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O Match Gastronômico recebe Maurício Santi, chef do Ping Yang Thai Bar & Food, para um bate-papo sobre sabores, experiências e a essência da culinária tailandesa no Brasil.

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Transcrição
00:00Olá, bem-vindos ao MET Gastronômico, o maior programa de gastronomia e empreendedorismo do Brasil.
00:14Eu sou a Manu Carvalho.
00:15E eu sou o Gabriel Carvalho e a gente está aqui de novo para explorar o sabor do sucesso e aprender com histórias inspiradoras.
00:20Olha, o nosso convidado de hoje tem uma das mais trajetórias intensas, autênticas na gastronomia do Brasil
00:27e também se entregou à cozinha tailandesa, que eu já fui para lá de corpo, alma, paladar e a gente vai falar sobre isso daqui a pouco.
00:35É isso aí, Manu. Na verdade, ele é paulista de nascença, mas ele é tailandês de coração.
00:39Já passou por cozinhas estreladas na Ásia e trouxe para o Brasil a verdadeira culinária do sudoeste asiático.
00:45E olha, hoje ele comanda o Ping Yang Thai Bar Food nos jardins que foi eleito com a estreia do ano pela Veja Comer e Beber em 2023.
00:54É isso aí. Maurício, Sante, prazer ter você aqui com a gente.
00:58Prazer estar aqui com vocês.
00:59Chefe do Ping Yang.
01:00Pô, estamos muito animados com o papo aqui, queremos ouvir um pouco das histórias.
01:03Maravilha. Grande prazer estar aqui com vocês.
01:05Muito obrigada, Maurício.
01:06E ó, antes da gente começar o nosso bate-papo, não deixe de seguir a gente nas redes sociais, que é arroba.mete.gastronomico
01:12e também se inscreve no canal do YouTube para não perder nenhum episódio.
01:15Inclusive, tem muita coisa por lá, né?
01:17É isso aí. Maurício, deixa também suas redes sociais, as redes do Ping, conta um pouquinho para a turma aí.
01:21Sim, vamos lá.
01:24Suas redes sociais?
01:26Maurício.Sante no Instagram e do Ping Yang é Ping Yang SP.
01:30Como é que você começou sua carreira? E assim, Tailândia. Você já foi pra Tailândia?
01:37Não fui, Manu. Preciso conhecer, tá na lista.
01:39Eu passei minha lua de mel lá e fui esse ano em março.
01:42Então assim, eu posso te dizer que eu virei uma pessoa conhecedora desse mundo.
01:46Além da cozinha, é muito energia.
01:48Você foi ali pra conhecer um pouco da cultura ou você foi mais pra conhecer a culinária?
01:54Eu costumo dizer que, na verdade, eu conheci a Tailândia pela comida e foi amor a primeira mordida.
02:02Nossa, é isso. Com certeza.
02:04Legal.
02:05E, Maurício, você morou sete anos entre idas e vindas na Tailândia, né?
02:09E o que a comida de rua de Bangkok e da região lá trouxe pra sua gastronomia? Conta um pouquinho pra gente.
02:15É, a Tailândia tem uma gastronomia muito complexa, né?
02:17É muito rica.
02:19Também é muito regional, muito sazonal.
02:22É muito além do estereótipo que as pessoas geralmente têm da cozinha tailandesa, né?
02:26Ela é muito maior do que isso.
02:28É das principais cozinhas do mundo.
02:30Ela é muito grande, muito rica, muito complexa.
02:34Tem muita história, tem muita geografia.
02:36Passando mais fotos do Maurício aí, jovem, nas cozinhas tailandesas lá.
02:40A própria geografia do país já mostra muito da sua comida, né?
02:47É um lugar que é muito quente, muito úmido o ano inteiro, então é muito fértil.
02:51Muitos frutos do mar também, né?
02:53Muitos frutos do mar, principalmente na parte peninsular do país, né?
02:58Mas no norte do país, no nordeste, tem climas bem diferentes, né?
03:01Então é uma culinária riquíssima.
03:03E o que a gente faz no Ping Yang é só um pinguinho de areia, um grãozinho de areia do universo que é a cozinha tailandesa.
03:11Tem pra oferecer.
03:12E quando a gente fala, né, da culinária tailandesa, a gente fala de muitos temperos.
03:19Mais picantes, mais diferentes do que o brasileiro de fato tá acostumado.
03:23Eu lembro que lá tem o Pad Thai, tem, enfim, N pratos muito famosos tailandeses,
03:30mas lá tem uma tradição de sempre ter molho com peixe, né?
03:37Tipo, é sempre marinado no peixe, né?
03:40Mesmo se você pede um noodle, ele tem isso.
03:43Eu não como frutos do mar, então eu sofri muito, você não imagina.
03:47E aí eu queria saber como é que foi você trazer isso pro Brasil.
03:50Porque o brasileiro, ele é mais reticente quando se fala numa culinária um pouco diferente daquele acostumado.
03:57Aqui, italiano, puxa, deu certo, pizza, maravilhoso, hambúrguer, fechou.
04:03E quando é uma tailandesa, como é que é a aceitação do público?
04:07Já foi muito pior, antigamente.
04:09Que legal.
04:09Hoje em dia, eu vejo como uma coisa muito crescente.
04:14Muito por conta do acesso à informação, né?
04:16O acesso à informação na última década aumentou demais.
04:19Então, as pessoas veem Netflix, veem YouTube, veem Instagram, acompanham chefes, restaurantes.
04:28Então, o acesso à informação criou a fome disso.
04:32Então, antes, quando o brasileiro era bem conservador, bem fechado no paladar,
04:37hoje em dia existe bastante fome disso, né?
04:39Então, as pessoas querem realmente experimentar o que elas veem na tela do celular.
04:45e isso do molho de peixe, né?
04:48Que é o nampla.
04:50O nampla é...
04:53Como pra cozinha japonesa é o shoyu,
04:56pra cozinha tailandesa é o nampla.
04:57Nossa!
04:58Que é o teor de...
05:00Tá como eles salgam a comida, né?
05:02Majoritariamente, o nampla é...
05:03Majoritariamente.
05:04E eu tinha que falar, I'm vegan.
05:06Não, não tem problema.
05:07A vegan também vai em peixe.
05:08Eu não fiz.
05:09Eu não fiz.
05:09E também tem uma coisa que eu aprendi lá, que eu nunca tinha comido.
05:12É...
05:15Dry shrimp, né?
05:16Camarão.
05:17Olha, camarão.
05:18Exato.
05:18E lá eles usam bastante também, né?
05:20Na Bahia também, senhor.
05:21Na Bahia também, é.
05:22Na Bahia tem.
05:23É que como eu não como, eu não sei, né?
05:25É, é.
05:25Mas é muito por abundância, né?
05:28E por região do país também.
05:30É...
05:30Geralmente, até falar do coco, por exemplo.
05:34É um ingrediente que é muito linkado com a cozinha tailandesa.
05:38E as pessoas acham, a Tailândia inteira usa coco.
05:40Não é bem assim, né?
05:41Tipo, você vai no Nordeste, no Norte, não tem palmeira, não tem coco.
05:44Então, logo, lá não usa-se coco.
05:47É verdade.
05:47Porque é bem característico do Sul do país e região central.
05:51Onde está a capital Bangkok, né?
05:52Qual foi a região que você morou mais tempo lá na Tailândia?
05:55Morou a maior parte do meu tempo na Tailândia, em Bangkok, capital.
06:00Que é onde eu...
06:00Que é surreal, né?
06:01É.
06:01Que gastronomicamente deve ser muito rico.
06:04Gastronomicamente, culturalmente, é uma...
06:07É muito pra frente, assim.
06:09Eu não tive a oportunidade de conhecer ainda, mas eu tenho a percepção de que é um fervilhão
06:15de conexões culturais ali, de fusões, né?
06:20De culturas diferentes, e gastronomias, e pessoas, e nacionalidades, enfim.
06:24Deve ser um negócio realmente incrível.
06:26É uma capital que ela é muito viva, né?
06:29Ela é...
06:30Até comparativamente com São Paulo, assim, São Paulo é bem quietinha perto de Bangkok.
06:34Eu ia falar isso, mas eu tinha medo de ser cancelada.
06:36Mas, assim, lá, se a gente acha que Nova York é a city que never sleeps, né?
06:41Lá é, tipo assim, never sleeps and go party all the time.
06:45É isso aí.
06:46É uma loucura.
06:47É uma cidade que é muito cosmopolita, né?
06:49Assim, a sua percepção de...
06:51É um grande hub entre o leste e o oeste do planeta, talvez?
06:55Sim.
06:56Assim, é uma grande cidade, é muito cosmopolita, mais moderna que São Paulo em muitos âmbitos,
07:05mas também mais antiga que São Paulo em muitos âmbitos.
07:08Tem um...
07:08O 880 coabitam ali o tempo todo.
07:14A comida acontece a todo momento.
07:17Você pode estar num shopping, ou num shopping super high class,
07:21ou você pode estar na rua, ou no sertão do país,
07:25ou onde você estiver, a comida está acontecendo o tempo todo.
07:28Tem um shopping lá que chama Icon...
07:31Icon Ciam.
07:32Icon Ciam.
07:34E esse shopping é uma loucura, porque é como se fosse aqui um Iguatemi,
07:38com as melhores marcas, mas embaixo tem um market.
07:41Então tem um mercadinho, tipo, de rua, embaixo do shopping.
07:45Que legal.
07:45Com tudo que é tradicional.
07:47Legal.
07:47E que você sobe e você está numa chanel da vida.
07:50No street market, mesmo, assim, em raizão.
07:53A comida é muito presente na vida do tailandês.
07:56Muito mais do que é para o brasileiro, em regra geral.
08:00Até tem um dizer popular, assim, dos tailandeses.
08:05Em vez de falar, como é que você está?
08:07Você está bem? Tudo bem?
08:08Eles falam, você já comeu hoje?
08:11A comida é muito importante.
08:13O tailandês realmente ele para para comer.
08:16Não é só se alimentar, né?
08:19Ele é muito patriota quanto a comida dele.
08:22E eu acho que isso está muito ligado à religião também, né?
08:27Lá é budismo.
08:28Eu não conhecia tanto a religião.
08:30E uma coisa que eu fui percebendo,
08:32que eu conversei com alguns guias lá,
08:35e eu falava, qual momento você medita, por exemplo?
08:37Ele falou, você pode meditar em qualquer momento.
08:40Por exemplo, quando eu almoço, é um momento que eu estou meditando.
08:43Como eu medito? Eu presto atenção naquilo que eu faço.
08:46Então, a comida tem um sabor diferente.
08:49E quando ele me falou isso, eu falei, realmente, tipo,
08:51aqui em São Paulo a gente engole.
08:53Ah, hoje em dia, então, com o celular,
08:55às vezes a gente está sozinho, sentado, comendo, fazendo outras coisas.
08:58Engolindo, é.
08:59Comida é só uma parte do que a gente está fazendo.
09:03E, Maurício, uma curiosidade.
09:04O nome Santi foi herança que você trouxe da Tailândia.
09:08Conta um pouquinho da história.
09:09É, na verdade, veio em Sydney, na Austrália.
09:12Eu trabalhava num restaurante tailandês,
09:15onde eu era o único não-tailandês ali dentro da equipe.
09:19E o nome Maurício, para o tailandês, é meio trava-língua.
09:22É difícil dele conseguir falar Maurício.
09:24Porque o R, né?
09:25Eles não conseguem.
09:27Maurício?
09:28Maurício, Maurício.
09:30Vira um L, né?
09:31Fica mais curto o nome e vira um L.
09:35E aí, para facilitar a vida deles, na verdade,
09:37eles me deram esse nome em tailandês, Santê.
09:41E depois eu aprendi o significado do nome,
09:43que é um nome muito legal, que é Paz.
09:45É uma pessoa pacífica.
09:46Que legal.
09:48E aí ficou muito mais fácil de eu estar na comunidade tailandesa em Sydney.
09:51Tem uma comunidade tailandesa gigantesca.
09:53Tem Chinatown, tem Thaitown.
09:55Então, tem muito mercado, loja, restaurante tailandês.
10:00E depois, quando eu mudei para a Tailândia,
10:01já estava com o nome pronto.
10:02Ficou mais fácil a minha vida.
10:04E aí, levou o nome para onde foi?
10:05Sim.
10:05Já chegou se apresentando o Santê.
10:08E quando você veio para o Brasil,
10:09qual que foi o maior desafio em montar o Pingyang?
10:14É, demorou, né?
10:15Eu, quando voltei para o Brasil...
10:17Imagina, eu voltei para o Brasil,
10:20não conhecia quase ninguém em São Paulo.
10:23Ninguém me conhecia também.
10:28Poucas pessoas eu tive contato, né?
10:29O chefe Beninova, que me ajudou bastante.
10:31E a Bel Coelho também.
10:32Eu tinha tido contato com eles previamente.
10:36Então, eles foram muito legais comigo.
10:37Me ajudaram a estabelecer algumas conexões.
10:41Comecei a fazer alguns eventos e tal.
10:44Tentei mostrar um pouco da cozinha tailandesa naquele momento,
10:47quando eu voltei.
10:49Passei, acho que, uns dois anos.
10:51Não conseguia mostrar o que eu queria.
10:52E eu me negava também a cozinhar em qualquer outro restaurante
10:56que não fosse tailandês.
10:57Não tinha um restaurante tailandês que eu gostaria de trabalhar.
11:01Eu acabei voltando para a Tailândia.
11:03Voltei, segui minha carreira lá.
11:05Continuei trabalhando.
11:06E depois me preparei melhor para voltar para São Paulo.
11:10Mas também foi bem duro.
11:12Fiz alguns trabalhos pontuais, algumas consultorias.
11:15E depois eu comecei a fazer um jantar que era na minha casa.
11:20Eu e minhas esposas, a gente fazia esse jantar lá em casa.
11:24Eram oito pessoas por noite.
11:26E ali, no boca a boca, foi crescendo.
11:28E foi tendo bastante cliente.
11:31Imagina, era um apartamento super simples.
11:33E pessoas muito acostumadas a comer, sabe?
11:36Mundo afora.
11:38Gente que eu chamo de bico fino.
11:40Gente que realmente gosta de comer.
11:42Começaram a ser os meus clientes.
11:43Estava por quase um ano fazendo isso.
11:45Primeira vez que eu escutei falar do Maurício.
11:47Inclusive, eu não tive a oportunidade de ir.
11:49Mas foi um jantar na casa de um primo.
11:52Por umas 10, 12 pessoas.
11:54E o Maurício foi lá cozinhar um pouquinho da comida autêntica tailandesa.
11:58Exatamente.
11:59Fiz muito disso.
12:00Um amigo muito querido, por sinal.
12:02Que conhece muito de comida.
12:03Que é um clientão meu também.
12:06Tuca?
12:07Tuca.
12:07Já sei até quem é.
12:09Esquece.
12:10A gente sempre fala aqui, né?
12:11Sobre o desafio de empreender na gastronomia.
12:13As pessoas às vezes pegam e investem toda a carreira delas.
12:15Porque acham que cozinham bem.
12:17E aqui a gente está falando de uma pessoa que passou anos estudando uma gastronomia muito específica.
12:22Antes de entrar nesse mundo aqui em São Paulo.
12:25Então, obviamente, a chance de dar certo aumentou muito.
12:28Aquela velha história das 10 mil horas, né?
12:30O Maurício tem mais de 10 mil horas dentro da gastronomia tailandesa.
12:35Mas, de fato, você foi por um caminho de teste de produto, né?
12:41Teste de mercado, né?
12:42Criou um piloto e vamos ver como funciona.
12:44É, você tocou num ponto importante aí.
12:48Até antes de realmente abrir o Ping Yang, foram mais de duas décadas de barriga no fogão,
12:54trabalhando no mínimo 90 horas por semana.
12:57É.
12:57Em cozinhas em lugares diferentes, Estados Unidos, Inglaterra.
13:03Voltando, engasguei.
13:07É.
13:08Mais de duas décadas de barriga no fogão, trabalhando 90 horas por semana.
13:12É.
13:13Em diversos lugares do mundo.
13:14É.
13:15Nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália.
13:17É.
13:18Até chegar na Tailândia.
13:20É.
13:20Já tendo trabalhado em cozinha tailandesa antes de realmente mudar pra Tailândia.
13:24E a primeira tailandesa foi nos Estados Unidos?
13:26Foi na Austrália.
13:28Na Austrália.
13:29É verdade.
13:29E depois fui pra Singapura trabalhar em cozinha, um restaurante tailandês também.
13:35E voltei pra Tailândia, passei por diversas cozinhas, tanto de restaurante estrelado, super fine dining,
13:42mas também restaurante familiar, super simples, sabe?
13:46Marido e mulher cozinhando na walk, na beira da calçada.
13:50E eu ali trabalhando com eles, morando com eles, morei numa casa junto com eles, sabe?
13:54De tomar banho na canequinha, dormir no chão, tipo num tatame com um mosquiteiro por cima e ventilador do lado.
14:03Então é muito tempo entendendo a sociedade tailandesa, a cultura tailandesa, a pesquisa gastronômica de fato,
14:11de ingredientes, de misturas, especiarias.
14:14O meu tesão sempre foi entender o porquê da cozinha tailandesa, os porquês que tem essa quantidade de ingredientes, né?
14:25Dentro do mesmo prato, que é o grande mistério, a maior dificuldade da cozinha tailandesa, na verdade é isso.
14:30Hoje a gente até vive um momento de cozinha minimalista, né?
14:35Que você pega uns pratos, tem três ingredientes no prato e maravilhosamente tem muita gente que faz muito bem isso.
14:43A cozinha tailandesa é o extremo oposto disso.
14:45Você pega alguns pratos que tem mais de 50 ingredientes na mesma receita.
14:49E é conseguir equacionar, não ficar out of balance, né?
14:54Tipo, fora de balanço no paladar, conseguir trazer um balanço de paladar numa receita com tantos ingredientes.
15:01Você tocou num ponto, Maurício, que primeiro eu acho muito bacana o que você trouxe de entender a essência, a alma e a cultura antes de pensar em comida.
15:09Porque a gente pensa em culinária, sei lá, eu quero fazer um carbonara em casa.
15:13Acho que a primeira coisa que eu faria é eu vou lá, pego uma receita de carbonara e eu faço.
15:17Mas eu não tô entendendo o porquê, né?
15:19O que que tá por trás?
15:20De onde vem a história do carbonara?
15:22E talvez você entender um pouco isso faça você preparar a receita de uma forma diferente ou olhar pra ela de uma forma diferente.
15:28E você viveu isso dentro da gastronomia tailandesa porque você viveu a vida tailandesa durante muito tempo na sua carreira.
15:35Agora, você vim pro Brasil pra trazer isso pra cá, você tem um desafio de ingredientes, né?
15:41Eu imagino que muitos dos ingredientes que você encontra na Tailândia são impossíveis de serem encontrados aqui.
15:48Ou talvez tenham, mas numa quantidade muito difícil, numa qualidade muito pior.
15:52Como é que foi esse jogo pra você, de fato, porque você nunca quis fazer uma releitura da comida tailandesa.
15:59Acho que você quis traduzir a gastronomia tailandesa aqui.
16:01Como é que foi isso pra você, né?
16:04Um pouquinho do quebrar essa fronteira física dos ingredientes.
16:08É um grande desafio isso, né?
16:09Porque, assim, não tem como cozinhar comida tailandesa exatamente como é na Tailândia, porque a gente tá do outro lado do mundo.
16:17É outro terroir, são outros ingredientes.
16:20E tem uma barreira que eu me imponho, que é da adaptação.
16:26Se eu não consigo, com adaptação bem suave, fazer um prato, eu simplesmente não faço esse prato.
16:34Eu vou atrás de outros pratos.
16:35Você sentir que ele não tá com a essência do que você tava acostumado?
16:39Minha maior preocupação é preservar o DNA da comida tailandesa.
16:43Tá bom.
16:43Alguma flexibilidade a gente tem que ter, porque a gente não tem os mesmos ingredientes.
16:48Alguns ingredientes a gente tem, outros não.
16:51Então, tem que...
16:54Sabe, muitos chefes, muitos cozinheiros, muitas avós e tias de amigos meus que abriram a porta da casa deles,
17:02ou do restaurante deles, pra me ensinar.
17:04Eu tenho que honrar um pouquinho disso que eles me ensinaram e manter o mais próximo possível de como o tailandês come.
17:12Uma coisa que eu vi lá na Tailândia é que a comida tailandesa é muito apimentada.
17:18Tipo assim, realmente.
17:20E quando você vai pedir lá num restaurante, eles sabem que você é gringo.
17:23Eles já te avisam, olha, você quer no nível tailandês ou você quer no nível gringo?
17:29E eu sempre fui pro gringo.
17:31Então, eu me dei bem.
17:32Tipo, tinham algumas coisas que realmente um pouquinho a mais do que eu esperava, mas, enfim, tudo certo.
17:38Você trouxe essa pimenta toda pro Brasil ou você acha que o brasileiro não tá preparado?
17:42É, no...
17:44O brasileiro não tá preparado.
17:45Não tá, não tá, não tá.
17:47Tem muita reclamação no pingang ainda de pimenta.
17:50Até que não.
17:51É que eu acho que essa é a versão...
17:53Aliás, eu tô curioso aqui pra gente provar o que tem aqui.
17:57Essa eu acho que não é uma versão 100% apimentada tailandesa.
18:01Porque eu acho que o brasileiro, o gringo, não aguenta.
18:05O que é isso aqui, Maurício?
18:06Esse aí é o gaigolet.
18:08É um prato...
18:09É um frango que ele é grelhado no curry.
18:14Que ele vai sendo besuntado, vai pra grelha.
18:18Aí o curry vai pingando na brasa, vai defumando ele.
18:21Aí tira da grelha, besunta no curry de novo.
18:24Volta pra grelha.
18:25Ele passa diversas vezes na grelha, sendo banhado pelo curry.
18:28Eu que fui pra Tailândia, eu vou te falar sobre...
18:34Essa é a pimenta.
18:37Essa é a pimenta gringo.
18:38Essa é gringo.
18:39É, ele teve que fazer um ajuste, porque o brasileiro, como ele me disse, não tá pronto.
18:43Na verdade, não.
18:44O que eu faço é o seguinte.
18:46Eu até preciso voltar dois passos pra explicar essa situação da pimenta.
18:51Primeiro, a pimenta é um ingrediente que é nosso.
18:56É do continente americano.
18:59Os portugueses levaram a pimenta pra Tailândia há 500 e tantos anos atrás.
19:04E se tornou um ingrediente tailandês.
19:06E pela geografia lá, como eu falei antes, lá é um clima muito úmido, quente.
19:13Tem muito ingrediente.
19:14Então cresce muito ingrediente.
19:16Então a pimenta se tornou um ingrediente abundante.
19:18Tá bom.
19:19Então eles incorporaram isso à cozinha tailandesa.
19:22Ou se você chegar pra um tailandês e falar que a pimenta não é da Tailândia, ele vai brigar com você.
19:25Porque ele entende que é dele, nem tem esse traço histórico.
19:28Passados 500 anos, passou a ser deles.
19:30Passados 500 anos, passou a ser deles.
19:31É que nem a gente dizer que feijoada não é do Brasil.
19:33Exato.
19:33Feijoada tem 300 anos, 400 anos.
19:35Então, a pimenta é sim abundante dentro da cozinha tailandesa.
19:41Mas não são todos os pratos que são insanamente picantes.
19:47Tem sim muitos pratos picantes.
19:49Tem pratos que são médio picantes.
19:50Tem pratos que não tem nada de picância.
19:52Não tem picância nenhuma.
19:52E no cardápio do Ping Yang, por exemplo, é um cardápio pequeno, que até a cada três meses aproximadamente eu mudo boa parte do cardápio.
20:02Exatamente pra tentar englobar mais, mostrar mais a cozinha tailandesa.
20:06Bacana.
20:07Mas desses 20 itens do menu, tem seis itens que não tem pimenta.
20:12Porque essa receita não leva pimenta.
20:14Não é um prato que eu tirei a pimenta.
20:16Eu jamais faria isso.
20:17Eu não ajusto o nível de pimenta de um prato.
20:20Tem prato que é muito picante.
20:22Tem prato que é menos picante.
20:24Tem prato que é médio e depende muito da pessoa também.
20:27E o tipo de pimenta.
20:28Tem pimenta que arde mais na língua pra trás.
20:32Tem pimenta que arde mais no lábio.
20:34Fica o lábio tipo Angelina Jolie.
20:35Fica bombando o lábio, assim.
20:37E cada pessoa tem uma resistência diferente.
20:40Então, essa pimenta é nível dois, sabe?
20:43É meio que subjetivo.
20:44Pra você pode ser dois, pra você pode ser oito.
20:47Então, eu não mudo isso.
20:48Eu provei aqui o frango realmente maravilhoso.
20:52Ele me lembra um pouquinho...
20:54Eu gosto muito da culinária paquistanesa, indiana.
20:58O Tandori Chicken ou Chicken Tikka.
21:00Ele tem um pouquinho disso.
21:01Tem, tem.
21:02Você aceitou.
21:02É o quê?
21:03É um curry no fogo.
21:05É isso que dá esse aroma meio...
21:07Esse prato, especificamente,
21:10ele...
21:12Diferentemente do que todo mundo pensa,
21:13que a Manu mencionou aqui,
21:15a Tailândia é um país majoritariamente budista.
21:17Esse prato, ele é do extremo sul da Tailândia,
21:21que é uma região quase que 100% muçulmana.
21:25É uma receita de origem muçulmana.
21:28Por isso a conexão com o Índia-Pactão.
21:30Então, aí tem esses traços que te fez te remeter, exatamente.
21:32Perfeito.
21:32Porque eu me senti comendo o que eu adoro de comida paquistanesa.
21:36Lembra, lembra, lembra.
21:37Uma coisa que eu aprendi bastante lá
21:39é que eles usam bastante arroz de jasmin, né?
21:44Acho delicioso.
21:44Porque aqui a gente não tem tanto esse...
21:48Nossa, eu aprendi muito lá.
21:50Também é sticky rice, né?
21:52Que é o mango sticky rice.
21:54Lá é uma febre que é a sobremesa que eles consideram deles.
21:58É um arroz doce de manga.
22:02E não é tão doce.
22:03Então, é bem diferente, né?
22:06O arroz é o principal ingrediente da cozinha tailandesa.
22:10Comer, em tailandês, você fala kinkau.
22:13Kinkau é comer arroz.
22:15Então, numa mesa clássica tailandesa,
22:17o arroz é o prato principal.
22:19O arroz tá com cada pessoa.
22:22E aí tem diversos outros pratos.
22:24E aí a pessoa vai colocando o arroz.
22:26E vai comendo com o arroz.
22:28Aí o arroz jasmin que você mencionou,
22:30é o principal arroz na região central da Tailândia.
22:34É um arroz muito perfumado.
22:35Ele é cozido só com água.
22:36Não vai tempero nenhum.
22:37Ele já tem um perfume maravilhoso, né?
22:39É muito bom o cheiro dele.
22:41Natural dele.
22:43E aí tem diversos outros arrozes.
22:45Também o stick rice que você falou,
22:46que é o caunial.
22:47Que é um arroz muito rico em amido.
22:50Ele é bem grudento mesmo.
22:51E tem inúmeras receitas,
22:54principalmente no Nordeste e Norte,
22:56que usa esse arroz.
22:57Vamos preparar o arroz jasmin com leite de coco.
23:00É isso.
23:01Lá tem um pouquinho disso no stick rice.
23:03Mas uma observação é que a grande maioria...
23:08Quando você vai para os Estados Unidos,
23:09você repara na população, né?
23:11Você repara que aquela população
23:12é a população que come um pouco de fast food.
23:15Um pouco.
23:16É um pouquinho.
23:17E quando você vai para a Tailândia,
23:20você percebe que é um povo mais magro, né?
23:23É engraçado, porque eles têm...
23:27Isso eu senti muito deles.
23:30Uma culinária muito saudável.
23:34Você não tem tanta porcaria que nem, por exemplo,
23:37você vai para os Estados Unidos,
23:38você consegue ver...
23:40Dependendo de outros lugares,
23:42você tem bastante batata frita, etc.
23:44Não, lá é muito saudável.
23:46Mas sabe o que eu acho, Manu?
23:48Trazendo um pouquinho uma discussão mais filosófica
23:50sobre esse tema.
23:50Eu acho que quanto mais valor se dá
23:53para a gastronomia numa nação...
23:56Ou seja, quanto mais cuidado você tem no preparo,
23:59ou mais apego à qualidade dos ingredientes ou da comida,
24:02menos você come.
24:04Porque cada mordida, ela traz muito mais satisfação
24:06do que uma mordida de um hambúrguer
24:08comprada no McDonald's.
24:09É isso.
24:10E eu acho que o fato de a Tailândia
24:13valorizar tanto a comida...
24:14Aí você pega outras nações.
24:16O francês não é um povo...
24:17Eu ia falar...
24:18Obeso, né?
24:19Por natureza.
24:20E você pensa...
24:21Ai, é pão, é queijo, é panqueca,
24:24enfim, é crepe, né?
24:26Mas, ao mesmo tempo, eles valorizam muito a comida.
24:29E valorizar muito a comida
24:30te dá mais satisfação a cada mordida, né?
24:32Isso é uma característica muito marcante
24:34de países gastronômicos.
24:36Onde a sua cultura gastronômica realmente é presente.
24:41Mas não acreditem nisso, não.
24:43Porque na Tailândia, até...
24:45Agora, assim, nesse momento,
24:49nunca teve tanta obesidade infantil.
24:51É um mercado gigantesco de fast food.
24:55Chegou a Coca lá também.
24:56Tem muito, assim.
24:57Tem muito.
24:58Concentração de 7-Eleven em Bangkok,
25:01na Tailândia.
25:01Todos...
25:02Você tá num quarteirão, tem cinco 7-Elevens.
25:04Todos eles estão abertos 24 horas por dia,
25:07todos os dias do ano.
25:08Bom, o 7-Eleven hoje é asiático, né?
25:09E aí, nas gôndolas, na altura das crianças,
25:11todas as coisinhas coloridas, cheias de açúcar e tal.
25:13E eu não conheço o 7-Eleven da Ásia
25:15porque eu nunca fui na Ásia.
25:16Mas dizem que lá o 7-Eleven é, tipo,
25:19luxo gastronômico.
25:20Tudo que você compra lá no 7-Eleven na Ásia,
25:22no Japão, nesses lugares, é, tipo, uau.
25:25É.
25:26E daí, isso da comida,
25:27que é uma comida muito rica.
25:29É...
25:30Muito embora, às vezes, tenha muita fritura.
25:33Tem também muitos vegetais.
25:34Ou no vapor, ou cruz.
25:36Tem muitas ervas.
25:36Então, é muito mais balanceado.
25:38Então, é o arroz, tem um pouco de fritura,
25:41tem um grelhado, tem uma salada,
25:42tem um curry.
25:44Tem inúmeros vegetais.
25:44E eu acho que o curry e ter essa pimenta
25:47também ajuda o metabolismo, né?
25:50Então, é...
25:52Tem, às vezes, o consumo exacerbado
25:55de algumas coisas.
25:56Mas, no geral, a comida é muito mais equilibrada.
26:00Também achei.
26:00E aí, faz com que a nação
26:02seja um pouquinho mais magra.
26:04Olha, chegamos naquela parte
26:08que a gente ama.
26:09Então, solta a vinheta
26:10pra gente conhecer muito
26:11sobre o Maurício Sante.
26:15Retrato do Chefe
26:16Chegamos ao Retrato do Chefe.
26:20Maurício, qual foi a melhor experiência
26:22gastronômica da sua vida?
26:23Difícil, hein?
26:28Acredito que no restaurante Nam,
26:30quando era do
26:31Chef Dave Thompson,
26:33já não...
26:34O restaurante continua,
26:35mas ele não é mais o chefe do restaurante.
26:38Que é a cozinha de um restaurante
26:40que eu tive o prazer e honra
26:42de cozinhar lá.
26:44Era, assim, absolutamente fantástico.
26:46Acho que é a maior...
26:47Onde fica o Nam?
26:48Em Bangkok.
26:49Bangkok.
26:49É, maior...
26:53banquete que eu jamais
26:56tive a chance de comer.
26:57Eu fiquei um pouco chateada
26:58que eu fiz essa entrevista com ele
27:00três meses depois
27:02que eu fui pra Tailândia, entendeu?
27:03Deu uma errada, desculpa.
27:05Errou, errou.
27:05É isso.
27:06Mas uma dúvida só.
27:08Mas é bem difícil falar isso
27:09porque tem tantos outros...
27:11É difícil colocar um só, né?
27:12É, difícil.
27:13Ainda mais você que rodou
27:14o mundo inteiro
27:15visitando cozinhas diferentes.
27:16Mas era comida tailandesa, Raí?
27:17Tailandesa.
27:18Legal.
27:18Quem te inspira na gastronomia
27:21ou dentro do nosso segmento, Maurício?
27:25Cara, é difícil.
27:26Eu sempre olho muito pra...
27:31Constância de trabalho,
27:35pesquisa, competência,
27:38carinho com as pessoas ao seu redor.
27:42Os valores, né?
27:44Como ser humano, como profissional.
27:46E me vem...
27:48Quase sempre que eu tento
27:49elencar essas coisas,
27:50me vem sempre uma pessoa em mente
27:51que é a chefe Mara Salles.
27:54Ela é muito inspiradora.
27:57Tem que vir aí.
27:58Exato.
27:58Boa ideia.
27:59História pra gente.
28:00Se você não fosse chefe,
28:01o que você teria escolhido fazer?
28:04Não tenho a menor ideia.
28:05Acho que eu seria mendigo.
28:06Você vê que a pessoa
28:07realmente escolheu a...
28:08Nasceu pra isso.
28:09Perfeição perfeita.
28:11É.
28:12Ah, mas começou muito cedo, né, Maurício?
28:13Quantos anos você começou a cozinhar?
28:14Uns 22 anos.
28:1622 anos, entrou na cozinha
28:17e nunca mais saiu.
28:18É.
28:18Legal.
28:19Qual ingrediente não pode faltar
28:21na sua cozinha, Maurício?
28:24Arroz.
28:26Dentro da gastronomia da vida.
28:27É isso.
28:28Você sabe que eu sou viciado
28:29em arroz também.
28:30Eu na dieta,
28:31ter que tirar o arroz é triste, triste, triste.
28:33Às vezes arroz com ovo frito em cima
28:35já é tudo.
28:36Exato.
28:36É o que você mais precisa.
28:37Nossa.
28:38Ó, chegou o fim do mundo.
28:41Se fosse a sua última refeição,
28:43o que você comeria?
28:46Tem um prato
28:48no norte da Malásia.
28:51Tem uma ilha no norte da Malásia
28:52que se chama Penang.
28:54Eu tenho um grande amigo lá.
28:55Fui inúmeras vezes pra lá
28:56pra pesquisa gastronômica.
28:59Além da Tailândia, né,
29:00o meu coração gastronômico
29:02reside ali no Sudeste Asiático.
29:04Visitei muitos países vizinhos ali.
29:06E em Penang eu como sempre esse prato,
29:09faço questão de comer sempre,
29:10que é a Sam Laksa,
29:11que é um noodle curry.
29:13Que, assim, é absolutamente fantástico.
29:15É um prato...
29:17Se fosse a minha última refeição,
29:18eu escolheria esse prato.
29:19Você tem que trazer pro Ping Yang.
29:21A gente quer experimentar
29:23a sua última refeição.
29:24A gente tem duas coisas
29:24que eu podia colocar agora.
29:25Esse prato e aquela
29:26omelete famosa
29:28tailandesa
29:30do street market lá da Moschee.
29:32Da Jai Phi.
29:33É, tem muito...
29:34O tailandês come muito omelete.
29:35Tem inúmeras versões de omelete.
29:36Tem que fazer uma versão da Guilherme.
29:38Eu vou fazer.
29:38Pra gente ter a oportunidade
29:39de comer aqui em São Paulo.
29:40Dia desses eu faço.
29:40Aí, ó, chama a gente.
29:41Avisa a gente pra gente ir lá
29:42provar.
29:44Com certeza.
29:45Olha, pra você que tá aí no YouTube,
29:46hoje a gente tem conteúdo exclusivo.
29:48Hoje e sempre, tá?
29:50E aí a gente vai falar
29:51sobre aquilo que todo mundo ama,
29:53não é, Gabi?
29:53Agora é hora de descobrir
29:54os favoritos do Maurício.
29:57Tchan, tchan, tchan, tchan.
29:59Onde você come?
30:00Vamos lá.
30:01Nomes de restaurante sem pensar muito.
30:03Melhor italiano Maurício Sante.
30:06Sem sombra de dúvida, fome.
30:08Fome hosteria.
30:09Já esteve aqui com a gente.
30:10Bastante.
30:11Boa escolha, boa escolha.
30:13Melhor pizza.
30:15Carlos.
30:17Carlos pizza sempre ganha.
30:18Sempre ganha.
30:19Inclusive, se quiser patrocinar
30:20esse programa, fica tranquilo
30:22porque vai ser maravilhoso.
30:23Acho que ele nem tá precisando
30:24patrocinar, ele é sempre mencionado
30:25sem patrocinar,
30:26mas o que ele vai patrocinar?
30:27Agora ferrou, mano.
30:28O melhor...
30:29É gratuito.
30:29É isso.
30:30O melhor hambúrguer.
30:33Sem sombra de dúvida também,
30:34time.
30:35Time Parrilha.
30:36Não conheço.
30:36Você tá ganhando todos.
30:37Você tá ganhando todos os prêmios.
30:39Não.
30:40Aqui no...
30:42Médio Gastronômico, não...
30:44Aqui ele aparece pouco.
30:45É.
30:45Mas os prêmios, veja.
30:47Os prêmios prazeres da mesa.
30:49Ele tá sempre liderando.
30:50É.
30:52Vamos trazer eles aqui também.
30:53Tá na guerra aí.
30:54Melhor árabe.
30:56Make almost not war.
30:57Boa escolha.
31:00Boa escolha.
31:01Boa escolha.
31:01Nunca foi.
31:01Preciso ir.
31:02Preciso ir.
31:03Muito bom.
31:04Melhor culinária asiática sem ser a tailandesa.
31:11Japonesa.
31:12É em São Paulo isso?
31:14Japonesa.
31:15Qual seria o restaurante japonês que você ia?
31:17Cara, eu gosto muito do Isakaya Matsu.
31:25Não conheço.
31:26É simples, direto, bem executado.
31:28As melhores frituras de São Paulo saem de lá.
31:31Sérgio Sam é um mestre na fritura.
31:35Tá na...
31:35Botar na fila.
31:36Eu gosto de uma friturinha, então tem que ir lá.
31:38Vai direto pra lá.
31:39Vou lá provar.
31:40Melhor comida brasileira.
31:42Pode falar dois?
31:46Neve.
31:47Tordesilhas e jiquitaia.
31:49Boas escolhas.
31:50Muito boas.
31:50Aparecem bastante aqui.
31:52Melhor sobremesa.
31:54Sabe que eu não sei responder isso?
31:55Quase não como doce.
31:57Stick mango.
31:58Eu gosto do pudim da Thalita no Conceição Discos.
32:06Não conheço também.
32:09Nossa lista é só crescendo.
32:11É terrível.
32:12Eu quase não como doce.
32:13O pudim dela é cabuloso.
32:15A cada três opções novas que aparecem aqui, a gente mata uma e vão aparecendo outras
32:19três e eu tô ficando desesperado.
32:20O negócio só cresce.
32:22O pessoal que acompanha o programa vai anotando.
32:24Um dia a gente podia fazer a lista de tudo que já apareceu, né, Manu?
32:27Acho que vai ter mais de 200 nomes aqui.
32:28Mas enfim.
32:29Sua comida favorita, Maurício?
32:34Isso, hein?
32:35É, pergunta...
32:35A minha é fácil.
32:36Eu falo de cara.
32:37É pão com manteiga.
32:39Bem simples.
32:40Eu fico no simples também.
32:42Eu tomei um churrasco.
32:44Manu gosta.
32:46É porque você pode comer pão de alho, patata frita, arroz do peru.
32:51É amplo.
32:51É amplo, entendeu?
32:52Pão com manteiga é só um.
32:54O churrasco, você pode ir indo ali.
32:58Linguiça.
32:59Nem tudo.
33:01Eu acho que seria um beef noodle.
33:03Um bowl de beef noodle é uma coisa que é muito comum na Tailândia, nas ruas.
33:09É um prato do dia a dia.
33:10É o arroz com feijão.
33:11É comfort food, assim.
33:13É um abraço.
33:14Você come ele, não vai ficar cheio, vai te matar a fome.
33:18Daqui meia hora você andou na rua, você já para em outro e come de novo.
33:22Você vê que a resposta dele, comida favorita, foi tailandesa, né?
33:26É, a alma é tailandesa.
33:28Eu nasceu no Brasil por acidente, foi um acidente do destino.
33:31Deus mandou ele para cá, vai para a isa errada.
33:33Mas foi bom, porque ele veio empreender aqui e trouxe para a gente.
33:34Exato, pelo menos trouxe de volta.
33:37O que você não come de jeito nenhum?
33:42Comida ruim.
33:43Boa resposta, foi a primeira que a gente teve aqui.
33:45Boa resposta, boa resposta.
33:46Eu como absolutamente tudo.
33:48Agora comida ruim, não dá para comer.
33:50É engraçado, porque você pode ter um ingrediente maravilhoso, um prato maravilhoso,
33:55se for mal feito, não dá vontade de comer.
33:56Joga fora, não vale a pena.
33:59Comida mal feita.
34:00Comida mal feita.
34:01Boa, momento panela de pressão agora, Maurício.
34:04Vamos descobrir um momento difícil da carreira do Maurício.
34:07Você já teve algum momento que você enfrentou na gastronomia?
34:11Decisão de negócio, um erro que às vezes virou um aprendizado?
34:16Acho que o maior desafio, os desafios de abrir um business e ter um business são
34:24sabidos já.
34:26A gente chora e sorri todos os dias.
34:28Os desafios do dia a dia são sabidos.
34:30Não.
34:30E nunca tem um dia igual ao outro, sempre tem alguma coisa acontecendo.
34:35Mas se eu for analisar da carreira toda, foi eu, brasileiro, não asiático, entrar
34:44numa cozinha, numa hierarquia acima do que muitas outras pessoas, onde todas as pessoas
34:52da cozinha eram tailandeses e eu não era tailandês, cozinhando comida tailandesa.
34:57Deve ter tido um preconceito.
34:59Pelo contrário.
35:00Não?
35:01Pelo contrário.
35:01O tailandês recebe muito bem.
35:02É que eu não sei, eu amei tanto o povo tailandês.
35:05Você não consegue enxergar ele.
35:07Eu não consigo enxergar.
35:08Percebendo mal alguém.
35:10Mas o tamanho do desafio, da responsabilidade, da pressão, que é isso.
35:17Um restaurante que está bombando, lotado todo dia e mil coisas para se controlar, que
35:23já são sabidas também, mas essa carga, assim, isso talvez tenha sido...
35:29O momento que você se sentiu pressionado.
35:30Pressionado.
35:31Pô, eu sou o único não tailandês de origem e eu estou liderando esse exército de
35:35tailandeses para fazer comida tailandesa.
35:37É tipo isso, você colocar num restaurante brasileiro alguém de fora para cozinhar nossa
35:44comida.
35:45É realmente uma pressão alta.
35:47Pressão grande.
35:48E qual que é o futuro da gastronomia pan-asiática no Brasil?
35:52A gente está pronto para abrir mais o paladar.
35:55O que você acha?
35:55Sem dúvida nenhuma.
35:57Eu enxergo esse gráfico...
36:00Acendendo.
36:01Crescente com força.
36:03Que bom.
36:04Acho que o Brasil está aprendendo a comer essa gastronomia.
36:07Está sim, sem dúvida.
36:08Está aprendendo e está com fome disso.
36:12Está descobrindo agora, assim, as grandes cozinhas da Ásia.
36:17Cozinha chinesa, que para mim é a maior cozinha do mundo, assim, sem sombra de dúvida.
36:21A mais rica, a mais complexa, mais diversa, de mais técnicas.
36:26De mais bichos também, né?
36:28De cachorro a...
36:29É, não é?
36:31Eu não diria isso.
36:32Isso é um...
36:33Acho que cai num estereótipo que polui a riqueza.
36:39É que é um país tão grande que naturalmente...
36:41Não, mas é que eu acho que, tipo assim, é um país que se come de tudo, literalmente.
36:45Que é o certo.
36:46Não, sim, mas...
36:47Para mim não foi nem no preconceito que eu falei.
36:49Eu falei mais de, tipo assim, que tem tanta...
36:52Sim, diversidade, né?
36:54Diversidade de...
36:55E é proteína, né?
36:57É isso.
36:57É proteína.
36:59Se a gente analisar historicamente e olhar para trás, sabe?
37:06Não tinha supermercado, não tinha freezer, não tinha geladeira.
37:11E tinha fome.
37:12É isso.
37:12Alimentar sua família.
37:15É...
37:16É muito bonito isso, na verdade.
37:19Se a gente analisar por outro ponto de vista.
37:23É...
37:24E sim, tem tantas cozinhas, sabe?
37:26Cozinha taiwanesa crescente aqui em São Paulo.
37:29Cozinha coreana crescente.
37:31Coreana.
37:31Cozinha tailandesa.
37:32A gente nunca teve tantos restaurantes tailandeses em São Paulo como a gente tem agora.
37:37Tem diversas...
37:38Diversos restaurantes tailandeses da comunidade tailandesa espalhados na cidade.
37:44Então, sabe?
37:45Quanto mais restaurantes tailandeses, coreano, chinês, taiwanês, vietnamita tiver, é melhor.
37:51É bom para todo mundo.
37:53A cidade se torna mais cosmopolita, né?
37:54Eu acho que ainda tem muito pouco.
37:56Tem pouquíssimo.
37:57Realmente em São Paulo.
37:58Pensar em restaurantes chinês são raríssimos.
38:00Raríssimo.
38:00Tailandês nem se fala.
38:03Eu acho que a gente teve alguns tailandeses fazendo interpretações brasileiras da comida
38:08tailandesa, mas nunca um tailandês como é o Ping hoje.
38:11Até assim, São Paulo está muito atrás no sentido de cozinhas étnicas.
38:17Sim.
38:18Você vai para grandes cidades do mundo.
38:20Você vai para Sidney, Melbourne, Vancouver, Portland, Los Angeles, Nova York, Londres.
38:25Você escolhe restaurante tailandês por região da Tailândia.
38:28Eu quero comer num restaurante do norte da Tailândia.
38:30Da China, a mesma coisa.
38:32Por região do país.
38:34Então, a gente está bem atrás, assim, por N motivos, né?
38:37Por não ter colônia, colônia ser muito pequena.
38:42Por motivos de logística e preço.
38:46Do quão caro chegam os ingredientes aqui.
38:49Supply and demand, né?
38:50A demanda.
38:52Tem inúmeros motivos.
38:53Mas a gente vem numa crescente muito grande, assim.
38:57Isso é bom para a cidade.
38:58É bom para todos nós que moramos na cidade, para quem vem visitar São Paulo.
39:02Com certeza.
39:02Gostaria que a gente tivesse mais.
39:04Pois é.
39:04Maurício, se você pudesse voltar atrás e fazer alguma decisão diferente na sua carreira,
39:09o que você teria mudado ou teria feito diferente?
39:11O que eu falo para os meus cozinheiros no Pingyang, cuidar da saúde.
39:21Que é, assim, até eles têm um privilégio que eu nunca tive.
39:25No Pingyang, todo mundo trabalha a escala 5x2.
39:28Ninguém faz hora extra.
39:29É tudo bem regradinho, assim.
39:30Tudo certinho.
39:31Mas cuidar da saúde.
39:34Cozinheiro gosta de beber muito, virar noite e depois vai trabalhar de novo.
39:38Eu fiz muito isso.
39:39É uma vida meio rockstar.
39:41É uma vida meio rockstar sem dinheiro.
39:43Noite, muito tempo em pé, muito intenso fisicamente.
39:46Muito tempo em pé, muito esforço físico.
39:49Muito exposto a álcool, a cigarro.
39:51Muito, muito.
39:53Drogas.
39:53Cozinheiro, regra geral, sempre usou muita droga, né?
39:55Muito álcool.
39:57Então, de prestar atenção na saúde, assim.
39:59Porque o nosso corpo é o que a gente faz, usa pra trabalhar, né?
40:06Se a gente não tiver saúde, a gente não consegue.
40:08Então, é de...
40:08Eu acho que tem mudado um pouco essa cultura da cozinha, né?
40:11Eu vejo cada vez mais as pessoas largando cigarro, álcool no dia a dia da cozinha.
40:16Mas é um...
40:17Bom, trabalho nesse setor há 15 anos.
40:19E eu me lembro, no começo, que, cara, era muito comum fazer o feche,
40:24abrir uma garrafa de alguma coisa e tomar mais uma, duas horas com o time
40:28e ficar até altas horas batendo papo, dando risada.
40:32E isso é um negócio que, com o tempo, a conta vai chegando, né?
40:35Exatamente.
40:36Exatamente porque a conta chega.
40:37A conta chega.
40:37Eu sempre indico.
40:38Pessoal, pega leve.
40:40Pega leve, mas faz algum esporte também.
40:43Vamos segurar um pouquinho, é.
40:44Antes da gente terminar, eu tenho mais uma última pergunta.
40:47A gente falou tanto em Tailândia que um dos sucessos recentes foi o White Lotus,
40:54que se passou na Tailândia.
40:56Não sei se você viu essa terceira temporada.
40:59Eu não vi nenhuma temporada.
41:00Bom, então fica a dica.
41:02Mas eu fiquei sabendo.
41:03Muita gente veio me falar dessa série.
41:04Então, e a minha pergunta era relacionada ao Ping Yang.
41:07Você achou que mudou, por exemplo, no começo do ano pra cá,
41:13as pessoas querendo conhecer mais da cultura tailandesa por conta de uma série?
41:19Não sei se eu consegui perceber isso de uma forma palpável por conta da série,
41:25mas percebo pelo acesso à informação, assim, de N formas, né?
41:30Que pode ser tanto essa série quanto o consumo desses programas de comida, de chefes e de viagem.
41:38Então, esse consumo vem de todos os lados, né?
41:43E isso alavanca.
41:45Isso é uma coisa que realmente alavanca.
41:47Direto eu vejo na mesa, assim, os clientes, às vezes com o celular ali,
41:50vendo um vídeo ou vendo alguma coisa, alguma foto.
41:53Isso acontece.
41:54É aquilo, é meio que um marketing que acontece naturalmente, né?
42:01É, e é natural as pessoas quererem buscar mais conhecimento,
42:04até pra criar mais conexão com o que elas estão comendo.
42:08Gastronomia é cultura, né?
42:09Querendo ou não, você ir em outro restaurante dentro da sua cidade
42:13é você conhecer o mundo novo aqui do seu lado, na porta ao lado.
42:16Sim, sim, sim.
42:18Maurício, queria muito te agradecer por essa experiência de estar aqui te escutando.
42:23lembrar um pouquinho da Tailândia, que sou fazaça,
42:28e contar um pouquinho da sua trajetória, que é um sucesso aqui em São Paulo.
42:32Muito obrigado, é um grande prazer estar aqui com vocês,
42:34compartilhar um pouquinho da minha trajetória.
42:38Boa, Maurício.
42:39E se você se inspira também com histórias reais da gastronomia,
42:42já se inscreve no nosso canal, segue também o Maurício, Maurício Sante.
42:46Maurício.Sante.
42:47Maurício.Sante.
42:48E esse episódio com, enfim, pra quem ama cozinhar e etc.,
42:53e outros episódios também estão lá no nosso canal do YouTube.
42:56É isso, até a próxima,
42:58com mais receitas da vida que dão muita água na boca.
43:01Um beijo, até a semana que vem.
43:03A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente
43:26a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
43:29Realização Jovem Pan News

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