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Após o escândalo da fraude do INSS, uma situação no Pará tem chamado atenção. O órgão estaria pagando o seguro defeso, um benefício para pescadores quando há proibição da pesca em função de questões ambientais. O problema é que, no município de Mocajuba, que há 15.300 adultos, surgiram misteriosamente 14.700 pescadores que recebem o benefício.
Comentaristas: David Tarso, Mano Ferreira, Diego Tavares, Priscila Silveira


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Transcrição
00:00das fraudes, do escândalo monumental do INSS, Mano Ferreira,
00:04com vários descontos indevidos, sindicatos de fachada,
00:07aquelas organizações fraudulentas,
00:09mais uma história envolvida nessa trama toda chama e muito a atenção.
00:14Eu queria trazê-la pra vocês aqui agora.
00:16Não deixa de ser uma coisa estranhíssima, meio bizarra,
00:19que vem acontecendo no estado do Pará, nosso glorioso Pará,
00:22até porque é por lá, pelo visto, Mano,
00:24que o INSS tá pagando seguro bilionário em cidades com pescadores fantasma.
00:30Que história é essa?
00:31Exatamente, Marinho.
00:32A gente tá falando do seguro defeso,
00:35que é um benefício pago para pescadores
00:38quando há aquele momento em que a pesca é proibida
00:42em função de questões ambientais.
00:45Os peixes precisam se reproduzir.
00:47Tem épocas que não se pode fazer a pescaria
00:50e há muitos anos no Brasil existe, portanto,
00:53esse benefício para pescadores.
00:55Ocorre que no município de Mocajuba,
00:59no Pará, onde há 15.300 adultos,
01:04ou seja, pessoas em idade laboral,
01:08misteriosamente surgiram 14.700 pescadores.
01:13Ou seja, quase como se todos os adultos da cidade
01:17fossem pescadores.
01:19Isso tudo para receberem o auxílio do seguro defeso.
01:24Acontece que, segundo o IBGE,
01:29há outras ocupações, obviamente.
01:31A cidade não é feita exclusivamente de pescadores.
01:35Então, tem algo certamente muito estranho
01:39na liberação desses recursos.
01:42Não à toa, isso não é uma questão isolada.
01:45A gente tá falando...
01:46No Brasil, houve uma multiplicação do número de pescadores
01:49entre 2022 e atualmente.
01:52O número saltou de 1 milhão de pescadores registrados
01:56para 1,7 milhão.
01:58Ou seja, quase dobramos o número de pescadores
02:01na prática com pessoas para receberem esses benefícios.
02:06Não sabemos se as pessoas sabem
02:08que estão recebendo benefício em nome próprio
02:11ou se alguém está cadastrando
02:15como se essas pessoas fossem pescadoras
02:18para ter algum tipo de desvio de recursos.
02:21No Brasil, não podemos descartar
02:22essa segunda hipótese também.
02:24Agora, Diego Tavares aqui, a gente lamenta
02:26até porque essa notícia que o Mano acabou de
02:28precisamente trazer para vocês todo o panorama,
02:31ela é verdade, sim, e não é história de pescador.
02:34Essa é a nossa vida real.
02:36E mais um desdobramento bizarro
02:38na esculhambação, a grande esculhambação
02:40que parece ter se tornado
02:41o nosso Instituto Nacional de Seguro Social.
02:44Pois é, Marinho.
02:44O INSS tá aquela história, né?
02:47Agora com essa nova história de pescador,
02:49outro jargão popular, né?
02:51Cada pena que se puxa é uma nova galinha que se encontra.
02:54Repare bem.
02:55É um completo absurdo, um completo absurdo.
02:57É a corrupção sistêmica que existe no Brasil.
03:01Agora, chama muita atenção que o IBGE
03:04e outros órgãos estatais
03:05visualizem esse salto que o Mano trouxe aqui
03:08no número de pescadores cadastrados
03:10após a implementação de um benefício securitário como esse
03:14e não traga, a partir daí,
03:16uma maior fiscalização para o pagamento desses recursos.
03:20Se o Brasil ainda tivesse dinheiro sobrando,
03:22ainda assim seria um problema.
03:23Mas nós somos um país que tem um déficit recorde,
03:26que nós reformamos a Previdência há pouco mais de seis anos
03:31e agora já estamos discutindo uma nova reforma da Previdência,
03:34porque no horizonte próximo já tá aí a incapacidade do Instituto
03:38de pagar as aposentadorias vigentes.
03:40Então, de fato, nós precisamos melhorar essa cultura do serviço público,
03:46a cultura da administração pública brasileira,
03:49trazendo mais transparência, mais mecanismos de fiscalização,
03:53porque não adianta nada dizer que somos o país dos benefícios
03:57se do outro lado da ponta, se lá no fundo do nosso cofre,
04:02nós estamos aí já deixando algumas teias de aranha em razão
04:05da insuficiência de recursos.
04:06Aqui é importante a gente só, enfim, reforçar,
04:10seguir na melhor prática jornalística, crédito onde o crédito é devido,
04:13a autoria aqui desse levantamento, Mano Ferreira?
04:15Foi do portal UOL.
04:17Perfeitamente.
04:17Então, só importante a gente deixar bem sublinhado isso aqui.
04:20Mas acionando aqui também, David Tarso,
04:22David Tarso, pelo seguinte, né?
04:24A gente só espera que dessa vez o mandatário ali,
04:26o representante do INSS,
04:28que realmente expediu esses, enfim,
04:31esses benefícios indevidos aí pros pescadores,
04:33que esse, sim, possa ser fisgado e não apenas os peixes pequenos,
04:37como parece que a gente está vendo no escândalo macro,
04:40no escândalo maior, mais amplo,
04:41que, repito, o maior esquema de pilhagem previdenciária
04:45da história brasileira, não é isso?
04:46Não, o grande problema do Brasil é esse, né?
04:48Que os grandes peixões a gente não consegue realmente fisgar.
04:52Então, essa que é a dificuldade.
04:54E aquelas pessoas que, de fato, precisam do seguro-defeso,
04:57eu já fiz diversas matérias, inclusive,
05:00em Presidente Pitácio, ali no Rio Paraná,
05:01de pessoas que tiveram o benefício cortado,
05:05são pescadores, de fato,
05:07tinham que procurar o INSS,
05:09e a maior burocracia e dificuldade
05:11pra, de fato, conseguir receber o benefício.
05:14Então, assim, é um absurdo que a gente vê
05:16pessoas que não existem,
05:18que, de fato, não exercem essa função,
05:20estão recebendo,
05:21e aqueles que realmente precisam,
05:23não estão,
05:23porque são famílias ribeirinhas
05:25que, muitas vezes, vivem afastadas,
05:27ficam ali às margens dos rios, né?
05:29A gente tem em Rosana também.
05:31Eu conheço bastante a minha região
05:32ali do Pontal do Paranapanema,
05:34no Oeste Paulista,
05:35de pescadores que realmente precisam desse recurso
05:38porque não podem pescar nesse período de Piracema.
05:41E aí a gente vê
05:42essa farra com o dinheiro público
05:45acontecendo de pessoas
05:46que simplesmente não existem,
05:49mas que vai para o bolso
05:50de apenas algumas delas, né?
05:52A gente tem 15 mil na investigação
05:54que não existem,
05:55sendo que, muitas vezes,
05:56esse dinheiro vai, às vezes,
05:57para uma, duas, até três pessoas no máximo.
05:59E muitas...
06:01Isso aí tem uma questão básica
06:03de cruzamento de banco de dados.
06:04Porque, veja só,
06:05a gente está falando,
06:06nesse município,
06:0715 mil e 300 pessoas adultas,
06:10dessas,
06:11todas sendo beneficiárias,
06:13você tem 6 mil e 300
06:14que estão com trabalho registrado
06:17em CLT, em fazendas.
06:19Então, como é que trabalha?
06:20Na fazenda e, ao mesmo tempo,
06:21é pescador.
06:23Você tem 1.800
06:24que são funcionários
06:26da prefeitura.
06:28Como é que o cidadão
06:29é funcionário público,
06:30servidor público
06:31da prefeitura
06:33e o governo
06:33se mantém incapaz
06:35de saber
06:35que ele, obviamente,
06:37não pode ser
06:38um pescador
06:39nos critérios,
06:42nos requisitos necessários
06:44para receber
06:45o auxílio e defesa.
06:46Então, é uma falta básica
06:48de gestão
06:49no cruzamento
06:50de informações
06:51que o próprio governo
06:52já possui.
06:53Então, isso mostra
06:55como nós temos
06:57um problema generalizado
06:59de avaliação
07:00de desempenho,
07:01de qualidade
07:01da execução orçamentária,
07:04qualidade do gasto público
07:05e isso se aplica,
07:07a gente está falando
07:07de um caso específico
07:09do seguro-defeso,
07:10mas temos que levar
07:11essa questão
07:12para todos os auxílios
07:14e pagamentos
07:15que são feitos.
07:16Cruzamento de dados
07:17é o básico
07:18para que a gente possa ter
07:20efetividade
07:21e eficiência
07:22no uso
07:22do recurso público.
07:23Mas isso é quase
07:24cultural no Brasil,
07:25você não se lembra
07:25daquele caso,
07:26se não me engano
07:26foi em 2020 ou 2021,
07:28uma cidade do Maranhão
07:29que notificou,
07:31parece que a extração
07:32de 15 dentes
07:33por habitantes
07:34para receber dinheiro
07:35do orçamento secreto.
07:37Então, volta e meia,
07:38vira e mexe no Brasil,
07:39aparecem...
07:40A capital dos banguelas.
07:41Exatamente.
07:42Esses números discrepantes
07:44com o emprego
07:45do dinheiro público.
07:46Muitas vezes também,
07:47outro tema que nós vamos
07:48tratar aqui um pouco
07:49mais à frente no programa
07:49é sobre emendas parlamentares.
07:50É o que eu disse,
07:51a corrupção é quase que sistêmica
07:54quando existem esses repasses,
07:56esses seguros, benefícios,
07:57enfim.
07:58O Bolsa Família,
07:59o programa acho que
07:59mais emblemático nesse sentido,
08:01cerca de 11 bilhões de reais
08:03todos os anos em fraudes.
08:04Então, como eu disse,
08:05é algo, infelizmente,
08:06que no Brasil é cultural.
08:08Extração de 15 dentes,
08:09mas cada um
08:10querendo a sua boquinha, né?
08:11É isso aí.
08:12Se você ver também
08:12no município de Mocajuba,
08:15no Pará,
08:15Mocajuba tem 15 mil
08:17e 300 adultos ali,
08:19enfim,
08:20devidamente regularizados
08:21ali na cidade
08:22enquanto cidadãos,
08:23mas simplesmente
08:2414 mil e 700
08:26se apresentaram
08:27como pescadores
08:28aptos a receberem
08:29esse benefício.
08:31Então, realmente,
08:31é quase que estatisticamente
08:33impossível.
08:33A gente, claro,
08:34tem que saber
08:35separar muito
08:36aqui os representantes
08:37da nossa piscicultura,
08:39que é importante,
08:40os pescadores honestos
08:41são os que mais sofrem
08:41com essa situação toda.
08:42Então,
08:43é importante normalizar
08:44isso o quanto antes,
08:44importante denúncia
08:45aqui feita também
08:46pelo Morning Show,
08:47reconhecendo o trabalho
08:48feito pelo portal UOL.
08:50A gente segue adiante aqui,
08:51minha diretora ali,
08:51não podemos?
08:53Vamos que vamos, então.
08:5410 horas e 21 minutos.

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