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  • 19/05/2025
Durante o pequeno expediente da Câmara Municipal de Curitiba, nesta segunda-feira (19), o vereador Renan Ceschin (Pode) fez um discurso contundente sobre uma situação inusitada que, segundo ele, tem sido relatada por profissionais da área da saúde: o pedido de atendimento médico a bonecos reborn, usados por algumas pessoas como forma de terapia emocional.

O parlamentar relatou ter recebido informações de enfermeiras enquanto acompanhava o filho, que está internado em um hospital. De acordo com o vereador, há casos em que indivíduos estariam solicitando atendimento médico para os bonecos, inclusive acionando o SAMU e levando-os a hospitais, o que ele classificou como "inadmissível".

"Isso é igual a passar trote na polícia ou na Guarda Municipal. Os profissionais perdem tempo precioso que poderia ser dedicado a atender idosos ou pessoas em situação real de emergência", disse Ceschin. Ele destacou que, embora reconheça o uso terapêutico dos bonecos para pessoas enlutadas, isso não pode ser confundido com direitos garantidos a crianças de colo, como prioridade em filas ou atendimento emergencial.

O vereador ainda afirmou que algumas pessoas estariam tentando obter vantagens indevidas ao usar os bonecos, como acesso preferencial em estacionamentos e serviços. “Isso aí está beirando a loucura já. A que ponto a gente vai chegar?”, questionou.

Durante sua fala, ele também mencionou o relato da vereadora Laís, que teria ouvido de uma amiga dentista que foi procurada para atender um boneco. “É o cúmulo. A gente precisa impor limites”, afirmou Ceschin, justificando a proposta de lei apresentada por ele com o objetivo de regulamentar esse tipo de situação.

Ceschin finalizou pedindo mais atenção das autoridades e da sociedade para o que considera um desvio grave de prioridade nos serviços de saúde pública. “A minha família é composta por médicos, pessoas que trabalham com seriedade. Isso aqui é sério. Temos que impedir que esse tipo de absurdo continue acontecendo”, concluiu.

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Transcrição
00:00Infelizmente, eu me sinto até constrangido de estar levantando esse assunto aqui, porque parece loucura, né, vereador Pia, mas infelizmente está acontecendo.
00:10Meu filho está no hospital e as enfermeiras comentaram comigo, dentro do hospital, tem gente levando bebê para ser atendido no hospital.
00:18Sabe o que parece, vereador da Costa? É igual quando as pessoas ligam lá na guarda municipal ou na polícia militar passando trote.
00:25Aí a polícia perde tempo, a guarda perde tempo para ir atender um trote.
00:28O que você levar um boneco, porque não é um bebê, é um boneco de silicone com preço de iPhone, você levar ele numa unidade de saúde ou pedir um atendimento para ele do SAMU em casa,
00:40você está tirando tempo dos profissionais da saúde que estão indo lá, às vezes, para atender algo sério, deixando de atender um idoso que, às vezes, está numa situação delicada, numa situação realmente real de saúde,
00:52para ir atender um caso de um boneco.
00:56Que, vamos lá, uma coisa é o uso terapêutico, o uso para aquelas pessoas que estão enlutadas.
01:01Ok, mas isso não dá direito também das pessoas quererem prioridade para um boneco, para prioridade igual de crianças de colo.
01:09A gente vê muitos casos, vereador Pierre, por isso que eu estou mencionando você, de pessoas que colocam o cordão do autismo, do quebra-cabeça,
01:18que colocam o adesivo do autismo no carro para ter prioridade no estacionamento do shopping, do parque,
01:23e, às vezes, nem tem um filho autista, não tem ninguém autista na família.
01:26É a mesma coisa, você querer prioridade no shopping porque você tem um boneco dentro de uma cadeirinha.
01:31Isso aí não existe, gente. Isso aí está beirando a loucura já. A que ponto que a gente vai chegar?
01:38De verdade, essas pessoas que querem ganhar direitos em cima de um boneco, que fiquem com o seu boneco e que não reproduzam mesmo a sua loucura.
01:48Que fiquem lá com o boneco, porque é importante que não reproduzam para que a gente não tenha mais esse tipo de gente.
01:53Inclusive, senhor presidente, a lei que a gente propôs é para impor limites. A lei é para isso, para impor limites.
01:59É inadmissível. Minha família é recheada de médicos, pessoas trabalhadoras, e a gente tem relatos
02:06de pessoas querendo atendimento para um boneco. Aonde o mundo vai parar?
02:11Isso aqui é sério. Eu, de verdade, pensei muito antes de vir aqui e falar, antes de propor a lei,
02:16mas a gente recebeu inúmeros relatos, vereador Jasson, de pessoas preocupadas com o que está acontecendo.
02:22Isso aqui é sério, porque, às vezes, tem uma pessoa lá que está precisando de atendimento, de verdade.
02:26Está precisando de atendimento. E aí o pessoal da enfermagem, os médicos, não tem que perder tempo
02:31explicando que, olha, não é isso. A gente não pode atender o seu boneco.
02:34A vereadora Laís mesmo, Laís, comentou comigo aqui na quinta-feira, que a amiga dela, dentista,
02:39esses dias teve que atender um boneco. Uma dentista atender um boneco.
02:43Isso aí não é que a sua amiga comentou com você.
02:45É um cúmulo, é um absurdo o que está acontecendo.
02:48Enfim, eu pensei muito antes de vir aqui e falar, senhor presidente, sei que tenho mais 30 segundos,
02:55mas acho que é importante a gente impor limites.
02:59Infelizmente, no mundo atual, tem coisas que parecem óbvias, que a gente não deveria falar,
03:04mas que a gente tem que falar.
03:06Porque não é possível que a gente vai deixar que pessoas acreditem que um boneco tem direito
03:10a atendimento hospitalar, ou que o SAMU tem que, em casa, atender um boneco.
03:14É beira loucura isso.
03:17Enfim, sempre respeitando o direito daquelas pessoas que estão enlutadas,
03:20que usam de forma terapêutica, mas isso também não dá prioridade em mercado,
03:25em shopping, em parque ou em atendimento de saúde também, senhor presidente.
03:29Fica aqui a minha revolta e o meu pedido, que a gente dê uma atenção especial
03:32para que isso acabe logo, para que essa loucura...

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