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O governo brasileiro acionou a OMC (Organização Mundial do Comércio) contra o "tarifaço" de 50% de Donald Trump. A avaliação da entidade é demorada e sem garantia de sucesso, já que o processo pode se arrastar por anos. Enquanto isso, o impacto econômico deve ser maior no mercado brasileiro, e empresas americanas temem que a medida prejudique suas cadeias produtivas. Will Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, analisa a situação, destacando a complexidade e a urgência de uma solução.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/pig3EF_yaCE

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Transcrição
00:00O Brasil acionou os Estados Unidos na OMC em reação ao tarifácio de Donald Trump.
00:05Repórter Igor Damasceno, direto para Brasília, o que efetivamente pode resultar dessa ação do governo brasileiro.
00:12Bem-vindo, Igor.
00:16Oi, Tiago. Obrigado. Boa noite a você. Boa noite também a todos que nos acompanham.
00:21Olha, nos bastidores o que se fala é que o Palácio do Planalto sabe muito bem que a Organização Mundial do Comércio
00:26perdeu influência, perdeu um tanto de prestígio ao longo dos últimos anos,
00:31mas ainda assim essa consulta que foi pedida pelo governo brasileiro foi vista como uma manobra,
00:38um argumento muito importante para o governo federal contestar medidas e decisões
00:44que são consideradas incompatíveis com os acordos fechados na Organização Mundial do Comércio.
00:50Na prática, o que o Brasil fez hoje por meio de uma nota enviada pelo Ministério das Relações Exteriores
00:57foi um pedido de consulta. É uma etapa anterior à abertura de um painel,
01:03que é nada mais do que uma investigação contra o governo dos Estados Unidos.
01:09Na nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, o Brasil alega o seguinte, abre aspas,
01:14os Estados Unidos violam flagrantemente compromissos centrais assumidos na Organização Mundial do Comércio,
01:22como o princípio da nação mais favorecida e os textos tarifários negociados, os tetos tarifários negociados, fecha aspas.
01:31Então, essa é parte da nota que o Ministério das Relações Exteriores divulgou à imprensa
01:36ao pedir a abertura dessa consulta na Organização Mundial do Comércio.
01:42Então, na prática, o governo federal alega o seguinte, os Estados Unidos, como nação mais forte do que o Brasil,
01:49economicamente falando, acabou descumprindo acordos e então está exercendo o seu poder de influência contra o Brasil.
01:57Isso é grave, isso viola os acordos fechados na OMC.
02:03Mesmo assim, o Brasil alega que está disposto ao diálogo, mas sabe muito bem que esse processo é longo
02:09e que pode não ter nenhuma garantia de sucesso, viu, Tiago?
02:14Bom, Igor, a gente continua de olho e saber quais serão os efeitos desta maneira que o Brasil está fazendo
02:21para recorrer ao tarifácio.
02:22Você volta daqui a pouquinho aqui ao Jornal Jovem Pan e mais efeitos do tarifácio,
02:26impacto no mercado e também nos Estados Unidos.
02:30A gente chama agora o estrategista-chefe da Avenue, o Will Castro Alves,
02:33participando mais uma vez aqui do Jornal Jovem Pan.
02:36Tudo bem, Will? Boa noite para você, bem-vindo.
02:38Bom, a gente ia só falar do tarifácio para o Brasil, mas vem a história da Índia,
02:43como que isso tem repercutido aí nos Estados Unidos.
02:46No caso do Brasil, os mercados estão olhando para cá, não estão olhando.
02:51Bem-vindo mais uma vez.
02:54Obrigado, Tiago. Boa noite a todos que nos escutam.
02:56Em relação ao mercado, eu diria que a gente viu hoje a Bolsa Brasileira repercutindo bem,
03:02o dólar relativamente comportado, então eu diria que grande parte do impacto disso
03:07já veio sendo sentido nas últimas semanas.
03:11E hoje, a verdade é que o que você teve de lá para cá,
03:14daquele primeiro momento da carta do Trump dos 50%,
03:18foi uma relativização disso.
03:20Menos produtos da pauta exportadora acabaram entrando no tarifácio,
03:25o Trump falando que ama o Brasil.
03:27Por parte do Brasil, declarações desencontradas,
03:32ora o ministro Fernando Haddad fala em negociar, o Geraldo Alckmin também,
03:35mas aí hoje mesmo o Lula falou alguns comentários que, a meu ver,
03:39foram bastante infelizes nesse sentido de quem quer negociar,
03:42ou quer ter uma melhor resolução para essa questão das tarifas.
03:46Mas no frigio dos ovos, o que a gente teve até agora foi uma evolução
03:49daquele cenário que, obviamente, uma evolução instável
03:53e que a gente não pode, talvez não seja necessariamente duradoura,
03:58o cenário continua aberto, continua incerto,
04:01uma vez que o Brasil vai atrás da OMC e tentando em organismos multilaterais
04:08que não servem de nada, porque o Trump mesmo é um cara que sempre relativizou isso,
04:13a Organização Mundial de Saúde, acordos, enfim.
04:16Então, essa não é a forma de negociar e hoje mesmo a declaração do Lula
04:23de falar que não vai ligar para o Trump, enfim, acaba sendo negativo.
04:26A gente segue nesse cenário incerto, mas no mercado,
04:29muito disso já veio sendo repercutido nos preços dos ativos
04:32e por isso que, apesar de hoje ser o dia oficial do tarifácio,
04:37a gente não sentiu tanto isso no mercado brasileiro.
04:40E aqui nos Estados Unidos a gente continua acompanhando isso,
04:44essa tarifa agora para a Índia, esses desdobramentos,
04:48mas a verdade é que a economia americana trouxe dados recentemente,
04:52na última semana, mostrando força, mostrando resiliência.
04:57Seja porque hoje em dia a economia americana depende muito mais do setor de serviços,
05:01que não é tão cíclico como a gente fala,
05:04não depende tanto de movimentos de estoques e da indústria como um todo,
05:08o segmento de serviços continua indo bem e a economia americana continua rodando.
05:16Agora, Will, você falou que o mercado financeiro já vinha digerindo
05:19essa situação nos últimos dias e o dólar hoje teve queda.
05:23Você que trabalha com brasileiros aí que investem em dólar,
05:27esse mercado de câmbio tende a sofrer com o desenrolado tarifácio?
05:32Vai saber quanto tempo que isso dura?
05:34Se é que os Estados Unidos vão voltar atrás?
05:36Olha, Tiago, tem dois vetores atuando positivamente no sentido de controlar
05:42valorizações do dólar frente ao real.
05:46Primeiro é um momento de tomada de risco, os investidores estão menos avessos ao risco.
05:53A história das tarifas parece que ela veio sendo resolvida num cenário
05:57onde o mundo vai aceitar algo em torno de 15% ou de 10% a 20%, vamos dizer assim,
06:04de tarifas para diferentes países, o mundo aceita isso, no primeiro momento não gostou
06:08muito, mas já aceitou, já digeriu.
06:11E além disso, você teve essa melhora na confiança dos agentes e no Brasil você tem um diferencial
06:20de juros elevado.
06:21Então, ou seja, a taxa de juros brasileira é elevada frente à taxa de juros americana.
06:26Esses dois vetores, o mercado querendo tomar risco, aceita comprar real e também juros
06:33elevados, tem mantido a moeda brasileira num patamar relativamente tranquilo se a gente
06:39considerar tudo o que está acontecendo.
06:41Afinal de contas, não é pouca coisa, uma tarifa de 50% não é pouca coisa e essa briga
06:46entre Brasil e Estados Unidos, o escalonamento para membro da STF e por aí vai, nada disso
06:53é positivo e o normal se a gente vê um impacto na moeda.
06:56Por que que não está acontecendo?
06:58A meu ver, por esse movimento mais, ou de menor aversão a risco por parte do investidor
07:03internacional que está buscando alternativas de investimento e juros altos no Brasil.
07:08Agora, só para a gente fechar de uma certa maneira nessa discussão que nós temos,
07:13em relação aos produtos aí nos Estados Unidos, de que forma se espera que aí os produtos
07:20também tenham alta de preços por causa do tarifácio aqui em relação ao Brasil?
07:26Tiago, muito boa essa tua pergunta, porque o que aconteceu?
07:29Voltando um pouco a tempo, no tempo atrás, a gente teve a pandemia, tudo ficou mais caro
07:34no mundo e aí depois a gente volta da pandemia, o mundo se abre e o mundo e as pessoas começam
07:39a consumir mais serviços, jantar fora, viajar e por aí vai.
07:44E aí você teve uma inflação de serviços muito elevada aqui nos Estados Unidos, enquanto
07:49os bens, os produtos foram ficando, pararam de subir, até porque China voltou a todo vapor,
07:55produzindo e consequentemente a gente não teve inflação de produtos.
07:59Agora esse negócio inverteu.
08:01Neste ano de 2025, se você olhar e abrir o índice de inflação lá nos Estados Unidos,
08:05você vai ver que a inflação de serviços ela vem cedendo, ela vem numa trajetória
08:09benigna, o próprio Banco Central tem falado isso, agora essa inflação de produtos ela
08:14começou a acontecer, ela começou a voltar a ter um pouco dessa inflação de produtos
08:18e bens, e isso faz com que a inflação americana não tenha voltado para a meta, ela tenha se
08:24mostrado resiliente e você ainda tem o vetor das tarifas que podem impactar negativamente
08:30no composto total de preços.
08:33Agora, o impacto disso, ele é incerto, porque você tem diferentes peças, diferentes insumos,
08:40diferentes componentes que impactam os diferentes produtos, então não é tão certo assim.
08:45E além disso a gente tem tido uma trajetória benigna dessa inflação de serviços e aí
08:50o cômputo total da inflação é uma inflação que ela não voltou para a meta, mas ela está
08:56mais para perto dos 3% e não 2%, mas ela também não está indo lá para 4% ou 5%.
09:02Will Castro Alves, que é estrategista-chefe da Avenue, com sede em Miami, nos Estados Unidos,
09:07muito obrigado sempre pela atenção e a gente fica de olho no tarifácio.
09:11Valeu, Will.
09:12Obrigado, boa noite.

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