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Os ex-apresentadores de TV Xuxa e Marcelo Tas compartilharam em suas redes sociais pedidos de abaixo-assinados pedindo a cassação da senadora eleita pelo Distrito Federal Damares Alves (Republicanos; foto), antes mesmo de sua posse agendada para fevereiro. O movimento contra a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos ocorre após um discurso onde ela cita supostos abusos sofridos por menores de idade no Pará.

“Ou ela prevaricou como ministra de Direitos Humanos ou ela está mentindo aos eleitores”, escreveu Xuxa, em seu Instagram, “ambos fatos gravíssimos que merecem cassação imediata”. Em seu Twitter, Marcelo Tas também pediu apoio à campanha, que tem 340 mil assinaturas de uma meta de 500 mil nomes.

Damares falou sobre o tema no sábado (8), durante um culto em Goiânia. Lá, a senadora eleita disse que “agora eu posso falar: temos imagens de crianças brasileiras com quatro anos, três anos, que, quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”, entre outras graves acusações.

Como a ex-ministra não apresentou provas, o Ministério Público Federal cobrou que o MMFDH, pasta que ela comandava, apresente que fatos são esses. O PT também foi à Procuradoria-Geral da República cobrar que a nova parlamentar apresente suas provas.
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Transcrição
00:00Gostaria de começar o papo de hoje pelo caso da ministra Damares Alves,
00:07que, enfim, no sábado passado fez denúncias graves durante um culto religioso.
00:15E aí, muita polêmica em torno dessas denúncias,
00:20porque até agora não se sabe se há provas ou não a respeito delas.
00:25Mas coisas horrorosas com crianças que teriam os dentes arrancados,
00:30uma dieta especial, tudo isso para permitir que elas fossem abusadas sexualmente mais fácil.
00:39Vamos ver, né?
00:40Hoje teve duas reações em torno disso, uma do PT e uma de gente famosa,
00:47que pediu que a ministra seja investigada, tenha a própria posse dela,
00:52que acaba de ser eleita como senadora barrada antes mesmo do começo do ano,
01:00quando os novos parlamentares vão para o Congresso.
01:04Olha ali, famosos pedem assinaturas pela cassação de Damares Alves antes da posse.
01:10Os dois nomes aí que se manifestaram foram a Xuxa, apresentadora,
01:14e o Marcelo Tassi, apresentador, também uma personalidade conhecida da televisão.
01:22Vamos dar uma olhadinha na outra reportagem, olha aqui, olha,
01:27sobre o pedido do PT, né?
01:31O PT também pediu uma investigação da ministra.
01:37O PT aciona a PGR contra Damares após falas sobre exploração sexual de menores.
01:43Essa história, vamos lá, vamos dar uma olhadinha no texto, né?
01:50Deputados do PT enviaram nesta terça-feira à Procuradoria Geral da República
01:53um pedido de abertura de investigação criminal
01:56para apurar a conduta da senadora eleita Damares Alves
02:00durante o culto no último fim de semana.
02:04Na ocasião, ex-ministra da Mulher Família e Direitos Humanos
02:08falou sobre supostos abusos sexuais contra crianças na ilha de Marajó.
02:13O que é interessante a gente lembrar e observar sobre essa história?
02:21Denúncias de que histórias de abuso vêm acontecendo em Marajó
02:28são muito antigas.
02:31Em 2018, inclusive, não sei se vocês lembram disso,
02:35aconteceu lá na Câmara dos Deputados,
02:38no Congresso, na verdade não lembro se era a sua Câmara ou se era o Senado também,
02:41que no Congresso aconteceu uma CPI justamente para investigar
02:48todos esses casos que vinham sendo relatados de crianças abusadas sexualmente.
02:55A CPI ganhou o nome de CPI da pedofilia,
02:58não é um nome muito preciso porque
03:02é importante a gente ser preciso com as palavras, né?
03:06A pedofilia é uma doença.
03:10Quando é gente...
03:13adultos que simplesmente se abusam de crianças,
03:18se aproveitam de crianças,
03:20isso é abuso sexual mesmo,
03:21tem crime previsto sobre isso no Código Penal.
03:26não estou dizendo que a pedofilia é menos grave
03:30do que o abuso sexual de crianças,
03:32as coisas às vezes se confundem,
03:34mas não necessariamente se confundem.
03:37Uma pessoa não precisa ser doente
03:38do ponto de vista médico,
03:42ser chamada de pedófila,
03:44para praticar esse tipo de abuso.
03:46pode ter uma vida sexual que também é normal com adultos,
03:50com mulheres ou homens, sei lá eu,
03:54e em uma determinada situação cometer um abuso contra uma criança.
04:00Não é pedófila, mas cometer um crime, certo?
04:03Pedófilo tem uma orientação sexual que é primordialmente,
04:07exclusivamente voltada para crianças.
04:09São duas coisas que se confundem, mas...
04:12Então, só estou querendo dizer que o nome melhor
04:15para aquilo que a CPI lá em 2018 investigou
04:20foram abusos sexuais comuns
04:24cometidos contra crianças na ilha de Marajó.
04:28E, de fato, se identificou que muita coisa acontecia.
04:31Por quê?
04:31Porque era uma região palpérrima do Brasil.
04:36E descobriu-se que as crianças subiam nos barcos
04:41que passavam ali pela região
04:43para conseguir comida.
04:47E, muitas vezes, essa comida era obtida
04:49em troca de favores, entre aspas, sexuais.
04:54Elas se submetiam a um abuso, a um estupro,
04:58para conseguir comida ou algumas outras coisas
05:01que elas precisavam, que as famílias precisavam ali para viver.
05:04Uma situação horrível, horrível, sob todos os aspectos.
05:08Lá durou dois anos a CPI, se não me engano,
05:10e ela resultou em uma série de medidas legais
05:14para tentar coibir aquilo.
05:19Mais recentemente, em 2020,
05:21isso é um mérito do governo Bolsonaro,
05:25ele lançou um programa
05:27inteiramente voltado para a ilha de Marajó.
05:32O programa se chama Abrace o Marajó.
05:35E tem lá quatro eixos de atuação do governo,
05:40medidas de infraestrutura, medidas sociais,
05:44medidas de preparação dos agentes públicos,
05:47medidas de saúde.
05:48Tem um monte de coisa,
05:49vários milhões de reais voltados
05:52para atender aquela população daquela região,
05:55aquela gente bem pobre.
05:56E boa parte do monitoramento desse programa,
06:05que é um programa que atinge vários ministérios do governo,
06:09ficou embaixo da pasta que era da ministra Damares Alves.
06:13O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
06:16estava ali envolvido em muitas dessas atividades
06:19do programa Abrace o Marajó.
06:21Então, supostamente,
06:24nessa capacidade de ministra
06:27envolvida com o programa do governo,
06:30a Damares Alves teria tido conhecimento
06:33desses fatos que ela relatou.
06:38Então,
06:40que existe exploração sexual das crianças
06:43naquela região,
06:45não se pode negar.
06:46O governo está fazendo
06:50alguma espécie de atuação
06:51naquela região também.
06:54Isso também é fato.
06:56O que todo mundo está questionando é,
06:58bom,
06:59se
07:00coisas horríveis,
07:03como essas dos dentes das criancinhas
07:06serem arrancados,
07:07para que elas possam
07:08praticar atos sexuais
07:11com mais facilidade,
07:13estavam acontecendo,
07:14por que é que isso
07:15não veio à tona
07:16antes?
07:18Por que é que nunca
07:18a ministra falou disso
07:20e só veio falar
07:21na época
07:22da campanha eleitoral?
07:29Foram perguntar para a PF
07:30e para a polícia
07:32do próprio Pará
07:35se havia
07:36investigação em torno disso.
07:39E as respostas,
07:40por enquanto,
07:41foram negativas.
07:42ninguém sabia
07:43do que a ministra
07:44estava falando,
07:45aparentemente.
07:46Só ontem,
07:48dia 11 de outubro,
07:51um ministério,
07:53que era o ministério
07:53da Damares,
07:54soltou uma nota
07:55dizendo
07:56que foram instaurados
07:58inquéritos,
07:59que foram
08:00iniciadas
08:02investigações
08:03sobre
08:04molestamento,
08:07abuso de crianças
08:08na região do Marajó.
08:10mas também não deu
08:11maiores informações
08:12sobre isso.
08:13Então,
08:14a situação
08:17é essa.
08:19Por enquanto,
08:20não há
08:21prova,
08:22não há
08:23indício
08:24concreto,
08:25não há documentação
08:27oficial
08:27concreta
08:28indicando
08:29que aquelas
08:30coisas todas
08:31sobre as quais
08:32a ministra falou
08:32tenham acontecido.
08:34daí.
08:39Se
08:39não existem
08:41as investigações,
08:43pode ser
08:44prevaricação,
08:45crime,
08:46e é por isso
08:47que as pessoas
08:47estão caindo
08:48em cima
08:50da Damares.
08:51E se for o caso
08:52mesmo de não haver
08:53nada
08:54em curso
08:56na polícia,
08:58na polícia federal,
08:58na polícia local,
09:00polícia federal,
09:01porque a Damares
09:02disse que muitas
09:02dessas crianças
09:03eram mandadas
09:04para fora do Brasil.
09:05Então,
09:06é um crime
09:06que teria que ser,
09:07além de tudo,
09:08além das práticas
09:09de abuso,
09:11teria ainda
09:11um tráfico
09:12de crianças,
09:13teria que ser
09:13investigado
09:14pela PF mesmo.
09:16Então,
09:17se não existirem
09:19essas investigações,
09:22o crime
09:24da Damares,
09:24aquilo que a Damares
09:25disse,
09:26vai ser uma coisa
09:27hedionda também,
09:29porque é
09:30inventar
09:31uma história
09:32macabra
09:33para privilegiar
09:36o candidato
09:37que ela apoia.
09:39Eu prefiro
09:40aguardar um pouco,
09:42justamente por causa
09:43de tudo isso
09:44que eu falei.
09:46Existe um histórico
09:47de investigação
09:49de abusos
09:50de crianças
09:50naquela região.
09:52É uma coisa
09:53que se sabe
09:53que acontece,
09:55porque a região
09:56é muito pobre.
09:58as crianças
09:59trocavam
10:00sexo
10:01desde muito cedo
10:02por comida,
10:04por coisas básicas
10:05de sobrevivência.
10:07Então,
10:08é sim possível
10:09que coisas
10:11parecidas,
10:12ou até mesmo
10:13aquelas coisas
10:13exatamente
10:14que a ministra
10:15mencionou,
10:17aconteçam.
10:18Agora,
10:20é muito ruim
10:21quando um agente
10:22público,
10:23como a ministra,
10:24fala
10:25dessas coisas
10:26no meio
10:28de um culto,
10:30pescando
10:32os exemplos,
10:34os detalhes
10:34mais escabrosos
10:35de toda a história,
10:37os mais
10:37horrendos,
10:40sem conseguir
10:43logo em seguida
10:44mostrar aquilo
10:45que ela mesma fez,
10:47mostrar aquilo
10:48que o governo
10:48fez
10:49para deter
10:50esses abusos,
10:53esses crimes.
10:54está uma situação
10:55que,
10:56assim,
10:57eu acho
10:57que não é hora
11:00de crucificar
11:01completamente
11:02a ministra,
11:02não é hora
11:03de crucificar
11:03a ministra,
11:05mas também
11:06não é hora
11:06de acreditar
11:08naquilo
11:09que ela disse.
11:10A ministra
11:11já disse
11:11coisas absurdas.
11:15Então,
11:15ela não tem
11:15um histórico
11:16muito bom.
11:19Ela tem,
11:20aparentemente,
11:21até uma tendência
11:22de exagerar
11:23nos quadros
11:25que ela pinta,
11:27sobretudo
11:27quando está
11:27adiante de gente
11:28que partilha
11:32da religião dela,
11:33quando está em cultos,
11:34quando está ali
11:34com o chapéu
11:37de pastora,
11:38vamos dizer assim.
11:40Então,
11:40é uma história ruim,
11:44nesse momento,
11:45é uma história ruim
11:46sobre todos os ângulos
11:47que você quiser observar.
11:48uma região paupérrima
11:50que tem histórico
11:52de abuso
11:54de menores.
11:56Uma ministra
11:57que falou
11:58do assunto
11:58sem,
12:00nos dias seguintes,
12:01vamos lá,
12:02ela falou no sábado,
12:03domingo,
12:03segunda
12:04e terça,
12:06ela não
12:07se pronunciou
12:08de novo
12:08a respeito disso,
12:10não deu
12:10nenhuma informação
12:12extra
12:12oficial
12:13sobre aquilo
12:14que ela teria
12:14feito
12:15para
12:16coibir
12:17os crimes.
12:19Então,
12:19é ruim.
12:21Mas,
12:22pelo histórico,
12:23eu acho que a gente
12:23deve esperar.
12:25Tem coisa ruim
12:26acontecendo ali?
12:27Tem.
12:28O governo
12:29implantou um programa
12:31para tentar ajudar
12:32as populações
12:34da ilha de Marajó
12:34e das outras ilhas
12:35que tem ali em volta.
12:38Agora,
12:39não tem um braço
12:40de justiça,
12:41não tem um braço
12:42de segurança pública
12:43nesse programa
12:44o governo.
12:45e a gente
12:47não sabe
12:47de fato
12:49se o ministério
12:50tem linhas
12:52de telefone,
12:53de internet
12:53para denúncia
12:54de crimes,
12:56deu o mesmo
12:56andamento
12:57a ações
12:58para coibir.
13:01É ruim,
13:02é ruim,
13:02é tudo ruim.
13:04A gente
13:05público
13:05não pode ser
13:06responsável
13:07desse jeito,
13:08não pode
13:09causar
13:10sensação
13:11falando
13:12sobre coisas
13:14que tem a ver
13:14com o cargo
13:15que ela ocupou.
13:16Ela disse,
13:16agora que eu saí
13:17eu posso falar.
13:19Isso é pior ainda.
13:21Tinha que ter falado
13:22quando estava no governo.
13:25Não agora que saí,
13:26ela não está mais livre
13:26para falar agora.
13:29Ela tinha uma capacidade
13:30oficial para falar
13:31quando ela era ministra.
13:33Não fez nada.
13:34Deixou em segredo
13:36para não prejudicar
13:37investigações.
13:38mas ela não disse
13:38isso também.
13:40Ela não veio a público
13:40e disse,
13:41olha,
13:42quando eu era ministra
13:44eu não podia falar,
13:45tem inquéritos
13:46em andamento,
13:47então eu não deveria
13:47ter falado agora também.
13:49Certo?
13:51Se a questão
13:52era não
13:52interferir em investigações,
13:54ela não podia ter falado
13:54nem antes,
13:55nem poderia falar agora.
13:57Porque apesar
13:58de ser ministra,
13:58ela continua sendo
13:59uma autoridade pública
14:01que acaba de ser eleita.
14:04Então ela não entendeu
14:05as responsabilidades dela.
14:08Legenda Adriana Zanotto

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