Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • anteontem
Iniciativa oferece técnicas práticas de proteção e incentivo à autoconfiança feminina.
--------------------------------------
🎙️ Assista aos nossos podcasts em
http://tribunaonline.com.br/podcasts

📰 Assine A Tribuna aqui
https://atribunadigital.com.br/assinatura/

💻 Fique bem informado com as notícias do Brasil e do Mundo aqui
https://tribunaonline.com.br

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Olha gente, diante dos índices de violência contra a mulher no Espírito Santo, uma iniciativa busca transformar medo em força e informação.
00:09Veja na reportagem de Matheus Souza e Alex Nepomuceno.
00:13Fui nesse ginásio em Itaparica, Vila Velha, que mulheres de todas as idades se reuniram para algo maior do que aprender golpes.
00:21Reagiram a uma violência que não dá trégua.
00:23Notícias que se repetem, como a da jovem de 22 anos, atacada enquanto passeava com um cachorro na serra.
00:31Ou o caso que mais tocou o professor Adriano Dutra, o de Dona Iracy, de 66 anos, morta após desaparecer durante uma simples caminhada em Cariacica.
00:42O workshop tem a proposta, dentro da minha experiência marcial, de oferecer ferramentas reais para aplicação em situações de rua, situações domésticas.
00:55E com isso eu chamei alguns instrutores, que são formados por mim também, para a gente oferecer esse workshop completamente gratuito. E não vai ser o primeiro.
01:02O Espírito Santo segue entre os líderes nacionais em registros de agressão contra a mulher.
01:07Foram mais de 10 mil casos de violência doméstica em apenas seis meses, além de 14 feminicídios.
01:14Números que não deixam dúvidas. Viver, para muitas, é sobreviver.
01:19Já passei, infelizmente, por alguns assaltos, inclusive assaltos de rua, da pessoa chegar, empurrar, puxar o celular.
01:27E já passei também assalto no trânsito. Parada, o meliante me pegou, me abordou e levou meu carro.
01:35E é claro, armado, a gente sabe que a gente nunca pode reagir. Mas dependendo do caso, dá para você se defender.
01:42Para muitas, era a primeira vez. Olhos atentos, movimentos repetidos.
01:47Mas o que se buscava, e além da técnica, era confiança na própria pele.
01:52Várias já sentiram o peso da violência. E sabem que com o mínimo de preparo, o fim de muitas histórias poderia ter sido diferente.
02:00Eu acredito que se eu tivesse tido uma noção básica de defesa, eu acho que eu teria tido uma forma de me defender, defender os que estavam próximos a mim e que não me ocorreu.
02:12O objetivo não é ensinar a lutar, é devolver o controle. Lembrar que o medo não pode ser rotina e que toda mulher merece voltar a confiar em si, nos outros e na própria sociedade.
02:24A minha intenção é fazer com que elas nunca percam o medo, mas que elas nunca tenham um pânico.
02:31O medo, ele te deixa em estado de alerta. E quando você sabe o que precisa fazer, você domina esse medo.
02:38E quando você tem conhecimento, você consegue sobrepujar o adversário.
02:43Porque conhecimento é poder. E quando o ataque é geralmente a uma mulher, a tendência do mais forte é inclusive subestimar o mais fraco.
02:54A violência não tem cor, não tem classe, mas tem gênero. E quase sempre o alvo tem nome de mulher.
03:00Entre os participantes, rostos conhecidos, como o da jornalista Júlia Cássio, que carrega o peso de noticiar tantas histórias de dor e que agora também aprende a reagir.
03:11Acho que todo mundo que circula por aí, anda por aí, está sujeito a algum tipo de violência.
03:15Mas a gente que é mulher especificamente, a gente já sai na rua com medo de sofrer alguma violência, principalmente sexual.
03:22E principalmente a gente que noticia esses casos com frequência, né, Matheus?
03:26A gente vê que muitas das vezes as mulheres poderiam ter evitado, poderiam ter se protegido, né?
03:32Não que a vítima não deixe de ser a mulher, mas poderia ter se protegido.
03:36Então eu vim aqui hoje justamente nesse lugar pra poder saber agir nessas situações.
03:42Quem sabe também passar pra frente pra outras mulheres, são dicas práticas, mas que podem ser decisivas em momentos desafiadores, né?
03:49Quando a aula termina, a luta continua.
03:52No corredor escuro, na rua vazia, no ônibus lotado.
03:56Não dá mais pra aceitar o papel de vítima anunciada.
03:59Talvez a sociedade ainda fale, mas aqui elas descobriram outra forma de existir.
04:04E agora a pergunta que fica, quanto vale saber se defender?
04:08A mulher tem passado por situações reais de violência, né?
04:15Tanto doméstica quanto na rua, e realmente precisa estar munida de ferramentas que possam se defender.
04:22Nós mulheres, nós já somos pelo organismo mais frágeis.
04:25O homem, ele tem mais força, então a mulher, ela tendo a técnica, ela vai conseguir superar essa força se defendendo.
04:34Pois é, gente, as políticas públicas precisam ser reforçadas.

Recomendado