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No Check Up desta semana, o Dr. Cláudio Lottenberg conversa com a ginecologista Dra. Ana Paula Beck sobre os diferentes momentos e fases da menopausa, abordando também como fatores genéticos e a endometriose podem influenciar os sintomas e a duração desse processo, trazendo informações essenciais para entender melhor as mudanças no corpo feminino nessa fase da vida.

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00:00Você provavelmente já ouviu que alguém estava com tanto calor que parecia que estava na menopausa.
00:09Pois é, assim como todo ser humano, as mulheres também passam por diversas fases e ciclos durante toda a vida.
00:16E um deles é o famoso e talvez temido ciclo da menopausa.
00:20As famosas ondas de calor que geralmente afetam a faixa etária de mulheres entre 45 e 55 anos.
00:26E olha, acompanha outros sintomas também, que acabam indicando o início de um novo ciclo no organismo dessa mulher.
00:33No Check Up de hoje, o Dr. Cláudio Lutenberg recebe a médica ginecologista Ana Paula Beck, uma conversa sobre menopausa.
00:40Quais são os sintomas da menopausa? Mulheres com menos de 40 anos podem presenciar a menopausa?
00:46Quais os devidos tratamentos para esse novo ciclo? Fique ligado que o Check Up está no ar.
00:51O Check Up de hoje fala sobre menopausa.
01:06O ciclo da menopausa vai além de ondas de calor durante o dia ou ainda pela noite.
01:11Essa fase traz diversos sintomas, como aumento de peso, cansaço muscular, além de mexer também com o psicológico da mulher, alterando seu humor e até agravando a sua ansiedade.
01:22A menopausa precoce, que geralmente acontece na média dos 40 anos de idade, é também uma preocupação que afeta a qualidade de vida de muitas mulheres.
01:30Para ter uma ideia, segundo os dados do IBGE, 30 milhões de mulheres estão vivendo no período entre climatério e menopausa e têm sua qualidade de vida comprometida.
01:40Isso corresponde a quase 8% da população feminina.
01:46Seja mais do que bem-vinda, Ana Paula.
01:49Obrigada, obrigada o convite. Obrigada o convite para falar sobre menopausa, que é um assunto tão importante para a gente, da saúde da mulher, as mulheres agradecem.
01:59O fim do ciclo reprodutivo fala de duas situações, climatério e menopausa.
02:05Qual a diferença entre as duas e de que maneira elas se aproximam?
02:10A menopausa é um marco, é a última menstruação.
02:14A gente considera, depois de um ano da última menstruação, que essa paciente está na menopausa.
02:20E o climatério são os anos que circundam antes e depois desse ponto, desse marco.
02:28Em geral, 5 a 8 anos antes e 5 a 8 anos depois, que são quando a gente tem todos os sintomas muito característicos.
02:38É muito comum a gente misturar e falar tudo menopausa.
02:43Ah, a paciente está na menopausa.
02:44Mas a gente usa climatério, perimenopausa, para determinar esse tempo de sintomas antes e depois.
02:54Acho que o primeiro contato que qualquer jovem tem, mesmo médico, com esses termos, acontece na sua própria casa, com a mãe, com a avó.
03:02E hoje a gente vê todo o contexto da mulher inserida no campo de trabalho.
03:07Algumas optando, inclusive, em ter filhos mais tarde.
03:10Nós vamos até falar alguma coisa sobre endometriose.
03:12Mas eu queria saber se essa mudança, ela também afeta a ocorrência da menopausa.
03:19Ela pode, de certa forma, ser retardada?
03:24Ela pode acontecer precocemente?
03:26Como é que você pode descrever esse cenário dos tempos e momentos?
03:31Infelizmente, a gente não consegue atrasar a menopausa.
03:35A gente ainda gostaria de ter essa situação, mas a gente ainda não tem.
03:39A menopausa precoce já existe, que é quando essa situação, a parada da menstruação, acontece antes dos 40 anos.
03:49E isso acontece em 1% das situações.
03:54As mulheres, sim, hoje em dia elas falam mais sobre isso.
03:58A gente estava falando como elas têm abordado mais o assunto de menopausa,
04:05porque é um assunto que as mulheres hoje estão no mercado de trabalho,
04:10hoje elas falam com as amigas, elas estão mais ativas, saudáveis,
04:15e querem também cuidar da vida, da saúde.
04:18E a menopausa, muitas vezes, tem alguns sintomas que interferem nisso.
04:22E para isso que a gente tem abordado mais o assunto.
04:25E quais são esses sintomas e, particularmente, sobre o sentido psicológico?
04:31Existe algo que a gente possa utilizar como a descrição de um perfil?
04:36Isso vem associado à depressão, à ansiedade ou isso nada tem a ver?
04:41Tem muita relação, muita relação com ansiedade, depressão, uma irritabilidade muito grande.
04:48Tem muita mulher que fala, eu não me reconheço mais.
04:52Essa é uma fala muito comum do consultório.
04:54Eu já não me reconheço, doutora.
04:56Eu era uma pessoa calma, eu vinha, eu fazia, eu trabalhava.
05:00Isso está interferindo na minha vida pessoal, está interferindo no meu trabalho.
05:04Porque eu conversava, agora qualquer coisinha eu me irrito.
05:10Isso traz uma ansiedade, porque aí a pessoa acha que por qualquer coisa vai perder o controle.
05:16Então, ela vai ficando mais ansiosa e depressiva.
05:20A depressão também é um sintoma muito comum da menopausa.
05:25Isso está sempre muito conhecido, essa correlação.
05:30Tem ainda outros, por exemplo, o sono inquieto.
05:37A gente tem uma insônia por conta dos calores noturnos.
05:41E isso traz o quê?
05:43Essa névoa mental que a gente chama hoje.
05:47A névoa mental, a paciente tem o quê?
05:50Ela tem uma perda das palavras, ela perde algumas capacidades.
05:55Algumas pessoas têm uma capacidade muito grande de fazer conta de matemática.
06:01Que ela começa a sentir essa perda dessa capacidade cognitiva.
06:06E isso está relacionado também à menopausa.
06:09Então, a gente começa a entender hoje, nessa névoa, essa incapacidade até de tomada de decisão.
06:16Isso, de certa maneira, quer dizer, dentro de um grau de conscientização.
06:20A pessoa percebe isso.
06:21O que corrobora, na verdade, por uma piora do entendimento daquele momento.
06:27Então, quando a gente fala que aqueles que convivem com uma mulher em uma fase de menopausa
06:32têm uma certa compreensão em relação ao momento, é uma afirmação correta.
06:38Com certeza, né?
06:39A gente conversa com elas.
06:42E muitas vezes eu falo, traz o seu marido.
06:45Traz o marido na consulta que eu vou conversar com ele.
06:49Eu vou explicar, vou explicar como acontece, o que acontece com os hormônios.
06:53Por que eles descem.
06:55A falência ovariana.
06:56E aí, ele vai se sentir, né?
07:00O marido, às vezes o filho ou quem estiver ao redor daquela pessoa.
07:05Para ele se sentir mais capaz de entender e apoiar.
07:10Porque a gente precisa do que?
07:12Do apoio, do entendimento.
07:14E aí, muitas vezes o tratamento, ele depende de...
07:19Ele é sutil, às vezes, né?
07:21E até que vai acertar esse tratamento, a gente precisa que eles tenham compreensão.
07:27Você falou de algo que, para mim, parece muito importante na medicina atual.
07:30O envolvimento da família no acompanhamento das doenças, né?
07:34Os desdobramentos dentro do entorno daqueles com quem você convive, né?
07:40Mas, por outro lado, claro, a gente recai na raiz da discussão da saúde, que é justamente a genética.
07:46A genética interfere na questão da menopausa?
07:48De que forma?
07:49E você enxerga no futuro alguma interferência de natureza genética
07:53que possa mudar a questão da menopausa a ponto de justamente poder prolongar o período menstrual?
07:59A gente tem, sim, uma relação genética.
08:04Tanto que a idade da menopausa da mãe, ela é um indício da menopausa da pessoa.
08:11Então, a gente sempre pergunta com que idade a sua mãe entrou na menopausa,
08:15suas irmãs, que é para a gente já entender se, de fato, ela tem ou não.
08:20Os sintomas estão próximos.
08:22Então, a gente sabe.
08:24E se aquela família é uma família que sofre muito com os sintomas,
08:31em geral, ela é uma candidata a ter os mesmos sintomas.
08:35Então, essa é uma genética que a gente sabe que está relacionada.
08:41Ainda tem alguns estudos sendo feitos com relação ao que a gente pode fazer,
08:47mas ainda são sem sucesso.
08:50A gente, para retardar, né?
08:52A gente tem muito estudo com tratamento, mas para retardar, assim,
08:57sem tratamento ainda não temos.
09:01Eu falei há pouco sobre a endometriose, falei sobre as mulheres tomando pílulas, né?
09:06Adiantando o seu período de reprodução e, logicamente,
09:10tudo uma repercussão dentro do perfil do surgimento da própria endometriose.
09:14A mulher que tem ou teve endometriose, ela tem uma interferência no tempo para o qual a menopausa irá acontecer?
09:22Ou não existe correlação nenhuma?
09:23As mulheres que têm endometriose na menopausa, elas se beneficiam da menopausa,
09:30porque elas, teoricamente, melhoram os sintomas.
09:33No entanto, elas também têm a contraindicação relativa de usar o uso do hormônio,
09:41porque elas voltam a ter dor e os incômodos da endometriose.
09:46Nesse caso, elas têm que fazer esse balanço entre os sintomas da menopausa e os sintomas da endometriose.
09:53O que, de fato, elas vão conseguir adequar nesse momento e o que vai ser mais desafiador,
10:02as dores da endometriose ou os sintomas da menopausa.
10:05Então, elas continuam sofrendo por conta da endometriose ainda na menopausa.
10:12Quer dizer, o fato de você chegar à menopausa significa que vai melhorar a sintomatologia da endometriose.
10:18Entretanto, a reposição hormonal que você usaria na menopausa faz com que reacendam os sinais,
10:24os sintomas da endometriose.
10:26Mas eu acho que não tem alguém na face da Terra que nos escuta sobre os calores, né?
10:32Você explicaria para a gente o que são esses calores e há o que fazer no sentido de amenizar?
10:37Sim. Iniciando pela parte final, tem o que fazer.
10:41Hoje a gente já tem várias medicações para tratar os calores.
10:44E por que a gente tem esses calores e esse famoso calorão das mulheres, né?
10:51Os famosos fogachos.
10:54A gente tem a queda do estrógeno, que é o principal hormônio que cai na menopausa.
10:59O estrógeno, ele regula a temperatura corporal.
11:02Então, a primeira coisa é a gente perde um pouco do controle da temperatura corporal.
11:08A segunda, o estrógeno atua também no hipotálamo.
11:12E com isso a gente perde uma segunda forma de controlar os calores,
11:18a temperatura corporal, que é central.
11:21E isso, aí quando o corpo sente o calor, a gente não consegue fazer esse controle adequadamente.
11:30Então, ela sente um calor ainda maior.
11:32E aí, por isso, a gente tem os famosos calores da menopausa.
11:36E quais são os outros sintomas que alguém que passa pela menopausa acaba tendo?
11:40A gente hoje já sabe mais de 100 sintomas, né?
11:44Os principais sintomas, além de irritabilidade, insônia,
11:50a perda dessa capacidade cognitiva, a névoa.
11:55Hoje em dia, uma das principais mais faladas é essa névoa mental,
12:00essa perda de capacidade cognitiva.
12:03que é outra queixa secura, secura vaginal, secura da boca, secura dos olhos.
12:11Então, isso também é uma queixa bem importante.
12:15Mas hoje a gente sabe, perda da própria percepção do corpo.
12:22Sabe adolescente que não sabe muito bem o tamanho do seu corpo?
12:27Na menopausa isso também acontece.
12:30Então, a pessoa tropeça mais, a pessoa esbarra nas coisas,
12:34a pessoa parece mais atrapalhada por causa disso.
12:38E vários, sim, sintomas, formigamento, tem vários sintomas
12:43que a gente pode dizer que são da menopausa.
12:46Eu posso dizer que a pandemia foi um cenário aí bastante importante
12:50para a quebra de alguns preconceitos, né?
12:53Por conta da pandemia, nós começamos a falar de depressão, falar de ansiedade.
12:57E quando chega na menopausa, a mulher tem, na verdade,
13:00muitos sintomas de natureza psicológica.
13:03Como é que você lida com o seu dia a dia
13:06com as pessoas que te procuram em menopausa?
13:09Como é que é feito esse apoio?
13:11E quanto você sente que as famílias são empáticas
13:13no sentido de dar suporte para a mulher que está ultrapassando o período da menopausa?
13:19Esse é um ponto muito importante, né?
13:21Para a gente entender a menopausa, entender a principal queixa que aquela paciente nos traz,
13:26porque, eventualmente, o tratamento não é hormônio, é um antidepressivo.
13:32A gente começa, muitas vezes, com um encaminhamento
13:36para um colega da saúde mental para tratar.
13:41E até a gente soube que os antidepressivos também diminuem os calores.
13:46Então, eles têm uma duplação.
13:50E isso ajuda, primeiro, se o sintoma for essa principal depressão,
13:56ansiedade, irritabilidade.
13:58O principal sintoma, que é quando a gente conversa na consulta da menopausa,
14:04a gente, sabendo que são tantos os sintomas,
14:07a gente tenta identificar qual o sintoma predominante
14:10para saber como a gente vai iniciar o tratamento.
14:14Se o principal sintoma for depressão, ansiedade,
14:17a gente, primeiro, tenta fazer essa consulta com o colega, né?
14:23O psicólogo, o psiquiatra.
14:25Da saúde mental.
14:25É, da saúde mental, para a gente iniciar, primeiro,
14:31com tratamento para isso.
14:34E depois, a gente vê o quanto ainda precisa ou não, né?
14:38De reposição hormonal.
14:40Para quem lida no dia a dia, as pessoas hoje não falam só em viver mais.
14:43As pessoas querem viver mais.
14:45Mas elas querem viver melhor, com qualidade de vida.
14:48E aí, eu queria entrar num aspecto que eu acho que é muito importante.
14:52Reposição hormonal.
14:54Reposição hormonal ajuda para que as pessoas se sintam com mais qualidade de vida.
14:58Quando é indicado, quando não é indicado,
15:01você é muito propositiva na indicação da reposição hormonal?
15:06Não. A reposição hormonal, ela é e ajuda, sim, a qualidade de vida.
15:11Então, hoje, eu sou muito mais propositiva.
15:14Ela não é para todo mundo, então, é só para quem pode, para quem quer, né?
15:19E, eventualmente, a gente conversa na consulta,
15:23iniciando, novamente, qual a queixa, qual o momento.
15:30E aí, a gente vai.
15:32Mas eu considero, se a paciente não tem contraindicação,
15:39uma ótima opção, porque tem várias melhorias, né?
15:43Não é só os sintomas, mas a gente hoje sabe que a perda da massa óssea,
15:48a perda da massa muscular, saúde cardiovascular,
15:51isso tudo tem benefício com o uso da reposição hormonal.
15:58Essa é a Rita Caramel, uma paciente da doutora Ana Paula Beck,
16:01que conta para a gente como foi superar os sintomas físicos e psicológicos
16:05durante a menopausa que atrapalhavam a sua rotina e qualidade de vida.
16:09Eu tinha muita tensão, assim, emocional no período pré-menstrual, né?
16:14Que é o chamado de TPM.
16:16Cheguei a fazer algumas tentativas de tratamento,
16:21mas os médicos, assim,
16:22eles falavam, ah, é uma fase natural da mulher,
16:24tipo assim, como se fosse uma condenação,
16:26você tem que passar por aquilo, né?
16:28Então, eles entravam muito, assim, com fitoterápicos.
16:30Eu tentei valeriana, mas eu tive problema de dor de cabeça.
16:33Depois, a médica tentou com cetralina,
16:36eu não me adaptei, tive problemas no trabalho,
16:38eu não conseguia tomar decisões, eu ficava com a cabeça atrapalhada.
16:42E, depois, um certo tempo, eu comecei a tomar prímula, óleo de prímula.
16:46É que eu me adaptei por um certo tempo.
16:49Aí, ele diminuiu um pouco as ondas de calor
16:52e eu achava que estava atuando um pouco na questão do humor, né?
16:58Fiquei um tempo, mas também foi, assim, provisório, né?
17:02Depois, quando veio o período da menopausa mesmo,
17:05aí isso se intensificou muito.
17:08Então, a minha dificuldade era essa,
17:10eram as reações muito exageradas, né?
17:13Você já começa a não se reconhecer muito.
17:16A Rita conta que passou por uma fase muito ruim durante o climatério,
17:19que afetou diretamente a sua saúde mental.
17:22Eu comecei a não me reconhecer, eu falava pro meu marido,
17:25parece que tem outra pessoa vivendo a minha vida.
17:27Porque eu não tinha, eu perdi a iniciativa,
17:29eu tinha um esgotamento, um cansaço.
17:31Eu falava, mas eu tô preguiçosa, que preguiça é essa?
17:33Você fica se recriminando e eu perdi o poder de decisão.
17:38Então, coisas básicas, coisas no meu trabalho.
17:40Eu tava numa sala de aula, você tem que tomar centenas de decisões
17:44num período de 45 minutos.
17:46Você tá com o aluno, você tem um plano, o plano fala,
17:49você tem que fazer outra coisa, não tem dúvida.
17:51E, às vezes, eu me via parada ali, eu falava assim,
17:52nossa, parece que tem uma nuvem, uma néboa na minha mente,
17:56que eu tô me vendo de fora.
17:58Parece que tem alguém vivendo a minha vida.
18:00Cadê aquela pessoa que tinha iniciativa,
18:03que já tinha ações rápidas?
18:05Então, isso começou a atrapalhar, inclusive,
18:07a minha produtividade no trabalho.
18:09E aí, gera um problema de autoestima também,
18:11porque você começa a se achar preguiçosa,
18:13porque tá sempre cansada,
18:14você começa a se achar incompetente.
18:17E numa fase da vida que eu acho que você tá com a sua atividade mental,
18:20no máximo, porque você já tá com uma bagagem grande,
18:22ou você já tem uma experiência,
18:24e, de repente, vem reações emocionais
18:26que fazem você agir de maneira diferente.
18:31E se você não compreende isso,
18:33eu demorei muito pra entender,
18:35se você não compreende isso,
18:36você começa a não saber como agir,
18:39começa a se recolher,
18:40começa a ficar muito introspectiva,
18:42com receio de se relacionar com as pessoas.
18:46Então, essa parte também foi bem complicada.
18:48A minha vida começou a melhorar
18:50depois que eu comecei a fazer o tratamento
18:52e acompanhamento com a doutora Ana.
18:54Porque aí, assim, além de ela me explicar,
18:56ela até me falou,
18:56isso que você tá descrevendo,
18:58essa nuvem mental,
18:59vai ter um termo médico,
19:00uma névoa mental da menopausa.
19:02Eu falei, porque assim,
19:02nossa, ninguém nunca me falou isso, né?
19:05Então, assim,
19:05eu comecei com um tratamento
19:07de reposição hormonal.
19:09Eu uso adesivos a cada quatro dias,
19:12é uma dose baixa.
19:13eu tinha um pouco de receio
19:16de entrar com esse tratamento,
19:17por conta da minha mãe já ter tido
19:19câncer no endométrio,
19:21mas ela me tranquilizou.
19:24A médica da minha mãe me disse
19:25que não era algo genético,
19:26que eu também poderia ficar tranquila.
19:28Então, assim,
19:28a primeira coisa foi o tratamento
19:30com os adesivos.
19:32Eu me vejo, assim,
19:33hoje ainda como uma paciente, né?
19:35Mas sem aquela sentença.
19:37Isso é natural,
19:38e algumas mulheres passam por isso.
19:39Infelizmente, você foi sorteada,
19:41porque era isso que eu ouvia
19:42da maioria dos médicos
19:44que me acompanhavam na época.
19:46Então, hoje, assim,
19:46eu me vejo como uma pessoa
19:47em tratamento,
19:48é uma fase natural,
19:50mas você pode ter alternativas, né?
19:52Para passar por isso
19:53de uma maneira mais confortável.
19:56O acompanhamento de um profissional
19:58qualificado faz toda a diferença,
20:01que te enxerga não como uma paciente,
20:03mas como um ser humano,
20:04como uma mulher,
20:05e tem várias questões
20:07de relacionamento,
20:08relacionamento afetivo,
20:10relacionamento familiar,
20:11a sua vida no trabalho.
20:12Então, quando a pessoa
20:14que te acompanha
20:14tem essa visão, né?
20:16E começa a trazer ali de você
20:17quais são as suas dificuldades,
20:19então, esse acompanhamento
20:20fez toda a diferença.
20:21Você tinha mencionado antes
20:23a questão do peso,
20:25eu ganhei peso,
20:26e conversando com a doutora Ana,
20:28o ano passado,
20:29eu consegui emagrecer 11 quilos,
20:31e agora eu preciso
20:33começar a atividade física.
20:34Mas com a perda de peso,
20:36já melhorou muita coisa.
20:37inclusive a sensibilidade
20:39da região genital,
20:40porque melhora a circulação,
20:42melhora um monte de coisa.
20:42Eu acho que é uma bobeira,
20:43mas assim,
20:44a própria circulação sanguínea
20:46começa a chegar nos lugares
20:47que antes não chegavam
20:48por conta da gordura
20:49e outras coisas.
20:51Então, hoje assim,
20:52eu me vejo como uma pessoa
20:53em tratamento,
20:55eu estou retomando
20:56as rédeas da minha vida,
20:58mas de uma maneira diferente.
20:59Eu não posso achar
21:00que eu vou ser a mesma pessoa
21:01que eu era antes.
21:01Tem coisas que eu tenho
21:02que me adaptar.
21:03Eu acho que o mais importante
21:04é você entender
21:05o que está acontecendo com você,
21:07entender algumas limitações,
21:08buscar soluções
21:10e tentar adaptar
21:11essa nova fase.
21:12Eu ainda estou buscando
21:13melhorar muitas coisas,
21:14ainda que eu acho
21:14que eu estou no processo.
21:17Nós ouvimos o depoimento
21:18da sua paciente Rita,
21:20e ela nos conta
21:22que apesar dos
21:22defeitos terápicos,
21:24o caso dela
21:24é um caso
21:25de difícil controle,
21:26difícil administração.
21:27para casos
21:29na qual
21:29a gente possa
21:31ter uma visão
21:31de uma menopausa
21:32mais agressiva.
21:34Só o hormônio basta
21:35ou você tem que usar
21:36mais coisas
21:37como coadjuvante?
21:39Ou se há também
21:40algum momento
21:40em que você
21:41não pode fazer nada?
21:43Então, a Rita
21:44era um caso desafiador,
21:46porque ela tinha
21:47família
21:48que tinha câncer,
21:50ela tinha até
21:51um receio de usar.
21:53E aí,
21:54a gente apoiando,
21:55eu falei para ela,
21:56não, não tem
21:57contraindicação,
21:58você pode usar.
22:00E aí,
22:01ela começou a usar
22:02o hormônio,
22:04porque o fitoterápico
22:05não vinha fazendo
22:06efeito,
22:08e aí a gente
22:10ainda precisa agregar
22:11algumas
22:11outras tecnologias,
22:14muitas vezes,
22:15porque hoje em dia
22:16tem, além do hormônio,
22:18a gente não consegue
22:19resolver, por exemplo,
22:21a secura vaginal
22:22só com o hormônio.
22:24Então, a gente pode
22:25lançar a mão
22:25de algumas energias
22:26laser,
22:28radiofrequência,
22:30isso também melhora
22:31essa questão
22:32da secura vaginal
22:34e tem ainda
22:36outras questões
22:37que a gente
22:38continua também
22:39tratando.
22:40Eu sempre brinco
22:41com os meus pacientes
22:42e falo, olha,
22:43essa aqui tem a receita
22:44do médico
22:44e aqui tem a receita
22:45das mães.
22:47No caso
22:48daquilo que envolve
22:49hábitos alimentares,
22:51as questões relacionadas
22:53à atividade física,
22:54que todos nós repetimos,
22:56de fato,
22:57isso é verdadeiro
22:59na questão da melhoria
23:00dos sintomas
23:01da menopausa?
23:02Não, isso é muito verdadeiro.
23:04Isso é, assim,
23:05primordial.
23:06Isso é uma coisa
23:07que eu sempre falo
23:08para os pacientes,
23:09que não adianta
23:10a gente só
23:10usar a medicação,
23:13né?
23:13A medicação
23:13é uma parte
23:14e a gente tem que fazer
23:15a nossa, né?
23:16A nossa parte é
23:18fazer uma boa alimentação
23:21para a menopausa.
23:22O que é importante
23:24a gente atentar
23:25na alimentação?
23:27Vitamina D,
23:29leite,
23:30porque o cálcio
23:31é muito importante
23:32para a perda
23:33da massa óssea,
23:34né?
23:37Grãos.
23:38Tem vários alimentos
23:39saudáveis
23:40que fazem parte
23:42da alimentação
23:43na menopausa.
23:44atividade física
23:46sempre, né?
23:47Porque isso vai manter
23:49ainda
23:50a parte muscular,
23:52a parte óssea,
23:54manter a saúde,
23:55reduz o estresse,
23:57o bom hábito
23:57de sono.
23:58Então,
23:59quando a gente já,
24:00a menopausa,
24:01ela impacta o sono,
24:03ela traz insônia.
24:05Então,
24:05a gente tem que
24:06fazer a higiene do sono
24:07e, no caso
24:08do sono não estar bom,
24:10a gente ainda vai,
24:11muitas vezes,
24:11precisar entrar
24:12com medicação.
24:14e manutenção
24:16do estresse.
24:17Então,
24:18o que a gente pode fazer
24:19para a manutenção
24:20do estresse
24:20dessa paciente?
24:22Se ela gostar,
24:25né?
24:25Eu sempre falo,
24:26todo mundo é mindfulness,
24:28meditação,
24:29não é para todo mundo.
24:30Mas,
24:31se ela gostar
24:31e achar que dá
24:32para fazer
24:33uma atividade
24:33meditativa,
24:34ótimo.
24:35Se não gostar,
24:36se não quiser fazer,
24:37tem que fazer
24:38alguma coisa
24:39que faça
24:40essa mediação
24:41do estresse.
24:41cada um tem
24:42uma coisa,
24:43um pinta,
24:44outro lê.
24:46Cada um tem
24:46que ter uma coisa
24:47que consiga entender
24:49como mediar
24:50esse estresse.
24:50Na menopausa,
24:52mediar e saber
24:53como regular
24:54o seu estresse
24:55é muito importante.
24:56E preventivamente,
24:58algo a mais
24:58além da alimentação
25:00e da atividade física?
25:02Ainda,
25:03além de tudo isso,
25:04eu sempre digo
25:04que ter boas relações,
25:07relações familiares
25:08e com amigos
25:09também ajudam.
25:10Mas,
25:11a atividade física,
25:12a alimentação
25:13e o sono
25:14são os pilares
25:15que vão
25:16manter a saúde
25:18dessa paciente.
25:21O Brasil,
25:22a mulher brasileira,
25:23ela é consciente
25:25da questão
25:26da menopausa
25:27ou falta
25:28um pouco
25:28de política pública
25:30que possa não só
25:31valorizar a mulher,
25:32mas trazer a ela
25:33esse grau de consciência?
25:35No Brasil,
25:36ainda falta.
25:36A gente ainda peca
25:38porque agora
25:40a gente começou
25:41a falar mais,
25:42agora as mulheres
25:43estão ficando
25:45mais conscientes
25:47e se fortalecendo
25:49para falar
25:49que estão na menopausa,
25:50porque antigamente
25:51a gente tinha vergonha
25:52de estar na menopausa,
25:54entendeu?
25:54Então,
25:55as mulheres no mercado
25:55de trabalho
25:56tinham vergonha
25:57de falar
25:57que estavam na menopausa,
25:59isso não era bem visto,
26:01a pessoa podia entender
26:03como elas estavam
26:03fora do mercado
26:05e agora
26:06as pessoas
26:07estão começando
26:08a entender
26:09a importância
26:10de falar
26:10e que não,
26:12a mulher continua jovem,
26:14a mulher
26:14vai ficar
26:1530 anos
26:17na menopausa,
26:18mais ou menos.
26:19Então,
26:20parte da vida
26:20da mulher
26:21é na menopausa.
26:22Se a gente não falar,
26:23não entender
26:24e não dar suporte
26:26para essas mulheres,
26:27elas passam
26:28muito tempo sofrendo,
26:29as mulheres passam
26:30muito tempo sofrendo
26:30com a menopausa.
26:32Não precisa disso,
26:33hoje a gente
26:33não precisa mais disso.
26:35Mitos e verdades
26:37Comer a mora
26:40retarda o surgimento
26:42da menopausa?
26:43Não retarda,
26:44mas melhora os sintomas.
26:46Tanto a mora
26:46quanto todas
26:48essas frutas vermelhas,
26:50cereja também,
26:51elas ajudam
26:52nos sintomas.
26:53Quer dizer,
26:53isso é uma verdade.
26:54Verdade.
26:55Em relação
26:56à terapia
26:57de reposição hormonal,
26:59ela pode ser feita
27:00em qualquer mulher,
27:01isso é um mito
27:02ou uma verdade?
27:03Isso é mito.
27:04Todas as mulheres
27:05não.
27:05Algumas mulheres
27:06em vigência de câncer
27:07não podem,
27:08outras que têm
27:09trombose
27:11não podem,
27:12então elas precisam
27:13ser avaliadas.
27:14Menopausa
27:15aumenta o risco
27:16de doença cardiovascular,
27:18verdade?
27:19Verdade.
27:20Por isso que a gente,
27:21muitas vezes,
27:22eu sou propositiva
27:23no uso
27:24da reposição hormonal
27:25para reduzir
27:27um dos riscos
27:28cardiovasculares,
27:29um deles.
27:30E a mensagem
27:31que todo mundo
27:31quer escutar,
27:32é mito
27:33de que a menopausa
27:34é sinônimo
27:35de velhice?
27:36É,
27:36lógico que é mito.
27:39A mulher não pode
27:40com 50 anos,
27:42hoje,
27:43hoje a mulher
27:43com 50 anos,
27:44ela está fazendo tudo,
27:46ela está trabalhando,
27:47ela está no mercado
27:49de atividade física,
27:52ela faz a atividade física
27:53que ela quiser,
27:54ela pode estar
27:55em qualquer lugar.
27:56então mulher não pode
27:57ser considerada velha
27:59com a mulher menopausada.
28:02O check-up de hoje
28:03recebeu a Ana Paula Beck.
28:04Ana Paula,
28:05muito obrigado,
28:06foi um prazer
28:07conversar com você
28:08sobre o tema
28:09tão importante
28:10que é a menopausa.
28:12Eu que agradeço,
28:13agradeço muito
28:14por ter estado aqui,
28:15foi um prazer
28:16e um prazer de novo
28:17poder apoiar
28:18nossos pacientes,
28:20nossas mulheres.
28:21O nosso check-up
28:22de hoje
28:23fica por aqui.
28:24Nosso aluno
28:24sobre a menopausa
28:25e semana que vem
28:26nós voltamos.
28:27Estaremos aqui
28:28presentes
28:29na nossa
28:29Jovem Pan News.
28:31Se você tem dúvidas,
28:32sugestões,
28:33quer falar alguma coisa,
28:34por favor escreva
28:35para
28:36doutorcláudio
28:37arroba
28:38jovempan
28:39ponto com
28:40ponto br.
28:42No check-up de hoje
28:42você viu
28:43por que tantas mulheres
28:44sofrem com a menopausa?
28:46Qual o motivo
28:47do calor repentino
28:48e agressivo
28:49durante esse período?
28:50Quais as prevenções
28:51para não passar
28:52por uma menopausa ruim?
28:53como afeta
28:55a qualidade de vida
28:56das mulheres
28:56e os tratamentos
28:58para a menopausa?
29:06CICAP Jovem Pan
29:07Condutor Cláudio Lotenberg
29:10A opinião
29:13dos nossos comentaristas
29:14não reflete
29:15necessariamente
29:16a opinião
29:17do grupo
29:17Jovem Pan
29:18de comunicação.
29:23Realização
29:24Jovem Pan News
29:25Jovem Pan News
29:26Jovem Pan News
29:28Jovem Pan

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