- anteontem
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NotíciasTranscrição
00:00A gente vai seguir com outras notícias importantes dessa terça-feira.
00:04Vamos seguir, então, falando para vocês do julgamento do STF,
00:07com dois votos já a favor de denunciar pelo menos 100 pessoas
00:11pelos ataques que aconteceram no dia 8 de janeiro.
00:14Votaram o relator, ministro Alexandre de Moraes,
00:17e também o ministro Dias Toffoli já apresentou esse voto
00:21num plenário virtual, que está sendo feito
00:26para avaliação dessas denúncias que foram feitas pela PGR,
00:32e pelo menos 100 pessoas, então, já estão sendo denunciadas
00:38a favor da denúncia dessas pessoas, desses ataques.
00:41A gente separou um trecho do voto do relator, ministro Alexandre de Moraes,
00:46para que vocês acompanhem o tom desse voto de Alexandre de Moraes,
00:50que escreveu ali, colocou na decisão, pelo menos,
00:54colocou todas as 100 decisões das 100 pessoas que estão sendo investigadas.
01:01Então, ele quis trazer, de fato, um arcabouço,
01:06uma palavra que a gente tem falado muito, uma palavra da moda,
01:09um arcabouço jurídico muito grande em relação a essas decisões.
01:12Vamos trazer um trecho do voto do ministro Alexandre de Moraes.
01:17Esse foi um trecho bastante comum que ele colocou em diversos dos votos,
01:22da decisão dele ali sobre essas pessoas que fizeram esses ataques no dia 8 de janeiro.
01:29Está aí, Alexandre de Moraes disse,
01:30Tanto são inconstitucionais as condutas e manifestações que tenham a nítida finalidade
01:37de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento crítico,
01:41indispensável ao regime democrático,
01:44quanto aquelas que pretendam destruí-lo,
01:50juntamente com as suas instituições republicanas,
01:53pregando a violência, o arbítrio, o desrespeito,
01:56à separação de poderes e aos direitos fundamentais.
01:59Em suma, pleiteando a tirania, o arbítrio, a violência
02:04e a quebra dos princípios republicanos,
02:08como se verifica pelas manifestações criminosas,
02:10ora imputadas ao denunciado.
02:13Então, foi o que disse Alexandre de Moraes.
02:16Carlos Graeb, quero começar com você.
02:18Já era esperado que o Alexandre de Moraes fosse nessa linha.
02:29Não tem deixado de dizer dentro ou fora dos autos
02:33aquilo que ele pensa sobre os eventos do dia 8.
02:38A gente sabe que ele acha que foi uma barbárie
02:41e era mais do que provável que ele optasse
02:48por tornar réus mesmo esses participantes.
02:54O que chama atenção nessa ação,
02:56e o que provavelmente vai causar uma certa balgúrdia,
03:01vai chamar muita atenção no meio jurídico,
03:04é o fato de que é muita gente.
03:07Já foram 100 nessa primeira leva.
03:13E como a gente sabe,
03:15em muitas dessas decisões que o Alexandre de Moraes tomou,
03:21os trechos se repetem nos despachos que ele faz.
03:25Então, a mesma lógica que ele usou para uma
03:27está se repetindo nas outras.
03:30Mas pode isso?
03:32Não precisa descrever exatamente a ação
03:36que cada pessoa cometeu.
03:38Não precisa individualizar as ações
03:41para você fazer um processo penal.
03:44A lógica é essa.
03:45Normalmente, você precisa descrever exatamente
03:47aquilo que a pessoa fez
03:50e ver se essa ação se encaixa
03:53num tipo penal que está ali no código.
03:59Tem decisões em tribunais brasileiros,
04:02do STJ, por exemplo,
04:03dizendo que em crimes coletivos
04:06não é preciso você descrever,
04:10individualizar com tanta precisão
04:12aquilo que cada um fez.
04:15Se o cara quebrou a janela
04:17e depois foi o outro que entrou,
04:20se foi um que chutou a porta
04:22e o outro quebrou a poltrona do plenário.
04:27Não é preciso esse tipo de individualização exata.
04:30É uma tese que existe,
04:35mas está longe de ser pacífica.
04:38Já tem gente falando,
04:39e aí, como é que você vai processar tanta gente
04:42sem dizer o que cada um,
04:45qual é a culpa exata de cada um?
04:48Então, é uma ação que tem este problema.
04:52O Dias Toffoli já seguiu o posicionamento
04:57do Alexandre de Moraes.
04:59Eu acredito que a maioria dos ministros,
05:02se não todos,
05:04vão seguir o posicionamento do Alexandre de Moraes.
05:08Daí a gente vai ter
05:09essa questão jurídica,
05:14provavelmente vai ser levantada
05:16pelos advogados da defesa e tudo mais.
05:19Como é que você processa tanta gente
05:22assim ao mesmo tempo?
05:24Vamos ver o que vai dar.
05:25É uma ação complexa do ponto de vista jurídico.
05:28Agora, do ponto de vista político,
05:30não tem complexidade.
05:34Enfim, teve um fato gravíssimo
05:37que aconteceu lá.
05:40E o que se mostra,
05:42pelo menos nessa decisão
05:44do ministro Alexandre de Moraes,
05:45é que ele tentou,
05:47em diversas análises,
05:48fazer análises mais individualizadas
05:50em relação a cada um dos envolvidos,
05:54dos réus que estão nessa ação.
05:57Crimes tão complexos,
05:59tão cruéis como esse
06:00que a gente viu do ataque
06:01à sede dos três poderes.
06:03Eu acho que a avaliação ali
06:05dentro do Supremo,
06:06principalmente do ministro Alexandre de Moraes,
06:08tem tentado embasar mais
06:10nos conhecimentos jurídicos.
06:13Wilson, quero te ouvir.
06:14Desculpa, só para complementar rapidinho.
06:19Porque é isso.
06:20Eles sabem que este é um ponto delicado.
06:24Eles vão tentar individualizar,
06:27mas nem sempre é possível,
06:28porque nem sempre tem imagens,
06:30nem sempre vai ficar claro o quê.
06:32Então, vai ser o grande ponto
06:34de atrito nessa discussão.
06:36Boa, Grebe.
06:39Vai lá, Wilson.
06:39Não, só para pegar esse ponto do Grebe,
06:41porque eu acho que realmente
06:42é um ponto nevrálgico
06:44dessa ação.
06:47Eu só queria discordar um pouquinho do Grebe,
06:48só em um ponto,
06:50de forma republicana,
06:51como sempre fazemos aqui,
06:53que eu acho que, assim,
06:54eu não acredito que seja
06:55uma decisão unânime.
06:56Talvez assim,
06:57talvez o mérito seja unânime,
06:59mas eu acho que essa questão
07:00da individualização de penas
07:01deve ser um ponto
07:03que com certeza vai ser alvo
07:04dos votos do Cássio Nunes Marques
07:06e do André Mendonça.
07:07Eu acho que esses dois
07:08devem adotar aí uma postura,
07:11talvez não de enfrentamento
07:13ao Alexandre de Moraes,
07:15até porque como eles, de fato,
07:16vão ser votos vencidos,
07:19isso aí não é novidade para ninguém,
07:21nem seria surpresa para ninguém,
07:23então é possível que esses dois
07:24façam ali aquele mise-en-scène,
07:27aquele teatrinho de,
07:29olha, eu vou condenar,
07:32ah, mas eu acho que vou colocar
07:35um veja bem,
07:36era necessária essa individualização
07:39das penas.
07:40Porque, de fato, nesse ponto,
07:41Greb, eu concordo contigo plenamente
07:44e é o grande flanco dessa ação,
07:45é o grande problema dessa ação.
07:48Porque no direito objetivo,
07:51no direito penal objetivo,
07:53mesmo para você estabelecer
07:54uma dosimetria de pena,
07:55você precisa deixar
07:56a conduta do cara muito clara,
07:58você precisa individualizar
08:00o que o cara fez,
08:01como fez, de que forma fez,
08:02em que tempo histórico,
08:03etc, etc, etc.
08:05Não posso simplesmente utilizar
08:06uma acusação genérica,
08:07estar na praça dos três poderes
08:09diante de um quebra-quebra.
08:11Então, assim,
08:11foi um fato grave?
08:12Foi.
08:13Merece punição?
08:15Nerece.
08:16Mas a gente vive
08:18um sistema democrático.
08:21De novo,
08:22o pau que bate em Chico
08:23tem que bater em Francisco.
08:25Então,
08:26você também não individualizar
08:28as penas dessa turba
08:31que invadiu
08:33a sede dos três poderes,
08:34não mostra fulano de tal,
08:35você estava lá
08:36de acordo com a câmera tal,
08:41você estava com um pedaço de pau,
08:43você entrou no gabinete
08:44do Alexandre de Moraes,
08:46foi flagrado,
08:47arrancando a porta,
08:48arrancando,
08:48rasgando a toque,
08:49sei lá.
08:51Você precisa,
08:52de fato,
08:53estabelecer
08:54a relação
08:55daquele camarada
08:55com aquele crime
08:56e naquele momento histórico.
08:58Senão vira
08:59uma balbúrdia jurídica
09:04que, inclusive,
09:06gente,
09:06é muito perigosa
09:07do ponto de vista
09:08do direito penal.
09:09De novo,
09:09não estou querendo
09:10defender vagabundo,
09:11não estou dizendo
09:12que esses caras
09:12têm razão,
09:14mas é muito perigoso
09:15quando você não deixa
09:16muito clara
09:17a identificação
09:19do crime
09:21porque eu estou falando
09:22de uma decisão
09:23de ministro de Suprema Corte
09:24que o cidadão
09:25lá na primeira instância
09:26ele pode aproveitar
09:28olha,
09:28então,
09:28o Alexandre de Moraes
09:29ele adotou essa prática,
09:30então vou fazer
09:31a mesma coisa
09:31aqui na justiça
09:32de base
09:32de primeira instância.
09:34A gente não pode
09:35deixar disso,
09:36a gente não pode
09:37deixar de ter isso
09:38em mente,
09:39sabe?
09:40Então,
09:40é muito delicado.
09:42De novo,
09:42acho que
09:43os votos
09:45tendem a ter
09:47esse caráter
09:47de punição,
09:49vai ter
09:51um efeito pedagógico,
09:52a um clamor
09:54aí de parte
09:55da sociedade
09:55para que esses crimes
09:57sejam punidos
09:58e de fato
09:58os caras erraram
09:59e precisam responder
10:00pelos seus crimes,
10:02né?
10:03A gente não pode
10:04passar a pena
10:04nesses caras.
10:05Agora,
10:07adotar atalho
10:08em justiça
10:10tende
10:11a dar problemas
10:12e nós tivemos
10:13vários exemplos
10:15tanto no âmbito
10:16da justiça administrativa,
10:17direito penal,
10:18direito administrativo,
10:20que, assim,
10:21que no final das contas
10:23esses atalhos
10:24podem criar
10:25muitos problemas.
10:28Agora,
10:29a pergunta que vocês
10:30devem fazer no chat
10:31agora é a seguinte,
10:32ah, Wilson,
10:32você acha que haverá
10:33uma revisão de pena?
10:34Mesmo que o
10:35Alexandre de Moraes erre?
10:36Eu, sinceramente,
10:37acho que não,
10:38né?
10:38Porque,
10:39ao contrário do que a gente,
10:41do sistema
10:42do direito tradicional,
10:43né?
10:43Em que você tem aquele
10:44princípio de que
10:46o Supremo
10:47tem o direito
10:48de errar por último,
10:49nesse caso,
10:50o Supremo
10:50está tendo o direito
10:51de errar primeiro.
10:53E aí você joga,
10:54e logo numa decisão
10:55de plenário virtual,
10:57né?
10:57Que ninguém está olhando,
10:58assim,
10:58os ministros colocam
10:59os votos dele por lá
11:00e etc.
11:01Então, assim,
11:02então, nessa vez,
11:02o Supremo,
11:03ele erra primeiro,
11:04pode errar primeiro
11:04e pode errar por último.
11:05O que também é muito ruim,
11:07né?
11:08É muito ruim
11:09para o nosso sistema
11:10democrático.
11:12De novo,
11:12a gente não pode,
11:14só para fechar,
11:15a gente não pode,
11:16em nome da defesa
11:17da democracia,
11:19utilizar atalhos
11:20que podem colocar,
11:21que podem criar problemas
11:23para a nossa própria
11:24democracia.
11:25Infelizmente,
11:26a gente tem adotado
11:26vários atalhos.
11:27Oi, Greber,
11:28desculpa.
11:28Não, não, não,
11:29pode acabar,
11:29pode acabar,
11:29desculpa.
11:31Então, assim,
11:31infelizmente,
11:32ultimamente,
11:32a gente tem adotado
11:33vários atalhos
11:33para preservar a democracia
11:35que, dependendo
11:37da interpretação
11:38que você faça
11:38desses atalhos,
11:39eles podem ser utilizados
11:41para minar
11:41a própria democracia.
11:42E isso, sinceramente,
11:43não é a melhor solução,
11:44não é a solução
11:45mais palatável.
11:46Quer dar uma arrematada,
11:47Greber?
11:48Não, eu só queria lembrar,
11:50para as pessoas se situarem,
11:52qual foi o processo
11:53mais famoso
11:54em que essa questão
11:54do crime coletivo
11:55apareceu?
11:57Foi o do Carandiru.
11:59Um processo
12:00que,
12:01décadas correndo,
12:02e uma das questões
12:03centrais era essa,
12:04como é que você sabe
12:06qual policial
12:07atirou
12:08em qual preso?
12:09Quem foi que
12:09puxou gatilho?
12:11Quem só estava lá
12:12no meio da balbúrdia
12:13e não matou ninguém?
12:17Por muitos e muitos anos,
12:19teve júri
12:19anulado
12:20por causa
12:21dessa discussão.
12:23Acabou se resolvendo
12:26em favor
12:27da tese
12:27de que, sim,
12:30mesmo sem ter
12:30uma individualização
12:32exata,
12:34seria possível
12:34condenar os policiais.
12:36Mas, veja,
12:37foi um julgamento
12:38hiper polêmico
12:39e continua sendo.
12:41E não vai ser diferente
12:42dessa vez.
12:44Olha,
12:45ainda sobre esse assunto,
12:46hoje, inclusive,
12:47a Polícia Federal
12:47deflagrou uma operação
12:49que,
12:50perdão,
12:51a décima fase
12:52dessa operação
12:53da Polícia Federal,
12:54a Operação Lesa Pátria,
12:55para identificar
12:56as pessoas
12:57que participaram
12:57desses ataques
12:58no dia 8 de janeiro.
13:00Os agentes
13:02cumpriram
13:0216 mandados
13:03de prisão
13:04preventiva,
13:0522 de busca
13:06e apreensão
13:07que foram expedidos
13:07pelo Supremo Tribunal Federal
13:09inclusive para
13:10diversos estados.
13:13Tem aí
13:14Goiás,
13:16Minas Gerais,
13:16Mato Grosso,
13:17Pará,
13:18Paraná,
13:18Rio de Janeiro,
13:19São Paulo
13:20e Distrito Federal.
13:21São alvos,
13:22inclusive,
13:23dessa ofensiva
13:23da Polícia Federal
13:24os investigados
13:25pelos seguintes crimes.
13:27Abolição violenta
13:28do Estado Democrático
13:30de Direito,
13:30golpe de Estado,
13:32dano qualificado,
13:33associação criminosa,
13:34incitação ao crime,
13:36destruição
13:37e deterioração
13:40ou inutilização
13:42do bem
13:43especialmente protegido
13:44dessa operação
13:47que foi deflagrada
13:47hoje pela Polícia Federal.
14:07Poder São Paulo
14:12e a consciência
14:12do bem
14:13do bem
14:14do bem
14:14e a consciência
14:15ou em
14:16abordando
14:16que foi
14:17chamada
14:18da Polícia Federal
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