Lula responde críticas de Javier Milei ao Mercosul e defende união do bloco econômico

Jovem Pan - 3 em 1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) respondeu, nesta quinta-feira (3 de julho), as críticas do presidente da Argentina, Javier Milei, ao Mercosul, defendendo a união do bloco econômico.  Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/  Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews  Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S  Entre no nosso site: http://jovempan.com.br/  Facebook: https://www.facebook.com/jovempannews  Siga no Twitter: https://twitter.com/JovemPanNews  Instagram: https://www.instagram.com/jovempannews/  TikTok:  https://www.tiktok.com/@jovempannews   Kwai: https://www.kwai.com/@jovempannews  #JovemPan

Transcript

00:00O presidente Lula afirmou hoje que estar no Mercosul protege os países que integram o bloco.

00:07O André Anelli chega diretamente de Brasília, trazendo todas as informações.

00:11André Anelli, fala pra gente. A fala do presidente Lula foi uma resposta ao presidente argentino, Javier Milley,

00:17pelas suas ações individuais, as suas tentativas. É isso, André Anelli? Boa tarde, bem-vindo.

00:24É isso mesmo, Kobayashi. Muito boa tarde a você também e a todos aqui no 3 em 1 da Jovem Pan.

00:30O presidente da Argentina, Javier Milley, havia feito críticas de que o Mercosul, o bloco econômico que reúne, então,

00:37alguns países da América do Sul, seria uma espécie de cortina de ferro e estaria atrapalhando negociações comerciais internacionais da Argentina.

00:48E diante dessas declarações, dessas críticas ao bloco econômico, o presidente Lula, que agora, então, representando o Brasil,

00:56assume também a presidência do Mercosul, fez uma defesa do grupo, dizendo que trata-se de um grupo que prevê, ali entre os seus membros,

01:07uma certa estabilidade em um momento em que ocorre instabilidade comercial, política internacional.

01:14E o presidente Lula também acabou elencando cinco prioridades em relação ao mandato dele, consequentemente ao mandato do Brasil,

01:23na presidência do Mercosul. O fortalecimento comercial com parceiros externos, o enfrentamento à mudança climática e a promoção da transição energética,

01:32o desenvolvimento tecnológico, o combate ao crime organizado e a promoção de direitos dos cidadãos sul-americanos.

01:39O presidente Lula também defendeu um maior apoio comercial e maiores diálogos com alguns países,

01:47a exemplo de Canadá e Emirados Árabes Unidos, para aumentar a parceria comercial com esses países

01:53e, principalmente, aumentar a parceria com o continente asiático.

01:59E, ainda, o presidente Lula defendeu também o emprego de moedas locais, ao contrário do dólar americano,

02:05para que essas transações internacionais sejam feitas de forma mais benéfica aos membros do Mercosul.

02:13O presidente Lula disse que o Brasil, assumindo, então, a presidência do Mercosul,

02:18vai servir como um momento para que o bloco faça uma reflexão a respeito do posicionamento dos países membros

02:25no tabuleiro político internacional.

02:27A presidência brasileira representará uma oportunidade para refletir sobre o lugar que almejamos ocupar

02:36no novo tabuleiro global.

02:39Nesse esforço, será imprescindível conferir prioridade a cinco questões.

02:46A primeira delas é o fortalecimento do comércio entre nós e com os parceiros externos.

02:52Ainda há fronteiras a ultrapassar, como a inclusão dos setores automotivo e açucareiro em nossa união aduaneira.

03:03Adiar essa tarefa significa sacrificar o potencial estratégico do bloco na produção de veículos elétricos e biocombustíveis.

03:12Não se constrói prosperidade apenas com grandes negócios.

03:17É necessário reativar o fórum empresarial do Mercosul e oferecer maior apoio a pequenas e médias empresas.

03:26E o presidente Lula, ainda nesse discurso, acabou defendendo também o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia,

03:38acordo esse que ainda está em análise por parte da Comissão Europeia,

03:43mas que tem alguns membros daquele grupo contrários à assinatura desse acordo.

03:47A exemplo da França, que alega que seriam disputas desiguais dos produtores rurais, principalmente brasileiros, com os produtores rurais franceses.

03:58Mesmo assim, o presidente Lula defendeu, então, de se acreditar que esse acordo entre os dois blocos econômicos vai ser assinado.

04:06E, mais uma vez, voltou a enfatizar a importância da expansão de parcerias comerciais em outras partes do mundo.

04:13Estou confiante de que, até o fim deste ano, assinaremos os acordos com a União Europeia e com a EFTA,

04:23criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo.

04:28Também avançaremos nas tratativas com o Canadá e Emirados Árabes.

04:33Na região, é preciso trabalhar com o Panamá e a República Dominicana e atualizar os acordos com o Colômbia e Equador.

04:43É hora de o Mercosul olhar para a Ásia, centro dinâmico da economia mundial.

04:50Lembrando que essas declarações e também as declarações anteriores do presidente da Argentina, Javier Milley,

05:00todas elas foram dadas nesse encontro do Mercosul, da cúpula, dos membros, então, desse grupo político e econômico.

05:08E esse encontro que acontece em Buenos Aires, na Argentina, acabou colocando frente a frente tanto Javier Milley quanto Lula,

05:16eles que já tiveram trocas de farpas pelas redes sociais, pela televisão, enfim,

05:21e que agora estiveram frente a frente para a Argentina passar ao Brasil a presidência do bloco econômico,

05:27ainda que a Argentina tenha o seu presidente, de certa forma, contrário à continuidade no bloco econômico.

05:33Mas essa transferência, então, da presidência foi feita de forma pacífica e conforme previa também todo o regramento interno do bloco.

05:42Kobayashi.

05:43Muito obrigado, André Anelli. Até daqui a pouquinho, quando você volta, com mais informações.

05:48Por aqui, deixa eu já gerar os nossos comentaristas.

05:50Meu querido Gustavo Segret, quero começar contigo.

05:53Essa fala do presidente Lula, falando que a presença brasileira ali protege o bloco, é uma indireta para Javier Milley?

06:02Não, é uma indireta para não sei quem, porque não entendi a que o presidente se refere.

06:07Qual é a proteção? Os países do Mercosul não precisam de nenhuma proteção, e muito menos do Brasil.

06:11Eles têm igualdade no voto, não interessa o tamanho da economia, a quantidade de população.

06:17O voto da Uruguai, Paraguai, Argentina, Brasil e com a adição da Bolívia é um voto por país.

06:24E se não resolvem entre todos, por unanimidade, o acordo com quem quer que seja, do que quer que seja, não prospera.

06:33Então, não entendi qual é a proteção que ele está se referindo.

06:36Talvez seja a proteção para Cristina Fernandes de Kirchner, uma presa condenada, que pela segunda vez o presidente está fazendo a vergonha de ir visitar uma condenada,

06:46quando já trouxe outra condenada para o Brasil do Peru.

06:50Talvez seja essa proteção que ele está se referindo, mas não precisa de nada.

06:53O Mercosul está em um bloco engessado.

06:57O presidente Lula está indicando a necessidade de aumentar a quantidade de comércio entre os países.

07:03Para isso, você precisa ter demanda, por um lado, e competitividade da outra.

07:07A demanda já chegou num ponto que eu acho que não vai conseguir melhorar muito.

07:11A competitividade, por exemplo, hoje da Argentina, está muito comprometida.

07:15Taxas de juros altas, um valor do dólar que está travado, então o preço dos produtos argentinos ficou caro.

07:22Mas não tem nada a ver com proteção, não é o objetivo.

07:26Se você vê Mercosul, objetivos, nenhum deles diz se proteger a ninguém de nada.

07:32E aí vem a outra.

07:33Estamos todo mundo falando, Mercosul com a União Europeia, eu desafio e convido a qualquer pessoa que está nos assistindo

07:40a levar o secador, o carregador do celular para a Argentina e não vai conseguir colocar na tomada,

07:44porque o Mercosul não tem homologado sequer a tomada.

07:48Então está faltando muita coisa no Mercosul e falo com muita propriedade.

07:52Fui consultor do BIDI, Banco Interamericano de Desenvolvimento para a Harmonização do Comércio entre o Mercosul.

07:58Sabe o que deu?

07:59Nada.

08:00Quem já está conosco é o José Maria Trindade, diretamente de Brasília.

08:04José Maria, bem-vindo, boa tarde.

08:06Quero também a sua análise sobre essa participação do presidente Lula no bloco do Mercosul,

08:10mas, claro, com essa questão do encontro com o Javier Miley, um, claro, opositor de ideias.

08:18Como é que você vê esse encontro e essa presença do presidente Lula no Mercosul?

08:24Quer dizer, o Mercosul é um bloco necessário, mas já foi muito mais importante.

08:28Obrigado, Kobayashi.

08:29Um abraço aí a Segre, a Alan e o Pipernia, todos que nos acompanham aqui.

08:35Olha, eu me lembro da elaboração do Mercosul, do debate inicial do Mercosul,

08:40no sentido de que todas as regiões estavam se fechando em bloco,

08:45e aí o José Sarney teve um grande trabalho e assinou, acho que em 91,

08:50a criação do Mercosul exatamente para proteger o Bloco Sul,

08:54e havia uma previsão de crescimento deste bloco e de outros.

08:59A gente tem que admitir que o Brasil é o maior parque industrial da América do Sul,

09:05é o maior país e é, sim, o grande país do Mercosul.

09:09Sem Brasil e Argentina, o Mercosul não existe.

09:12São os dois países que fazem ali o Mercosul forte, o Mercosul prosperar.

09:20É uma realidade.

09:21Se o Brasil sai ou coloca ou impõe condições especiais aos outros países,

09:27aí a dificuldade cresce enormemente.

09:29E por ser o líder, o Brasil tem feito concessões atrás de concessões,

09:35principalmente no comércio ali de salvaguardas,

09:38que o próprio bloco admite para cada país fazer a sua proteção.

09:44Ainda não acabou a era dos blocos comerciais,

09:46tanto é, sim, que existe essa tentativa aí do Lula de criar,

09:50de fazer um acordo entre o Mercosul e o Bloco da União Europeia, né?

09:55Mas ele quer dizer que o Brasil é o grande fiador do Mercosul,

10:00pelo tamanho, pela importância, pelo PIB até,

10:04ou seja, o Brasil e a Argentina é que fazem o Mercosul.

10:08Talvez seja isso que o presidente Lula queira fazer.

10:12O Milley tem ideias contrárias ao Mercosul, isso é claro.

10:16A gente vê que ele tolera o Mercosul,

10:19ele quer fazer alianças entre a Argentina e outros países,

10:24e isso é possível.

10:26Se for pensar só na Argentina, a Argentina perde.

10:29Se ficar restrita ao Mercosul, ela sozinha pode fazer alianças,

10:33pelo menos é o que ele pensa.

10:35Com os Estados Unidos, com alguns países da Europa,

10:38e se sai comercialmente, é muito melhor.

10:41O Milley tem uma cabeça muito ali, liberal, de comércio,

10:45de resultado do país, no sentido econômico.

10:48É isso e essa gestão que ele está fazendo,

10:51e neste momento é o que a Argentina está precisando e muito.

10:55Então, o Mercosul, com o Lula, vai tentar dar uma melhorada,

11:00dar uma oxigenada,

11:01que houve momentos que eu pensei que o Mercosul ia extinguir.

11:04Quero também a sua análise, senhor Fábio Piperno,

11:08a respeito deste encontro e de uma grande esperança do presidente Lula,

11:13que é justamente durante a sua presidência,

11:15no bloco do Mercosul, no Brasil que está assumindo hoje,

11:18de realizar o acordo Mercosul-União Europeia.

11:21É possível?

11:22É possível, mas é claro que ele está fazendo uma aposta de risco.

11:25Está todo mundo gravando essas manifestações do presidente Lula,

11:29gravando que esse acordo vai sair durante,

11:33nesse semestre em que ele estará à frente do bloco.

11:37Claro que se isso não for possível, não for alcançado,

11:41se esse objetivo não for contemplado,

11:44Lula terá dado munição para que seus críticos apontem o dedo.

11:49E aí, cadê o acordo?

11:51É, então, é sim uma aposta de risco,

11:55até porque não depende apenas das ações e das intervenções dele.

12:00De qualquer forma, ele também sabe que, do outro lado do Atlântico,

12:05vários países do bloco europeu têm se movido

12:09no sentido de apressar a aprovação desse bloco.

12:12Inclusive a Alemanha, que é a maior economia da região,

12:15que vai, aos poucos, tentando dobrar, então,

12:19a oposição aberta e clara da França desde sempre.

12:23Lá na Europa é uma briga boa.

12:25Se dá uma briga, uma boa queda de braços,

12:27embora hoje a tendência seja,

12:31pela maioria dos países, aprovando a instalação do bloco.

12:36De qualquer forma, isso é uma expectativa,

12:40não é ainda uma certeza.

12:42Agora, quando ele diz que a região hoje do mundo

12:46que apresenta o maior dinamismo comercial é a Ásia,

12:50nesse sentido ele está correto.

12:52Olha só, Alangani, eu quero trazer para você

12:54uma manifestação do presidente argentino

12:56a respeito do Mercosul nesse encontro.

12:59Ele disse o seguinte, olha só,

13:00se o Mercosul foi criado com a intenção nobre

13:02de integrar as economias da região,

13:04em algum momento esse norte foi afundado

13:07e a ação comercial conjunta

13:09terminou por prejudicar a maioria dos nossos cidadãos

13:13em prol de privilegiar alguns setores.

13:16Então ele tem essa crítica aos acordos em bloco

13:20por parte do Mercosul.

13:21Como é que você analisa essa manifestação do presidente argentino?

13:25Você sabe que quando eu cheguei na Jovem Pan,

13:28fizeram um comentário no chat

13:30dizendo que eu tinha ideias muito parecidas com a do Milley.

13:33Cabelo, eu achei que era só o cabelo, as ideias também.

13:37E aí, novamente, eu concordo com o Milley,

13:41absolutamente com o Milley.

13:43Por quê?

13:44Porque ao adotar uma tarifa externa comum,

13:47você engessa o Mercosul.

13:51Você não permite acordos bilaterais.

13:55Então, provavelmente, se não fosse pelo Mercosul,

13:58você teria mais liberdade, o Brasil, por exemplo,

14:00de buscar um acordo com a China, por que não?

14:03De buscar um acordo com o Chile,

14:05de buscar um acordo com os Estados Unidos,

14:09como o Chile fez.

14:10O Chile tem acordos de livre comércio com os próprios Estados Unidos,

14:14com países da Ásia,

14:15porque ele não está engessado.

14:17Então essa ideia da tarifa externa comum,

14:20de vamos criar aqui um bloco,

14:22todo mundo pensando em conjunto,

14:24eu não vejo vantagens nisso.

14:26Pelo contrário,

14:27o que eu vejo de vantagem é ter o livre comércio,

14:31mas sem a necessidade,

14:33sem a obrigação da tarifa externa comum.

14:36Ou seja,

14:37eu defendo o Mercosul como um bloco comercial,

14:39mas não como uma união aduaneira.

14:42O Gustavo Segre pediu para falar.

14:43Eu já acrescento, então, para a sua manifestação, Segre.

14:46O presidente argentino completou a barreira que levantamos

14:50para nos proteger comercialmente,

14:52em um momento que considerávamos valioso,

14:54terminou por nos excluir do comércio e da competição globais

14:58e acabou castigando nossas populações com bens piores

15:01e serviços a preços piores.

15:04Foi o que disse o presidente argentino.

15:05E por essa fala do Millet,

15:06eu acho que a fala do presidente Lula

15:08tomou a palavrinha essa,

15:10proteger,

15:11para ser o contraponto do Millet.

15:14Me dá toda a sensação.

15:16Conheço muito bem a questão do Mercosul.

15:19Participei do origem do Mercosul

15:21para complementar a fala de Semaria.

15:24O Mercosul começa com o acordo de complementação econômica

15:27AC-14 entre Argentina e Brasil.

15:29Sarney e Alfonsim.

15:31Foi ampliado através da assinatura do Tratado de Assunção

15:34em 1991 com o acordo de complementação econômica

15:37número 18.

15:38A partir daí é que começa o Mercosul.

15:41Objetivos do Mercosul.

15:43Eliminação das barreiras tarifárias e não tarifárias

15:46entre os países membros.

15:47Adoção de uma tarifa externa comum,

15:49que é o que temos hoje.

15:51Coordenação de políticas macroeconômicas.

15:53Livre comércio de serviço.

15:55Livre circulação de mão de obra.

15:57E livre circulação de capitais.

15:58Não tem em momento algum

16:00nada que proteja ninguém do nada.

16:02Não tem.

16:03Não existe essa proteção.

16:05O que o Millet falou,

16:06inclusive com todas as palavras,

16:08se o Mercosul continuar nessa linha,

16:10a Argentina vai dar tchauzinho no ano que vem.

16:12Foi isso que ele falou.

16:14A única problemática,

16:16o único empecilho que tem para a Argentina sair

16:18é a tarifa externa comum.

16:20Porque hoje,

16:22se a Argentina manda um produto para aqui,

16:23o Brasil manda um produto para a Argentina,

16:25a tarifa de importação desses produtos é zero.

16:28E é o único motivo de hoje ter o Mercosul válido.

16:31Se eu tenho um produto registrado aqui,

16:35na Anvisa ou no Mapa,

16:36e eu quero exportar para a Argentina,

16:38eu tenho que fazer o mesmo registro lá na Máteo ou no Senasa.

16:42Se é a Argentina que tem o registro,

16:45o Brasil não toma o registro,

16:47temos que registrar de novo.

16:49Ou seja,

16:49a burocracia dentro do Mercosul é absurda.

16:52Então, o único motivo é tarifa externa comum,

16:55união alfandegária.

16:56Para quê?

16:57Se um produto dos Estados Unidos ou de qualquer país

17:00chega para o Uruguai,

17:01chegue com a mesma alíquota de importação

17:03em qualquer um dos quatro.

17:05Se a Argentina sai,

17:06isso não é um problema por si.

17:08Pode ser.

17:09Inclusive que Brasil e Argentina digam

17:11vamos manter a nossa livre comércio

17:14de zero alíquota em qualquer um dos países

17:16e cada um faz o acordo que quiser.

17:19Mas para que a Argentina saia,

17:21não é uma determinação presidencial.

17:23Tem que ser aprovado pelo Congresso.

17:25Com a conformação da Argentina hoje do Congresso,

17:28eu duvido que passe.

17:29Mas tem eleições em outubro.

17:30Então vamos pensar nessa hipótese aí,

17:32Fábio Piperno.

17:32Quero a sua opinião.

17:33Vamos supor que o presidente Milley

17:35faça lá uma proposta,

17:36isso ganhe força

17:38e tenha a aprovação necessária na Argentina.

17:41E a Argentina sai do Mercosul.

17:42Quem é que ganha

17:44e quem é que perde

17:45nessa possível saída da Argentina do Mercosul?

17:49Bom, eu acho que num primeiro momento,

17:50claro que o bloco perde.

17:52Vai perder a sua segunda economia mais importante

17:54e a Argentina vai tentar, enfim, se virar.

17:57Vai tentar aí começar a participar

17:59de cadeias globais de produção.

18:00Vai tentar buscar acordos de livre comércio

18:03com outros países.

18:04O Uruguai, por exemplo, recentemente,

18:07tentou fechar um acordo de livre comércio

18:09com a China.

18:10Não conseguiu exatamente,

18:11porque ele está dentro do Mercosul.

18:13Agora, eu acho que, de fato,

18:18é óbvio que todo mundo joga um pouquinho

18:21para a torcida,

18:22inclusive o presidente argentino,

18:24porque se, por acaso,

18:27for fechado o acordo com a União Europeia,

18:30aí a configuração desses discursos

18:32todos acabam mudando.

18:34Por quê?

18:34Porque aí, obviamente,

18:36o bloco fica maior,

18:38fica muito mais robusto,

18:39integrando milhões e milhões

18:42e milhões de consumidores a mais.

18:44Você concorda, Langani?

18:45Não, concordo.

18:46Só que é difícil, né,

18:47essa integração com a União Europeia.

18:49Evidentemente que tem uma janela

18:50de oportunidade.

18:52O presidente Lula assume, né,

18:54a presidência aí do Mercosul.

18:56Mas, principalmente,

18:57essa janela de oportunidade

18:58pela guerra tarifária dos Estados Unidos

19:01com vários países.

19:02E aí, evidentemente,

19:03que esses países acabam buscando alternativas.

19:06Agora, é claro que não é tão simples.

19:10De qualquer modo,

19:11eu ainda continuo

19:13com a defesa do livre comércio,

19:15a defesa do bloco comercial,

19:17mas sem a necessidade

19:18de uma união aduaneira

19:20e adotar uma tarifa externa comum.

19:22A guerra tarifária instaurada pelo presidente Trump

19:27é também um impulso a mais

19:29para que se chegue a um bom acordo

19:31União Europeia e Mercosul.

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