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  • 20/05/2025

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Prossiga.
00:01Conte exatamente o que aconteceu.
00:04Aí eu abri o cofre.
00:07Bom, já disse, eu ia repor todo o dinheiro lá dentro de novo.
00:11Claro que ia.
00:12Pode acreditar em mim.
00:13Todo mundo, viu?
00:14Pode acreditar em mim.
00:16Claro que eu ia repor.
00:19Então ele entrou.
00:21Eu me assustei.
00:23Eu não tava esperando ninguém.
00:24Até agora eu não consegui entender o que o Valdomiro foi fazer naquela hora lá.
00:34Ele nunca chegou antes do expediente começar.
00:36Nunca.
00:39Ele gritou.
00:41Deu um berro.
00:43Eu fiquei com medo.
00:45Aí ele partiu pra cima de mim.
00:48Aí a gente começou a lutar.
00:50Ele era mais forte do que eu.
00:52Ele era muito mais forte do que eu.
00:53Eu senti que eu tava levando a pior.
00:57Nessa hora eu vi o revólver.
00:58Eu vi o revólver dentro do...
01:00Dentro do cofre.
01:02Eu ia pegar o revólver só pra assustar ele.
01:05Só pra assustar.
01:06Pra poder fugir dali imediatamente.
01:09Mas ele não me soltava.
01:11Ele não me soltava.
01:12Ficou agarrado comigo.
01:13Teve uma hora que eu consegui empurrar ele.
01:14Quando eu empurrei ele, eu peguei a arma e mirei.
01:17Mirei na perna.
01:18Na perna.
01:20Ele abaixou.
01:22Pum.
01:23Escamou.
01:25Bateu aqui.
01:27Aí ele caiu.
01:30Eu fugi.
01:33De medo.
01:36Fiquei apavorado.
01:39Apavorado.
01:40De onde a senhorita conheceu o réu?
02:02A gente tinha um caso.
02:06Quando acabou esse caso?
02:09Ah, um dia eu me enchi.
02:12O Alexandre tem uma mania.
02:16Qualquer coisa.
02:17Ele arrumou uma confusão.
02:19Aí eu resolvi terminar.
02:24A gente brigou.
02:27E ele não queria.
02:29Mas ele me encheu a cara de porrada.
02:30A senhora deu o queixo à polícia?
02:36Sou doida, é ruim.
02:38Não, não.
02:39O Alexandre me ameaçou que se eu fosse à polícia, ele acabava com a minha raza.
02:43O que é isso, garoto?
02:46O que é isso?
02:47A defesa quer interrogar a testemunha?
02:52Não, meritíssima.
02:55Está dispensado.
02:56Pode ir?
02:57Muito obrigado.
02:58Quanto tempo o Alexandre Toledo trabalhou para o senhor?
03:06Cinco meses.
03:08O réu deixou o emprego?
03:11Não, eu tive que mandar embora.
03:13E por quê?
03:14O rapaz tem um gênio difícil, né?
03:19É briguento, mal-humorado.
03:23Não tem o menor senso de responsabilidade.
03:28Um dia, eu chamei a atenção dele por alguma coisa no trabalho e ele ameaçou jogar uma cadeira em mim.
03:41Aí eu considerei que ele não tinha nenhum equilíbrio emocional para permanecer na firma.
03:58Matou porque quis.
04:04Senhores, o réu não é uma criancinha inocente.
04:09Puros são os filhos da vítima que perderam o pai.
04:14Um homem extremoso, bom, digno, honesto.
04:18O réu tem 24 anos.
04:21Sabe perfeitamente bem o que é um revólver.
04:25É capaz de manejá-lo com perícia e até o provou.
04:28Porque feriu a vítima mortalmente.
04:33Senhores.
04:33No mínimo, é ridícula a alegação de que não queria atirar, de que não queria matar.
04:43Como bem o disse o ilustre representado do Ministério Público, com certeza, o réu queria apenas brincar.
04:52O réu é tão jovem.
04:55Tão inocente.
04:56Não, senhores.
05:03Não se brinca com a vida alheia.
05:07Não se brinca com a vida de um chefe de família.
05:12O réu seguramente...
05:16ignora o que seja isso.
05:20Ignora o que seja a responsabilidade...
05:23de uma esposa, de quatro crianças, como ignora quase tudo.
05:29O réu ignora o que seja uma arma.
05:33Não sabe sequer que uma bala pode matar uma pessoa.
05:35Ignora até, veritíssimo,
05:38que dinheiro não se tome emprestado arrombando cofres.
05:45O réu...
05:46é inocente.
05:49E deve ser posto em liberdade, veritíssimo.
05:56Pra quê?
05:58Pra continuar contraindo dívidas.
06:01Pra pagá-las.
06:03Se é que tem a intenção de pagá-las algum dia.
06:06Com dinheiro emprestado em cofres arrombados.
06:10Nem que pra isso tenha que passar por cima das pessoas.
06:12Nem que pra isso tenha que matar chefes de família.
06:15Nem que pra isso tenha que usar armas sem querer.
06:17Nem que pra isso tenha que deixar quatro crianças órfãs.
06:24Esse, meritíssimo, é o roteiro desse jovem
06:28que se diz vítima da fatalidade.
06:34E é a nossa responsabilidade, meritíssimo.
06:42Se deixarmos
06:43esse jovem inocente
06:46sair em liberdade
06:48ou se dermos a ele
06:51a pena mínima,
06:56ele continuará
06:57na sua senda
07:00arrombando cofres
07:03matando chefes de família
07:06deixando mulheres viúvas
07:08e crianças órfãs.
07:19Desgraçado!
07:20O cara fez mais pressão
07:23que o promotor.
07:24Eu te expliquei o motivo, Alexandre.
07:27O Otávio Jordão
07:28era amigo da vítima.
07:30Foi a família que o convidou.
07:32Tô liquidado, né, doutor?
07:40Desencavaram coisas de três, quatro anos atrás.
07:42Gente, é sorte, tá?
07:46Vou pegar os três.
07:47Vou pegar eles.
07:49Vou pegar os três.
08:09Ai, meu Deus.
08:10O Alexandre tá se segurando
08:13pra não...
08:14pra não desmoronar.
08:17O promotor e o Otávio Jordão
08:19forjaram tudo isso.
08:21O que é o seu levante?
08:31Vai ser proferida a sentença.
08:40Considerado o réu Alexandre Toledo
08:48culpado por crime de latrocínio
08:51por infligência do artigo 157,
08:55parágrafo 3º do Código Penal,
08:58considerando a personalidade do agente,
09:01seus antecedentes e o motivo do crime,
09:04a pena fica dosada em 18 anos de reclusão
09:08a ser cumprida em regime fechado.
09:11Seu monstro!
09:25Eu odeio você!
09:27Cafajeste!
09:29Cafajeste!
09:30Meu Alexandre!
09:31Seu monstro!
09:33Eu odeio você!
09:34Eu odeio você!
09:36Eu odeio você!
09:38Eu odeio você, você tá me ouvindo?
09:40Sai!
09:41Seu monstro!
09:42Cafajés!
09:43Me mandam!
09:44Eu te odeio!
09:46Você...
09:48Não!
09:49Não!
09:50Não para daqui, Raul!
09:51Não para daqui!
09:53Você...