- anteontem
O CRIME QUASE PERFEITO!
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TVTranscrição
00:00Música
00:30Ellen Regnes era uma violinista da ópera. Ela fazia parte da orquestra, não era solista.
00:38Ela era uma pessoa muito especial, gentil, atenciosa. Ela era sem dúvida um ser humano maravilhoso.
00:45A Ellen era divertida, tinha muito senso de humor.
00:53Foi a primeira vez que eu conversei com ela, mas ela me deixou uma impressão muito forte.
00:58Claro, sem dúvida.
01:00Desejei sorte a ela.
01:01Boa sorte. Obrigada.
01:03Ela me agradeceu e eu saí do elevador.
01:11Depois disso, ninguém mais a viu.
01:15Ah! Ah! Não! Não, por favor, não! Não!
01:20É o mesmo cenário do fantasma da ópera.
01:23Música
01:25Música
01:30Música
01:35Música
01:37Foi uma noite imperdível.
02:07Para quem gosta de dança
02:08O balé de Berlim se apresentou na Metropolitano Opera House, uma casa de concertos mundialmente conhecida.
02:19A performance foi impecável.
02:24Nos bastidores, músicos, bailarinos e contrarregras se preparam para ir embora.
02:29Do lado de fora, Yanis Mintzkes espera pela esposa, a violinista Ellen Regnes.
02:43Eu buscava Ellen toda noite.
02:48Eu estava estacionado perto de uma das portas por onde ela costumava sair.
02:55Estava só esperando ela sair, para levá-la para casa.
02:58Todos saem, mas Ellen não aparecem.
03:03Música
03:05Comecei a ficar preocupado.
03:18E aí liguei para casa.
03:20Música
03:21Ninguém atendia e comecei a achar estranho.
03:39Mais uma hora liguei e deu sinal de ocupado.
03:58Aí eu pensei que bom, ela está em casa e fui para lá.
04:01Ellen!
04:12Ellen, eu fiquei te esperando.
04:16Ellen!
04:17Não tinha ninguém lá.
04:26Será que Ellen saiu para comemorar o sucesso com os amigos e esqueceu de avisar?
04:31Ou será que avisou e Yanis esqueceu?
04:37De qualquer maneira, Yanis espera que ela apareça logo.
04:40Música
04:42As horas passam e Ellen não aparece.
05:01Ela não voltou.
05:05E ficou claro que tinha alguma coisa errada.
05:08Música
05:08Bem mais tarde, uma colega trouxe o violino no lugar.
05:19Música
05:19A Ellen tinha deixado o violino no trabalho.
05:30O violino era um filho para ela e você não esquece o seu filho.
05:35Era o violino dela.
05:36Sua paixão, ela nunca sairia de lá sem o violino.
05:40Música
05:40Eu sabia que isso era muito grave.
05:44Música
05:45Fiquei com medo.
05:51Conheci a Ellen no Canadá.
05:53Ela dava aula de violino e eu de escultura.
05:55Ela era divertida, tinha muito senso de humor e era muito carinhosa.
06:02A Ellen era uma pessoa muito querida por todo o mundo.
06:07A Ellen era tão meiga.
06:09Ela era o tipo de pessoa que faria um bolo para um amigo que estivesse num dia ruim ou muito triste.
06:17Ao mesmo tempo, ela era bem durona e muito esperta.
06:23Nós nos casamos e mudamos para Nova York e foi isso.
06:27Música
06:28Eles tinham um apartamento no Westside, na rua 75 e eram unha e carne.
06:44Ela gostava do meu trabalho, gostava do que eu fazia.
06:47Tinha muito orgulho de mim.
06:50Começou um jogo?
06:51Eu acho que sim.
06:52Eu também admirava a Ellen.
06:54Os músicos são as pessoas mais maravilhosas que existem.
06:58É verdade.
07:00Desculpa, eu não consigo falar nisso sem chorar.
07:06É, desculpa.
07:12Aquela noite havia começado como todas as outras.
07:17Eu lembro que ela estava a caminho do teatro.
07:23E estava linda.
07:25Sabe, ela estava animada, alegre, feliz.
07:30Ela se despediu, me deu um beijo e foi embora andando.
07:34É a última imagem que eu tenho dela.
07:36As três da manhã, Yannis estava sozinho e transtornado.
07:49O amor de sua vida havia desaparecido e ele não podia fazer nada.
07:54Depois de esperar um tempo, ele resolveu ligar para a polícia.
07:57Normalmente, a polícia não daria muita atenção a isso.
08:03Mas nesse caso, como era o Matt, chamaram e todos foram na hora.
08:08O primeiro a entrar em cena foi o investigador Jerry Giorgio, com 20 anos de experiência.
08:14Jerry Giorgio estava no turno da noite.
08:16Jerry era um cara muito respeitado.
08:19Ele era um investigador muito experiente.
08:23No armário, ele encontrou as roupas que Ellen usaria depois da apresentação.
08:28Se ela não havia trocado de roupa, talvez ainda estivesse no prédio.
08:34Giorgio não podia perder tempo e coordenou uma busca minuciosa numa das maiores casas de ópera do mundo.
08:39Mas não seria fácil encontrar Ellen se ela ainda estivesse lá.
08:46O Metropolitan é muito complexo.
08:50Tem seis andares abaixo do solo.
08:54É um labirinto.
08:59O teatro tem vários andares e uma vasta rede de corredores interconectados.
09:05Uma busca meticulosa levaria um bom tempo.
09:09Os bastidores são assustadores.
09:16Em algumas salas, você pode encontrar o dragão de Siegfried.
09:22Ou o navio do holandês voador.
09:25É o mesmo cenário do fantasma da ópera.
09:30Se você me soltasse ali, eu nunca mais ia sair.
09:34Eu ficaria perdida.
09:35É realmente um labirinto.
09:39Depois de cinco horas, a polícia ainda não tinha nenhuma pista de Ellen.
09:46Finalmente, pouco depois de amanhecer, a busca acabou com uma descoberta sinistra no topo do prédio.
10:02Um dos funcionários da manutenção encontrou um sapato.
10:09E aí encontraram o corpo.
10:20Ela havia sido jogada pelo sistema de ventilação.
10:27Ela sofreu uma queda de três andares.
10:29O corpo foi encontrado, virado para cima.
10:36Ela estava nua.
10:38As mãos estavam amarradas para trás.
10:41As duas pernas quebradas.
10:44Tornozelos atados.
10:47Ferimentos graves na cabeça.
10:49O investigador Giorgio sabia que aquele seria o maior caso de sua carreira.
10:55Ele pediu apoio total do departamento.
10:58Aquele não era só mais um assassinato em Nova York.
11:02Havia ocorrido no Lincoln Center, o coração cultural da cidade.
11:08Ela era carinhosa, simpática, maravilhosa.
11:11E quem é que podia querer machucá-la e por quê?
11:15Nova York, a cidade que nunca dorme.
11:33Para quem ama o teatro, este é o centro do universo.
11:36Broadway, Off-Broadway, Lincoln Center.
11:39Mas nos anos 80, as fachadas iluminadas escondiam uma realidade terrível.
11:46Nos anos 80, Nova York era uma cidade completamente diferente.
11:50Naquela época, você ia ver um musical da Broadway.
11:54E quando saía, dava de cara com cafetões e viciados.
11:58Ellen Hagenes era a vítima mais recente de uma cidade
12:01que já contava com mais de 300 assassinatos só naquele ano.
12:04Era uma jovem, talentosa e vibrante
12:11que trabalhava no Metropolitan Opera House
12:15que todo mundo imaginava ser um dos lugares mais seguros da cidade.
12:20A notícia de que ela havia sido raptada e assassinada ali
12:23deixou todo mundo em choque.
12:26A história virou notícia na mesma hora.
12:29Tomou as manchetes, ganhou as primeiras páginas.
12:34Lincoln Center finds itself mired in a murder case
12:39that has devastated the theatre community.
12:44Early this morning, the naked body of 30-year-old violinist
12:47Helen Hagenes was found at the bottom of a 30-foot ventilation shaft.
12:52A violinist with the opera's orchestra,
12:55the murder of this young Canadian shocks friends and colleagues
12:58and there are calls for tighter security.
13:00Everybody's a little afraid and very panicked
13:04and feels just terrible
13:05and wishes there was something they could do.
13:10Outros casos tinham recebido bastante destaque na mídia,
13:13mas não na mesma escala.
13:14Aquilo era...
13:15era excepcional,
13:17aquilo era internacional.
13:19Era um absurdo que aquilo pudesse
13:21ter ocorrido no teatro da Metropolitan Opera.
13:23Todos os olhares estavam no Departamento de Polícia de Nova York,
13:28que instalou um posto de comando dentro do Lincoln Center.
13:32Foi aí que apareceu um dos investigadores mais experientes,
13:35Mike Strzok.
13:36Strzok, Michael Strzok.
13:37A força-tarefa do Departamento de Homicídios
13:39estava em plena atividade.
13:41Mike Strzok era do 20º distrito
13:43que incluía o Met e pegou o caso.
13:46Em Nova York, se você pega um caso,
13:48ele é sua responsabilidade.
13:50Eles me ligaram.
13:52Uma tragédia no Metropolitan.
13:54Vem pra cá.
13:54Seu pessoal tá no prédio?
13:56Ele ia trabalhar junto com o Jerry e o George,
13:58o que era de outra geração.
14:00E o que você quer fazer?
14:01Mike tinha um jeitão de roqueio.
14:03Vamos começar por esses arquivos aqui.
14:05E o Jerry era mais conservador.
14:07Ele era mais Frank Sinatra.
14:08Eu não sei como, mas a gente precisa...
14:10Diante de uma imensa lista de suspeitos,
14:12George e Strzok precisavam agir de forma rápida e coordenada.
14:16Eles logo perceberam que tinha centenas de pessoas
14:20envolvidas nas apresentações do Metropolitan.
14:23Vamos começar por aí?
14:24Não temos muita alternativa.
14:26Técnicos em geral, músicos...
14:29Tá, pode ser.
14:32Mas se souber de algo, você pode...
14:34Bailarinos.
14:37E o público?
14:38Quem sabe?
14:39Alguém da plateia podia estar envolvido.
14:41São centenas de pessoas.
14:43O número podia chegar a milhares de pessoas.
14:45E se o assassino tivesse vindo de fora do teatro?
14:50Uma das primeiras coisas que todo mundo se perguntou
14:54era se seria possível que houvesse um agressor sexual agindo naquela região.
15:00Qualquer intruso teria que ter passado pelo eficiente sistema de segurança do Lincoln Center.
15:05E nos relatórios não havia qualquer indício de uma atividade em comum no teatro.
15:08No começo, a gente pensou em muitas teorias.
15:13Mas depois de um tempo, você precisa começar a eliminar possibilidades.
15:18Tinha um monte de cenários possíveis, várias teorias, até mesmo o marido.
15:24Será que ele entrou escondido e é o culpado?
15:26Não tinha como saber.
15:27Os investigadores chamaram o marido de Ellen, Yannis Mintkes, para um interrogatório.
15:35Obrigado por vir.
15:36Quando Yannis chegou para o interrogatório, ele estava com uma garrafa de uísque.
15:45Talvez fosse para afogar as mágoas, ou talvez ele sempre estivesse com ela.
15:50A polícia precisa fazer esse tipo de pergunta.
15:53A polícia é sempre suspeita do marido, né?
15:56Eles estavam me pressionando.
15:58O que vocês querem de mim?
16:00Eu fui... eu fui buscá-la.
16:02Sua mulher, a Ellen, tinha 30 anos.
16:05Coisas que a gente pergunta porque são rotina.
16:09Sua mulher tinha um namorado?
16:10Você entrou pela porta dos fundos?
16:12Tá, mas será que você não desconfiava?
16:14Olha, eu não quero parecer cruel, mas a gente tem que fazer esse tipo de pergunta.
16:19Eles perceberam que Yannis agia como um homem que não tinha nada a esconder.
16:26O comportamento dele, as respostas, o álibi,
16:29ele estava realmente transtornado com tudo aquilo.
16:34Yannis logo foi descartado como suspeito.
16:36Acho que eu fiquei bêbado durante um mês.
17:01Eu não parava.
17:02Era dia e noite.
17:03O Yannis estava completamente arrasado.
17:12Eu nunca tinha visto tanta dor, sabe?
17:16Ele estava mesmo inconsolável.
17:20Eu nunca saía de casa.
17:23Tinha entrado num casulo.
17:33Os investigadores não descobriram nenhum motivo
17:40para que alguém quisesse assassinar uma mulher tão extrovertida e popular.
17:44Dificilmente alguém poderia esquecer dela depois de conhecê-la.
17:50O cabelo dela era lindo, sedoso, quase branco, de tão loiro.
17:53E aí não era comum em Nova York.
17:56Da primeira vez que eu a vi, eu olhei para ela.
17:59Ela olhou para mim também e foi simples assim.
18:02Ela sabia do seu valor.
18:07Tinha tido professores famosos.
18:10Ellen tinha entrado na Júliade e estudado com alguns dos melhores violinistas do mundo.
18:18Tinha orgulho de si mesma nesse aspecto e tinha orgulho do seu talento.
18:22Enquanto faziam uma varredura no teatro,
18:27eles encontraram evidências espalhadas pelo imenso complexo.
18:32Uma flor azul usada por Ellen no cabelo
18:34foi encontrada em frente à porta de uma sala cheia de material elétrico.
18:42Um absorvente encontrado no subsolo foi enviado imediatamente para análise de sangue.
18:48A pista mais promissora foi descoberta no topo do teatro.
18:52Havia uma impressão digital completa num corrimão próximo ao local
18:57em que o corpo de Ellen havia sido encontrado.
19:01Conseguir uma digital completa, seja da palma da mão ou de um dedo, é muito raro.
19:06E isso aqui é um presente, pessoal.
19:08Eu me lembro de conversar com o perito no momento em que ele retirou essa digital
19:12e foi bem simples coletar a digital.
19:15E isso é um bom sinal porque indica, para quem tem experiência, que é fresca.
19:19Muito provavelmente, aquela digital era do assassino.
19:24Strunk, dá uma olhada aqui.
19:25Aquelas evidências ajudaram os investigadores a reconstruir as últimas horas da jovem musicista.
19:30Não, isso aqui está no lugar errado.
19:31O nosso método é criar uma cronologia dos últimos movimentos da vítima.
19:36O nosso método é criar uma cronologia dos últimos movimentos da vítima.
20:06Eles descobriram que Ellen havia tido um intervalo longo depois de executar Don Quixote.
20:18Ela havia dito a uma colega que estava procurando por Valery Panov.
20:22Não posso, vou encontrar o Panov.
20:23Ah, tá bom.
20:24Até mais tarde.
20:25Ela era um russo famoso do balé de Berlim.
20:31Ela achava que Panov poderia encomendar uma das esculturas de seu marido, Yanis.
20:36O balé de Berlim tinha entrado no palco e havia um pequeno intervalo em que ela não ia tocar.
20:42Daí ela saiu.
20:43Ninguém sabia quais tinham sido os movimentos de Ellen depois que ela saiu à procura de Panov.
20:48Até os investigadores falarem com Laura Cutler, uma jovem bailarina que viajava com o balé de Berlim.
21:02Preciso da ajuda de vocês. Não reconhece? E você, cara? Viu algo? Obrigado.
21:07Os investigadores estavam nos bastidores e tinha muitos deles.
21:11Você reconhece?
21:12Eu sabia do que tinha acontecido, mas demorei para fazer a associação.
21:17Obrigado pela sua atenção.
21:21Aí, de repente, eu lembrei...
21:27Eu pensei...
21:31Ah, meu Deus.
21:33É ela. Eu vi essa mulher.
21:37Espera um pouquinho. Eu posso ver de novo?
21:39Claro que pode.
21:39Eu fui lembrando de tudo.
21:43Foi a primeira vez que conversei com a Ellen.
21:46E naquele dia a gente se falou, mas foi muito rápido.
21:51Só que ela me deixou uma impressão muito forte.
21:54Ela era carismática, era gentil e muito animada.
21:59E aí, no intervalo...
22:00Ela me perguntou se seria um bom momento para tentar falar com o Valéry,
22:07porque ela queria mostrar para ele o trabalho do marido dela.
22:12Acho que ele queria fazer uma escultura do Valéry.
22:15É.
22:17Entramos no elevador
22:18e tinha um homem muito perto dela.
22:23Eu não sabia bem se eles estavam juntos ou não.
22:28São esculturas.
22:30Ele trabalha com isso.
22:30Aí ela me perguntou qual andar ele estava.
22:33E eu fiquei confusa, porque eu não conhecia muito bem aquele local.
22:37Terceiro andar.
22:39E o homem respondeu rápido.
22:41Então eu pensei...
22:41Ah, que bom.
22:42Ele conhece bem o local.
22:43Vai poder ajudá-la.
22:45Chegamos no meu andar.
22:47Eu desejei sorte a ela.
22:47Boa sorte.
22:48Obrigada.
22:49Ela me agradeceu e eu saí do elevador.
22:53Era uma pista muito importante para Strunk e Giorgio.
22:57Só o homem do elevador poderia dizer aos investigadores o que havia acontecido em seguida.
23:02Eles precisavam encontrá-lo para encontrar o assassino.
23:19O assassinato da violinista Ellen Hagness,
23:25integrante da orquestra da Casa de Concerto Metropolitan Opera House,
23:29chocou a cidade.
23:31E os investigadores do departamento de homicídios estavam sob pressão.
23:35A cidade estava falida.
23:37Se não solucionassem o crime, o Metropolitan podia ser fechado.
23:42Os tabloides tinham suas próprias teorias.
23:45Da última vez que Ellen tinha sido vista,
23:48ela estava indo ao encontro do bailarino russo Valery Panov.
23:51Seria ele o assassino?
23:57Tá, tá. Para. Obrigado.
23:59Atenção para as mãos.
24:00Tá meio desleixado.
24:01Valery Panov, que dançava naquela noite,
24:03tinha abandonado a Rússia recentemente.
24:06Sete, oito, vai.
24:07Salta.
24:08E...
24:09Tá.
24:09O que menos queriam era descobrir que um desertor russo era um maníaco assassino.
24:15Então, tinha uma pressão imensa sobre a investigação.
24:22Enquanto os investigadores lidavam com políticos e jornalistas,
24:27o marido e os amigos de Ellen recordavam os bons momentos que haviam compartilhado com ela.
24:34Eu lembro de como ela era engraçada, como a gente se dava bem.
24:43Tão boas, a gente parecia criança.
24:46Duas crianças quando estávamos juntas.
24:52A Ellen gostava de ficar quieta, de ficar na tela.
24:55Feliz por estar tocando.
24:59Ela não ligava muito para a competição da carreira.
25:02E a ficha só caiu muito depois.
25:30Todas as coisas que a gente tinha comprado
25:36e os presentes que ganhamos, tudo foi devolvido para a família dela.
25:44Os pais dela queriam o violino, então eu mandei para eles.
25:47O homem que estava no elevador junto com Ellen não se apresentou para testemunhar
26:03e isso despertou ainda mais o interesse dos investigadores.
26:07As informações de Laura Cutler
26:09Levaram os investigadores a acreditar que aquele homem conhecia os bastidores do MET.
26:17As evidências espalhadas pelo prédio
26:21indicavam que o assassino não tinha vindo de fora,
26:24que se tratava de alguém de dentro.
26:26Nós requisitamos uma lista dos empregados do Metropolitan.
26:35Com todo mundo no prédio, inclusive até o cara que nos forneceu a lista.
26:40Todo mundo.
26:40Aqui tem mais informações.
26:43Tinha cerca de 200 pessoas trabalhando naquela noite.
26:45200 possíveis assassinos.
26:49Na época, tínhamos a maior força-tarefa já criada para investigar um homicídio.
26:54Por que não parece isso?
26:56Tá, eu vou investigar este aqui.
26:58Naquela época, a gente não tinha laptop.
27:01Eram cartões datilografados e com digitais
27:04de todas as pessoas presentes naquela noite.
27:10Os movimentos de cada pessoa estavam registrados naqueles cartões.
27:15Enquanto os investigadores interrogavam a equipe,
27:20perceberam que os bastidores do Lincoln
27:22refletiam a realidade das ruas da Nova York dos anos 80.
27:30Tinha muita coisa acontecendo nos bastidores durante as apresentações.
27:34Pessoas assistiam a filmes pornôs.
27:37Encontraram muitas amostras de sêmen nos tecidos.
27:41Havia muita cocaína e muita maconha.
27:45Eles eram, com certeza, um grupo muito variado.
27:49Quer dizer, alguns deles eram funcionários muito dedicados
27:53que faziam bem seu trabalho.
27:56Nossas suspeitas se concentraram nos caras que bebiam muito e usavam drogas.
28:01Depois que averiguaram centenas de funcionários,
28:06um eletricista do período noturno começou a despertar o interesse dos investigadores.
28:11Ele contou aos investigadores que estava sozinho na sua sala na hora do assassinato.
28:16O problema é que não havia ninguém para confirmar seu álibi.
28:19A flor azul que estava no cabelo de Ellen foi encontrada a poucos metros de sua sala.
28:28Parecia que Ellen havia lutado para escapar de alguém bem na frente daquela porta.
28:32Era difícil acreditar que ele não havia escutado nada.
28:40E isso colocou o eletricista na lista dos possíveis suspeitos.
28:45Os investigadores ignoraram a pressão política e conversaram com o bailarino russo Panov.
28:50Só um minutinho, por favor.
28:53Intervalo. Muito obrigado, garotas.
28:56Eles precisavam descartar suspeitos e possíveis motivos.
28:59Laura, eu posso confirmar.
29:00Valery Panov tinha um álibi.
29:03No momento do assassinato de Ellen,
29:04ele estava sentado na plateia com mais 2.500 pessoas
29:08assistindo a apresentação de sua mulher, Galina.
29:12Com licença, muito obrigado.
29:13E do começo, 5, 6, 7, 8.
29:18Desalentados, os investigadores voltaram a atenção para sua testemunha principal, Laura Cutler.
29:23E então recorreram à hipnose.
29:30A gente esperava que ela lembrasse de algo com a hipnose.
29:40Ela concordou e nós fizemos.
29:42A lembrança do encontro no elevador
29:45era vaga.
29:47Eu acho que ele usava bigode.
29:55Infelizmente, eu não lembrava muito daquele homem,
29:58porque ele não tinha chamado minha atenção.
30:01Um rosto bem normal.
30:03Então, meu marido é artista.
30:04Eu sabia que ele era branco.
30:08É.
30:09Sabia que não era muito alto.
30:11Ele era um pouco mais alto do que eu.
30:15Eu descrevi o cabelo dele como esvoaçante.
30:19Era meio desgrenhado.
30:21Não era bem penteado.
30:23Cabelo comprido, jovem.
30:27Laura conseguiu lembrar o suficiente
30:29para que o artista forense pudesse fazer um retrato falado
30:32do homem que eles procuravam.
30:33O objetivo do retrato
30:36não era identificar um indivíduo específico,
30:40mas descartar suspeitos.
30:43O retrato podia ajudar.
30:45Mas três dias depois do assassinato de Ellen,
30:47os investigadores ainda estavam tentando encontrar um suspeito.
30:50Eu quero as digitais.
30:52Enquanto o caso não é resolvido, é um desespero.
30:54Sabe, você fica frustrado.
30:57Alguém perdeu a vida de maneira horrível.
30:59Como não resolvemos ainda?
31:03Dez dias depois do assassinato de Ellen no MET,
31:11a pressão estava aumentando
31:13para que o departamento de polícia solucionasse o caso.
31:17Os investigadores Jerry Giorgio e Michael Strzok
31:19descobriram evidências intrigantes,
31:21mas nenhuma pista consistente.
31:28Os técnicos confirmaram que o absorvente encontrado no subsolo
31:32pertencia à vítima.
31:35Será que alguém teria violentado Ellen
31:36antes de levá-la para o topo do edifício e empurrá-la?
31:41Mas uma evidência encontrada no corpo
31:43talvez pudesse revelar a identidade do misterioso assassino.
31:47Os nós usados para amarrar a Ellen
31:50eram do tipo que se usa para prender as cortinas.
31:53É o chamado nó-volta do fiel.
31:57Esse nó tem duas voltas.
31:59É fácil de apertar
32:00e pode ser feito com uma mão só.
32:05Os contra-regras costumavam usar aqueles nós.
32:08É uma pista importante.
32:10Agora temos um foco.
32:10Seguindo seus instintos,
32:12os investigadores George e Weastruck
32:13voltaram a atenção diretamente para os contra-regras.
32:17Será que algum deles havia matado Ellen
32:19e deixado para trás uma impressão digital
32:21no corremão do terraço, perto do corpo?
32:24Eles recolheram fotos e impressões digitais
32:27de todo o pessoal dos bastidores.
32:29Alguns deles estavam reclamando bastante
32:31porque não queriam dar as digitais.
32:33Não fizemos isso porque acham que foi um contra-regras.
32:37Durante o processo,
32:38três contra-regras se recusaram a fornecer as impressões digitais.
32:43Quando foram comparados com o retrato falado
32:45feito de acordo com a testemunha ocular Laura Cutler,
32:47dois foram rapidamente descartados.
32:50O terceiro, Craig Crimmins,
32:51não teve a mesma sorte.
32:54Craig se recusou a fornecer a digital,
32:56mas não foi só ele.
32:57Com a pressão policial,
32:58muita gente se sente culpada,
33:01mesmo sendo inocente.
33:02O problema de Crimmins
33:04é que ele parecia o homem descrito por Laura Cutler.
33:08Seria ele o homem do elevador?
33:12Quando a polícia investigou Crimmins,
33:14descobriu que na noite do assassinato de Ellen,
33:16ele havia perdido uma deixa durante o show.
33:21Isso não é admissível no Matt.
33:26Seus colegas tinham procurado por ele,
33:28mas não o haviam encontrado.
33:30Será que os investigadores tinham encontrado
33:33mais do que uma testemunha?
33:34Craig Crimmins se tornou um suspeito.
33:38Após três semanas de investigação,
33:41eles finalmente tinham um suspeito
33:43que merecia ser interrogado.
33:44Você começa a procurar falhas.
33:47Esses caras sempre deixam escapar detalhes.
33:50Crimmins disse que estava dormindo.
33:52Eu tinha apagado, e aí, quando eu consegui acordar...
33:54Mas tinha procurado por ele,
33:56e ele não estava lá.
33:57Para de mentir, Craig.
33:59Aí ele mudou de história.
34:01Ele disse que naquele momento
34:03estava na sala do eletricista.
34:06E você não viu mais ninguém?
34:08A nova história de Crimmins também não colou.
34:11Outro contra-regra já tinha dito
34:13que estava naquela sala
34:14quando Ellen foi assassinada.
34:18Ele disse, lá só tem banquinhos.
34:21Só se tivesse dormido no meu colo.
34:23É impossível, eu estava sozinho.
34:26Será que Crimmins estava no terraço
34:28no momento do assassinato?
34:29E ele disse,
34:31bom, talvez eu tenha ido até o terraço
34:33para tomar sol.
34:34Vou lá para tomar um bronze.
34:37Mas não naquele terraço.
34:39Eu só vou lá às vezes.
34:40Faz outras coisas lá?
34:41Ele negou categoricamente
34:42que esteve no topo do prédio.
34:47Os investigadores pressionaram Crimmins
34:49para conseguir as impressões digitais.
34:51Quantos os dedos, Craig?
34:53Demorou, mas ele aceitou.
34:54As impressões foram imediatamente
35:00enviadas ao laboratório.
35:02Os resultados da análise
35:04chegaram no dia seguinte.
35:06As digitais encontradas no corrimão
35:08coincidiam com as digitais de Crimmins
35:09e provavam que ele havia mentido.
35:14E isso deixou completamente
35:16encrencado com a gente.
35:19A polícia estava convencida
35:20de que havia encontrado o assassino.
35:22Eles pediram ao promotor
35:25para que entrasse com o processo.
35:27Mas esse era um caso muito importante
35:29que exigia provas consistentes.
35:32O promotor negou o pedido
35:34por falta de evidências
35:36que inegavelmente provassem
35:38que Crimmins era o assassino.
35:40As inconsistências no depoimento dele
35:43eram circunstanciais.
35:45Dá para prender muita gente
35:46baseado nesse tipo de evidência,
35:48mas isso sustenta um julgamento?
35:50E nós ainda não estávamos convencidos
35:51de que a resposta seria positiva?
35:5516 horas depois de ser chamado
35:57para interrogatório,
35:58o principal suspeito pelo assassinato
36:00de Ellen Hagnest
36:01deixou o Met em liberdade.
36:05Os investigadores precisavam encontrar
36:07provas sólidas e um motivo
36:09antes que Craig sumisse do mapa.
36:11Um mês depois do assassinato
36:23de Ellen Hagnest
36:24no Metropolitan Opera House,
36:26a polícia de Nova York
36:27ainda trabalhava para resolver o caso.
36:30Os investigadores Jerry Giorgio
36:32e Mike Strzok
36:33descobriram que o contra-regra
36:34Craig Crimmins
36:35estava envolvido
36:36numa trilha de mentiras,
36:38mas não conseguiram ligá-lo
36:39diretamente ao crime.
36:43As coisas se precipitaram
36:45quando um tabloide
36:46decidiu publicar
36:47uma matéria sobre o caso.
36:50A notícia era que
36:51as suspeitas da polícia
36:52apontavam para os contra-regras.
36:54Pedimos para não publicarem.
36:56Se Crimmins lesse
36:57sobre aquilo no jornal,
36:59ele poderia procurar
37:00um advogado
37:01ou desaparecer.
37:05O investigador Giorgio
37:07correu para o apartamento
37:08de Crimmins
37:09antes que o jornal
37:10fosse distribuído
37:11e solicitou
37:12que ele prestasse
37:13um novo depoimento.
37:16Ele concordou
37:18e então nós o trouxemos
37:19para o 13º DP.
37:21Percebemos com a digital
37:28e todo o resto
37:28que ele era o nosso homem.
37:31Era a nossa última chance.
37:33Como estão as coisas?
37:33Tudo indo.
37:34Era uma luta
37:35contra o relógio.
37:35Vamos começar logo
37:36que a coisa está feia
37:37para você, hein?
37:38No momento em que
37:39Craig pedisse um advogado,
37:41eles perderiam a chance
37:42de obter uma confissão.
37:44Você está brincando comigo?
37:45Acha que eu sou palhaço?
37:46Eu sei quem foi você.
37:47Frank e Giorgio
37:47interrogaram Crimmins
37:48durante cinco horas.
37:51Dê o que você fez com a Ellen.
37:53Durante o interrogatório,
37:54Giorgio interpretou
37:55o policial bonzinho
37:56e Strzok,
37:57o policial malvado.
38:00Não tínhamos provas definitivas,
38:02então precisávamos
38:04de uma confissão.
38:05Você tem que colocar isso
38:06para fora.
38:07Nós explicamos
38:07as inconsistências
38:09de seu depoimento.
38:10Nós deixamos claro
38:11para ele.
38:13Nós sabemos
38:14o que fazia no terraço.
38:15Que foi você.
38:18Mostramos que era
38:21o fim da linha
38:22para ele.
38:23Sim,
38:23a gente está aqui
38:23para te ajudar,
38:24então...
38:25Naquele momento,
38:26ele podia tirar
38:26aquilo da consciência,
38:28talvez limpar a mente
38:29e o coração
38:29se livrar da culpa.
38:31Aí ele disse
38:31para o Jerry,
38:32quero falar só com você.
38:38Eu saí da sala.
38:39Tá bom.
38:40Eu sabia que Jerry
38:42era a pessoa
38:43mais indicada
38:43para conseguir aquilo.
38:44Jerry era uma figura
38:49mais paterna
38:49do que eu.
38:50Eu também conversaria
38:51para ele, sabe?
38:53Funcionou.
38:55Craig Crimmins
38:56contou tudo
38:56para o policial bonzinho.
38:58Então,
38:59eu estava no elevador.
39:00Ele admitiu ser
39:00o homem do elevador.
39:02E ela caiu.
39:03E admitiu ter matado
39:05Ellen Hagness.
39:05After an intense
39:08investigation
39:08into Helen Hagness'
39:10murder,
39:11police finally
39:11arrested 21-year-old
39:13Craig Crimmins.
39:14Crimmins,
39:15an employee
39:15at the Metropolitan Opera,
39:17was working backstage
39:18the night of the murder.
39:20Police believe Crimmins
39:21has no connection
39:22to the victim.
39:22We believe
39:24that whatever encounter
39:26occurred
39:27was a chance encounter.
39:29He now stands
39:29accused
39:30of second-degree murder.
39:32Crimmins resembles
39:32a sketch
39:33made by a police artist
39:35based on evidence
39:36given by a witness
39:37who saw a Miss Hagness
39:38with a man
39:39on the night of the murder.
39:43O estupro e assassinato
39:45de Ellen Hagness
39:46por Craig Crimmins
39:48foi com certeza
39:48um crime sexual.
39:50E como se sabe,
39:51esses crimes
39:51são sempre violentos,
39:52mas esse também
39:53envolvia diferenças sociais.
39:58Quando Ellen e Craig
39:59estavam juntos
40:00no elevador,
40:02ele tentou agarrá-la.
40:03Ei, vem cá,
40:04e ela deu um tapa nele.
40:09Não toque em mim!
40:10E ficou com orgulho ferido.
40:13E acho que isso
40:14desencadeou o ódio.
40:17E ele partiu
40:18pro ataque.
40:19Ela conseguia escutar o público,
40:38ela podia ouvir
40:39a música.
40:43Não!
40:43Maraca!
40:44Ela estava a uma porta
40:51de distância
40:52de milhares de pessoas
40:53que poderiam salvá-la.
40:55Me solta!
40:56Cala a boca!
40:57Ele a levou
40:57pro subsolo do teatro.
40:59Me solta!
41:05Ele tentou estuprá-la ali,
41:08mas algo o impediu
41:09e ele não conseguiu.
41:11Foi aí que ele a arrastou
41:12para o terraço.
41:18Ele tirou a roupa dela.
41:21Ele alegou que em nenhum momento
41:22teve a intenção de matá-la.
41:24Ele queria deixá-la amarrada
41:26lá em cima.
41:27Ela era uma guerreira
41:28e continuou lutando
41:29e lutando.
41:34E acho que num misto
41:36de medo e de pavor,
41:37ele a chutou
41:38para dentro do vão.
41:41Ela caiu
41:42de uma altura
41:43de três andares.
41:46Terrível.
41:46Uma morte terrível.
41:52O julgamento
41:53de Craig Kremens
41:54começou dia 27 de abril
41:56de 1981.
41:58Como evidência,
41:59a polícia
42:00submetiu um videotape
42:01em que a confesão
42:01de Crimmins
42:02foi lida de volta a ele.
42:04O que você decidiu fazer?
42:06Resposta.
42:07Eu decidi sair.
42:09Quando eu estava
42:10andando,
42:11eu ouvi ela
42:12balançando
42:13e abaixo.
42:15E é quando isso aconteceu.
42:16Eu fui para trás
42:17e a tirou.
42:19Você perguntou
42:20a essa pergunta
42:21e você deu a resposta?
42:22Sim.
42:24Após um mês
42:25de julgamento,
42:26Craig Kremens
42:27foi condenado
42:28pelo assassinato
42:29de Ellen Higgins.
42:31Ele foi sentenciado
42:32à prisão perpétua
42:33com direito
42:33à apelação
42:34após 20 anos.
42:35Seu maior erro,
42:36além do assassinato,
42:38foi ter pensado
42:39que podia competir
42:39conosco.
42:40foi horrível perceber
42:48que esse crime
42:49foi cometido
42:51sem motivo.
42:53Quer dizer,
42:54tem muitos assassinatos
42:55gratuitos,
42:56mas esse foi tão
42:57brutal
42:58e por nada.
43:01Kremens
43:02se recusa
43:03a assumir
43:03a responsabilidade
43:04pelo que aconteceu
43:05naquela noite.
43:06Suas sete tentativas
43:08de obter liberdade
43:09condicional
43:10foram negadas.
43:11Ele ainda está
43:12na prisão
43:12de Nova York.
43:15Mais de 30 anos
43:16depois do assassinato
43:17de Ellen,
43:18as feridas
43:19de Ian Smith
43:19Higgins ainda
43:20não cicatrizaram.
43:24Eu a amava.
43:27Sinto falta dela
43:28porque ela era demais.
43:30Fazia a vida
43:31de todo mundo melhor,
43:32mais feliz.
43:35Ela era sincera
43:36e boa.
43:36Então, sei lá,
43:37é difícil.
43:39Ela merecia
43:40estar aqui.
43:43Versão brasileira
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43:45São Paulo
43:46Estrela
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