Os registros de furtos na região da Cracolândia e na Praça da Sé, em São Paulo, aumentaram 15% em maio deste ano em relação ao mesmo período de 2024. A alta coincide com a dispersão dos usuários de drogas da rua dos Protestantes, em Santa Ifigênia, que passaram a ocupar áreas como a ciclofaixa sob o Minhocão e a avenida Duque de Caxias. Cristiano Beraldo e José Maria Trindade comentaram. Reportagem: Beatriz Manfredini Comentaristas: Cristiano Beraldo e José Maria Trindade
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00:00Vamos voltar a conversar com a nossa reportagem, porque os furtos na região da Sé e da Cracolândia aumentaram agora no mês de maio.
00:08A Beatriz Maffredini tá de volta com os números pra gente.
00:12Oi Bia, bom dia pra você.
00:16Oi Soraya, bom dia pra você também. Oi pra todos que nos acompanham mais uma vez.
00:21A gente veio até aqui, a antiga Cracolândia, na capital paulista, pra falar um pouco desses dados pra vocês.
00:28E a gente segue com aquelas imagens que temos há pouco mais de um mês por aqui, desde ali o dia 12, 13 de maio, de uma Cracolândia, então, vazia, né?
00:37As pessoas que aqui ficavam, os dependentes químicos, se dispersaram.
00:41E desde então, pouco mais de um mês, então, dessa data, os números de roubos e furtos aqui na região de Campos Elíseos, que é a região da Cracolândia, e também na região da Sé, sofreram um aumento.
00:54Isso de acordo com dados da própria Secretaria de Segurança Pública aqui de São Paulo, a que nós tivemos acesso.
01:00Falando dos registros no Distrito Policial da Sé, no primeiro DP da Sé, pra gente ter uma ideia, em maio do ano passado, foram registrados 687 casos de furtos.
01:13Contra, agora em maio deste ano, 970 casos.
01:17Falando de 2025, quando a gente compara abril com maio, a gente também tem uma alta.
01:22Em abril, foram 894 casos e em maio, 970.
01:27Então, isso demonstra esse aumento em maio de 2025, na comparação com os períodos anteriores.
01:33Entre maio de 2024 e maio de 2025, o aumento de furtos é de 41% na região da Sé e nos cinco primeiros meses desse ano.
01:43Na comparação com os cinco primeiros meses do ano passado, o aumento é de 18%.
01:48Além da Sé, como eu disse, há também, então, um registro de alta de furtos na região de Campos Elíseos,
01:54que é justamente a delegacia que abrange aqui essa região da Cracolândia também.
01:59Em maio agora, de 2025, foram 681 casos.
02:03Em maio do ano passado, eram 590.
02:06Quando a gente faz a comparação também entre maio de 2024 e maio de 2025,
02:13então, a gente tem um aumento de 15% e também um aumento de 15% nos cinco primeiros meses deste ano,
02:20na delegacia de Campos Elíseos, na comparação com os cinco primeiros meses do ano passado, de 2024.
02:28Então, há um aumento ali de furtos perceptível nessas regiões.
02:33Alguns moradores relatam, então, o espalhamento de pessoas com dependência química.
02:39Também falam em gangue da bicicleta, que passa puxando o celular, que a gente conhece bastante aqui em São Paulo.
02:46Bom, em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse pra gente que acompanha com atenção as variações dos índices criminais em todo o Estado,
02:54com atenção especial aqui ao centro da capital.
02:56Eles citaram algumas ações de reforço, como, por exemplo, a ampliação de mais de 400 policiais militares diretamente aqui na área,
03:05também de 80 motocicletas atuando na região central.
03:09Disseram que sete das onze bases comunitárias da PM previstas já foram entregues em locais de grande circulação,
03:15inclusive aqui no centro, e citaram outras medidas tomadas pela SSP.
03:21A Secretaria disse que, como reflexo direto dessas medidas, os roubos, em geral, representam uma queda de 21% na área da primeira delegacia seccional,
03:31que compreende aqui também o centro de São Paulo, entre janeiro e maio deste ano.
03:36Então, eles perceberam uma queda nos roubos, mas os dados ali da SSP estão mostrando essa alta nos furtos nessa mesma época.
03:44A gente também pediu um posicionamento para a Prefeitura de São Paulo, ainda não recebemos resposta,
03:48mas, claro, que o espaço está aberto.
03:50Assim que recebermos, a gente retorna também com essas informações por aqui, Soraya.
03:55Tá certo, Bia. Obrigada pelas suas informações.
03:58Deixa eu chamar aqui os nossos comentaristas para a gente tentar analisar e entender um pouco, né, Beraldo?
04:03Porque faz... não sei, às vezes fica até um pouco confuso, né?
04:07Naquela região que era repleta, né, até é estranho para nós aqui de São Paulo, né, ver a movimentação de gente,
04:13um espaço que era tomado, né, por pessoas que não dava para passar carro, não dava para andar pedestre, agora bem vazio.
04:21E também agora mostrando que houve um aumento do número de furtos naquela região,
04:27mesmo depois daquelas pessoas, aquela população ali, serem dispersadas, né?
04:33Olha, a situação é a seguinte, a Cracolândia é uma espécie de vitrine desse mundo dos horrores.
04:47O mundo inteiro, não é só o Brasil, paga muito caro por não prestar atenção nas doenças metais.
04:54Isso não é vagabundagem, é uma doença já reconhecida pela ONU e tem que ser tratada.
05:00A doença não foi tratada porque não pode ser tratada assim.
05:02O que tirou de São Paulo foi essa vitrine chamada Cracolândia, que acreditem, senhores,
05:09houve uma exportação desse tipo de situação.
05:13Hoje, qualquer cidade tem a sua Cracolândia.
05:17E mais, cidades pequenas do interior têm a sua mini Cracolândia, para se ter uma ideia.
05:23Nós vivemos um problema sério de epidemia, epidemia de dependência química.
05:29Não há nenhuma dúvida disso.
05:32Me dizem os representantes dos prefeitos sobre problemas que nunca existiam em cidades pequenas.
05:38Então, o que aconteceu aí foi a retirada da vitrine, mas o interior continua a mesma situação.
05:46Essas pessoas foram espalhadas pela capital e não foram tratadas.
05:50É muito complexo.
05:51Eu acompanhei, por exemplo, em Londres, uma situação parecida.
05:55O prefeito querendo tirar as pessoas das ruas e perdeu.
05:59Perdeu a batalha.
06:01Porque a justiça considerou que é o direito delas permanecerem nas ruas, para se terem uma ideia.
06:07Então, assim, foi um passo.
06:08É um passo importante.
06:10Mas é preciso tratar essas pessoas.
06:13É preciso um processo muito mais complexo para resolver todo o problema.
06:17Mas, de todos, já foi um primeiro passo muito importante, que é desarticular esse centro, essa faixa de desagregação social e de tráfico liberado.
06:29Porque era assim, essa desarticulação já foi muito importante.
06:33Falta agora o segundo e difícil passo, que é cuidar dessas pessoas que são doentes.
06:39Beraldo, como é que você está vendo tudo isso?
06:42O Zé chama atenção aí para que era um espaço liberado, inclusive, para o tráfico.
06:46E a gente chegou a ver centenas de reportagens de uma barraquinha em que a pessoa vendia droga ali.
06:52O outro ia lá e consumia.
06:53Enfim, era isso praticamente o dia inteiro, nesse ponto específico, que hoje está liberado de pessoas no centro de São Paulo.
07:02Mas tem a questão do espalhamento, né, Beraldo?
07:04Pois é, a questão da Cracolândia, Donato, ela tem um problema gravíssimo, que é justamente a desculpa da questão social,
07:15desses doentes, dependentes químicos, que passa a justificar a não intervenção da polícia
07:21numa área que é dominada pelo tráfico de drogas e pela bandidagem.
07:26No entorno de uma Cracolândia, não apenas há o tráfico de drogas, mas também há diversos comércios
07:33para receber produtos que são roubados, furtados.
07:37Às vezes, pessoas são assassinadas por causa de um celular, por causa de algum bem que estão portando,
07:42porque esses que são dependentes químicos e não têm a menor condição de trabalhar
07:47precisam do dinheiro para financiar o seu vício.
07:51E aí, esse financiamento vai alimentar os cofres das organizações criminosas.
07:58Só que a polícia, ao mesmo tempo, sobretudo em São Paulo,
08:02tem sido cada vez mais alvo de militantes de esquerda e de boa parte da imprensa
08:10que ficam apontando o dedo para o trabalho que está sendo realizado
08:15pelo secretário de Segurança, Guilherme Derriti, pelo delegado-geral, Arthur Dian,
08:21porque eles estão enfrentando o crime como deve ser enfrentado.
08:25Entretanto, vão recebendo uma série de reações negativas,
08:30porque parece que eles são os malvadões.
08:32Ora, eles não são os malvadões.
08:35Quem é malvadão, quem causa o mal à sociedade,
08:37sobretudo nesse exemplo de São Paulo,
08:40é o crime organizado que precisa ser combatido pelo que ele é,
08:45uma organização criminosa que mantém o Brasil no estado de guerra civil.
08:50Assistimos mais cedo à reportagem que mostra que, no Rio de Janeiro,
08:54estão usando drones para, eventualmente, assassinar os inimigos do tráfico de drogas.
09:01Ora, isso é inaceitável.
09:02Isso é descabido.
09:04O Brasil precisa enfrentar o crime organizado de frente.
09:07E, nesta guerra, morrerá muita gente.
09:11E nós não podemos lidar, como muitos gostam de lidar com a questão do Hamas contra Israel,
09:17que, infelizmente, essa narrativa de que, quando se combate o crime, se mata inocente,
09:24é a que prevalece.
09:25Não.
09:26O crime precisa ser enfrentado.
09:28As lideranças precisam ser presas ou eliminadas.
09:31E os policiais que estão enfrentando o crime da forma que precisam ser,
09:35precisam ser protegidos pelo estado e não acusados da forma como tem feito.
09:40Pois é, furtos, roubos, ataques, cada vez episódios mais violentos.
09:45E a população está cansada, insegura, não aguenta mais tanta violência.
09:50Por isso, a gente reforça, mais uma vez, aqui, a nossa campanha.
09:54Chega de violência.
09:55Chega de crime, de assalto, de medo, de impunidade.
10:04Chega, uma campanha da Jovem Pan contra o crime.