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O Papo Antagonista exibiu nesta terça-feira, 30, um resumão histórico das relações entre o lulismo e a ditadura erguida por Hugo Chávez e mantida por Nicolás Maduro na Venezuela, com as participações do ex-marqueteiros do PT João Santana e de sua esposa Mônica Moura, além dos negócios envolvendo as empreiteiras Odebrecht, atualmente Novonor, e Andrade Gutierrez.

Felipe Moura Brasil, Carlos Graieb e Duda Teixeira comentam:

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00:00Atenção agora para um resumão histórico que você só vê aqui no Papo Antagonista das relações entre o lulismo e a ditadura erguida por Hugo Chávez e mantida por Nicolás Maduro na Venezuela, com as participações dos ex-marqueteiros do PT João Santana e de sua esposa Mônica Moura, além dos negócios envolvendo as empreiteiras Odebrecht, atualmente Novo Honor e Andrade Gutiérrez.
00:19Vamos começar em março de 2008, quando Hugo Chávez contou como conheceu Lula. Ele repudiava ao vivo da Praça Caracas, na TV, o bombardeio colombiano que levou à morte de Raul Reyes, o número 2 das FARC, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, em acampamento no Nordeste do Equador.
00:36Chávez resmungou contra a imprensa americana e colombiana por chamar Reyes de narcotraficante e, segundo ele, festejar a morte do revolucionário. Falou até das presas de Drácula, que são aqueles dentes alongados da frente.
00:48Quando foi falar que conheceu Reyes em encontro do Foro de São Paulo, mencionou ter conhecido Lula na mesma ocasião, em 1996, embora tenha confundido o ano com 95. Pode soltar.
00:58E o que dizer do governo subimperialista de Colômbia? Um aquelarre se desatope. Um verdadeiro aquelarre. Os colmillos de Drácula, bañados de sangue, festejando a morte. Festejando a morte. Nós rendimos tributo a um bom revolucionário que foi Raul Reyes.
01:18O conhecí personalmente. O conhecí personalmente. O conhecí.
01:27Recuerdo quando saí de prisão em 1994 e andava por estas calles de Caracas, esta plaza Caracas, e estes barrios, e aqueles povos.
01:36Eu recebi a invitação para assistir, em 1995, ao Foro de São Paulo, que se instalou, naquele ano, em São Salvador.
01:44A invitação me lhe disse a um bom amigo, um comandante revolucionário, morto, hace poco, Shafik Handal.
01:50E allá fui a parar, a San Salvador.
01:53E una de las personas a las que conocí fue, en aquella ocasión yo conocí a Lula, entre otros.
01:58Embora Lula e Chaves tivessem se conocido em 1996, quem disse ter introduzido a intimidade entre os dois foi Emílio Odebrecht.
02:08O empresário fez o relato em sua colaboração premiada na Lava Jato, a força-tarefa que revelou o esquema de suborno na Petrobras, envolvendo a empreiteira de sua família.
02:15Você pode ver aí na tela, na página 62 da transcrição de um depoimento de Emílio Odebrecht, o que ele declarou sobre sua própria relação com Chaves, ditador do país onde a Odebrecht tocava diversas obras.
02:27Aspas, a relação que eu tinha não precisava vir via Lula, quer dizer, eu tinha uma relação com Chaves.
02:33Quem introduziu essa intimidade do Lula com Chaves fui eu.
02:37Logo em seguida, como se pode ver no segundo print, Emílio Odebrecht contou que, aspas, Cuba nasceu de um pedido do Chaves, quer dizer,
02:44o trabalho nosso, em Cuba, foi a partir de um pedido do Chaves, do Chaves, o que foi que eu disse a Chaves?
02:51Chefe, eu vou buscar lhe atender, para a gente fazer aquele, foi o Porto de Mariel que ainda estava em cogitação, fecho aspas.
02:59Emílio, como se pode ver no terceiro print, contou ter dito a Chaves, o que o senhor pode fazer é me ajudar.
03:05E o senhor pedir a Lula para dizer da importância disto, porque facilita o programa nosso de andar nas instituições brasileiras.
03:13E até certo ponto ele fez o Chaves ao Lula, fecho aspas.
03:19Eu separei em vídeo o trecho em que Emílio Odebrecht detalhou seu pedido a Chaves para falar com Lula sobre o Porto de Mariel em Cuba
03:25e relatou que Lula confirmou ter recebido o pedido.
03:28Pode soltar.
03:29Eu disse, olha chefe, nós trabalhamos nos Estados Unidos, eu tenho um problema.
03:35Um assunto desse, dinheiro, com tudo isso que está restrito, Cuba está restrito, não é fácil viabilização com recurso financeiro.
03:47E o senhor, que tem uma boa relação com o presidente Lula, podia ligar para ele e transmitir isso.
03:55De fato ele fez, esse foi o encontro, fez e eu tive com o Lula, o convocado pelo Lula,
04:05dizendo que tinha recebido uma telefonema do Chaves, transmitindo um encontro que tinha tido comigo,
04:11e que ele estava dentro da linha de apoiar aquele programa lá de Cuba, do Porto de Mariel.
04:22E aí foi o que deslanchou o que eu disse a ele.
04:25Foi o que deslanchou. Vamos ver o que Emílio respondeu a ser questionado,
04:28se houve ingerência política do lulismo no BNDES para que o projeto fosse adiante.
04:32Eu não tenho dúvida nenhuma, porque eu só conto, todo o processo, eu diria que o BNDES jamais,
04:42e nós próprios nem levaríamos um assunto de financiamento ao BNDES para Cuba,
04:49não estava dentro do nosso plano e nem dentro das diretrizes do BNDES isso seria.
04:54Então, em uma situação normal o BNDES não aprovaria o BNDES?
04:57Não, nem a Aldebrecht nem o BNDES.
05:00Não há condição normal nem a Aldebrecht e nem o BNDES.
05:06Eu não tenho dúvida quanto a isso.
05:08Então, houve, logicamente, um interesse de governo,
05:11um interesse político,
05:12partindo ou não só, eu não diria, não foi só por causa do pedido do Chaves,
05:19aí tinham também afinidade.
05:21A peraula também tem a mesma afinidade.
05:23Exatamente.
05:24Pressão, eu acho que teve, a meu modo de ver, se é legítima ou não,
05:30eu não vou entrar nesse mérito, mas eu tenho certeza que houve,
05:34porque as prioridades de governo eram,
05:38traduzia-se em pressão junto às instituições do próprio governo.
05:43O BNDES era uma.
05:45Já Mônica Moura, esposa de João Santana, contou em colaboração premiada
05:48que Lula pediu ao então marqueteiro do PT em 2011 para atender o Gutiávez,
05:52que havia solicitado ao próprio Lula essa intermediação
05:55para que João Santana fizesse a campanha eleitoral chavista em 2012.
05:59Pode soltar.
06:00Em 2011, antes da campanha de reeleição do presidente Chaves,
06:06o presidente Lula mandou chamar o João
06:08e disse para o João que o presidente Chaves tinha pedido a intermediação
06:12para o João fazer a campanha dele de reeleição na Venezuela.
06:16Seria em 2012, praticamente a mesma época da campanha de São Paulo,
06:20que a gente faria também a campanha de Haddad neste ano de 2012.
06:23O Lula convidou o Santana para fazer a campanha de Hugo Chaves.
06:26Hugo Chaves.
06:27Eles eram muito amigos.
06:30Segundo o Lula, o Hugo Chaves pediu essa intermediação.
06:33Então, aí o João...
06:35O João foi sozinho a primeira vez, eu não fui da primeira vez.
06:38Foi uma reunião lá em Caracas, isso ainda em 2011,
06:40com o Zé Disseu, que era a pessoa que fazia o contato com o pessoal da Venezuela.
06:47Nessa época estava no Brasil também o embaixador...
06:49O embaixador, né, porque ele não era...
06:51Ele era embaixador?
06:51É, ele era embaixador.
06:53O embaixador Marciliano Arvelaz, está aqui o nome dele,
06:55Max, que a gente chama de Max,
06:55que era embaixador da Venezuela no Brasil.
06:58Era muito amigo do Zé Disseu também, muito próximo.
07:00E viajaram a primeira vez, foi o João Santana, o Zé Disseu,
07:05o Max, que estava no Brasil.
07:07E também o Flávio Martins,
07:10que foi também convidado para integrar a campanha.
07:14O Zé Disseu que fazia a interlocução com o pessoal da Venezuela.
07:17Inclusive tem um outro momento de depoimento em que a Mônica Moura
07:19fala que estava cobrando uma parte do dinheiro não paga
07:24e nessa hora o Zé Disseu falava
07:25não, eu só fiz a intermediação, tirava o corpo fora,
07:27como a gente diz popularmente.
07:29E a Mônica Moura detalhou as viagens a Caracas
07:31para negociar o acordo, inclusive com o então
07:33chanceler Nicolás Maduro,
07:35contando ainda que João Santana voou várias vezes
07:37em jatinho da Andrade Gutierrez,
07:39no qual ela também chegou a ir uma vez.
07:41A construtora ainda pagava, segundo ela, a hospedagem
07:43no Hotel Marriott.
07:44Outras vezes ela viajou em avião comercial
07:47recebendo as passagens por intermédio
07:49da secretária do petista José Dirceu.
07:51Depois Mônica Moura citou o valor fechado
07:53com o chavismo para fazer aquela campanha.
07:55Pode soltar.
07:56Então, fechamos o negócio e aí pronto,
07:59a partir de agora então vamos montar a equipe.
08:00O que foi?
08:01Cobrado 35 milhões de dólares.
08:03Nunca recebemos tudo, mas foi cobrado 35 milhões de dólares.
08:06O nosso, o orçamento que eu apresentei.
08:09Qual que era a peculiaridade?
08:10Não foi, não era montado, não pagou o contrato?
08:12Não, nunca tivemos contrato na Venezuela.
08:14Eu passei os seis, os oito meses que eu trabalhei lá,
08:17indo e vindo, né?
08:17Atrás de um contrato que eles escapavam pela tangente
08:20e nunca foi feito.
08:20Foi todo pago em caixa de Deus.
08:2235 milhões?
08:23Mas não foi pago 35 milhões, é isso que eu vou contar.
08:2535 milhões de dólares?
08:26De dólares, mas não foi pago.
08:27Tá, tudo bem.
08:28É isso que eu vou relatar.
08:30Não foi pago tudo.
08:31A Mônica Moura contou que a única garantia era Lula
08:33e detalhou o quanto foi pago, o quanto não foi.
08:36Pode soltar.
08:37A sua roda de troca para comprovar que eles tinham que pagar
08:40para mostrar que...
08:41A minha garantia era Lula.
08:43Eu confiava, eu confiava muito em Lula,
08:45que ele ia resolver a minha garantia, assim, de que...
08:47E o nosso próprio trabalho, quer dizer,
08:48o nosso trabalho lá foi crescendo, crescendo de uma maneira que...
08:51Tá, mas você falava com o pessoal da entrada,
08:52se vocês não me pagaram...
08:53Não, eu chegava, eu já cheguei a ameaçar.
08:55Quando começou a dizer, gente, se vocês não me pagaram,
08:56eu vou ter que conversar no Brasil.
08:57Quem me chamou para cá foi o presidente Lula.
08:59Ele não era presidente na época.
09:00Eu sempre chamei Lula assim.
09:01Eu vou ter que conversar com ele, porque não dá.
09:03Não, a gente vai resolver, é só uma questão burocrática,
09:05a gente tem muita dificuldade de fazer esse tipo de transferência,
09:06mas vamos fazer um contrato.
09:07Aí vinha o levado do contrato.
09:08Eu lembro que eu andei umas três ou quatro vezes
09:10para resolver esse contrato, que nunca saiu.
09:12Mas eu ameaçava ele.
09:13Mas e o senhor falou que tinha uma parte que eles não pagaram.
09:17E essa parte?
09:19Eles não pagaram?
09:19Eu cobrei.
09:19Chegou a cobrar pela acionar o presidente Lula?
09:23Várias vezes.
09:24Mas não eu, o João.
09:24E como foi isso?
09:25Chegava ele e conversava.
09:26Ele já tinha acabado a campanha.
09:28O Chaves foi eleito.
09:31Nós estávamos sendo insensatos, assim,
09:33pela mídia venezuelana, como os melhores, não sei o quê, não sei o quê, não sei o quê.
09:36E o dinheiro não se ia.
09:37Não pagava, não pagava.
09:38E a Mônica Monteiro, o Franco também,
09:40eles ficaram com a dívida grande com eles.
09:42Então o João uma vez conversou com o Zé de Seu,
09:44a Marisa de Seu saía fora,
09:45dizendo que não tinha nada a ver com financiamento,
09:46eu só fiz a intermediação.
09:48O João conversava com o Lula,
09:49não, não se acaba de conversar com o presidente Chaves,
09:51isso vai ser resolvido.
09:53O que aconteceu?
09:53No ano seguinte, Chaves morreu.
09:55Seis meses depois que ele tomou posse.
09:57E nós perdemos completamente qualquer chance de cobrar esse dinheiro,
10:01de receber esse dinheiro.
10:02A gente tomou um cano histórico.
10:04A gente tomou um cano de mais ou menos 15 milhões de dólares.
10:07Dessa campanha.
10:08Que nunca foi pago, nunca foi recebido.
10:10E do que foi recebido, como eu disse,
10:12foi mais ou menos 10 milhões lá,
10:147 milhões da Odebrecht e 2 milhões da Andrade Gutierrez.
10:18Dessa forma que eu relatei.
10:19E depois que Chaves morreu,
10:21Lula gravou um vídeo de apoio a Maduro na eleição.
10:23Maduro exibiu o vídeo em 1 de abril de 2013,
10:28em sessão extraordinária do Foro de São Paulo, em Caracas.
10:31A eleição seria 13 dias depois,
10:33no dia 14 daquele mês.
10:35Pode soltar.
10:35O companheiro Lula mandou um vídeo
10:37com algumas opiniões muito generosas, muito hermosas,
10:41que nos han conmovido muito.
10:42Eu sei que vocês vão se conmover também.
10:43Nós queremos apresentar esse vídeo do companheiro Lula.
10:45Neste vídeo de amor, puro amor, amor verdadeiro,
10:47como todos os revolucionários e os patriotas,
10:49com o amor desde o coração.
10:50Que viva Lula, que viva Brasil, que viva América do Sul,
10:53que viva Chaves,
10:54e que viva a hermandade hermosa que se construiu em todos estes anos.
10:57Adelante, Lula.
10:57Nos oito anos em que fui presidente do Brasil,
11:04tive a oportunidade de conviver com o Nicolás Maduro,
11:06que era ministro das relações exteriores da Venezuela.
11:08Maduro se destacou brilhantemente na luta
11:10para projetar a Venezuela no mundo
11:11e na construção de uma América Latina mais democrática e solidária.
11:15Teve um papel decisivo na formação da UNA-Sul e da CELAC,
11:17e sempre foi visível sua profunda afinidade
11:19com o nosso querido e saudoso amigo Hugo Chaves.
11:22Os dois compartilhavam as mesmas ideias
11:24sobre o destino de nosso continente
11:25e os grandes problemas mundiais.
11:27Mais do que isso,
11:28Chaves e Maduro tinham as mesmas concepções
11:30em relação aos desafios que a Venezuela tinha pela frente,
11:33em defesa dos mais pobres.
11:34A grande obra de Chaves
11:35foi a de transformar a Venezuela em um país mais justo,
11:38realizando um massivo processo de transferência da renda petroleira
11:40em proveito das camadas mais sofridas da sociedade.
11:43Mas Chaves, assim como Maduro,
11:44sempre tiveram claro que a Venezuela necessitava escapar
11:47dos que muitos chamam maldição do petróleo.
11:49Daí a importância que deram
11:50e que Maduro dá a necessidade de um país
11:52e desenvolver sua agricultura.
11:54Demos passos conjuntos nessa direção
11:56e estou seguro que Maduro, como presidente,
11:58será capaz de realizar esta meta de Chaves.
12:00A decisão de escolher um novo presidente
12:02caberá exclusivamente ao povo venezuelano.
12:04Não quero interferir em um assunto interno da Venezuela,
12:06mas não posso deixar de dar meu testemunho
12:08em nome do futuro deste país
12:09tão querido do povo brasileiro,
12:11mas também em nome do Mercosul,
12:12no qual a Venezuela acaba de ser refugida.
12:14Uma frase resume tudo o que sinta.
12:16Maduro, presidente,
12:17é a Veredoela que Chaves sonhou.
12:22Não quer interferir, mas interfere quando convém,
12:33manda mensagem de apoio e tudo.
12:35A Mônica Moura contou que o Maduro disse a ela
12:37que faria ele próprio os pagamentos.
12:40Então o que vocês acabaram de ver
12:41é o Maduro da propaganda lulista.
12:43Agora vamos ao Maduro real.
12:44Pode soltar.
12:45E aí começamos a trabalhar.
12:47O acertado desses 35 milhões foi assim, sim.
12:49Aí eu ficava o tempo todo dizendo
12:50quanto é que vai ser por dentro,
12:51como é que vai ser,
12:51porque já tinha me dito que ia ter uma parte por fora,
12:53como sempre, a campanha.
12:54Lá também, lá só não.
12:56Acho que hoje em dia vocês já sabem
12:57que em vários lugares essa prática do Caixa 2
13:00não é só no Brasil.
13:01Existe em todos os lugares.
13:03Em campanhas, estou falando em campanhas.
13:05Então eu ficava atrás do Max,
13:06que era o meu principal interlocutor,
13:07o Max Miliano.
13:08E aí, não, vamos resolver com esse outro ministro,
13:11que eu não me lembro o nome.
13:12E não teve contrato nenhum.
13:12Passou-se o tempo e nunca tive contrato.
13:14Então, como era feito o pagamento?
13:17Na segunda ou terceira reunião que eu tive já
13:18com o Maduro, sempre participava,
13:20e esses dois ministros,
13:21eles me disseram que a Odebrecht
13:23ia pagar uma parte,
13:24fazer uma colaboração para a campanha do Chaves.
13:26Quem falou isso?
13:26O Maduro.
13:27Ele me disse, olha,
13:28Odebrecht vai pagar uma parte
13:29e a Andrade Gutierrez também vai colaborar.
13:32Aí eu falei, tá, você vê.
13:33E a outra parte eu pago aqui.
13:34Você paga aqui por mim.
13:36Então, o que aconteceu efetivamente nessa campanha?
13:39E o Frank Martins cobrou a parte dele.
13:40Eu nem me lembro quanto era,
13:41bem menos que a nossa,
13:41porque a gente fazia tudo.
13:42E ele fez só a internet.
13:44Mas ele cobrou, eu acho,
13:44e se eu não me engano,
13:45foi 8 milhões de dólares,
13:46ou 10 milhões de dólares da parte do Frank.
13:48Eu sei disso por quê?
13:49Porque quando a gente foi acertar de receber dinheiro,
13:51o Maduro falou pra mim o seguinte,
13:52olha, você vai receber dinheiro diretamente comigo.
13:55E eu não quero ficar pagando a todo mundo,
13:56assim, muita gente.
13:57Eu não quero esse contato com muita gente.
13:58Então, é o seguinte,
13:59eu pago pra você a sua parte
14:00e eu pago a parte do Frank Martins.
14:03Porque, na verdade,
14:03quem atuava mesmo,
14:04quem fazia tudo mais,
14:05na parte administrativa,
14:05era a mulher dele,
14:06a Mônica Monteiro,
14:07a mulher do Frank.
14:08Então, você repassa,
14:10ok?
14:10Eu pago a ele.
14:12Mônica Moura detalhou os pagamentos feitos por Maduro.
14:15Pode soltar essa parte,
14:16é muito importante.
14:18Então, o Maduro me pagou,
14:21quase semanalmente,
14:23ele me entregava dinheiro na própria chancelaria,
14:25lá no prédio da chancelaria,
14:26às vezes no Palácio de Miraflores,
14:28que às vezes ele me chamava na chancelaria,
14:29eu ficava lá horas esperando.
14:31O próprio Maduro?
14:32O próprio Maduro.
14:32Entregues à mão dele,
14:33malas de dinheiro,
14:34várias.
14:35E você não tinha receio lá na Venezuela?
14:36Tinha muito.
14:37Sabe o que ele fazia?
14:38Ele mandava me buscar,
14:39com o carro dele,
14:40carro blindado,
14:41carro priso,
14:42aquelas caminhonetes de...
14:44roqueiro americano.
14:47Roqueiro não,
14:47de funkeiro americano,
14:48sei lá,
14:48rapper americano.
14:49Com mais dois carros,
14:50um na frente e um atrás,
14:51me levava pra chancelaria,
14:52entrava pra garagem,
14:54os filhos de garanças subiam comigo
14:55pra sala dele,
14:55eu ficava lá esperando,
14:56ficava lá muito chá de cadeira do Maduro.
14:57Eles não tem o menor compromisso com o Maduro.
15:00Depois ele me chamava na sala dele,
15:01conversava um pouquinho,
15:02conversa de piada,
15:02de política,
15:03e depois eu me entregava o dinheiro.
15:04Ele próprio, né?
15:05Não mandava ninguém me entregar,
15:06ele me entregava o dinheiro.
15:07Depois eu descia com segurança dele,
15:08e seguranças,
15:09para mim na garagem,
15:10o carro estava esperando,
15:10ele me levava até o hotel,
15:11de volta.
15:12Um carro no meio,
15:13dois carros,
15:13que a gente já te fez.
15:14Aí lá eu distribuía da Mônica Monteiro,
15:16que ela tinha uma coordenadora de produção dela
15:18que ficava em Caracas,
15:19uma brasileira,
15:20mas que ficava lá.
15:21Era ela,
15:22ou então o rapaz que era o diretor
15:23da parte da internet,
15:24que trabalhava com fã,
15:24que também recebia dinheiro,
15:25na ETH.
15:26Então eu passava a parte da Mônica sempre
15:27e fazia meus pagamentos.
15:28Era muito dinheiro?
15:30Era muito dinheiro.
15:31Era, tipo assim,
15:31as entregas variavam entre
15:33500 mil dólares de cada vez,
15:35às vezes 300.
15:36Cheguei a receber 800 mil dólares de uma vez.
15:37O que você fazia para fazer esses pagamentos?
15:39Eu chamava as pessoas que eu tinha que pagar,
15:41os fornecedores,
15:43as pessoas que eu tinha que pagar.
15:43Eu paguei praticamente tudo.
15:45Praticamente não,
15:45eu paguei tudo por fora.
15:46Até os anos.
15:47E ela falou do medo que sentia
15:49e reiterou o valor total recebido
15:51diretamente de Maduro.
15:53Pode soltar.
15:53Eu tinha uns oito seguranças.
15:55E às vezes eu levava,
15:56não para essas buscas de dinheiro,
15:58mas às vezes eu andava
15:59com o meu motorista
15:59e um segurança no carro.
16:00Coisa que eu nunca fiz no Brasil.
16:01Nunca nem.
16:02Mas eu andava com o motorista
16:03e um segurança para ir
16:03eu levar para o lugar.
16:04Até para ir almoçar.
16:05Eu morria de medo.
16:06Não é que eu não tinha medo,
16:07eu tinha um pavor
16:08do que poderia acontecer.
16:09Mas eu ia fazendo.
16:10Eu ia tacando, entendeu?
16:12Eu recebi
16:12mais de 10 milhões de dólares lá
16:14em dinheiro
16:15durante oito meses de trabalho.
16:17quase nove meses de trabalho.
16:19A gente começou no início do ano.
16:19A gente começou isso em fevereiro,
16:21não sei, não me lembro bem.
16:22A gente começou a montar tudo
16:23e eu já comecei a receber dinheiro.
16:24Então, assim,
16:25e aí, ao mesmo tempo,
16:27negociando com...
16:29Não negociando,
16:29porque já estava negociado entre eles,
16:30mas tendo encontros
16:31com o diretor
16:32da Odebrecht na Venezuela,
16:35o senhor Elzenando.
16:36Elzenando.
16:37O que é o nome dele aqui?
16:38Um sobrenome, um sobrenome.
16:38Ele era diretor geral
16:39da Odebrecht na Venezuela
16:40para acertar os pagamentos
16:42da outra parte.
16:43A Odebrecht ficou com
16:45sete milhões de dólares para pagar.
16:47E a Andrade ficou com cinco.
16:49Seria cinco da Andrade
16:50e sete da Odebrecht.
16:52Bom, a Mônica Moura ainda falou
16:54das obras da Andrade Gutierrez
16:55e da Odebrecht na Venezuela.
16:57Aliás, tem um trecho
16:57do depoimento do Emílio Odebrecht
16:59em que ele mostra
17:00o seu ciúme
17:01dessa relação ali
17:02direta entre o lulismo
17:04e o governo venezuelano
17:05com a Andrade Gutierrez.
17:07e fala que foi reclamar com o Lula,
17:10que o Lula tentou colocar
17:11panos quentes,
17:12dizendo que iria resolver.
17:14Tudo isso está gravado
17:15nos vídeos dos depoimentos
17:16no âmbito da colaboração
17:18na Lava Jato.
17:19Grebe, muito rapidamente,
17:20eu fiz esse histórico
17:21para mostrar que
17:22o vínculo entre o lulismo
17:25e o governo chavista,
17:27hoje com o Nicolás Maduro,
17:29é muito forte,
17:30é muito antigo.
17:31E esse é um dos motivos
17:32pelos quais,
17:33diante de toda a sujeira
17:35que já se passou,
17:37eles não ousam levantar a voz
17:41minimamente,
17:42mesmo quando a fraude
17:43está tão escancarada.
17:44Exato.
17:45E joga por terra
17:46esse discurso do Lula
17:47de que é preciso resguardar
17:50a autonomia dos outros países,
17:53a soberania dos outros países.
17:56Nesses relatos
17:57que você mostrou aí,
17:58são inúmeros os exemplos
18:00e as formas de interferência
18:02do PT e do governo
18:04controlado pelo PT
18:06aqui no Brasil,
18:06na política externa
18:08de outros países.
18:09É com dinheiro,
18:11é com gente,
18:14mandaram lá os marqueteiros,
18:18ou seja,
18:18eles trabalham...
18:19Dinheiro do BNDES,
18:20marqueteiros do próprio partido?
18:22Exatamente.
18:24Todo o esquema
18:25que tinha sido construído
18:26com as empreiteiras brasileiras
18:30ali...
18:32Foi exportado.
18:33Exportado, né?
18:34Ou seja,
18:35o PT e o Lula
18:37interferem, sim,
18:39nos países estrangeiros
18:41para ajudar a eleger
18:43os parceiros ideológicos deles.
18:47É uma mentiraça
18:49esse negócio
18:50de respeitar a soberania dos outros.
18:53Seu comentário,
18:53uma frase,
18:54depois a gente continua amanhã.
18:55Uma vez que ele tem
18:55esse rabo preso,
18:56é muito difícil o Lula
18:57ter alguma autoridade
18:58para falar qualquer coisa
18:59para o Maduro.
19:00O Maduro
19:00Sube.
19:01Sube.
19:01Nãovez
19:02Sube.
19:02Сube.
19:03Do beat.
19:12Sube.
19:12Sube.

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