- 07/05/2025
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NotíciasTranscrição
00:00Meu amigo Maurício Valente, bem-vindo.
00:02Amor do Cogê, prazer estar aqui.
00:04Prazer, o meu.
00:05Olha, os meninos brigam comigo por causa do microfone.
00:08Tudo bem?
00:09Eu tô bem, e você?
00:10Tudo jóia.
00:10Falando em Dia das Mães, quis chamar o senhor pra uma conversa profunda.
00:17Fala que é uma sessão de terapia, os nossos profissionais que passam por aqui,
00:21porque ajudam muita gente.
00:24E aí, a gente vem nessa data comercial,
00:27a gente fala de ofertas pra gente presentear as mães com tanto carinho,
00:32mas tem gente que não teve a mãe presente.
00:36Mãe teve, mas não teve presença.
00:40Porque às vezes, quem teve algum conflito com a mãe,
00:45vai falar, eu não tenho mãe.
00:47Mãe teve.
00:48Mãe teve.
00:50Teve.
00:51A mãe é a porta do sucesso.
00:53O Hellinger já é um autor de, escreveu vários livros que fala da biologia sistêmica.
01:00Ele fala bem claro que a mãe é a porta ao sucesso, a tomada da mãe.
01:05Nós tomamos a mãe de diversas formas.
01:07Nós tomamos a mãe dentro do ventre dela,
01:10nós tomamos a mãe no parto,
01:13de preferência um parto natural,
01:15mas quando não é possível, tá tudo bem.
01:17Nós tomamos a mãe quando a gente amamenta.
01:21Nós tomamos a mãe quando a gente se vincula a ela no início da vida.
01:25Então, olha quantos parâmetros eu falei aqui.
01:28Quando isso é possível,
01:30então nós temos um indivíduo,
01:32uma criança que será um adolescente ou adulto,
01:35que tomou essa vida que veio da mãe.
01:38Mas a gente sabe que nem tudo são flores, né?
01:40Às vezes a vida fetal já é conturbada,
01:43às vezes não nasceu de parte normal,
01:45às vezes não amamentou,
01:47Às vezes a mãe trabalhou muito cedo
01:49e essa criança não pôde ter um vínculo com a mãe tão saudável, né?
01:54No início ali da vida.
01:54No início da vida, até dois anos, né?
01:57Às vezes não foi uma criança esperada, planejada.
02:01Esperada.
02:02Às vezes essa mãe sofreu,
02:04estava sofrendo no casamento com o marido
02:06e aí não teve força para a criança.
02:09Então, são tantas variáveis, né?
02:11Mas na semana do Dia das Mães,
02:13eu começo, nem que foi um pedacinho,
02:16dando os parabéns a essas mães,
02:19porque ser mãe já é um fato bem desafiador, né?
02:23Em qualquer situação, tá?
02:25E essas mães estão muito sozinhas, morida, eu sinto.
02:28Muito sozinhas, assim, né?
02:30Às vezes ela tem uma babazinha,
02:32mas essa babazinha, ela está ali não é para ajudar a mãe,
02:34no sentido do aspecto emocional,
02:36e sim para ajudar com a criança,
02:38porque a babá também não tem esse preparo.
02:39Fisicamente, a estrutura, no dia a dia ali...
02:42Eu falo que as mães estão muito sozinhas
02:44nessa rede de apoio e de ajuda.
02:46E essas mães também têm as feridas próprias, né?
02:50Os traumas, as coisas que faltou para essa mãe.
02:53Essa mãe foi criança.
02:54E acaba virando uma bola de neve.
02:56E a história que realmente marca
02:58é que não existem culpados nessa história.
03:01Se eu cresci com o vazio da minha mãe,
03:04a minha mãe não é a bandida da história,
03:07a quem eu normalmente acuso e incrimino.
03:11Não é assim, né?
03:12Porque eu conheci essa mulher adulta.
03:14Tanto que tem uma coisa bem engraçada,
03:16que um dia um aluno me perguntou de um curso assim,
03:18o senhor queria ter o poder da cura?
03:20Eu falei, não.
03:21Ele falou, por que não? Todo mundo quer.
03:23Eu falei, não, porque senão eu ia ter uma fila daqui,
03:25não sei aonde, eu não ia viver,
03:26eu não ia ter vida, eu não ia ter minha família e tal.
03:29Mas tem um dom que eu queria.
03:30Eu queria poder pegar na mão de uma pessoa
03:33e falar, feche os olhos.
03:35E a gente voltar no tempo
03:37pra essa pessoa adulta
03:39assistir a vida dos seus pais.
03:42Uma semana que passa em três minutos, quatro minutos.
03:46De preferência lá na infância?
03:47É.
03:48Essa pessoa voltaria curada.
03:50Completamente curada.
03:51Dos xingamentos, dos julgamentos
03:53que se faz a um pai, a uma mãe.
03:54Porque a gente conhece esses pais grandes, né, Murilo?
03:57A gente...
03:58Então, parece que tem um manual
04:00que a gente leu em algum lugar
04:01que pai e mãe tem que ser perfeito.
04:03E eu sempre pergunto,
04:04onde está esse manual
04:05que pai e mãe tem que ser perfeito, né?
04:07Então, numa semana das mães aí,
04:09eu queria prestar essa homenagem.
04:11Mas dizer que pra aquela pessoa
04:13que teve esse vazio de mãe,
04:15também é desafiador.
04:16Também não é uma culpa.
04:18E talvez pro segredo do seu sucesso,
04:20a sua profissão não está vindo,
04:23a sua capacidade de...
04:24Às vezes você produz, trabalha direitinho,
04:26mas não produz,
04:27o retorno não vem,
04:28conflitos amorosos, né?
04:32Então, talvez acenda um sinal
04:33pra você que está me ouvindo
04:34de que talvez você precise
04:35tomar a sua mãe de alguma forma.
04:37Se não deu na vida fetal,
04:39se não deu no parto,
04:40se não deu na amamentação,
04:42se não deu no início da vida,
04:43tem que dar de alguma forma.
04:45E essa tomada da mãe,
04:46ela se dá tardiamente,
04:47somente num lugar,
04:48dentro de você.
04:50Só que sozinho é difícil.
04:52Sozinho é difícil.
04:53Mas não é impossível.
04:54Não é impossível.
04:56Eu acho que o pior de estar sozinho
04:57pra tomar a mãe
04:58é a tomada de consciência,
05:00que às vezes não vem.
05:01A pessoa não associa
05:03que as coisas estão dando errado na vida,
05:06ele não sabe que é porque
05:07ele não tomou esse amor da mãe.
05:09Ele não tomou a vida que veio da mãe.
05:10Não vou nem dizer o amor.
05:12Porque o amor, Murilo,
05:13ele é hormônio, né?
05:15O hormônio, o citocino,
05:16a gente precisa ter convívio
05:18pra ter amor.
05:19E às vezes ele não tem amor
05:20por essa mãe.
05:21Mas a forma mais perfeita
05:22de liberação pro sucesso,
05:25pro fluxo da vida,
05:26pro fluxo do sucesso,
05:27é a gratidão.
05:29Gratidão.
05:29Gratidão.
05:30Que é uma forma de amor.
05:32Porque às vezes, Maurício,
05:34a minha mãe foi muito ausente,
05:36eu não perdoo.
05:39Talvez venha essa palavra.
05:41E você deve ouvir muito
05:42em consultório, né?
05:43Eu não perdoo a minha mãe.
05:44Minha mãe foi muito ruim pra mim.
05:45Minha mãe me batia.
05:46Minha mãe me fez trabalhar muito cedo.
05:49Isso.
05:49Eu não aceito que ela
05:51foi assim comigo.
05:52E eu sou assim porque
05:53minha mãe me tratava assim
05:54quando eu era pequeno.
05:56Dá pra perdoar?
05:57É esse sentimento
05:59que a gente precisa ter?
06:00A palavra perdão,
06:02eu sei que eu posso
06:02gerar alguma polêmica aqui,
06:04mas a palavra perdão,
06:05eu não gosto muito,
06:07eu acho muito divino.
06:09Eu acho que o que nós
06:09temos que pensar
06:10é na palavra aceitação.
06:13Eu posso aceitar como foi
06:14que aquilo aconteceu comigo
06:16e eu não pude mudar.
06:17Por exemplo,
06:18se eu quiser mudar meu peso,
06:20eu não dependo de ninguém.
06:21Eu dependo só de mim.
06:23Então eu vou lá,
06:24eu como melhor,
06:25diminuo a comida,
06:26me alimento melhor,
06:26faço suplemento,
06:27vou pra academia,
06:28beleza.
06:29Agora,
06:31o que aconteceu
06:31entre eu e a minha mãe
06:32não dependia de mim.
06:34O que aconteceu
06:35entre eu e meu pai
06:35não dependia de mim.
06:37Então,
06:38tudo que não depende de mim,
06:40chega uma hora
06:40na nossa maturidade
06:42que a gente deve pensar assim,
06:44eu aceito tudo como foi.
06:45eu tenho que aceitar.
06:48Que é o famoso perdão
06:49que muitas pessoas,
06:50eu não gosto muito
06:51de perdão e desculpa.
06:53Eu não gosto, tá?
06:54O perdão é muito divino,
06:56a desculpa eu acho
06:57que é uma troca
06:58de responsabilidade.
06:59Eu erro e falo pra você,
07:00você tira a minha culpa?
07:01Aí você fala,
07:02não.
07:02Eu falo,
07:02eu pedi desculpa.
07:03Não, mas o erro foi meu,
07:04então eu sinto muito
07:05pelo que eu fiz.
07:05É muito mais,
07:07eu acho muito mais coerente.
07:09Então,
07:10o olhar pra isso,
07:11o aceitar tudo como foi,
07:13e mesmo numa mãe ausente
07:15na sua vida,
07:16você conseguir tirar
07:17de algum lugar,
07:18sozinho ou com ajuda,
07:19uma gratidão.
07:21Porque assim,
07:22se você tomba
07:22no comércio,
07:24Murilo,
07:24e tem um mal súbito,
07:25eu nunca vi você,
07:27então você não me ama.
07:29Mas eu sou da saúde,
07:30eu faço uma intervenção
07:32com você,
07:32massagem cardíaca,
07:33respiração boca a boca,
07:35chega o SAMU,
07:35você vai e sobrevive
07:36por causa da minha manobra.
07:38Você vai continuar
07:39na minha mano,
07:40a gente não tem convívio,
07:41mas você vai ser grato
07:42a mim o resto da sua vida.
07:44Correto?
07:45Então isso é uma forma
07:46de amor.
07:47Então muitas vezes,
07:48pra você que não teve
07:49a oportunidade de ter essa mãe,
07:51essa mãe tava muito dolorida,
07:53essa mãe tava muito sofrida,
07:54não conseguiu te entregar,
07:56o que tecnicamente
07:57se espera de uma mãe,
07:59não tem problema.
08:01O seu treino
08:01é da gratidão.
08:03Sozinho
08:04ou com ajuda?
08:06Ajuda terapêutica,
08:08você que tá precisando disso,
08:09você não tá sozinho,
08:11pra que você desenvolva
08:12a gratidão
08:13que vai te libertar
08:14e vai fazer com que você
08:16tome a vida
08:17que veio dessa mãe.
08:18E esse é um ponto importante,
08:19agradecer por quê?
08:20Eu não tenho nenhum motivo.
08:21Ah, tem.
08:23Tem.
08:23Você tá vivo.
08:24Sérgio, tá vivo.
08:25Vale pra quem
08:26é filho adotivo,
08:29foi criado com a avó,
08:30com a madrinha,
08:31com a tia,
08:32com outra pessoa
08:33que não foi a mãe biológica?
08:35Vale pra aquele filho
08:37que é a pior condição
08:37de todas.
08:38a minha mãe
08:40disse pra minha
08:42mãe adotiva
08:44que não me queria.
08:46Não quero,
08:47não quero essa criança
08:48e entrego.
08:49Olha que situação desafiadora, né?
08:50Como agradecer
08:51uma pessoa dessa.
08:53Mas hoje,
08:53às vezes,
08:53você tá vivo,
08:54adulto,
08:55ama uma mulher,
08:56tem filhos,
08:56e aí?
08:57A quem você deve tudo isso?
08:59A quem bem ou mal,
09:01querendo ou não te querendo,
09:01pois no mundo.
09:02Ah, mas eu não pedi
09:03pra vir no mundo,
09:04Maurício.
09:05Que jeito.
09:06Que jeito que você pensa isso.
09:07Isso é muito imaturo, né?
09:09A dádiva da vida
09:11é o maior presente
09:12que alguém pode receber.
09:13Por isso que eu te falo,
09:14às vezes você não tá conseguindo
09:14sozinho,
09:15tá tudo bem,
09:16peça ajuda.
09:17Porque é a gratidão
09:18que liberta.
09:19O amor é um bônus.
09:22O amor é um bônus.
09:24Quando ele existe,
09:25melhor ainda.
09:26Quando ele não existe,
09:27a gratidão é libertadora.
09:29Maurício,
09:29mas a minha mãe é viva
09:30e eu tenho dificuldade,
09:32o pessoal que tá aí,
09:34talvez assistindo,
09:34ah, a minha mãe
09:35já tá numa idade
09:37que dá trabalho,
09:38ela continua difícil,
09:40eu não consigo falar
09:41eu te amo,
09:43tem,
09:43você deve ouvir muito isso também,
09:45né?
09:45Pra pai,
09:46pra mãe,
09:46acho que pra pai
09:47até que mais,
09:47talvez.
09:50Não significa
09:51esse eu te amo
09:52fazer sentido,
09:53mas dá pra tentar
09:55correr atrás do tempo
09:57pra quem tem a oportunidade
09:58de ter a mãezinha viva ali?
10:00Dá,
10:00tem um ditado que diz,
10:02né?
10:02Antes tarde do que mais tarde,
10:03certo?
10:04Sempre dá.
10:06Mas por que que as pessoas sofrem
10:07quando tem uma mãe
10:08e uma dificuldade com uma mãe
10:10ou até com um pai
10:11é que o tema dessa semana
10:12é muito mãe?
10:14É porque a gente faz expectativas,
10:15né?
10:16Eu só sofro com a minha mãe
10:18se eu faço a expectativa
10:20que ela tinha que ser
10:21de uma forma.
10:22E aí já é uma coisa
10:22que você tem que se trabalhar
10:24pra isso acabar.
10:26São as expectativas,
10:27as mais diversas
10:28que faz a gente sofrer.
10:30porque as pessoas
10:31são o que são.
10:32O mundo é o que é.
10:34Nós estamos num mundo
10:35onde tá aí
10:36a injustiça existe,
10:38nós não vamos ter
10:39unanimidade em tudo,
10:40a violência tá batendo na porta,
10:42aí tem coisas boas.
10:44Esse é o mundo,
10:45o mundo é o que é.
10:46Sua mãe é o que é,
10:47é o que ela conseguiu apresentar.
10:49Você sofre
10:49quando você faz expectativa
10:51de que ela tinha que ser
10:53do jeito que você quer.
10:54Ou o seu namorado,
10:56ou o seu marido,
10:57tem que ser do jeito que você quer.
10:58E aí é onde as pessoas sofrem.
11:00Mas tá tudo bem.
11:01Como é que eu resolvo isso,
11:02Maurício?
11:03Com ajuda.
11:04Porque é sempre você
11:05que tem que se tratar,
11:06não é a sua mãe.
11:07Sua mãe,
11:07ela é do jeito que ela é.
11:09Talvez a sua mãe
11:10não seja aquela mulher
11:11que seja uma maravilha
11:12conviver com ela
11:13mais do que um dia na semana.
11:15Não dê.
11:16Tá tudo bem.
11:17Mas quando você quer
11:18uma expectativa
11:20daquilo que você espera
11:21que seja,
11:22aí é onde você vai entrar
11:23num sofrimento
11:23infindável.
11:25E aí você vai sofrer.
11:27O fluxo da vida
11:27fica se interrompido.
11:28As coisas vão dar errado
11:29na sua vida.
11:30Inclusive amorosa.
11:32Estamos falando muito
11:33na condição de filho, né?
11:35É isso.
11:35A nossa mãe é a nossa mãe.
11:37Deve ter mães
11:38nos assistindo
11:38que talvez
11:39venha um sentimento
11:41de culpa.
11:42Essa palavra, Maurício.
11:43Nossa, agora eu tô
11:44me sentindo culpada
11:45de talvez
11:46fazer o meu filho,
11:48minha filha
11:48se sentir desse jeito,
11:49dessa forma.
11:50também essa culpa
11:52da mãe
11:53não precisa ser assim.
11:56Por isso
11:56essa semana aí, né?
11:58Que eu falo
11:58a semana das mães
11:59que deveria ser
12:00um ano todo.
12:03Você precisa de ajuda.
12:04Essas mães precisam
12:05de ajuda.
12:06Porque elas não têm apoio, né?
12:07Elas se sentem sozinhas.
12:09E às vezes não tem apoio
12:10nem do homem
12:10que tá em casa.
12:12Então assim,
12:12culpa é diferente
12:13de responsabilidade, Murilo.
12:15Se eu vou pegar
12:15um celular
12:16que eu não deveria
12:17que caiu no chão
12:18no meu carro
12:18e eu bato no seu
12:19e o farol tava aberto
12:20pra você,
12:22eu não tenho culpa.
12:23Eu tenho responsabilidade.
12:24Eu fui irresponsável,
12:25mas eu não quis acertar
12:26seu carro
12:27de propósito.
12:28Então,
12:29eu não consigo entender
12:30uma mãe,
12:31eu não consigo imaginar
12:32essa cena.
12:32Nunca conheci ninguém
12:33ou uma mãe
12:34que quis ferrar um filho.
12:35Então faz algo
12:36de propósito.
12:37Tudo aquilo que
12:38a você, mãezinha,
12:39que você tá ouvindo
12:40que te faltou
12:41para uma criança,
12:42para a tua criação,
12:43foi porque você não sabia.
12:45Foi porque você
12:46não teve apoio.
12:47Foi porque você
12:48não foi ajudada.
12:49Fez o que deu, né?
12:51Fez o que deu.
12:52Porque você falou,
12:53às vezes essa mãe
12:54teve que voltar logo
12:55para o trabalho
12:55e essa mãe
12:56não teve um pai presente,
12:59um marido presente
12:59para ajudar nesse trabalho.
13:00Às vezes não tinha
13:01nenhuma mãe
13:02para ajudar ela.
13:02Não tinha uma mãe,
13:03uma rede de apoio.
13:04Uma rede de apoio.
13:05Então, veja...
13:06E essa braveza,
13:07essa falta de paciência,
13:09essa falta de tempo,
13:11de qualidade com essa criança,
13:12não foi por culpa dela,
13:14por responsabilidade?
13:15Ali dentro dessa conversa, né?
13:17Foi e fez o que deu.
13:18Fez o que deu,
13:19porque às vezes
13:20essa mãe não foi humanizada também.
13:22Então ela deu o que ela tinha.
13:24Por isso que o filho
13:25não deve cobrar
13:26e a mãe não deve se culpar.
13:27porque nós somos um...
13:30Ser humano
13:30é a seguinte conotação,
13:32é ser imperfeito
13:33e ser comum.
13:36Então nós, seres humanos,
13:38somos comuns e imperfeitos.
13:39E você, mãe, foi isso.
13:40Eu, pai, fui isso.
13:41Você, Murilo, é assim.
13:43Então nós não temos...
13:44A perfeição não é desse mundo.
13:46Ao que me consta,
13:47eu nunca estudei isso.
13:48E não vou esperar isso,
13:50a perfeição de uma mãe.
13:51Mas talvez uma busca por ajuda,
13:53uma busca por apoio,
13:55para que se eu estou
13:56me sentindo muito culpada,
13:58isso vai embora de mim.
13:59Porque a culpa
14:00é um sentimento muito destrutivo.
14:02Culpa e vergonha,
14:03existe uma escala energética
14:05das emoções.
14:06A culpa e a vergonha
14:07são as piores.
14:08São as mais destrutivas.
14:10Então não fica assim não, mãe.
14:11Você fez o seu melhor.
14:13Se ainda dá tempo
14:14para mudar alguma coisa,
14:15faça.
14:16Se precisa de ajuda,
14:17vá buscar.
14:18Porque hoje nós temos
14:18tanto recurso,
14:20tanta coisa evoluiu,
14:21mas não foi só tecnologicamente.
14:23Foi nas relações humanas também.
14:25Hoje nós temos
14:25muito tipo de terapia,
14:27muito tipo de ajuda
14:28que pode te confortar.
14:30Mas é preciso dizer um sim, né?
14:32E parabéns,
14:33porque ser mãe,
14:34eu tive mãe,
14:35perdi a minha há um ano e meio,
14:37uma grande mãe,
14:39e ser mãe,
14:40eu acho que toda mãe
14:41deveria chamar vitória.
14:43Toda mãe.
14:44Toda mãe deveria
14:45se chamar vitória.
14:47Porque ser mãe
14:48é uma vitória.
14:49E é diferente de ser pai,
14:51nós homens
14:51é completamente diferente.
14:52Sabemos que o pai
14:54tem importância,
14:55já falamos disso
14:55em outros programas,
14:58mas, cara,
14:58não é mamãe, né?
15:00Lembra da família dinossauro?
15:01O baby.
15:02O baby.
15:03Não é mamãe, né?
15:03A mamãe é o que ensina.
15:05Quem teve amor de mãe,
15:07dá anestesia em barata
15:08para matar.
15:09Então...
15:10E fora que,
15:11se a gente
15:12parar para pensar,
15:14é um assunto
15:15profundo,
15:16complexo,
15:18esses sentimentos
15:19que você trouxe aqui,
15:20principalmente raiva,
15:22tudo isso,
15:23também pode afetar
15:25a saúde
15:25e aí é só
15:26a ladeira abaixo, né Maurício?
15:27Totalmente.
15:28Se isso, ainda mais
15:29se isso for presente,
15:30pode ser sintomas crônicos,
15:32doenças crônicas.
15:34E aí, pelo cenário
15:35que criamos aqui,
15:36pode afetar os dois.
15:37A mãe, porque está
15:38com remorso e com culpa,
15:40e o filho, porque está
15:41com raiva da mãe.
15:42Imagina, os dois vão
15:42adoecer muito cedo.
15:44A mãe que sente culpa
15:45por não ter feito
15:46algo para o filho,
15:47isso pode refletir
15:49na vida,
15:51no sistema
15:51desse filho?
15:54Eu diria
15:55que pode refletir
15:57na saúde dessa mãe.
15:58Da mãe?
15:59Da mãe.
16:00Ela pode tirar dela,
16:02porque uma mãe
16:02que está na culpa,
16:03ela não tem tempo
16:04de resgatar nada
16:05do que ela acha
16:06que poderia.
16:07Então, se a mãe
16:08sai da culpa,
16:09resumindo,
16:10e vai,
16:10o que eu preciso melhorar
16:11com o meu filho?
16:12Então, eu estive distante?
16:13Então, eu vou tentar
16:13aproximar.
16:14Olha que legal,
16:15quando a pessoa
16:15não está na culpa,
16:16ela tem força
16:16para ir para a solução.
16:17Quem está na culpa
16:18não vai para a solução,
16:19além de adoecer.
16:21Agora, o pior cenário
16:23é o filho que odeia
16:25essa mãe,
16:25é o filho que não
16:26toma mãe,
16:26é o filho que não
16:27consegue nem ser grato.
16:28Esse é o pior cenário,
16:29que além de adoecer,
16:31a gente diz que
16:32sistemicamente
16:33interrompe o fluxo
16:34da vida,
16:35fluxo de sucesso,
16:36fluxo de amor,
16:37e aí é um pepino.
16:38Quando os jovens
16:39estão lá
16:40para se relacionar,
16:43para pensar em
16:44unir as escovas de dente,
16:45é muito comum
16:47a gente escutar
16:47você presta atenção
16:48no jeito que ele trata
16:49a mãe dele,
16:50que ele vai tratar você também,
16:52vai cuidar da família,
16:53não sei o que lá.
16:54É comum que se
16:56eu não tenho
16:57um bom relacionamento
16:57com a minha mãe,
16:59o meu relacionamento,
17:01o meu casamento
17:01também vai ser problemático?
17:03É, porque a mãe
17:04é o primeiro amor
17:05do menino, né?
17:06Se ele não reconhece
17:08esse amor,
17:08se ele não trata bem,
17:09se ele é estúpido,
17:10se ele não reconhece
17:11essa mãe,
17:12mesmo ela tendo
17:13muitas dificuldades,
17:15desafios nessa criação,
17:16como é que ele vai
17:17te tratar bem,
17:18você mulher?
17:19É uma ilusão,
17:20você vai realmente sofrer.
17:22É realmente um fato?
17:24Não, é real.
17:25É um fato.
17:26Isso é um fato sistêmico,
17:27da mesma forma
17:28que a menina com o pai.
17:30Olha...
17:31É da mesma forma,
17:32é que hoje não é
17:33o nosso tema.
17:33Mas isso também acontece,
17:35a menina que não aceita o pai,
17:37que não olha para esse pai,
17:39tudo esse pai é...
17:40não presta,
17:41tudo que ele fala
17:42está errado e tal,
17:43e você vai se envolver
17:44com uma mulher dessa,
17:45como você acha
17:45que ela vai te tratar?
17:47É a mesma coisa.
17:47Não é de se esperar
17:48muita coisa.
17:48Não é de se esperar
17:49muita coisa.
17:50Isso é verdadeiro.
17:52Que aula, né?
17:53Que gostoso, né, Murilo?
17:54Um assunto que rende, né?
17:56É um assunto que rende
17:57e para algumas pessoas
17:59é muito sensível, né?
18:01Falar de mãe.
18:01Sem dúvida.
18:02E seja a mãezinha
18:03que perdeu também.
18:04Para quem perdeu a mãe
18:06e tinha um bom relacionamento,
18:08o que a gente pode fazer
18:10nesse Dia das Mães também
18:11é tentar se conectar
18:12de alguma forma?
18:13Eu acho,
18:14eu sinto.
18:15Lembrar dessa mãe,
18:17se você tem costume
18:17de orar,
18:18de fazer meditação,
18:19meditar por essa mãe,
18:21trazer ela,
18:21porque a mãe morreu fora.
18:23A minha mãe,
18:24ela nunca morre aqui dentro.
18:26Ela é eterna.
18:27O que morreu
18:28foi a parte externa.
18:29Então fiz o luto,
18:30chorei,
18:31ainda pego de vez em quando
18:33com uma saudade maior,
18:34mas a minha mãe
18:35está viva aqui dentro.
18:36Você tem ideia
18:37que o WhatsApp dela
18:37ainda está vivo,
18:39da minha mãe.
18:40Meu pai conserva o WhatsApp dela.
18:42É uma vontade do meu pai.
18:44Então, às vezes,
18:44eu vejo no Instagram
18:45alguma noticinha assim,
18:46e tal.
18:47Ah, você foi a melhor mãe
18:48do mundo,
18:48eu mando para ela.
18:49Olha só.
18:50É, eu mando o WhatsApp dela.
18:52E aquilo me preenche,
18:53porque eu sei que ela
18:53está viva aqui dentro.
18:54É como se ela estivesse lá.
18:56Então faça uma homenagem
18:57à sua mãe, né?
18:58Traga a sua mãe
18:59em vida dentro de você.
19:02Para você que é mãe
19:02que está viva,
19:03meus parabéns
19:04por essa semana,
19:05por uma vida, né?
19:06Porque ser mãe
19:06é uma vida,
19:07é uma vida de dedicação.
19:09Eu vejo hoje
19:09minha mulher,
19:10meus três filhos
19:11já adolescentes,
19:12o esforço que ela teve,
19:14a dedicação,
19:14não chamo de esforço,
19:15a dedicação que ela teve
19:17por essas crianças
19:18é o sentido da vida, Murilo.
19:20Eu vejo uma mãe assim,
19:22ao...
19:23É um chamado, quase.
19:24É um chamado,
19:25é um sentido de vida
19:26absurdo, absurdo.
19:28O resto passa a ser
19:28muito pequeno
19:29do que viemos fazer aqui.
19:31Rapidamente,
19:32eu até já estourei
19:33o horário aqui,
19:33mas só para compartilhar,
19:34você falou do WhatsApp,
19:36minha mãe é viva,
19:37está ativíssima,
19:37vai chegar esse fim de semana,
19:39vai passar o Dia das Mães aqui,
19:40vou trazer ela
19:41para conhecer a TV,
19:42super engajada
19:44e tudo mais.
19:44e talvez,
19:46eu tive uma...
19:47Eu tenho uma prima
19:48que a gente perdeu,
19:49a nossa tia e tal,
19:50e ela quase não tem registros
19:52da minha tia de voz,
19:53de vídeo,
19:54de coisa.
19:54Puxa,
19:54ela sente muita falta disso.
19:56Eu fiz um grupo
19:57comigo mesmo,
20:00tudo que eu acho
20:01engraçadinho da minha mãe,
20:02gostoso da minha mãe,
20:03minha mãe está bem,
20:04mas eu guardo,
20:05eu guardo,
20:06subo no drive,
20:07na nuvem,
20:07para eu nunca perder.
20:08Espetacular.
20:09um dia eu precisar
20:11estar lá,
20:12que é muito legal.
20:13É trazer a memória,
20:14isso é muito legal.
20:15A voz até embarga,
20:16Deus me livre.
20:16Parabéns.
20:17Beijo na Sara,
20:18parabéns para a Sara,
20:19um beijo Sara Valente,
20:20nossa parceira aqui também,
20:22uma baita mãezona,
20:23e obrigado pela aula.
20:24Obrigado por hoje.
20:25Até a próxima.
20:25Valeu, até mais.
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