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  • 18/05/2025
O programa Fast News deste domingo (18) contou com a participação do professor de relações internacionais Igor Lucena para analisar as primeiras pesquisas de boca de urna em Portugal. Segundo os levantamentos iniciais, o governo de centro-direita vai ser eleito.

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Transcrição
00:00E as primeiras pesquisas de boca diurna apontam para a reeleição do governo de centro-direita em Portugal.
00:07Sobre essa perspectiva das eleições portuguesas, a gente conversa agora com Igor Lucena,
00:12professor, doutor em Relações Internacionais e CEO da Emerald Consulting,
00:16que chega agora no Fast News deste domingo.
00:19Doutor, bem-vindo, um prazer te receber.
00:22Qual a sua análise dessas primeiras informações que começam a chegar da vitória da centro-direita mais uma vez?
00:28Boa tarde, é um prazer estar aqui com vocês.
00:32Bom, segundo as últimas pesquisas que acompanhamos, pelo menos nas últimas duas semanas,
00:38já existia um cenário de manutenção da Aliança Democrática,
00:43que é uma conjunção de partidos liderado pelo PSD, Partido Social Democrata de Centro-Direita,
00:49que é liderado por Luiz Montenegro e caiu em uma espécie de escândalo sobre suas atividades privadas,
00:55que a visão é que seria algum tipo de tráfico de influência do fato dele ser líder do partido,
01:02primeiro-ministro, e que isso de alguma maneira poderia estar influenciando os contratos.
01:07Isso fez com que ele perdesse o mandato com o voto de desconfiança no parlamento,
01:13e aí Portugal entrou em uma nova eleição.
01:15Entretanto, os portugueses deram a resposta, estão dando a resposta,
01:19mostrando que não há visão muito clara sobre isso,
01:23e que, de fato, Luiz Montenegro estava liderando o país em reformas estruturantes
01:28e tentando tirar Portugal de um marasmo econômico.
01:32Então, a gente vai ver, provavelmente, os dados mostram alguma coisa entre 32% e 35% das cadeiras no parlamento,
01:41lembrando que Portugal é unicameral, a gente só tem Câmara dos Deputados, não temos Senado,
01:47deve ficar com a aliança democrática, o que significa um governo sem maioria,
01:53o que é uma fragilidade, mas com a manutenção de Luiz Montenegro como primeiro-ministro.
02:00Isso deve ser facilmente colocado de volta ao mandato.
02:06A grande surpresa da noite, pelo menos os dados até agora,
02:10é que o Partido Socialista, que estava no poder, liderado por Nuno Santos,
02:16talvez tenha o pior resultado da sua história, muito abaixo dos 28%,
02:22e o Chega, que era o partido de extrema-direita,
02:25e que era a terceira força política, que teve nas últimas eleições portuguesas
02:31algo em torno de 17%, 18%, aparece agora com 25%, 23% a 25%.
02:37E pode, sim, ficar à frente do Partido Socialista,
02:41o que seria uma grande mudança para Portugal.
02:44Se Portugal eleger a centro-direita como principal força política
02:49e a extrema-direita como segunda força política,
02:52mostra que a esquerda está totalmente desorganizada em Portugal.
02:57Obviamente, a gente vai ter que esperar aí até o final da noite
03:00para saber, de fato, quais cadeiras e quais serão as porcentagens,
03:05mas os primeiros dados já mostram uma clara vitória para o Chega
03:09do ponto de vista de avanço nas suas cadeiras em relação à última eleição.
03:14Então, Ventura, que é o líder do partido,
03:19que teve até problemas de saúde nas últimas semanas,
03:22já está com uma vitória na sua mão,
03:25que pode levá-lo em próximas eleições até mesmo a se tornar primeiro-ministro,
03:29caso o Luiz Montenegro não consiga resolver os problemas da população.
03:34E a própria aliança democrática de Luiz Montenegro vai continuar no poder,
03:38sem uma maioria absoluta, obviamente,
03:41e que isso é o grande problema, né?
03:42Sem a maioria absoluta, ele vai ficar, entre aspas,
03:46refém em toda votação de uma parte mais moderada do Partido Socialista
03:51ou do próprio Chega, para tentar aprovar as suas leis,
03:55o que pode levar Portugal a ter outras eleições
03:59ou até mesmo ficar difícil de ser governado,
04:02diferentemente da Alemanha,
04:04onde a CDU não teve maioria absoluta,
04:07mas conseguiu fazer uma coalizão.
04:08O grande problema é que Luiz Montenegro não fará uma coalizão com o Chega,
04:13como não fez na última eleição,
04:15ele disse que não faz coalizão com os radicais,
04:17mas ao mesmo tempo tem na oposição o Partido Socialista,
04:21que vai continuar fazendo oposição porque quer chegar ao poder,
04:25perdeu o poder recentemente.
04:27E aí você não tem uma terceira força política,
04:30mesmo que a iniciativa liberal, que seria a quarta força,
04:33se junte a Luiz Montenegro, eles não farão uma maioria absoluta.
04:38E o resto dos partidos em Portugal são partidos muito pequenos,
04:42com dois, três por cento, três, quatro cadeiras do parlamento.
04:45Então, você tem hoje uma nação com três forças políticas,
04:49onde a principal, que é a Aliança Democrática,
04:52não tem capacidade de se organizar com essas duas forças.
04:56Ao menos que haja uma grande mudança,
04:59e o Chega, de fato, queira compor o governo,
05:01e o Luiz Montenegro aceite,
05:04a gente vai ver um governo, por mais que seja de centro-direita,
05:08ainda bastante difícil de ter uma, como os portugueses dizem,
05:12uma governação eficiente dentro do país.
05:15Professor, eu vou trazer para a nossa conversa o doutor Eduardo Maurício,
05:19também advogado com atuação na Europa,
05:20vai te fazer a próxima pergunta.
05:23Boa tarde, doutor.
05:25A pergunta que eu vou lhe fazer é referente à polarização.
05:28O que se esperar da polarização nesse futuro de...
05:34Que, obviamente, o Montenegro foi aí reeleito, né?
05:38E face à questão dele ter que buscar novos apoios,
05:45como, por exemplo, na Aliança.
05:47Então, eu vejo que ele tem aí, hoje, não está com a maioria.
05:51Então, a pergunta é qual a sua ótica face à questão da polarização
05:55a ser enfrentada dos próximos passos aí em Portugal?
05:59Olha, eu...
06:00Se tivesse...
06:01A minha visão política em Portugal é muito clara.
06:04Luiz Montenegro quer mostrar que a centro-direita tem capacidade
06:09de fazer a governação portuguesa
06:10e que pode resolver os problemas, principalmente,
06:13na economia portuguesa de se tornar mais dinâmica.
06:16Por outro lado, o André Ventura do Chega
06:18já disse que teria interesse em formar uma coalizão.
06:23Luiz Montenegro, de uma certa maneira correta com seus eleitores,
06:27disse que não faria uma governação, né?
06:31Um governo com o Chega.
06:33Isso é complexo, porque, obviamente, ele respeita os votos,
06:37mas, do meu ponto de vista, não tem muito sentido eleitoral.
06:41Porque se ele traz o Chega para dentro do governo,
06:44com acordos que, obviamente, podem ser respeitados
06:48e até minimizados o extremismo do Chega,
06:51isso seria positivo, porque ele teria a maioria parlamentar
06:55e, ao mesmo tempo, com essa maioria parlamentar,
06:58ele tiraria esse ar místico que o Chega
07:01seria um grande salvador no futuro para Portugal.
07:05E até diminuiria o poder político do próprio André Ventura.
07:10André Ventura.
07:11Mas eu não acho que isso vai acontecer.
07:13Eu acho que Montenegro vai continuar na mesma tentativa
07:16de fazer um governo minoritário
07:20e fazer tentativas de negociação,
07:23seja com o Chega, seja com o Partido Socialista,
07:26em caso a caso, cada uma das votações, o que é péssimo.
07:29Porque aí você vai ter sempre um problema,
07:31sempre uma crise em Portugal.
07:33Seria muito mais fácil trazer o desgaste político inicial,
07:38colocar o Chega dentro do governo,
07:41tirar essa aura mística do André Ventura
07:44e mostrar que governar um país não é tão simples assim
07:47e que é necessário comprometimentos
07:50e, muitas vezes, os principais debates, principais pontos,
07:55muitas vezes, têm que ser colocados de lado
07:57para que haja um conjunto de política.
07:59Aí, sim, você teria um governo de extrema-direita
08:02com centro-direita, mas que avançaria apenas em casos,
08:07em temas que seriam conjuntos dos dois lados.
08:11E aí você, basicamente, tira a força política do Chega
08:15para uma futura eleição sozinha,
08:16uma futura eleição mais extremista, né?
08:19Quando você traz para dentro do partido.
08:20Eu não acho que isso vai ocorrer.
08:22E eu acho que o Partido Socialista,
08:24de Nuno, está totalmente fora.
08:26Eles querem mesmo derrotar todo tipo de direita,
08:28seja de centro ou seja de esquerda,
08:30para voltar ao poder.
08:31Mas os portugueses não querem.
08:32Os portugueses querem agora um caminho pela direita.
08:35seja pela centro-direita de Luiz Montenegro
08:39ou seja pela extrema-direita de André Ventura.
08:42Os resultados, pelo menos preliminares,
08:43mostram claramente isso.
08:45Então, assim, essa é a minha visão.
08:47Essa é a visão de muitos analistas portugueses
08:49que acreditam que seria uma maneira também
08:51de minar o poder do Chega.
08:53Mas acho muito difícil Luiz Montenegro andar
08:57por essa visão.
08:58Até porque, de uma certa maneira,
09:00ele tem uma visão muito radical
09:02do ponto de vista de fazer exatamente
09:04o que disse que ia fazer na campanha.
09:05É um pouco diferente do que a gente vê no Brasil.
09:08Professor, nós temos tempo para mais uma pergunta.
09:10Eu quero aproveitar a sua participação aqui
09:12e falar de um outro país
09:13que também enfrenta eleições neste momento.
09:15Estou falando da Romênia,
09:17que, segundo aqui as últimas informações
09:19que vão chegando pela boca diurna,
09:22terá um presidente pró-Europa
09:24vencendo um outro presidente
09:26que seria mais à direita.
09:28também um país enfrentando essa questão da polarização?
09:32Qual é a sua análise?
09:34Olha, eu acho que sim.
09:35É um presidente que é pró-Europa
09:38e isso foi um risco.
09:39A gente tinha pesquisas bastante divergentes
09:41onde o anti-europeísta,
09:44voltado muito mais para uma visão pró-russa
09:47e pró-saída da Europa,
09:50poderia ganhar a eleição.
09:51Isso não aconteceu.
09:53Então, você tem um ex-prefeito
09:55de grandes cidades,
09:57um líder popular
09:58e que mostra a visão europeia.
10:01Lembrando que a Romênia
10:02está no leste europeu,
10:04um dos países que também sofreu
10:05com a questão comunista,
10:07a questão do avanço das tropas russas
10:10durante a Guerra Fria.
10:13E, assim,
10:14apesar das campanhas
10:16do que a gente assistiu,
10:17da desinformação,
10:18eu acho que é muito difícil
10:20termos eleições no leste europeu
10:22que foquem em anti-europeístas.
10:24Por um motivo muito simples.
10:26A União Europeia está agora unida,
10:29vai gastar 800 bilhões de euros
10:31na defesa coletiva do bloco
10:33e, basicamente,
10:34todos os países do leste europeu
10:36que tiveram passado,
10:40caído dentro do bloco soviético
10:43e sofreram na mão da União Soviética,
10:46querem a maior distância possível da Rússia.
10:49E, por isso,
10:50a população desses países,
10:52apesar de certas dificuldades,
10:54estão preferindo votar em candidatos
10:57para a União Europeia.
10:59Apesar de ter sido uma situação
11:00um pouco difícil,
11:02mas já é um resultado um pouco esperado
11:04por causa da própria guerra da Ucrânia.
11:07Ninguém quer participar dentro
11:08do outro time
11:09e dentro do contexto
11:11do que a gente está vendo no leste europeu.
11:12Muito bem.
11:13Quero agradecer demais
11:14o professor Igor Lucena,
11:16professor doutor em Relações Internacionais,
11:18nos ajudando a entender
11:20estes cenários de eleições,
11:22tanto em Portugal, principalmente,
11:23e agora também da Romênia.
11:25Professor,
11:25sempre um prazer te receber
11:26aqui na Jovem Pan.
11:27Muito obrigado.
11:28Muito obrigado.
11:29Eu que agradeço
11:29e uma boa tarde a todos.
11:31Boa tarde.
11:31Obrigado.

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