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NotíciasTranscrição
00:00Em outro momento, o ex-diretor adjunto da ABIN afirmou que o general Gonçalves Dias, que foi ministro do GSI, o Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula, determinou a remoção de seu nome da planilha sobre os alertas enviados.
00:13Eu citei isso no meu comentário de abertura.
00:15Para quem não se lembra, Gonçalves Dias saiu do governo em abril, depois da divulgação de imagens do 8 de janeiro, que mostram que ele interagiu com os invasores no Palácio do Planalto.
00:23Vamos acompanhar o que diz Saulo Moura da Cunha. A gente está lidando aqui com falsificação de relatório.
00:30É remoção de um destinatário de alertas de inteligência na hora de você enviar o material para análise do Congresso Nacional.
00:41É algo gravíssimo. Pode rodar.
00:43A minha pergunta para o senhor é clara. O senhor adulterou o relatório da ABIN sobre os alertas que foram enviados para cá.
00:53Para o Congresso Nacional?
00:55Não, eu não adoterei. Eu fiz os dois relatórios.
01:00Eu fiz o primeiro uma planilha em que continha os alertas encaminhados pela ABIN a grupos e continha ali também os alertas encaminhados por mim, pessoalmente, pelo meu telefone para o ministro-chefe do GSI.
01:19Eu entreguei essa planilha ao ministro e o ministro determinou que fosse retirado o nome dele dali, porque ele não era o destinatário oficial daquelas mensagens.
01:32Que ali fosse mantido apenas as mensagens encaminhadas para os grupos de WhatsApp.
01:38Ele determinou o que fosse feito.
01:41Eu obedeci a ordem, certo?
01:44Essa primeira planilha ficou arquivada na Agência Brasileira de Inteligência.
01:49Portanto, a primeira planilha incluía os alertas encaminhados aos grupos de mensagens da ABIN e também todos aqueles alertas que encaminhei do meu telefone pessoal para o ministro.
02:01Ou seja, o senhor está dizendo que o senhor, então, adulterou a pedido do Jadias.
02:07Eu não adulterei.
02:09Por favor, colegas.
02:09Eu não adulterei.
02:11Refuto isso.
02:12O senhor retirou uma informação...
02:14Por ordem do ministro...
02:15Ou seja, o senhor atendeu...
02:18Não, colegas, por favor.
02:19Senhor.
02:20Ou seja, o senhor retirou um envio ao ministro Jadias a pedido dele.
02:28Ou seja, o senhor atendeu uma ordem absurda do ministro do GSI.
02:33Eu não diria que a ordem é absurda.
02:35Eu diria que eu seguia uma ordem.
02:37A ordem não é ilegal porque o artigo 9A diz que é ele que determina quais informações serão encaminhadas.
02:44Olha, é o chefe do gabinete de segurança institucional do Lula dando uma ordem para o então diretor adjunto da BIM
02:56para remover do relatório entregue ao Congresso Nacional a mensagem que ele próprio, Gonçalves Dias, chefe do GSI, havia recebido.
03:05Com os alertas de que a multidão estava se dirigindo aos três poderes para invadir os prédios.
03:11Porque já havia esse tipo de informação de inteligência.
03:16É gravíssimo, né, Graeb?
03:19E a gente vê a tentativa do Saulo de se eximir de responsabilidade, como quem estava simplesmente cumprindo uma ordem.
03:25Veja como as pessoas se rebaixam, se curvam a ordens completamente absurdas.
03:33Você tem uma tentativa considerada por toda a cúpula dos poderes, de golpe de Estado, etc.
03:39E depois de toda aquela repercussão, o sujeito topa.
03:45Não, vou tirar aqui do relatório, porque o ministro pediu, o ministro mandou.
03:49Qualquer coisa a culpa é dele, não tenho nada a ver com isso.
03:52Assim, também não pega bem para o Saulo, não.
03:54Mas a ordem do Gonçalves Dias é descarada.
03:58É melhor, diante de toda a repercussão negativa, que não saibam que eu sabia antes.
04:03É devastador para o G. Dias, né, devastador.
04:06Cada vez fica mais claro que ele ignorou, que ele olhou para o outro lado,
04:12enquanto tinha gente dizendo, olha, tem coisa ruim, tem uma nuvem bem preta,
04:17cheia de raios, se aproximando ali no horizonte.
04:20E ele fez de conta que não era verdade.
04:23E daí, depois, deu uma ordem para o sujeito aí adulterar.
04:31É um relatório, ele não quer usar, não, repudia o uso das...
04:34Adulterou o relatório por ordem de um superior que ele não...
04:40Ordem que ele não deveria ter cumprido.
04:43Porque é óbvio que ele estava cometendo ali uma fraude.
04:47Uma fraude.
04:48Estava impedindo que as pessoas soubessem, na cadeia de comando,
04:53quem tinha sido informado, quem não tinha sido informado.
04:56É gravíssimo, como você disse, Felipe.
04:57E nessa hora, toda a comunicação é oficial, né?
05:01Exato.
05:01Esse negócio dela, não, peraí.
05:03Era alerta.
05:03Era do meu celular pessoal para o celular pessoal, etc.
05:08Você faz parte de um órgão, você está alertando a pessoa do outro órgão.
05:13Independentemente do caminho, aquilo faz parte do histórico de fatos.
05:17Você está reportando uma ameaça iminente à República.
05:22Então, você alegar que não vamos retirar isso aqui porque é informal.
05:27E aí, vamos ver, se colar, colou.
05:30É a velha tática do se colar, colou, não sabia de nada, etc.
05:34No máximo, recebia ali um alerta informal.
05:37E isso não vale, não vale.
05:39Quer dizer, é sair assim pelo formalismo.
05:43O formalismo é impressionante como o petismo utiliza o formalismo.
05:47É o burocratismo, nesse caso, né, Felipe?
05:51É o burocratismo, né?
05:52Ó, vai lá, não manda aqui no meu celular, não.
05:55Vai lá, autentica em três vias, cinco carimbos, paga as custas e daí me manda.
06:02Aí não, né?
06:04É, ou, né, se for uma coisa grave e tal, não sei o quê, me avisa aqui informalmente.
06:10Porque qualquer coisa, depois eu digo que eu não fui avisado.
06:13Então, os meios oficiais, quer dizer, será que existia um pacto anterior?
06:16Então, assim, pega muito mal isso aí.
06:22Não, pega muito mal.
06:23E eu estou aqui refletindo enquanto vocês falavam aí, Felipe.
06:27Existe uma relação clássica de hierarquia, né, em qualquer empresa, em qualquer função, por exemplo.
06:32Se acontece alguma coisa em Brasília, alguma coisa até trivial, vai.
06:37Não que isso tenha acontecido, isso nunca aconteceu em Brasília.
06:39Mas se, por exemplo, aqui na sucursal, acontecer de faltar um papel higiênico, por exemplo, sabe?
06:45Exemplo, eu vou pentelhar o grebe.
06:49Grebe, olha só, chefe, faltou papel higiênico aqui na sucursal, tá?
06:52Eu não vou simplesmente ignorar um fato desse e não avisar para não criar um constrangimento superior.
06:57Bom saber que nunca aconteceu isso.
07:00Fogo em saber.
07:00Não, nunca aconteceu.
07:02Isso aqui é uma empresa séria, né?
07:04E com comunicação ativa.
07:05Não é essa bagunça do governo federal.
07:09Quase que eu falei bagunça.
07:10Ministério de Balbúrdia com bagunça.
07:13Mas esse depoimento do diretor do GSI, eu estava aqui anotando agora há pouco, enquanto vocês falavam,
07:22ele me trouxe vários questionamentos que eu acho que são pertinentes.
07:26E eu queria realmente fazer essa minha parte do comentário, mas com base em perguntas do que necessariamente respostas.
07:32Se vocês tiverem respostas, eu vou agradecer por elas.
07:35Por que o Gê Dias resolveu ignorar os alertas?
07:40Por que o Gê Dias pediu para que um subordinado ignorasse esses alertas?
07:45Havia um medo do Flávio Dino?
07:47Havia medo do Lula?
07:49Por que o Flávio Dino não libera as imagens do Palácio da Justiça para a CPI,
07:53sendo que o Arthur Maia, presidente do colegiado,
07:56deu 48 horas para que o governo federal liberasse essas imagens?
08:00É medo de que se revele que o governo federal foi no mínimo leniente com o que aconteceu no dia 8 de janeiro?
08:07Isso me assusta, gente.
08:09E desde o início a gente tem falado sobre essa hipótese, sabe?
08:13Não estou dizendo que o governo federal armou aquela confusão do 8 de janeiro.
08:18Eu não estou dizendo isso.
08:19Eu estou dizendo o seguinte, que para que um crime aconteça, existem algumas condicionantes.
08:25E no mínimo o governo federal me parece que foi leniente.
08:28E essa cadeia narrativa, essas informações prestadas hoje, elas corroboram para essa tese.
08:34De que no mínimo, no mínimo, no mínimo, o governo federal foi displicente com todos os alertas
08:40e com a situação de perigo daquele dia 8 de janeiro.
08:43Afinal de contas, o GDias foi alertado naquela manhã de que 100 ônibus estavam chegando a Brasília.
08:51Então, o que acontece?
08:52Você vai ignorar um alerta como esse?
08:54Você não vai passar para um ministro da Justiça?
08:56Você não vai acionar a Força Nacional?
09:00Você não vai acionar a Polícia Federal em uma situação conflagrada como aquela?
09:05Olha, é como eu falei no início do comentário.
09:09Eu, como profissional, se eu sinceramente alerto aqui na minha casinha,
09:14qualquer tipo de desordem, eu já procuro meu superior, nem que seja pela falta de um papel higiênico,
09:20se eu sinceramente fosse um diretor de GSI, numa situação dessa, bem grave,
09:25não teria como não avisar, não teria como passar para frente.
09:28Isso aí é tentativa de colar, colou,
09:31isso só mostra o quanto nós estamos desprotegidos nessa nossa reis pública.
09:50E aí
09:55E aí
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