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Redes sociais podem afetar a saúde mental; psicóloga orienta como identificar sintomas
O Liberal
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26/04/2025
A psicóloga Rosana Lemos Faraon explica como o universo digital, especialmente o uso frequente das redes sociais, tem afetado o bem-estar emocional e mental da vida adulta e como as pessoas podem identificar os sintomas.
REPORTAGEM: Luciana Carvalho
IMAGENS: Cláudio Pinheiro
EDIÇÃO: Karla Pinheiro (Supervisão Tarso Sarraf)
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Um dado muito importante é que os brasileiros, a população que mais utiliza a rede social no mundo inteiro,
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uma média de 3 horas e 29 minutos, né?
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E de que forma isso afeta?
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Você imagina tanto tempo gasto em rede social, né?
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O que pode acontecer? O que a rede social representa?
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Geralmente a rede social é uma porta de entrada para inúmeros transtornos psicológicos, vários conflitos,
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a partir daquele momento que a pessoa se excede, né?
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Porque a partir daquele momento que deixa de ser um simples entretenimento e passa a ser uma necessidade, né?
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Então aí já se configura uma dependência tecnológica, gerando inúmeros impactos na saúde mental.
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Por exemplo, é através da rede social que você começa a ter pressões estéticas, né?
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As pressões estéticas que atingem principalmente as mulheres,
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que começam a sentir que o corpo não está adequado, que não está seguindo um padrão,
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os filtros que você percebe nas redes sociais, tudo isso influencia a saúde mental,
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principalmente das mulheres.
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A gente percebe pressões sociais, pressões psicológicas,
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de você estar sempre bem, de você estar sempre postando felicidade, alegria,
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como se a felicidade fosse uma exigência para que a gente pudesse estar 24 horas feliz na vida, né?
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E isso é algo impossível de ser alcançado.
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Então, através da rede social, você se sente na obrigação de mostrar que você é feliz.
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Muitas vezes você busca aceitação na rede social, você busca validação,
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você quer passar uma imagem de uma pessoa, de uma determinada forma que você não representa
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verdadeiramente aquilo, né?
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A rede social também pode ser uma porta de entrada para relacionamentos líquidos, né?
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Relacionamentos que você acaba conhecendo pessoas de uma forma tão rápida também,
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você bloqueia, você elimina essas pessoas.
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Então, não é exatamente a rede social que prejudica, mas é a forma como o adulto também,
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ele lida com essa rede social, né?
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O tempo que ele gasta ali, ele não apresenta um manejo exatamente do seu tempo
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em relação a quanto eu vou gastar na rede social, quanto eu vou investir meu tempo
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em outras atividades que podem ser muito mais produtivas, que podem ser muito mais educativas,
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entende?
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Então, isso vai gerando déficits.
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Inúmeros déficits.
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Pode gerar ansiedade, pode gerar uma depressão por você estar passando mais tempo
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do que você deveria estar no mundo virtual e não vivendo situações reais, interagindo,
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indo para uma academia, por exemplo, utilizar o seu tempo de uma forma que possa ser mais
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produtiva, mais eficaz, se dedicando para a sua família, para os seus filhos, para o seu trabalho,
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para estudos.
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Então, acaba se configurando num grande desperdício de tempo.
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A recomendação é uma abstinência temporária, tá?
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Para depois a pessoa começar a gerenciar melhor o seu tempo, retornando gradualmente, porém,
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de uma forma mais saudável.
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E a gente procura incentivar essa pessoa a buscar mais atividades offline, buscar mais
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atividades prazerosas, fora desse mundo da internet, fora desse mundo virtual, para
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que ela possa ter outras oportunidades de desenvolvimento pessoal, profissional, educacional, desenvolver
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inclusive mais habilidades sociais.
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Muitas vezes são pessoas tímidas, pessoas que têm uma dificuldade nas interações sociais,
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ou pessoas que já vêm de uma vulnerabilidade psicológica, emocional, né?
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Uma baixa autoestima, um baixo autoconceito, pessoas mais impulsivas.
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E essas pessoas acabam se excedendo nesse tempo usado nas redes sociais ou na internet,
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de forma geral, e realmente deixam oportunidades incríveis da vida, deixam de fora, né?
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Deixam passar essas oportunidades.
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Eu percebo que um dos problemas psicológicos gerados pelo uso excessivo de redes sociais
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é esse comportamento de se comparar, né?
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É assim, olhar para as redes sociais das outras pessoas e pensar, nossa, como a minha
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vida é sem graça, como eu sou um fracassado, né?
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Eu não tenho esse corpo, eu não uso essas roupas, eu não vou para esses lugares, eu não
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vou nesses restaurantes, eu não faço essas viagens.
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E entender que aquilo pode ser apenas uma encenação.
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Nem sempre a pessoa que está ali fazendo essas atividades, se divertindo daquela maneira,
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ela está realmente se sentindo plena por dentro.
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Na rede social você passa a imagem que você quer e compra, quem quiser que compre aquela
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imagem, né?
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Então, assim, você usar essa rede social sem esse comportamento de se comparar, né?
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E se isso estiver causando um déficit nessa autoestima, mal-estar, ela vai realmente se
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afastando e vai procurando viver mais na vida mais real, mais interativa, mais orgânica,
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né?
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buscar fazer até mesmo uma terapia para entender por que ela está se comportando dessa
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maneira, por que a rede social está prejudicando tanto, quais são os problemas prévios que
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ela já traz de situações psicossociais ou habilidades psicológicas que ela já traz
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previamente para que ela possa lidar com as redes sociais ou com a internet de forma
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mais saudável, né?
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A ideia é que a internet é uma ferramenta que tem um grande potencial também, né?
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É extremamente enriquecedora quando a gente sabe como usar, de que forma usar, o tempo
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manejar, tem o manejo do tempo que a gente passa ali.
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Então ela pode ser algo muito positivo, depende muito da forma como cada um de nós utiliza
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essa internet.
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Até mesmo as pessoas que trabalham com a internet e vivem de ser o seu ganhapão, é necessário
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o gerenciamento do tempo.
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Igual como a gente, por exemplo, não pode extrapolar o nosso tempo de trabalho, seja
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em que área que seja, né?
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Todo excesso esconde uma falta, todo excesso pode ser prejudicial para a saúde mental
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e qualquer tipo de trabalho.
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O excesso de internet também.
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Então, quando a pessoa se organiza e gerencia bem o seu tempo de trabalho, são tantas horas
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de trabalho, a partir desse momento eu vou me forçar a me desconectar desse mundo
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virtual, para viver as minhas interações reais.
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Eu tenho pessoas para interagir, eu tenho que cuidar de mim fora desse ambiente virtual.
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Eu tenho que me dedicar também, por exemplo, se você é casado, se você tem filhos, eu
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preciso me dedicar nessas relações, eu preciso ter tempo de qualidade nessas relações.
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Eu sou um modelo para os meus filhos, eu sou um modelo para a minha família, então
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eu não posso me exceder só porque eu trabalho, isso justifica que eu passe praticamente 24 horas,
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deixe de dar atenção para a minha família e até mesmo para mim me dedicar em outros
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aspectos da vida, eu preciso de tempo para me desenvolver também, fazer minhas atividades
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físicas, interagir, desenvolver habilidades sociais, tempo para estudar, tempo para ler
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um livro, tempo para fazer um passeio ao ar livre, tempo para me desintoxicar também
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da internet.
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Então, a gente precisa ter muito cuidado na contemporaneidade para que a gente não desenvolva
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essa dependência tecnológica, porque é muito fácil, o acesso é muito fácil, está
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nos nossos celulares, a qualquer momento a gente pode usar e a gente precisa ter em mente
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esse gerenciamento para que isso não se torne uma dependência tecnológica e sim apenas
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uma forma de você ter um entretenimento.
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E como eu falei, se você trabalha na internet, isso não significa que você possa abusar do
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tempo na internet também.
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Tudo na vida é um equilíbrio, uma dosagem entre o seu trabalho, sua vida pessoal, seus
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relacionamentos, né?
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