Breno Chaves (União Brasil-AP), suplente do senador Davi Alcolumbre, é alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos públicos. A investigação apura irregularidades em contratos de sua empresa no Amapá, que teria ganhado obras no valor de R$ 350 milhões. Dora Kramer crítica falta de transparência entre suplentes do governo.
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00:00Fernanda Brasília, segundo suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga o desvio de verba em obras no Amapá.
00:10Reportagem de Aline Beckett.
00:12A Polícia Federal cumpriu a operação Rout 156.
00:17Foram 11 mandados de busca e apreensão no Amapá, no Amazonas, no Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais.
00:24O alvo principal foi Breno Chaves Pinto, empresário e segundo suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
00:32Ele é suspeito de participar de esquema de desvio de recursos no DENIT do Amapá, em concessões para recuperação da rodovia BR 156, no valor de 60 milhões.
00:45Foi identificada uma organização criminosa que fraudou pelo menos quatro pregões eletrônicos no DENIT do Amapá.
00:54As expulsões, ligada ao suplente de Alcolumbre, é apontada como uma das vencedoras do esquema.
01:00Na ação realizada em Minas Gerais, a Polícia Federal apreendeu armas, além de itens de luxo, como três portes e treze quadros de arte.
01:10Também foram bloqueados oito milhões em bens.
01:13A Polícia Federal segue com a investigação para desmontar a estrutura criminosa e identificar o envolvimento de outros agentes.
01:21O caso agora prossegue com a análise das imputações e possíveis novas etapas do inquérito.
01:27De Brasília, Aline Beckett.
01:30Odora, queria te perguntar, claro, não sobre essa operação, mas os efeitos políticos disso para o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre.
01:38Essa não é a primeira vez em que aliados dele têm problemas no próprio Amapá.
01:43Tem também a grande polêmica da irrigação das emendas parlamentares.
01:48E de que forma isso acaba pegando nele ou se é que não pega?
01:54Olha, bem não fica, tá certo?
01:56Mas o ambiente, eu não sei como é que vai ser lá no Amapá, tá?
02:00Mas assim, no ambiente nacional, você vê que recentemente o presidente da Câmara foi pego empregando o funcionário fantasma do gabinete.
02:10E isso não repercutiu. Por quê?
02:12Porque tem outros assuntos, essa crise toda do tarifácio, isso toma o noticiário.
02:20Então, eu acho que nesse momento, esse constrangimento é um constrangimento do Davi Alcolumbre, mas não vai trazer maiores prejuízos.
02:28Agora, com relação à suplência de senador, é bom a gente saber que, bom, se essa pessoa for mesmo culpada, tiver algum problema, o eleitor não tem a menor responsabilidade nesse caso.
02:40Porque suplente de senador é escolhido pelo titular da pasta, não tem um voto.
02:46Hoje, eu não sei quantos suplentes existem exercendo cargo no Senado, mas, em geral, é muita gente, sempre uns 10% de gente sem voto, que eu chamo de senador biônico.
03:00Porque, pela regra da suplência, é assim, a pessoa vai lá, escolhe qualquer um, já teve um senador uma vez, escolheu o pedreiro da casa dele.
03:09O problema é que ele morreu, eu não lembro o nome do senador, e o pedreiro, que não tinha nenhuma habilidade na questão política, tomou posse.
03:22E aí tem suplente a mãe, o pai, o irmão, enfim.
03:25Eu só queria aproveitar esse caso para falar mais uma vez dessa questão da suplência, que, em geral, não é muito falada, mas é um problema sério.
