- 09/07/2025
MISTÉRIOS DO LAGO ERIE
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00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30A CIDADE NO BRASIL
01:00A Cidade de Búfalo fica na margem leste do lago Airy, próximo às cataratas do Niágara.
01:15Búfalo é uma cidade de trabalhadores, de futebol.
01:21Como se diz?
01:23Nós somos uma cidade de futebol com problemas com bebida.
01:27É a segunda maior cidade do estado de Nova York, mas tem o ar de cidade pequena, acolhedora.
01:33É uma cidade amigável, também conhecida como a cidade dos bons vizinhos.
01:37Joanne de Ambra era uma dessas boas vizinhas.
01:41Uma mãe solteira que trabalhava na rodoviária e passava seu tempo livre fazendo trabalho voluntário.
01:47Ela gostava de ajudar as outras pessoas. Se alguém precisasse, ela daria a própria roupa do corpo.
01:52Em 1980, Joanne tinha 29 anos e morava com seus dois filhos de um relacionamento anterior, John e Jackie.
01:59Ela era uma pessoa popular na vizinhança e sua positividade era contagiante.
02:05Ela era uma ótima mãe.
02:08Ela sempre fazia de tudo para ser ultra amigável com todos.
02:12Ela poderia estar no ônibus e ela conheceria pessoas.
02:15Se ela andasse na rua, ela conheceria pessoas.
02:19Um dia, Joanne começou a conversar com um motorista chamado Sam Jambra.
02:23Um ano depois, Joanne abriu um novo capítulo na sua vida.
02:30É!
02:31Ter qualquer foto daquela época é especial.
02:38Boas lembranças de Joanne.
02:41Esses eram Joanne e Sam no casamento deles.
02:44Aqui são eles cortando o bolo.
02:48Joanne estava linda no casamento.
02:50Foi muito emocionante.
02:55Sam era atraente para ela.
02:58Era muito amoroso.
02:59Quando ele aceitou o pacote completo, foi muito importante para ela.
03:05Você não pode só me amar.
03:07Tem que amar meus filhos também.
03:11Ele era muito gentil.
03:14Ele perguntava para mim e meu irmão se ele poderia nos adotar.
03:18Nossa mãe estava feliz.
03:19Então aceitamos.
03:22Não demorou muito para Joanne engravidar.
03:24E em 1982, ela e Sam tiveram uma garotinha.
03:31Minha mãe era uma pessoa muito sorridente.
03:33E se ela estivesse tendo um dia ruim, ninguém saberia dizer.
03:36Ela sempre colocava os outros em primeiro lugar.
03:39Se alguém precisasse de algo, ela não hesitava.
03:42Mas com o passar do tempo, Sam começou a mudar.
03:45A gente começava a ver mais do seu lado obscuro.
03:49As coisas começaram a piorar depois que ele nos adotou.
03:53Sam tinha virado um disciplinador rígido.
03:56E suas regras duras colocaram o casamento em cheque.
03:59Assim que Don e Jack tiveram idade suficiente, se mudaram da casa.
04:03Deixando apenas Joanne e Catty para lidar com o comportamento cada vez mais autoritário de Sam.
04:09No verão de 1993, Sam estava ficando insuportável e fora de controle com minha irmã.
04:19E isso levou ao divórcio.
04:23Sam ainda tinha a guarda compartilhada da sua filha, Catty.
04:27Mas para Joanne, a separação foi um grande alívio.
04:35Ela achou um novo sentido para a vida e até voltou a namorar.
04:39É!
04:41A nós!
04:43A nós!
04:43Ela sempre ia ao Golden Nugget e se divertia.
04:47Ela curtia a vida.
04:51Ela teve uns dois encontros, mas até onde eu sei não tinha nada que fosse muito sério.
05:05Era um dia quente de outono.
05:07As crianças ansiosas pelo primeiro dia da volta às aulas.
05:13Eu saí da escola e meu pai tinha me pegado e me levado para casa.
05:20Ele ficou uns minutos falando com a minha mãe, mas não por muito tempo.
05:24Eu me lembro de sentar na varanda porque estava mais quente lá fora.
05:27E de conversar com a minha mãe.
05:31É o último dia normal que essa família terá.
05:33Joanne deveria estar trabalhando no refeitório.
05:45Ela não costumava se atrasar.
05:48Ou sabe-se lá por que ela estava atrasada.
05:52Os outros voluntários ficaram preocupados.
05:56Tentaram ligar para a casa dela, mas ninguém atendia.
05:58Duas senhoras correram até a casa da Joanne e bateram na porta sem resposta.
06:08Elas olharam pela janela.
06:09Elas a viram lá dentro, deitada, e sua filha Kete, ao lado.
06:37Pensaram que estavam mortas.
06:39Em nove de setembro de 1983, o serviço de emergência recebeu uma ligação.
06:51Uma mulher e uma menina sem respirar na avenida Hillside, na zona sul de Búfalo.
06:59Os bombeiros foram os primeiros a chegar.
07:02Eles entraram na casa.
07:03Joanne foi achada no sofá-cama, nua, virada para cima e com as pernas abertas.
07:17A filha também foi achada nua, deitada em cima de Joanne.
07:22Eles se surpreenderam em achar Kete viva, mas com hematomas sérios em seu pescoço.
07:44Os paramédicos correram para o local.
07:47O irmão mais velho, Dom, morava bem perto.
07:50Ele foi avisado por uma das amigas de Joanne batendo em sua porta.
07:54Quando eu cheguei na casa, a polícia estava lá.
07:57A ambulância estava lá.
07:58A minha irmã estava na maca.
08:07Estavam trazendo ela para fora da casa.
08:12Kete!
08:14Kete!
08:14Tentei falar com ela.
08:17Kete!
08:17Kete!
08:22Ela olhava diretamente para mim.
08:28Kete, de 11 anos, está em estado de choque.
08:32Ela não sabia o que havia acontecido.
08:34Ela não conseguia falar.
08:36Então foi levada ao hospital.
08:37O centro médico do condado de Aroy.
08:42Enquanto isso, John vai atrás de Joanne.
08:46O que ele vê vai atormentá-lo para o resto da vida.
08:52Eles tentaram me impedir de entrar na casa.
08:55Eu pude ver a minha mãe.
09:04Eu só consegui ver os pés da minha mãe.
09:13Porque essa era a única parte que eles não haviam coberto.
09:15É como se você não acreditasse naquilo que você está vendo.
09:31A unidade de homicídio chega e entra em cena.
09:46O apartamento foi revirado.
09:50A porta de trás, sem sinal de arrombamento.
09:55Do lado do corpo, uma faca de cozinha.
09:57Apesar de aparentemente sem uso.
09:59Outras pistas incluem duas calcinhas pretas, próximas à porta de trás.
10:05E um sutiã e meia calça pretos, achados na sala de jantar.
10:09Eles foram embalados e levados para testes.
10:15Atenção todos os carros.
10:18Eu estava em choque.
10:19Estava devastada.
10:20Eu pensava...
10:21Quem poderia querer matá-la?
10:25Eu estava em crédula.
10:28Eu jamais imaginaria que uma coisa dessas poderia acontecer com uma mulher como a minha mãe.
10:33Ela era tão...
10:35Ela era tão gentil que não conseguiria fazer algo ruim com ninguém.
10:39Enquanto ainda se coletavam evidências, a polícia começou a listar os possíveis suspeitos.
10:51Namorados, vizinhos, amigos, qualquer pessoa próxima.
10:56Todo mundo da vizinhança se conhecia.
10:59Eles começaram a perguntar sobre os relacionamentos da minha mãe.
11:03E imediatamente eles tinham uma pista.
11:06Eles vieram com o nome de Richard, um homem que Johan estava saindo.
11:12Richard morava fora do estado e viajava sempre para ver Johan.
11:16Mas ele estava fora da cidade.
11:18Então rastreá-lo virou prioridade.
11:24Na autópsia, o legista determinou que a causa da morte foi estrangulamento manual.
11:31Não havia prova clara de atividade sexual recente.
11:36Mas foi achado um cabelo estranho em seu corpo e algumas fibras por baixo da unha dela, que foram enviados para testes.
11:43E num caso de estrangulamento, é obrigatório que se olhe sob as unhas.
11:48Porque quando a pessoa está se debatendo para respirar, muitas vezes ela arranha seu agressor.
11:54Os itens achados na cena do crime são averiguados para impressões digitais e outras pistas.
11:59Naquela época, testes de DNA não eram amplamente usados.
12:05E quando os testes voltaram do laboratório, eles foram todos inconclusivos.
12:10As hastes e amostras foram colocadas no arquivo.
12:12Enquanto isso, a polícia acha o ex-namorado Richard na Carolina do Sul.
12:19Mas ele tinha um ótimo álibi.
12:22Ele provou que estava no trabalho e foi dispensado como suspeito.
12:26Ele ficou chocado com a notícia da morte de Joanne.
12:29Mas ele disse à polícia que a Joanne havia ligado para ele assustada.
12:32Richard falou com Joanne um dia antes de ela ser encontrada, pelo telefone.
12:39Ela tinha dito a ele que estava preocupada com seu ex-marido, Sam.
12:53Agora, 24 horas depois do ocorrido, a jovem Kathy finalmente começa a voltar a si.
12:59Eu estava muito confusa por estar no hospital.
13:01Eu dormi na cama da minha mãe e quando eu acordei, estava nesse lugar estranho que eu nunca tinha estado.
13:07Parecia que tudo era um sonho, como se não fosse real.
13:12Eu não me lembrava de nada que tinha acontecido.
13:16E eles só me disseram que minha mãe tinha morrido.
13:20Não fazia sentido para mim.
13:22Como é que ela estava lá quando eu fui dormir e depois ela não estava lá e eu estava...
13:26Eu tinha só 11 anos, eu não entendia.
13:31Eu estava no hospital no dia do funeral da minha mãe e me disseram que eu não podia ir.
13:35E eu chorei.
13:36Porque eu não poderia me despedir.
13:4214 dias depois do assassinato, Joanne Jambra é enterrada.
13:46Foi uma época muito emotiva para todos nós.
13:53Meu coração parecia que estava rachado.
13:59Mas um dia terrível é marcado por um ainda mais difícil.
14:04O assassino poderia estar no funeral.
14:06A caça do assassino, a polícia estava de olho no ex-marido de Joanne e pai de Katie, Sam Jambra.
14:15E os policiais não eram os únicos que começaram a suspeitar dele.
14:21Sam estava do lado de fora, rindo, contando piadas, como se ele estivesse numa festa em vez de um funeral.
14:28Eu tinha total certeza de que o Sam deveria ser investigado.
14:34Eu pensei que ele tivesse feito aquilo.
14:41Durante as entrevistas com a família de Joanne, a polícia descobriu mais histórias perturbadoras sobre a vida no lar dos Jambra.
14:48Quando a polícia me entrevistou sobre o Sam, eu contei o quanto ele era abusivo, o quanto ele era controlador para mim.
15:01O principal para ele é que ele tinha que estar no comando.
15:04E Deus o controlava e ele controlava todo mundo.
15:11Ele era muito forte e teimoso com suas crenças religiosas.
15:18Ele era enérgico e poderoso.
15:23Ele era um cara do inferno, se é que me entende.
15:29Sam insistia em disciplinar os filhos de Joanne.
15:32Embora Joanne tentasse acalmá-lo, com o passar dos anos as punições ficaram muito mais violentas.
15:38Por volta dos 11 anos de idade, as coisas começaram a ficar ruins.
15:43Ele sempre me batia com o cinto, sempre com o cinto molhado.
15:48Jogava sabonete líquido na minha boca, me fazia ajoelhar no arroz e dizia que Deus que eu mandava fazer aquilo.
15:57Então, em um churrasco da família no ano anterior, muitos familiares ouviram Sam fazer uma ameaça nefasta.
16:11Eu vou te deixar.
16:12Ah, é?
16:13É.
16:13Ele ficou nervoso e falou...
16:16Se você me deixar, eu vou matar você.
16:18Eu vou matar você.
16:19Ei, ei.
16:19Meu irmão Bob tentou intervir e disse...
16:25Sabe, não seria uma coisa muito inteligente a se fazer.
16:29Você a mata e daí você vai pra cadeia.
16:32Mas vê a Cat, você quer isso?
16:34A resposta dele foi...
16:36Aí eu mato ela também.
16:38Eu não ligo pro que aconteceu comigo.
16:39Você tá louco!
16:40Era mais ou menos...
16:42Como se ele fosse fazer.
16:50Joan não aguentava mais.
16:54Joan finalmente mandou Sam embora.
16:58Sam não ficou contente com a separação.
17:01Ele estava nervoso.
17:02Ficou bem aparente.
17:04Ele ficou ainda mais furioso quando descobriu que Joan estava namorando.
17:11Obrigada.
17:13Por causa de todas as acusações de que ele não estava lidando bem com o divórcio,
17:18a polícia ligou o sinal de alerta para ele e Sam foi se tornando cada vez mais suspeito da morte de Joan.
17:30Havia uma testemunha do assassinato de Joan.
17:32Alguém que poderia identificar Sam como o assassino.
17:37Cat estava bem recuperada para ser interrogada pelos detetives.
17:46Eu me lembro de estar assistindo o S.O.S. Malibu naquela noite.
17:51E eu me lembro de ir dormir naquela época que eu sempre dormia com a minha mãe.
17:57Eu fui de boa noite pra minha mãe e subi na cama dela.
18:01Me sentia muito segura.
18:02Mas depois de adormecer, Cat não consegue se lembrar de mais nada daquela noite.
18:22Me falaram que eu não conseguia me lembrar de nada porque foi tão traumatizante que meu cérebro estava me protegendo, bloqueando tudo.
18:29Será que a razão dela não se lembrar é porque a verdade é tão inimaginável?
18:36Que o assassino que ela não consegue se lembrar é seu próprio pai?
18:41Eu não consigo imaginar passar o que ela passou.
18:45Com apenas 11 anos.
18:47Depois de um mês no hospital, Cat estava pronta para receber alta.
18:56Ninguém sabia com quem eu ia ficar.
18:58O meu pai era o principal suspeito.
19:01A família da minha mãe estava convencida de que meu pai tinha matado a minha mãe e lutaram para que eu não fosse morar com ele.
19:06Quando Cat vai para casa para buscar roupas, ela percebe que suas chaves desapareceram.
19:16No dia do crime, Sam tinha deixado Cat em casa depois da escola.
19:20Até mais.
19:21E ela deixou sua bolsa no carro dele sem querer.
19:25Sam devolveu a bolsa, mas algo estava faltando.
19:29Minhas chaves estavam lá.
19:30Quando eu peguei a minha bolsa de volta no hospital, as minhas chaves não estavam mais lá.
19:36Não tinha sinal de arrombamento, então quem entrou na minha casa ou a minha mãe deixou entrar ou tinha uma chave.
19:43Joanne não queria Sam pela casa.
19:47Ela havia trocado as fechaduras.
19:49Com o fato de as chaves terem sumido da mala de Cat, agora sabíamos que ele tinha acesso às chaves.
19:55A polícia aumentou a vigília de Sam Jambra.
20:01O comportamento de Sam já havia levantado suspeita.
20:06Mas agora ele faz algo que liga um grande sinal de alerta.
20:09Havia uma apólice de seguro que Sam recebeu pela morte de Joanne.
20:17Ele começou a gastar dinheiro comprando muitos brinquedos e coisas para Cat.
20:23Podia ser culpa ou algo do gênero.
20:27Oi, meu amor.
20:28Cat não sabe o que pensar.
20:30A família da minha mãe falava que ele era culpado.
20:33O que você está fazendo aqui?
20:34Sou o pai dela. Ela precisa me ver.
20:36Eu tinha ouvido tantas coisas ruins do meu pai que isso me deixou confusa.
20:41Mas ela morou com ele a vida toda e ela o amava.
20:44Ela é a última pessoa que queria acreditar que ele fosse culpado.
20:48Mas oito meses depois da morte de Joanne, Sam faz algo que até Cat achou perturbador.
20:54Meu pai casou de novo menos de um ano depois da morte da minha mãe.
21:01Não parece legal quando o viúvo casa de novo pouco tempo depois de uma experiência traumática.
21:09Quando Sam se casou novamente, muitas pessoas, família, amigos, vizinhos acharam suspeito.
21:15Se você disse tanto que amava Joanne, por que está entrando em outro relacionamento tão rápido?
21:24Então os jornais obtiveram algumas informações do que Sam vinha dizendo pela cidade.
21:30Meu pai fazia uns comentários, tipo...
21:33Pelo menos sou viúvo e não divorciado.
21:36Cat fica horrorizada.
21:38Agora o último membro da família que mantinha esperança em Sam começa a mudar de ideia.
21:43Não sei o que passou na cabeça do meu pai para falar uma coisa dessas.
21:48E eu acreditei que ele podia ter matado minha mãe.
21:54Parecia uma tonelada de evidência.
21:57A família esperou a polícia fazer seu trabalho.
22:00Mas isso nunca aconteceu.
22:04A polícia não conseguia criar um caso forte o suficiente para condená-lo por homicídio.
22:09Eles não prenderam Sam, porque eles não tinham uma prova que de fato o condenasse.
22:15Disseram que era muito circunstancial.
22:19Cat convive constantemente com o pensamento que seu próprio pai tentou matá-la.
22:25Entre meus 13 e 17 anos, eu não vi o meu pai.
22:30Eu tinha medo dele.
22:31Um dia ele foi até a minha escola.
22:39Eu o vi pelos corredores e...
22:42Eu fugi.
22:44Chorando, porque eu não sabia o porquê dele estar lá.
22:47Eu estava com medo.
22:49Será que ele estava lá para me machucar?
22:51Conforme os meses passavam, o caso ia esfriando.
23:07Meses de agonia viraram anos e ainda sem prisões.
23:13Conforme fui me tornando mais velha, eu sentia que o caso da minha mãe foi ficando em segundo plano.
23:18E pararam os questionamentos, era só um caso antigo.
23:21Eu tentava me distrair da forma que eu pudesse para não pensar nisso.
23:33Então, depois de mais de uma década passada, notícias chocantes chegam à família de John.
23:41O principal suspeito do assassinato de John, Sam Jambra, se suicidou por overdose de remédios.
23:48Talvez ele não conseguisse conviver com a culpa de ter matado a John ou atacado a Kathy e...
23:57Talvez isso o levou a, de alguma forma, tirar sua própria vida.
24:03Mas Sam não deixou nenhuma nota explicando suas razões.
24:06Parte da família tomou isso como um sinal de sua culpa e eles também...
24:12Estavam felizes que ele havia morrido.
24:14Mas para os filhos de John, a morte de Sam não dava um desfecho.
24:19O fato de ele ter partido, se ele fez aquilo, eu não sei como eles vão provar se...
24:24A família se resigna à agonia de nunca saber quem matou John na verdade.
24:31Então, um ano depois, a irmã de John, Trish, estava na igreja...
24:40Quando ela descobre algo de um de seus colegas parocos.
24:43Um dos senhores no grupo de estudo da Bíblia...
24:46Era Denis Delano, um detetive especializado em homicídios.
24:52Ele falou de casos arquivados, antigos.
24:56Tudo que eu queria era chegar naquele homem.
24:59Ela me perguntou se eu podia dar uma olhada no caso da sua irmã.
25:04E sou especializada em casos não solucionados.
25:06Um caso antigo é mais importante, porque o assassino pode ser capaz de matar de novo.
25:11Naquela época, quase ninguém sabia onde ficavam os arquivos antigos.
25:16Eles estavam pelo prédio da nossa sede, no porão, perto da caldeira.
25:20Caixas e caixas de casos antigos.
25:23Mas a tecnologia de DNA tinha melhorado muito em 1993.
25:29E as provas que já existiam agora poderiam ser testadas novamente com técnicas mais avançadas.
25:35Delano pediu amostras da pele de nosso arquivo.
25:37E, incrivelmente, os peritos conseguiram o resultado do material encontrado sob as unhas de John depois de tantos anos.
25:43O que eles procuram é qualquer DNA que não pertença à vítima.
25:48E eles acharam um DNA masculino.
25:51Agora, eles precisavam de uma amostra do DNA de Sam para comprovar.
25:56Houve uma autópsia depois do suicídio dele.
25:59Entramos em contato com o necrotério do condado.
26:01E mandamos as amostras para o laboratório dos nossos peritos.
26:07Eles determinaram que o DNA do Sam não foi achado no corpo de John.
26:18A notícia cai como uma bomba.
26:21E não é só Delano que está chocado.
26:25De repente, toda a família de John tem que enfrentar uma dura realidade.
26:28Sam de Ambra não matou o John.
26:34Talvez Sam tenha se matado de desgosto por ninguém acreditar que ele era inocente.
26:43Eu sei que ele não era a melhor pessoa, mas eu ainda me senti mal por ele.
26:47Me senti mal pela Ket, era o pai dela.
26:51Quando ele morreu, ele achava que era o principal suspeito.
26:55E que todo mundo culpava ele.
26:57Ele casou de novo, mas mentalmente ele não estava bem.
27:01E eu acredito que o suicídio teve muito a ver com a morte da minha mãe.
27:05A família não só teve de encarar a culpa do suicídio de Sam,
27:09mas também que o assassino real estava solta.
27:15E se essa pessoa vier atrás de mim?
27:17Eu vivia esse medo de quem fez aquilo com a minha mãe voltaria para me pegar.
27:28Com medo e desesperada, Ket busca métodos não usuais para identificar o assassino.
27:34Depois de anos tentando lembrar, eu achei que a hipnose poderia me dar uma resposta.
27:41Me disseram para fechar os olhos e me imaginar de volta naquela casa,
27:47a que eu cresci e que minha mãe morreu.
27:48Ele me pediu para visualizar tudo, onde tudo estava e passar pelas portas.
28:02Mãe!
28:04Mãe!
28:05Mãe!
28:05Eu estava com medo.
28:10Eu lembrava de pedaços, fragmentos do que tinha acontecido naquela noite.
28:14Eu só me lembro de estar dormindo e acordando, mas não pude ver nada.
28:35Mãe!
28:37Mãe!
28:37Mãe!
28:44Eu não conseguia respirar.
28:48Alguém estava me estrangulando.
28:51Eu não via um rosto.
28:54Estava escuro e aquelas mãos pesadas no meu pescoço.
29:03Foi traumatizante, mas não o suficiente para obter as respostas que precisávamos.
29:08O fato de eu me lembrar de ser estrangulada, mas não ver um rosto, não ajudou em nada.
29:13Só deixou as coisas mais difíceis.
29:18Fosse de manhã ou de noite, eu tinha medo.
29:25Eu sempre me pegava olhando sobre os ombros.
29:30Você olha para todas as pessoas e pensa...
29:32Eles são estranhos?
29:34Será que são as pessoas que podem ter feito isso?
29:36O fato de eu não conseguir lembrar o que aconteceu com ela, tornou tudo mais difícil para mim.
29:46O detetive Delano tenta dar uma nova vida ao caso.
29:51Nós repassamos o caso, mas cuidadosamente.
29:56Começamos a buscar pessoas que foram entrevistadas pelos investigadores iniciais...
30:01Para ver se alguma coisa tinha mudado ou se alguém se lembrava de algo mais.
30:06E valeu a pena.
30:08Durante a entrevista com a filha de Joan, Jackie, ela menciona o nome de alguém que ela avisou a polícia durante a primeira investigação.
30:15Ela lembrou que uma pessoa chamada Denise ligou pouco tempo depois da morte da mãe e ofereceu suas condolências.
30:21Ele falava comigo como se fosse um amigo da minha mãe.
30:26Ele queria saber se tinha algum suspeito, se sabiam o que tinha acontecido com ela.
30:31Ele estava tentando pegar informações.
30:34Eu falei isso à polícia.
30:36Eles falaram que iam checar, mas focaram no Sam.
30:40Delano tem a impressão de que esse detalhe precisaria de investigação.
30:44E pressiona a Jackie por mais informações de quem ligou.
30:49Ele disse que trabalhava no Golden Nugget, o bar que minha mãe frequentava bastante.
30:56O Dennis que a Jackie mencionava era um atendente de bar da Zona Sul.
31:01Era um lugar que Joan frequentava, então era mais que provável que ela fosse conhecida do Dennis.
31:07Não sei se eles saíram juntos ou se tinham se conhecido no bar e eram amigos.
31:14Na época, estávamos trabalhando em dois arquivos anteriores de dois homicídios.
31:20O nome Dennis estava nesses arquivos.
31:23Era Dennis Dunnehill.
31:26Um dos meus parceiros disse, nossa, será que é o mesmo Dennis?
31:30Em dois casos, em dado momento, ele era o suspeito.
31:36Um caso era o assassinato de uma menina de 13 anos chamada Kristaline Girard.
31:41A mãe dela foi condenada pelo crime.
31:47Eu não fiz isso.
31:51Dennis Dunnehill era inicialmente suspeito, mas depois virou testemunha do Estado em troca de imunidade de acusação.
31:59Dennis testemunhou contra a mãe dela, Lindy Jake, e por isso foi eliminado como suspeito na época.
32:06O outro caso era o assassinato de Carol Reed, em 1975.
32:14Dennis morava no mesmo prédio que ela.
32:17Ela tinha reclamado de Dennis fazer contato com ela no meio da noite, batendo na porta.
32:23Ele virou um suspeito.
32:24E um dos últimos documentos daquele arquivo indicava que ele deveria ser interrogado novamente para verificar seu álibi.
32:32Por qualquer razão, que não sabemos, isso nunca aconteceu.
32:38Delano começa a comparar os três casos e acha várias semelhanças assustadoras.
32:42Se você colocar as fotos das três vítimas na cena do crime, elas são idênticas.
32:52Assim como Joan, Chrysaline Gerard foi encontrada em sua casa, nua, virada para cima, com as pernas abertas.
33:01Ela foi estrangulada e tinha um ferimento post-mortem no seu esquerdo.
33:05Carol Reed também foi achada nua no chão de sua sala de estar.
33:09Virada para cima, pernas abertas, com ferimentos post-mortem no corpo.
33:13E assim como a cena do crime de Joan, havia uma faca do lado do cadáver.
33:18Joan também foi achada nua, virada para cima, com as pernas abertas.
33:23Havia um cutelo da cozinha encontrado ao lado do sofá-cama em que ela foi encontrada.
33:28Eram tantas semelhanças que eram demais para ignorar.
33:33E quando Delano compara as datas dos crimes, ele faz outra descoberta escavrosa.
33:39Carol Reed foi assassinada em 9 de nove de 1975.
33:42Joan Diambra foi em 9 de nove de 1993.
33:47E acontece que Dennis Donahill nasceu em 9 de nove de 1952.
33:53Tudo levava a crer que havia um assassino serial na área de Búfalo.
34:01Começamos a fazer checagens, verificar placas, tudo o que podíamos.
34:07Logo ele foi localizado, morando com a irmã em Tonawanda, um subúrbio de Búfalo.
34:12Dois dos meus parceiros foram lá e bateram na porta.
34:19E ele estava lá, e concordou em ser entrevistado.
34:23Durante a conversa, ele admitiu conhecer Joan.
34:27Pouco depois, ele finalmente admitiu que havia saído com ela em um encontro.
34:33Os policiais saem com uma amostra do DNA de Donahill.
34:40Eles levaram o DNA do Dennis e compararam com o DNA nas unhas da minha mãe.
34:45Era exatamente o mesmo.
34:53O DNA embaixo das unhas era ela falando direto do túmulo.
34:58O DNA do Dennis era totalmente igual ao DNA achado sob as unhas da Joan.
35:05Isso nos indicava que o Dennis estava na cena do crime, naquele momento.
35:13O momento mais provável que aquele DNA foi depositado sob as unhas foi quando ela o arranhou um pouco antes de morrer.
35:21Não havia nenhuma dúvida disso.
35:23Atenção, todas as unidades, todas as viaturas.
35:28Detetives correm para realizar a prisão.
35:30Precisamos de reforços.
35:32Eles trouxeram o Dennis para a nossa sede.
35:35Não é problema nenhum vocês se conhecerem.
35:37Eu estou apenas tentando entender como exatamente você a conhecia.
35:41Ele disse repetidamente que não sabia onde Joan morava.
35:45Nunca tinha estado na casa dela.
35:47Ele era meio arrogante.
35:48Ele achou que sabia mais que a gente.
35:50E deixamos assim até que o confrontamos com a prova de que o DNA dele estava sob as unhas da Joan.
35:57Seu DNA estava na cena do crime, na noite do crime e na vítima.
36:01Você era pelo menos familiar para ela.
36:03Perguntamos como o DNA apareceu sob as unhas da Joan se ele nunca tinha estado na casa dela.
36:08Dennis imediatamente disse que não iria responder mais nenhuma pergunta e que queria falar com um advogado.
36:17Nós acusamos Dennis pela morte de Joan de Ambra.
36:23Eu estava tão feliz.
36:26Eu só dizia graças a Deus.
36:299 de setembro de 1993 era aniversário de Dennis Donahue.
36:40E o assassino sádico estava no espírito de mais uma festa.
36:43Ele conhecia Joan Dubar.
36:45O que você está fazendo aqui?
36:47Ele a seguiu até em casa.
36:54Dennis matou a Joan.
36:55E daí estrangulou a Cat, deixando-a para morrer.
37:06Eu só queria machucá-lo como ele me machucou, como machucou a minha mãe.
37:13Ele tirou a vida da minha mãe e ela sofreu.
37:18Ela não morreu na hora.
37:21Não como alguém deveria morrer.
37:23Ninguém devia sofrer daquele jeito.
37:25Minha mãe não tinha a menor maldade nela.
37:34Para alguém fazer o que fizeram com ela.
37:40Acho que não faz o menor sentido.
37:43Delano tenta cruzar o DNA de Donahue com os DNAs achados nos outros dois casos.
37:54No de Carol Reed, parece que as provas críticas foram destruídas.
38:00Mas quando eles testam no caso de Kristaline Girard, o DNA de Donahue é compatível.
38:06A senhora de Jake foi liberada.
38:13A prova é conclusiva o suficiente para libertar Lynn de Jake, que ficou presa por 13 anos pela morte da filha Kristaline.
38:21Mas como Dennis tinha ganhado imunidade no processo pela morte de Kristaline, eles tinham apenas uma chance de colocá-lo atrás das grades.
38:32Nós tínhamos todos os ovos naquela cesta.
38:35Era a única chance que teríamos de condená-lo por pelo menos um dos três homicídios que achamos que ele cometeu.
38:41Em 12 de setembro, Dennis Donahue vai a júri no julgamento do assassinato de Johan Jambra.
38:49O julgamento foi bem difícil.
38:52Ir lá todo dia por quase duas semanas e sentar ali olhando para ele.
38:57Aquilo foi horrível.
39:00Dava para ver a dor no rosto do meu irmão.
39:05E ele ficou livre por anos.
39:07Como se nada tivesse acontecido.
39:09Ele seguiu vivendo a vida dele.
39:13Sem ligar para o mundo.
39:16Ele não mostrou remorso.
39:18Ele nem parecia que se sentia mal que ela tinha morrido.
39:24Finalmente, 15 longos anos depois da morte de Johan, o júri dá seu veredito.
39:30Dennis foi considerado culpado.
39:32O juízo sentenciou de 25 anos à perpétua.
39:35Era uma sensação boa saber que ele não sairia mais para as ruas.
39:42A gente se sente feliz que esse homem está atrás das grades agora.
39:47A justiça está sendo feita.
39:48Não há dúvidas para mim que Dennis Dunhill é um assassino serial cruel.
40:02Ele era arrogante o suficiente para achar que tinha vencido o sistema e se livrado desses assassinatos.
40:12O fato dele ter matado duas mulheres no dia de seu aniversário indica que há chances de ter mais por aí que ainda não descobrimos.
40:21Agora ele está na cadeia onde não pode machucar mais ninguém.
40:28Mas cada crime violento é mais que um só número.
40:32Cada vítima era um indivíduo com seus sonhos e esperanças.
40:39Por trás de cada estatística de crime, há famílias e amigos deixados para juntar os cacos, cujas vidas mudaram para sempre.
40:46É uma das alianças da minha mãe.
40:58Eu vou ficar com a aliança e o véu.
41:01Tudo bem.
41:03Não.
41:09Estavam nela quando ela morreu.
41:12Ela ousava o tempo todo.
41:14É.
41:16A polícia finalmente liberou as joias dela.
41:29Essas joias são dela.
41:36Obrigada mesmo.
41:37Eu te amo.
41:38Quando deram o veredito, foi como se um peso saísse dos meus ombros.
41:50Minha mãe podia descansar em paz.
41:52Ele não está mais por aí.
41:53Não pode mais machucar ninguém.
41:55Ele não pode fazer nada.
41:56Eu não posso fazer nada.
41:56Eu sempre despejo um pouco de café.
42:13Ela amava café.
42:15De manhã, tarde, noite.
42:16Café era sempre necessário.
42:20Oi, mãe.
42:21Tenho tanta saudade.
42:23Eu queria que estivesse aqui comigo.
42:24Eu te amo.
42:33Pensei que seria capaz de seguir a minha vida com a condenação dele.
42:37Eu achei que colocaria uma pedra nisso.
42:47Só que não.
42:48Eu tenho saudades da minha mãe e nunca colocarei uma pedra.
42:51Eu só não sei como lidar com isso.
43:00Eu sinto muito por não estar lá.
43:13Não estava lá para salvá-la.
43:14Versão Brasileira
43:31DPN Santos
43:33Quemvereiras
43:34Qualquer
43:34Mua
43:36Para me ver
43:37Jesus
43:38Perёseyira
43:38Kot características
43:40Persí Terceira
43:43Quarto
43:44Quarto
43:45Dia
43:46Quarto
43:48Olha aí
43:49Fim
43:50Olha aí
43:50E
43:51Segura
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