- anteontem
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Título Original: O preço do tempo
Publicado em OS, 16 de Setembro de 2020 ; BC, First published at 04:11 UTC on September 17th, 2020.
Créditos: J M Pernicião, Marco Batalha, Salander, Peter Turguniev, ANCAP.SU, Visão Libertária
Publicação Original | Vídeo : https://odysee.com/@ancapsu:c/o-pre-o-do-tempo:2
Publicação Original | Descrição ou Thumbnail : https://old.bitchute.com/video/nLkEX7i2uMnV/
Descrição Original do Autor:
Fontes:
Callahan G. 2002. Economics for real people: an introduction to the Austrian School; Auburn: Ludwig von Mises Institute.
Lachmann L. 1978. Capital and its structure. Auburn: Ludwig von Mises Institute.
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Poucas instituições de agressão estatal são tão poderosas quanto um Banco Central. Ele controla não só a moeda, como também a taxa de juro ou, pelo menos, boa parte dela. E enquanto as demais instituições públicas exercem uma agressão física sobre nós, o Banco Central, por meio da manipulação da taxa de juro, age principalmente sobre um aspecto muito mais sutil de nossa existência: o tempo.
Juros orientam os indivíduos sobre como organizar suas ações no tempo. Ele é a representação da preferência temporal dos sujeitos. Digamos que uma pessoa que pretenda comprar uma camisa por 100 reais encontre alguém que lhe oferece 5 reais para que, em vez de comprar a camisa hoje, lhe empreste esse dinheiro por 30 dias.
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Poucas instituições de agressão estatal são tão poderosas quanto um Banco Central. Ele controla não só a moeda, como também a taxa de juro ou, pelo menos, boa parte dela. E enquanto as demais instituições públicas exercem uma agressão física sobre nós, o Banco Central, por meio da manipulação da taxa de juro, age principalmente sobre um aspecto muito mais sutil de nossa existência: o tempo.
Juros orientam os indivíduos sobre como organizar suas ações no tempo. Ele é a representação da preferência temporal dos sujeitos. Digamos que uma pessoa que pretenda comprar uma camisa por 100 reais encontre alguém que lhe oferece 5 reais para que, em vez de comprar a camisa hoje, lhe empreste esse dinheiro por 30 dias.
Categoria
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AprendizadoTranscrição
00:00Além de fisicamente, o Estado nos agride também de um jeito mais sutil.
00:05Que jeito é esse?
00:09Este é o Visão Libertária, sua fonte de informações descentralizadas e distribuídas.
00:14Este artigo foi sugerido e escrito por J.M. Pernicião, revisado por Marco Batalha e narrado por Salander.
00:21Poucas instituições de agressão estatal são tão poderosas quanto um banco central.
00:26Ele controla não só a moeda, como também a taxa de juros, ou pelo menos boa parte dela.
00:32Enquanto as demais instituições públicas exercem uma agressão física sobre nós,
00:37o banco central, por meio da manipulação da taxa de juros,
00:41age principalmente sobre um aspecto muito mais sutil da nossa existência, o tempo.
00:46Juros orientam os indivíduos sobre como organizar suas ações no tempo.
00:51Ele é a representação da preferência temporal dos sujeitos.
00:54Digamos que uma pessoa que pretenda comprar uma camisa por R$ 100,
00:58encontre alguém que lhe oferece R$ 5 para que, em vez de comprar a camisa hoje,
01:03lhe empreste esse dinheiro por 30 dias.
01:06Se a proposta for aceita, isso significa que a pessoa que compraria a camisa
01:10considera que R$ 105 no futuro valem mais do que uma camisa hoje.
01:15Já se a proposta for rejeitada, isso quer dizer que ela valoriza mais uma camisa no presente do que R$ 105 daqui a 30 dias.
01:24Podemos dizer, então, que o juro é a taxa de troca de um bem presente por um bem futuro considerado mais valioso.
01:31Ou, de maneira bem mais simples, juro é o preço do tempo.
01:35Há mais dois fatores que influenciam o valor final do tempo.
01:39Um é o risco, o quão confiantes estamos de que os planos presentes se realizarão no futuro,
01:45e o outro é o quanto se espera que a moeda se desvalorize ou se valorize em dado período.
01:50Por isso, dizemos que o mercado de juros reflete a preferência temporal dos consumidores.
01:56Os valores negociados nesse mercado informam aqueles que desejam empréstimos o quanto devem oferecer
02:02para que a outra parte abra mão do consumo presente.
02:06É onde os empresários ajustam suas necessidades de recursos em relação à poupança disponível.
02:11Ou seja, o valor do juro diz ao empresário se determinado empreendimento vale ou não a pena num dado momento.
02:19Isso acontece porque, além de sua evidente estrutura física, como terrenos, máquinas e pessoas,
02:26o capital também possui uma estrutura temporal.
02:28Nossos planos nada mais são que um conjunto de ações organizadas no tempo.
02:33Um bem de capital particular só será adquirido num estágio específico de um plano de negócios.
02:39O juro, portanto, orienta os empresários a como organizar cada etapa dos seus planos.
02:45Do outro lado da moeda, a demanda por bens também possui uma estrutura temporal.
02:49Alguns bens são adquiridos para consumo imediato, outros são consumidos durante um longo período
02:55e há ainda aqueles que são guardados para mais tarde.
02:58Quanto mais alinhadas as estruturas temporais de oferta e demanda, mais saudável está a economia.
03:04O preço do tempo, o juro, é a informação responsável por alinhar essas duas estruturas.
03:10Num livre mercado, aqueles empreendimentos considerados menos arriscados
03:14determinariam a chamada taxa básica de juros.
03:17Isso porque qualquer empreendimento mais arriscado, que não ofereça um valor superior a essa taxa,
03:23terá muita dificuldade de convencer alguém a lhe emprestar dinheiro.
03:27É óbvio que o valor dessa taxa básica, assim como os tipos de empreendimentos que a determinam,
03:32mudará de tempos em tempos e de lugar para lugar.
03:35Tenhamos em mente, porém, que o que importa para o empresário não é o dinheiro em si,
03:39mas sim os bens e os serviços necessários para executar as etapas do seu plano.
03:44Empréstimos são apenas um meio para se obter os fatores de produção.
03:47Se esses fatores não estiverem disponíveis, porque não se poupou o suficiente no passado
03:52para que tivessem sido produzidos, não existe expansão de crédito ou impressão de dinheiro
03:57que possa, como um toque de mágica, fazê-los surgir no presente.
04:02Mas é justamente essa mágica que o Banco Central pretende realizar,
04:05alterar o tempo necessário para que a produção e consumo se ajustem.
04:09Não é por acaso que muitos planos econômicos trazem em seus nomes uma referência à pretensão
04:15dos governos de manipular o tempo. 50 anos em 5, o famoso lema de Juscelino Kubitschek
04:20é um exemplo. Ou, para citarmos um mais recente, o PAC,
04:25Plano de Aceleração do Crescimento dos Governos Petistas.
04:28Quando o Estado interfere e tabela o preço do tempo, então, como acontece com o tabelamento
04:33de qualquer outro produto, as relações intertemporais entre produção e consumo se desorganizam.
04:39Como ele é o dono do dinheiro, títulos da dívida pública acabam sendo considerados
04:44um investimento de menor risco. Assim, o valor que o Estado promete pagar no futuro
04:49pelo dinheiro presente que lhe for cedido determina a taxa básica de juros.
04:54E quando essa taxa deixa de refletir as preferências temporais dos consumidores,
04:58empresários são induzidos a perder tempo e dinheiro com projetos que, muitas vezes,
05:04não conseguirão terminar e que, provavelmente, não iniciariam em outra circunstância.
05:08O problema, contudo, não é que a taxa de juros determinada pelo Banco Central seja diferente
05:14daquela que surgiria naturalmente no livre mercado. O problema é que não é mais possível
05:19saber qual seria essa taxa. Uma vez que o mercado de juros se organiza em função da taxa básica
05:25definida pelo Banco Central, não podemos saber o quanto essa taxa se distancia, aproxima ou mesmo
05:31coincide com aquela que o mercado definiria por si mesmo. Dizer que a Selic está alta ou baixa
05:36significa apenas fazer uma afirmação em relação a valores passados determinados pelo próprio governo.
05:43Isso não nos diz nada sobre as verdadeiras preferências temporais dos indivíduos.
05:47Gene Callahan, em seu livro Economics for Real People, compara as interferências do Banco Central
05:53na economia com um pediatra obcecado com o crescimento de seus pacientes.
05:58Esse pediatra, convencido de que o filho único de um casal não está crescendo como deveria,
06:03submete a criança a uma terapia hormonal.
06:05Como poderíamos avaliar, vários anos depois, se essa criança agora já adulta atingiu a altura
06:10correta? Ela está a 2, 3 ou 5 centímetros maior ou menor do que estaria sem a terapia?
06:17Mais ainda, como saberemos se não foi algum outro fator que determinou a altura final dela?
06:23Alimentação, prática esportiva ou simples genética? Nunca saberemos.
06:27Não possuímos um critério externo à própria experiência para compararmos os resultados.
06:32Mas, apesar de não podermos avaliar os resultados da terapia em relação à altura,
06:37não é difícil notarmos os efeitos negativos, como ossos frágeis e problemas no fígado, rins ou,
06:42quem sabe, coração.
06:44Da mesma forma, apesar de não sabermos o quanto a taxa básica de juros do Banco Central se
06:49aproxima daquela que surgiria naturalmente no livre mercado, podemos, mesmo assim, ter uma
06:54ideia de quais são suas consequências negativas para a economia.
06:58Assim como o pediatra do nosso exemplo, quando o governo não está satisfeito com o ritmo
07:03de desenvolvimento da economia, ele pode baixar as taxas de juros para estimular o crescimento.
07:09Isso transmite um sinal para os empresários de que a preferência temporal dos consumidores
07:14mudou e a poupança cresceu.
07:16O que significa dizer para os empresários que os recursos que estariam sendo utilizados
07:20para abastecer o consumo presente estão disponíveis para serem usados em projetos futuros.
07:26Por exemplo, caminhões, que estavam sendo utilizados para transportar produtos para as
07:31lojas, agora estão disponíveis em maior número para transportar equipamentos para
07:36as novas fábricas.
07:37Enquanto o preço dos bens indica para o empresário o que as pessoas desejam consumir, o preço do
07:42tempo, isto é, o juro, indica quando.
07:45O preço do tempo na sociedade não determina só a quantidade do que é produzido, mas também
07:50a diversidade dos bens disponíveis.
07:52Um aumento na poupança não só leva os empresários a se prepararem para produzir mais do que
07:58já produzem, mas também a explorar novos produtos.
08:01Nesse caso, porém, não houve aumento nenhum de poupança real.
08:05Houve apenas um barateamento do tempo via um tabelamento artificial do Banco Central.
08:10Consumidores e produtores iniciam, então, um cabo de guerra para ter acesso aos recursos
08:15presentes, o que dá origem a uma descoordenação temporal da cadeia produtiva.
08:20Essa descoordenação se estenderá por toda a rede de relações econômicas.
08:25Aqueles empresários que se encontram numa situação ruim usarão essa oportunidade para
08:30comprar mais tempo para os seus negócios.
08:32Veremos negócios pouco lucrativos ou à beira da falência, desperdiçando as riquezas
08:37da sociedade por um tempo maior que o necessário.
08:40Os incentivos para esses empresários menos eficientes são óbvios.
08:44Evitar a falência e, quem sabe, com alguma sorte, tornar seus negócios competitivos.
08:49De qualquer forma, dinheiro será direcionado para negócios que, em outras circunstâncias,
08:55não seriam do desejo dos consumidores que continuassem existindo.
08:59Esses empresários menos eficientes pressionarão o resto do mercado a acompanhá-los na espiral
09:05do endividamento.
09:06Isso porque mesmo as empresas lucrativas e com boas reservas terão que competir pelos
09:12fatores de produção com as menos eficientes, as quais, por conta do crédito barato, podem
09:17fazer ofertas cada vez maiores por esses fatores.
09:20A porta de entrada para o novo dinheiro, criado pela expansão do crédito, geralmente são
09:26os bens de capital de ordem superior.
09:28Fábricas, tratores, novas construções e por aí vai.
09:31Nesse estágio, os efeitos negativos não são perceptíveis para a maioria de nós.
09:37Somente quando os fatores complementares se tornam necessários é que os primeiros efeitos
09:41colaterais da expansão começam a se tornar evidentes.
09:45Fatores complementares de produção são bens ou serviços que devem ser adquiridos
09:50num estágio posterior de um planejamento empresarial.
09:53Esses fatores complementares são necessários para que os primeiros fatores, os de ordem superior,
09:59possam ser colocados em funcionamento.
10:01Digamos que Alfredo tenha planejado uma expansão em seu negócio de software.
10:05Após aumentar seu escritório e obter novos computadores, fatores de produção de ordem superior,
10:11ele sai em busca de programadores, fator de produção complementar.
10:16Porém, entre o planejamento e a execução de seu plano, o governo iniciou uma expansão
10:21do crédito.
10:22Outras empresas financiadas pelo crédito barato também saem em busca de programadores.
10:28Alfredo descobre, então, que não há mais profissionais suficientes no mercado e nem
10:33pelo preço que ele pretendia pagar.
10:34Ele, que acreditava que poderia contratar 100 programadores por um salário de R$ 3 mil
10:40mensais cada, terá agora, se quiser levar seu plano em frente, que ofereceu um valor
10:46superior.
10:47Isso provavelmente o forçará a ter que lançar a mão do mesmo crédito que seus competidores.
10:52E no fim, o encarecimento dos fatores de produção refletirá no preço do produto final.
10:57Nesse exemplo, vemos uma descoordenação entre o tempo de crescimento de um setor impulsionado
11:02pelo crédito barato e o tempo da criação dos fatores complementares para o mesmo.
11:07Fosse-se crescimento baseado em poupança real, poderíamos esperar um movimento mais
11:12ou menos sincronizado entre a expansão dos negócios e a disponibilidade dos fatores
11:17complementares.
11:18Quando esse crédito encontra o consumidor final, temos o mesmo fenômeno, porém na
11:23outra ponta.
11:24Consumidores anteciparão para o presente o consumo futuro.
11:28E uma vez que ainda não houve tempo para que a produção dos bens demandados se conclua,
11:33teremos também, nessa ponta, um aumento de preços.
11:36A bola de neve começará a crescer.
11:38Atraídos pelo aumento dos preços e crédito barato, novos negócios surgirão e os já
11:43estabelecidos expandirão sua produção.
11:46Isso, de novo, pressionará para cima os preços dos fatores de produção e endividamento das
11:52empresas.
11:53Por sua vez, os consumidores também embarcarão em mais uma rodada de endividamento, agora
11:58talvez apenas para poderem manter o padrão de vida anterior.
12:02O setor bancário, da mesma maneira, será forçado a embarcar na expansão do crédito.
12:08Bancos mais criteriosos para conceder empréstimos serão pressionados por aqueles que agem irresponsavelmente, cobrando
12:14juros baixos de negócios arriscados.
12:17E responsabilidade, geralmente incentivada pelo próprio governo ao usar o dinheiro roubado
12:23da população para socorrer o setor bancário.
12:26Na Bolsa de Valores, veremos gestores de fundos adquirindo por valores cada vez mais
12:31altos ações de empresas questionáveis.
12:34O fenômeno é o mesmo.
12:35Gestores mais escrupulosos perderão investidores para aqueles dispostos a surfar o boom da expansão
12:41do crédito, garantindo maior rentabilidade de suas carteiras, mesmo a custa de um aumento
12:47exponencial da exposição ao risco.
12:49Ainda que esses efeitos colaterais da expansão do crédito não sejam imediatamente perceptíveis,
12:55nem atingam concomitantemente todos os setores da economia, dado o tempo suficiente, eles
13:01levarão a um aumento generalizado dos preços.
13:04E quanto maior for essa expansão do crédito e quanto mais tempo ela durar, mais intenso
13:09será esse aumento e a posterior depressão.
13:12Quando o Banco Central sobe a taxa de juros para conter o aumento de preços, que, aliás,
13:17ele mesmo foi o responsável por criar, surge uma nova distorção.
13:21Empresas menos eficientes serão as primeiras a fechar as portas, é verdade.
13:25Mas, com a maior parte do setor produtivo altamente endividado, mesmo aqueles negócios
13:31que seriam lucrativos também podem falir.
13:33Por exemplo, o acesso ao capital de giro pode se tornar inviável para negócios que,
13:39não fosse o aumento da taxa de juros, se revelariam lucrativos.
13:43E nas empresas que sobreviverem, tudo que for produzido, será produzido para pagar dívidas
13:48adquiridas no período anterior.
13:50Empregos serão perdidos e os que se mantiverem empregados terão seus salários drasticamente
13:56reduzidos.
13:57Lembremos do exemplo da empresa de Alfredo.
13:59Muitos, incentivados pela demanda artificial por programadores, podem ter dedicado os melhores
14:05anos de suas vidas se preparando para essa carreira.
14:08Mas, no fim, o que parecia financeiramente promissor se revelará uma ilusão criada pelos
14:14parasitas do Banco Central.
14:16Quando o período de expansão do crédito chega ao fim, o desperdício de vidas inteiras
14:20se torna dolorosamente evidente.
14:22Seu Zé, durante a expansão de crédito, abriu um pequeno restaurante.
14:27Sua principal clientela era composta pelo crescente número de funcionários da empresa
14:32de Alfredo.
14:33Com a subida do juro, Alfredo não teve como refinanciar sua dívida de forma a manter
14:38seu negócio.
14:39Seu Zé, por sua vez, com a diminuição da clientela, também fecha as portas.
14:43O banco se vê obrigado a executar os bens dos negócios de ambos.
14:47Porém, o valor obtido não é suficiente para cobrir o prejuízo.
14:51O banco se torna insolvente e os clientes perdem o dinheiro depositado nele.
14:56Imagine isso acontecendo com milhares de negócios em um curto período.
15:00Estamos diante de uma depressão econômica.
15:02O cenário perfeito, infelizmente, para incentivar uma nova rodada de intervenção governamental
15:08na economia.
15:09Um banco central não passa de um instrumento de agressão.
15:13Talvez nada deixe isso mais claro do que a tendência dessa instituição de agir contra
15:18os interesses do mercado.
15:19Se o mercado acreditar que o banco central irá baixar o juro em um futuro próximo, muitos
15:25empresários terão uma vantagem competitiva se começarem a expansão ou abertura de novos
15:30negócios desde já.
15:32Assim, quando a expansão do crédito começar, eles poderão simplesmente substituir as dívidas
15:37atuais por dívidas mais baratas e manter a vantagem competitiva.
15:41Ainda que o plano do governo, de fato, fosse baixar o juro, quando este coletar os dados
15:46estatísticos do período, será tentado agir no sentido oposto, pois a economia já se
15:52mostrará muito aquecida.
15:54O mesmo vale no sentido contrário.
15:57Se muitos empresários avaliarem corretamente que o governo pretende subir o juro, eles diminuirão
16:02as contratações, cancelarão planos de expansão e evitarão obter novos empréstimos.
16:08Isso, por sua vez, indicará ao governo que o mercado precisa de estímulo, o que o levará
16:12a baixar o juro.
16:13Os empresários não têm escolha, eles devem necessariamente agir segundo suas expectativas
16:19em relação à política de juro futura.
16:22Isso porque planejar não é apenas, como dissemos, ordenar ações no tempo, mas também
16:28maximizar a utilidade das escolhas presentes nas ações futuras.
16:32Imagine um empresário que decida investir em determinado maquinário hoje.
16:36Suas decisões futuras visarão a explorar ao máximo a utilidade desse maquinário.
16:41Pensemos novamente no negócio de Alfredo.
16:44Se os computadores escolhidos para o seu escritório possuem determinado sistema operacional, os
16:50programadores que ele contratar no futuro serão aqueles aptos a trabalhar com esse sistema
16:55operacional.
16:56Alfredo, assim, estará maximizando a utilidade de sua decisão anterior em suas contratações
17:02futuras.
17:02Ou pensemos num caso mais prosaico.
17:05Alguém resolve aprender alemão como um investimento em sua carreira profissional.
17:09Essa pessoa, pelo menos no momento da escolha, pretende procurar trabalho onde esse idioma
17:15lhe garanta uma vantagem competitiva.
17:17Em outras palavras, ela pretende maximizar a utilidade de sua decisão atual no futuro.
17:23Se um empresário acredita que o governo sinalizou que a taxa de juros irá se alterar
17:28num determinado sentido, suas decisões presentes refletirão essa expectativa a fim de maximizar
17:34a utilidade de suas ações no futuro.
17:36Porém, como vimos, dependendo da quantidade de empresários com a mesma expectativa, o
17:42governo se verá obrigado a frustrar os planos deles.
17:45Imaginemos um conjunto de empresas.
17:47O Banco Central sinalizou que fará uma expansão do crédito num futuro próximo.
17:52Nenhuma das empresas sabe qual será o curso de ação das rivais diante dessa sinalização.
17:57Para cada uma delas, individualmente, o melhor cenário seria começar uma expansão agora
18:03e as outras não. O pior seria não iniciar a expansão em suas competidoras, sim.
18:08Como nenhuma sabe o que a outra fará, e tendo em vista que estão competindo entre si,
18:12o melhor curso de ação é a expansão desde já.
18:15Porém, o que individualmente é a melhor decisão, coletivamente pode ser um desastre.
18:20Se todas elas começarem a expandir seus negócios, o Banco Central se verá tentado a transformar
18:26sua sinalização num blefe, pois o mercado já estará muito aquecido e uma redução
18:31da taxa de juros só aceleraria o surgimento dos efeitos colaterais.
18:36Bancos centrais, portanto, transformam as relações intertemporais numa verdadeira tragédia
18:41dos comuns.
18:42Exatamente como qualquer outra instituição estatal, bancos centrais são instrumentos de controle
18:48e violência contra o indivíduo. Por meio da política de juros, governos nos roubam
18:53aquele que, talvez, seja o bem mais valioso em nossas vidas. O único que, uma vez tomado,
18:58jamais poderá ser recuperado. E não há prejuízo maior ou ferida mais dolorosa do que o tempo
19:05perdido.
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