Voluntários caminhavam entre os escombros das casas na Vila Sahy, na cidade paulista de São Sebastião, quando ouviram o grito de uma criança por socorro. Debaixo de um telhado, eles encontraram um menino assustado de 3 anos no colo de sua mãe. Ele não abria os olhos e sua boca parecia inchada. A mãe e o marido, ao seu lado, estavam sem sinais de vida. A família fora surpreendida por um deslizamento de terra, mas a criança resistiu até ser resgatada por um grupo de quinze pessoas. Outros dois filhos do casal eram dados como desaparecidos. Na mesma Vila Sahy — o ponto mais atingido pelas chuvas do Carnaval do litoral paulista — uma situação inversa foi registrada. Na terça, 21, o bebê de 9 meses Levy Santos de Oliveira foi a primeira vítima do desastre a ser enterrada. Sua mãe ficou ilhada e conseguiu ser resgatada na segunda. Uma irmã de 9 anos precisou ser internada em um hospital na cidade vizinha. No funeral, em que o pequeno caixão branco foi carregado por duas pessoas, os pais recebiam a ajuda de psicólogos e de assistentes sociais. Essa última calamidade traz à tona não apenas os estragos causados pelas mudanças climáticas, como aqueles gerados pela incompetência do Estado brasileiro em impedir que famílias vivam em áreas de risco.
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00:00A gente está indo embora, a gente está indo embora às três da manhã, rezando pra você ver o que vai acontecer.
00:11Nossa!
00:13Mais aí, homem!
00:18Meu Deus!
00:20Meu Deus!
00:20Deslizamentos, desaparecidos e vítimas fatais.
00:33Cenas de terror que se repetem todo ano.
00:37Até a manhã desta sexta-feira, já são contabilizados 54 mortos na tragédia causada pelas chuvas no litoral de São Paulo.
00:45Ações emergenciais são tomadas, e volta a circular o termo, tragédia anunciada.
00:52Mas fica a pergunta, se é possível prever e evitar, devemos aceitar apenas como tragédia?
00:58Nesta quarta-feira, o Ministério Público do Estado de São Paulo informou que o Grupo de Atuação Especial de Proteção ao Meio Ambiente, o GAEMA,
01:05ajuizou um total de 42 ações civis públicas por intervenções em 52 áreas com deficiência de infraestrutura e riscos à população, apenas no município de São Sebastião.
01:20Para este vereador Icaiçara há 50 anos, o principal desafio não é retirar os moradores das áreas de risco,
01:27mas sim oferecer habitações populares onde há oferta de trabalho.
01:32Nós mandamos as famílias para a Costa Norte.
01:36Na hora que elas perceberam que ficaria caro de elas voltarem 60 quilômetros para voltar para Juqueí,
01:43o que elas fizeram?
01:45Alugaram ou venderam as suas propriedades lá na Costa Norte, que o governo deu, ou financiou,
01:53e voltaram para Juqueí para ocupar esses lugares de novo.
01:59Entendeu?
01:59Então, assim, o problema ocorreu. Por quê?
02:02Porque lá na região Norte não tem necessidade, porque é uma área de periferia, não precisa contratar piscineiro,
02:11não tem restaurantes para contratar cozinheiros, garçom.
02:15Essa mão de obra está aqui na Costa Sul, onde está o turismo da cidade de São Sebastião.
02:20No final de outubro do ano passado, Wagner alertava em sessão na Câmara Municipal
02:25sobre a demora da gestão municipal para a assinatura de um convênio com o governo do Estado
02:30para a reurbanização da Vila do Saí, uma das áreas mais afetadas pelas chuvas.
02:35Marangoni, que foi vice-presidente do CDHU, destinou uma verba para fazer 250 casas populares lá na Baleia.
02:48Esse projeto passou pela Câmara, a gente votou em regime de urgência.
02:52Está na mesa do prefeito há seis meses, autorizados a apropriação que o Estado vai pagar.
02:58Enquanto...
02:59A Câmara, a gente votou em regime de urgência.