, a gente tem avançado,
23:43tem conseguido integrar
23:45a base de dados,
23:45integrar a espécie de segurança,
23:47adquirir equipamentos de conta.
23:48Eu afirmo a você
23:49que hoje
23:50nenhuma polícia do Brasil
23:51pode ter igual,
23:52mas a gente não deve
23:53fazer nenhuma polícia do Brasil
23:54em armamento,
23:55em equipamento,
23:56em visão noturna,
23:57visão termal,
23:58inteligência artificial
23:58para hoje
23:59estar preparado
24:00para enfrentar
24:01qualquer tipo de criminalidade,
24:02criaturas blindadas,
24:03ranchas blindadas,
24:04que isso nada existia
24:05há seis anos.
24:05E a gente tem conseguido avançar
24:07e sabe que ainda
24:08se a gente tem 1.890,
24:10já teve 4 mil,
24:11a gente pode chegar
24:12em menos de 1.890
24:13neste ano
24:14que a gente está caminhando
24:14inclusive para isso já.

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