- 21/06/2025
Em entrevista ao Papo Antagonista, a filha de Eduardo Cunha, Danielle Cunha, disse que, se o ex-presidente da Câmara estivesse no poder, estaria atuando para ajudar Jair Bolsonaro a governar.
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NotíciasTranscrição
00:00Muito bem, já está conectada comigo, Daniele Cunha, parabéns pelo livro, bem-vinda ao Papo
00:08Antagonista, muito boa noite. Boa noite, muito obrigada pelo convite, pelo espaço.
00:15Olha, a gente teve uma conversa mais rápida na sexta-feira, eu queria que você repetisse
00:21algumas coisas para mim. Primeiro, é sobre a elaboração do livro, é um livro feito a quatro
00:27mãos, você e o seu pai que hoje está em prisão domiciliar. Então, eu queria que você nos
00:33contasse um pouquinho sobre esse livro. Perfeito, bom, Tchau Querida, livro que foi lançado agora
00:40nesse sábado, foi escrito a quatro mãos, como disse o Cláudio, o processo de escrita dele
00:48foi um processo que envolveu, acima de tudo, a memória de quem viveu, relatou e foi peça-chave,
00:57nesse processo, que é o meu pai, Eduardo Cunha, mas não só isso, houve um trabalho minucioso
01:04por trás, para que os relatos fossem devidamente corroborados. E esse trabalho foi um pouco
01:12da, um pouco não, foi muito da minha responsabilidade. Então, qual foi o papel? A partir do momento
01:17em que meu pai, ele é preso, ele acaba se tornando impossibilitado de realizar, não só naquele
01:25momento à escrita, quanto o trabalho, que a gente chama de back-office, mas de pesquisa,
01:31de corroboração de elementos e de entrevistas. Eu passo o tempo, há um ano, ele vai para casa
01:38por conta de um problema de saúde e também por conta da pandemia, e passa a poder escrever o livro.
01:44O que eu fiz, enquanto ele escrevia o livro, eu fui realizando o que eu chamo de três outros
01:51pilares principais do livro. O primeiro foi a busca através de todos os clipings do período.
01:57Então, o que a gente fazia? Pegava tudo que saía nos jornais e olhava, fazia uma análise crítica do
02:04que se saía, de qual era a impressão jornalística que se passava e, claro, o bastidor daquela informação.
02:11Então, o que houve, o que antecedeu, qual foi um eventual conflito, uma reunião, o que aconteceu antes disso.
02:20Então, essa foi uma das formas principais de reconstrução dos elementos que corroboraram ao relato.
02:27A segunda foi uma checagem junto com a agenda oficial do meu pai.
02:32Então, era justamente pegar tudo que estava listado, todos os compromissos, todos os encontros listados na agenda
02:39e também fazer o confronto com o clipe, porque muitos dos encontros, obviamente, embora não noticiados diretamente,
02:49neles aconteceram algum fato que saíram para a imprensa.
02:54Então, esse foi o segundo pilar.
02:56O terceiro pilar, no caso, foram as entrevistas.
02:59Então, conversa com pessoas, diversas colhidas de depoimentos, digamos assim.
03:05Esses três pilares foram de minha responsabilidade, junto com isso, o principal fator que é a memória, de fato,
03:15e a vivência do meu pai.
03:16Com isso, a gente conseguiu juntar e escrever o livro.
03:20Muito bem.
03:22Bom, é obviamente que é um relato de alguém que participou de forma bastante presente,
03:30que teve um papel de protagonismo no processo de impeachment, num momento histórico.
03:34É uma versão desse processo.
03:36A gente sabe que a verdade histórica é feita de diferentes versões,
03:39mas é mais uma versão a ser considerada para que a gente possa ter uma leitura mais precisa
03:48de tudo que aconteceu em um momento que ainda tem consequências atuais.
03:54Eu percebo que ali tem um trecho do livro que ele menciona até a atualização do livro
04:00vem até poucos meses, até a eleição, inclusive do Arthur Lira para a presidência da Câmara.
04:07Ele comenta essas articulações que levaram à sucessão dele.
04:14O Rodrigo Maia faz muitas críticas ao Rodrigo Maia.
04:17E a gente percebe que esses acontecimentos ainda estão conectados ao longo dos anos, ao longo do tempo.
04:28Me chamou a atenção, que é uma questão que está sempre presente no discurso do PT,
04:35que é chamar o impeachment da Dilma de golpe.
04:39Até recentemente o Michel Temer também, numa entrevista, causou polêmica,
04:42porque ele falou que não era, que não que era, que aí depois disse que não era bem isso que tinha dito.
04:49Enfim, quando a gente faz a leitura do relato, é claro que é um processo político.
04:58O impeachment, como definiu o Fachin, é um processo jurídico político.
05:04É claro que a face política, ela traz esses elementos de articulações de bastidor.
05:15Então a gente percebe que o impeachment, ele é um processo político que depende de vontade política.
05:22Não é bem um golpe, não é isso?
05:24Perfeito. Bom, eu acho, até aproveito para falar sobre o tema, muito fala-se, né?
05:29A narrativa adotada pela esquerda é a narrativa do golpe.
05:34Então teve golpe, teve golpe, é evidente que não teve golpe.
05:39Acima de tudo, como você muito corretamente colocou e embasando por informações de ministros,
05:46que o impeachment, ele é um processo político-jurídico sim,
05:50mas sem o aspecto jurídico dele, o aspecto político não existe.
05:54Então vale ressaltar, e isso fica muito claro no livro,
05:58que houveram muitos pedidos de impeachment, muitos.
06:01E todos, até o pedido que de fato foi aceito, todos foram rejeitados.
06:07E por que que eles foram rejeitados?
06:09Porque não havia embasamento jurídico suficiente.
06:14Caracteriza-se, apto ao impeachment, um crime de responsabilidade cometido no exercício do mandato.
06:21Então, a grande questão ali era qual foi o momento em que houve um crime cometido no exercício daquele mandato.
06:30No caso, o segundo mandato da Dilma.
06:33Então, o petista, quando ele fala, não, teve golpe, teve golpe,
06:38é uma narrativa para ele poder sair por cima como se ele tivesse prejudicado.
06:43Ele está querendo dizer que não houve crime.
06:44Houve crime, e dentro do crime houve um devido processo legal construído.
06:51É lógico que dentro deste processo houve um processo político, sem sombra de dúvida.
06:57Mas houve um processo legal conduzido.
07:00Agora, a gente sempre diz que, mantendo a linha da narrativa deles,
07:05que gostam de dizer que teve golpe, que fomos golpistas,
07:10A grande da verdade é que, se for ficar nessa linha,
07:14quem com golpe fere, com golpe é ferido.
07:16Porque a gente não pode esquecer o que eles fizeram no impeachment do Collor.
07:21Então, olhando por aí, de fato, o PT deu um grande golpe na época do impeachment do Collor.
07:27Então, existe essa brincadeira em cima do tema que a gente fala.
07:33No fim das contas, a política é feita de acordos e traições.
07:37O próprio Eduardo Cunha reclama que foi traído, pelo menos duas vezes, pelo Michel Temer.
07:44Ele ajudou, de alguma forma, o Michel Temer e depois foi abandonado pelo Michel Temer.
07:49Perfeito.
07:50E eu acho curioso que diz, caracteriza muito o que você acabou de falar, Cláudio.
07:56Você disse assim, não, recentemente o Michel Temer deu uma declaração e disse que foi golpe,
08:01e depois disse, não, veja bem, não é golpe.
08:03Então, assim, isso é bem característico do ex-presidente Michel Temer.
08:09Eu escutei recentemente, que ele deu uma entrevista também,
08:12dizendo que soube do impeachment seis dias antes.
08:15Então, a gente vê com muita, com quase que um quê de diversão.
08:20Seis mil dias antes.
08:21É.
08:22Então, assim, ele realmente poderia se considerar, então, a pessoa mais sortuda do universo.
08:27Ele estava sentado em casa e aí ele, enfim, virou presidente da República.
08:30De repente caiu no colo dele.
08:35Me chama a atenção, Dani, é o seguinte, é claro, é um relato, o Eduardo Cunha,
08:42quando faz esse relato, junto com a tua ajuda aqui, ele está trazendo a experiência dele,
08:49os contatos, ele fala muito de reuniões, de articulações, e me chamou muito a atenção.
08:54Duas coisas que estão muito em debate hoje.
08:59A gente vê julgamento de suspensão de Sérgio Moro, vazamento de mensagens da Vaza Jato.
09:07O Eduardo Cunha, inclusive, obviamente, está tentando usar essas mensagens também
09:10para se livrar das condenações, como Lula.
09:14E aí, me chama a atenção que ele faz um relato, tanto da época do impeachment,
09:23como em outros episódios também, de diversas reuniões que eles têm com ministros do Supremo.
09:32Então, assim, inclusive ele relata como foi a sondagem, o apoio que o Edson Fachin teve
09:38do Joesley Batista, do Ricardo Lewandowski, encontro com o Renan Calheiros, na base aérea.
09:46Aí tem toda uma discussão em cima da questão da PEC da Bengala,
09:52a polêmica PEC da Bengala, que também tramitou mais ou menos na mesma época,
09:57que foi usada como um instrumento de barganha por parte dos ministros.
10:02Então, você tem encontros também, relatos de encontros desses ministros.
10:06Eu acho interessante a gente ver muitos ministros pedindo isenção, imparcialidade,
10:15mas desfrutando da política como se políticos fossem,
10:20articulando politicamente como se políticos fossem.
10:24É muito...
10:26Eu acho que, fazendo primeiro um adendo com relação à PEC da Bengala,
10:29que ela é bastante explorada, principalmente numa parte inicial do livro,
10:35Vale a reflexão que, se não houvesse a PEC da Bengala,
10:40PEC esta, com o meu pai, foi duramente criticado naquele momento,
10:44a pauta-bomba, clássico do Eduardo Cunha,
10:47se não tivéssemos a PEC da Bengala,
10:50a Dilma teria escolhido cinco ministros.
10:54Ela teria mudado a composição da corte em mais cinco ministros.
10:58Então, para aqueles que, nós todos, no caso,
11:03que comemoramos, que acreditamos, que vemos as melhorias do período pós-PT,
11:11imagina se nós tivéssemos um período pós-PT com boa parte da Suprema Corte
11:17integrada e nomeada devidamente pelo PT.
11:21Então, eu acho, eu considero, não por ser filho,
11:24obviamente, eu sou suspeita para falar,
11:26mas esse realmente foi um dos grandes atos
11:29que devem, sim, ser reconhecidos,
11:33dos grandes atos de Eduardo Cunha.
11:35E com relação ao que você falou, Cláudio,
11:38o livro relata, e eu sempre gosto de frisar isso,
11:42é muito importante, porque as pessoas falam assim,
11:46ah, mas o livro falou de pessoa A,
11:48ah, mas não falou de pessoa B, então está perseguindo pessoa C.
11:52O livro, ele é um relato desapaixonado de um processo político.
11:58Então, se a gente olha bem ali,
12:00o livro, ele foi escrito cinco anos depois,
12:04fizeram cinco anos, fora sábado,
12:07ele continua atual, isso é uma outra questão,
12:10mas independente disso, ele é um relato.
12:13Então, as pessoas que ali estão, ali participaram,
12:17estavam dentro do processo,
12:19seja positiva, seja negativamente,
12:22seja mais ativa, seja porque era contra ou era a favor,
12:25participaram.
12:26Inclusive, hoje, curiosamente,
12:28antes da gente começar o nosso bate-papo,
12:32eu recebi uma mensagem de um advogado
12:34que participou, aí ele falou assim,
12:37bom, tudo que eu li do livro que eu vivi
12:40está extremamente fidedigno, e de fato.
12:42Então, assim, as pessoas, elas podem não querer admitir,
12:46elas podem se constranger em dado momento,
12:48mas existiu de fato.
12:50Então, toda essa parte de conversas de ministros de Supremo,
12:55não existe ali no livro nenhuma...
12:58Eduardo Cunha não participou de nenhuma negociação
13:02com nenhum ministro do Supremo,
13:03isso é muito importante deixar claro.
13:06O que não significa que não tiveram.
13:09Então, assim, o livro, ele mostra isso com muita clareza,
13:12ele denota inepisódios, né?
13:15Eu acho que ele exemplifica muito bem
13:18a hipocrisia dos nossos agentes públicos
13:22que pedem moralidade de um
13:24e não dão o exemplo, né?
13:27No final das contas,
13:29quando você percebe,
13:30quando você vê o relato do Eduardo,
13:32falando naturalmente,
13:33olha, teve essa reunião aqui,
13:35esse jantar ali, a colar,
13:37inclusive ele fala que o Joesley
13:38deu um jantar para a comemoração
13:40da nomeação do Fachin,
13:42regado a vinhos caríssimos,
13:43e que todo mundo ficou muito feliz,
13:47que varou a madrugada,
13:48quer dizer, eu acho que isso mostra um pouquinho
13:50para o cidadão comum,
13:51que está tão distante dessa realidade,
13:53como é que funciona
13:57o mecanismo do poder em Brasília.
14:00Ele me chamou a atenção também
14:02uma outra coisa, que é o seguinte,
14:03ele, recentemente,
14:07o Cunha disse que se estivesse no poder
14:09apoiaria o Bolsonaro, né?
14:11Aqui, a gente publicou essa notícia,
14:15a notícia aqui do dia 13,
14:17ele disse aqui que, olha,
14:20quem elegeu o Bolsonaro
14:21porque não queria a volta do PT
14:23tem a obrigação de dar governabilidade a ele,
14:25se estivesse no poder,
14:27eu o apoiaria,
14:28a frase dele aqui.
14:28Ele, no livro,
14:32eu vejo, percebo muito
14:34a raiva dele com a incompetência da Dilma,
14:38mas ele elogia muito o Lula, né?
14:40Então, quando ele fala até dos relatos dele,
14:42o Lula não queria Fachin,
14:43queria, aí ele vai,
14:45o Lula queria rearticular,
14:46queria refazer toda a articulação do governo,
14:49né?
14:49Porque, coitado do Lula,
14:50porque quando a Dilma deu o golpe,
14:52ela que talvez tenha dado o golpe...
14:54Ela que foi a grande golpista,
14:55eu ia falar, assim que eu falasse,
14:56eu ia falar isso,
14:57mas eu falo já.
14:57Aí eu impedi que ele voltasse,
15:02naquela disputa pela reeleição em 2014.
15:05O fato é que,
15:06depois ela se cercou dos seus auxiliares,
15:09Cardoso e afins,
15:11e que o Lula passou a não ter acesso mais,
15:14não ter o poder que tinha,
15:14a influência que tinha.
15:15A gente que cobre isso diariamente aqui,
15:17eu lembro perfeitamente,
15:19noticiei muito sobre isso.
15:20Mas eu percebo uma admiração muito grande
15:22do Cunha,
15:24uma admiração política
15:25em relação ao Lula.
15:28E quando eu vejo ele falando aqui
15:29que defenderia o Bolsonaro,
15:30eu fico perguntando se o Eduardo Cunha
15:32é bolsopetista.
15:33Bom, vamos lá.
15:35Antes de qualquer coisa,
15:37Eduardo é antipetista.
15:39Então, isso,
15:40acima de qualquer coisa,
15:42qualquer,
15:44e não dizendo que seja o caso do Bolsonaro,
15:47mas ali o quadro eleitoral,
15:49qualquer quadro eleitorado,
15:51eleitoral, perdão,
15:52é defendido que não seja o PT.
15:54Esse é o primeiro ponto.
15:55Então, eu vou dividir a resposta em dois.
15:56Eu vou falar um do Bolsonaro
15:58e um do Lula.
15:59Com relação ao presidente Bolsonaro,
16:02qual foi o grande ponto
16:03em que ele toca ali?
16:05O presidente Bolsonaro é eleito
16:06numa grande movimentação,
16:08numa grande rechaça,
16:10generalizada da população brasileira,
16:12que não quer ouvir mais falar de política,
16:15e ele vem como um refresco ali.
16:18Essa é a mensagem que é devidamente transmitida
16:22e com um resultado exitoso nas urnas.
16:26Muitos ali o apoiaram,
16:29sobretudo para se elegerem.
16:31Então, assim, pode-se dizer,
16:32muitos usaram o presidente Bolsonaro para isso.
16:35Até aí, ok,
16:36essa não é a questão.
16:38Só que aqueles que o apoiaram
16:40não permitiram a governabilidade,
16:42não ajudaram na governabilidade.
16:44O que não significa
16:45que o presidente esteja isento
16:49da própria governabilidade.
16:50Ele ainda é o presidente da República.
16:53Então, eu acho que o grande ponto
16:54que meu pai colocou ali foi o seguinte,
16:56se eu ali estivesse,
16:58eu estaria em conjunto com os demais
17:02atuando em prol da governabilidade
17:05para o país.
17:06E o que aconteceu foi que
17:08o presidente Bolsonaro,
17:10obviamente não sozinho,
17:11mas também se cercou de um cenário
17:14onde impediram com que ele tivesse
17:16essa governabilidade.
17:18Aí você pode dizer para mim assim,
17:19ah, ok, Dani,
17:21mas aí você está dizendo
17:22que está todo mundo atrapalhando o Bolsonaro,
17:25mas o Bolsonaro sozinho
17:26está fazendo um excelente trabalho?
17:28Ele tem seus métodos
17:29e ele tem seus demétodos,
17:31mas a gente não pode esquecer
17:32que a gente está falando também
17:34de um cenário no meio de uma pandemia.
17:36Ele assume a presidência
17:38e logo depois instaura-se uma pandemia.
17:41Então, a declaração do meu pai,
17:43não é que ela foi retirada de contexto,
17:44de forma alguma,
17:45mas o que ele estava querendo dizer
17:47é que no momento é necessário
17:50até para o avanço do nosso país
17:52e acima de tudo para que a gente
17:54enfrente a crise que a gente vive,
17:56que haja um esforço em comum
17:59em prol da governabilidade.
18:01Essa é a questão.
18:03E, bom, agora com relação ao ex-presidente Lula.
18:06Com relação ao ex-presidente Lula,
18:07ele diz muito o seguinte,
18:09ele até fala em dados momentos,
18:11talvez se o Lula tivesse disputado
18:13aquela eleição no lugar da Dilma,
18:15talvez não tivesse acontecido o impeachment,
18:17talvez.
18:18O Lula, ele tinha,
18:20ele além de ser uma figura muito respeitada,
18:23ele sempre foi um bom articulador.
18:25A Dilma, ela,
18:26dentre os muitos defeitos dela,
18:29era que ela não queria fazer
18:30nenhum tipo de articulação.
18:32Então, ali não é que ele,
18:34que ele elogie o Lula propriamente dito.
18:38O que ele fala do Lula?
18:39Ele respeita a figura do Lula?
18:41Inclusive, a Dilma,
18:43estávamos falando,
18:44mas eu faço questão aqui de repetir,
18:46no fim das contas,
18:47a grande golpista foi a Dilma,
18:48porque quando ela quer disputar a reeleição,
18:51ela dá o golpe no Lula.
18:52E ela dá o golpe no Lula,
18:54o Lula atua para a sua reeleição,
18:56claro, porque eles são do mesmo partido,
18:58da mesma ideologia, enfim,
18:59da mesma denominação.
19:01Então, ele ajuda ela a se reeleger,
19:04aí ela dá um segundo golpe nele,
19:06que ela isola ele e o pessoal dele,
19:09e fica o que eu brinco,
19:11que é a duplinha dinâmica,
19:12que era ela e o Zé Eduardo Cardoso,
19:15que, aliás, eu vi que ele soltou duras críticas recentemente
19:20ao que foi imputado a ele ali.
19:22Tem uma...
19:24Aí, já complementando isso,
19:26e já indo para a gente encerrar,
19:28que eu sei que a tua agenda é complicada,
19:29a minha também,
19:30a gente tem várias coisas para tocar ainda aqui,
19:32mas quando você fala da Dilma,
19:35desse golpe da Dilma e tal,
19:37tem um trecho em que o Eduardo Cunha
19:39diz que esse avanço da Lava Jato,
19:44ele diz, inclusive,
19:45que a Dilma usava o Cardoso
19:46para ter acesso às informações,
19:48para direcionar a Lava Jato,
19:50que deixava rolar a Lava Jato contra o Lula.
19:53Então, assim,
19:53você tem aí um ambiente de...
19:55Um querendo derrubar o outro
19:58dentro do próprio petismo,
20:00um querendo comer o outro,
20:03melhor dizendo,
20:04e em determinado momento,
20:08o teu pai escreve que
20:10a Lava Jato era um complô liderado pela Dilma.
20:13Aí eu fiquei na dúvida,
20:14me deu um bug aqui,
20:15porque o PT diz que a Lava Jato
20:18era um complô dos americanos,
20:23já tentaram falar dos tucanos,
20:24os bolsonaristas dizem que
20:26era um complô com os tucanos.
20:28Agora eu fiquei na dúvida,
20:30afinal de contas,
20:31é o quê?
20:32O que ele quis dizer com isso?
20:34Olha, o que ele quis dizer com isso
20:35é que a Dilma,
20:36ela realmente foi responsável
20:38por instaurar esse estado de sítio
20:40e estado de terror.
20:40Quando ela começa
20:42e ela ativamente diz
20:43que vai interferir na Lava Jato,
20:47até na época da nomeação
20:49do ministro Marcelo Navarro,
20:52naquele episódio,
20:54enfim,
20:54que ficou público,
20:56ela ali,
20:57ela começa a atuar
20:58e é muito questionável
21:00se ela de fato
21:01tivesse a condição de atuar,
21:03quais eram as reais motivações dela.
21:05Então, fica-se muito claro
21:07que ela faz isso
21:09para poder isolar ainda mais o Lula,
21:13para deixar ele,
21:15de ganhar novamente espaço
21:17e ela se consolidar.
21:19Tanto que se a gente olha
21:20para a figura de Dilma Rousseff,
21:22Dilma comete uma série
21:24de obstruções de justiça,
21:25inclusive,
21:26dito por Mônica Moro
21:28em seu depoimento,
21:30quando,
21:30após a sua prisão,
21:32eu não me lembro se quando
21:33ela faz delação
21:33ou em depoimento
21:35de instrução probatória,
21:36ela diz com todas as letras
21:38que a Dilma sabia
21:39das contas que ela tinha fora.
21:41Mais ainda,
21:42que a Dilma foi ativa
21:44e protagonista
21:46do processo legislativo
21:49da repatriação.
21:51Houve até,
21:51isso foi uma confusão
21:53muito grande na época,
21:54porque ela queria
21:54que Eduardo votasse
21:56de todo jeito
21:57o processo de repatriação
21:58por conta da Mônica Mora,
22:00porque ela sabia
22:01da conta que a Mônica,
22:03tinha fora.
22:04E aí,
22:04meu pai,
22:05ele é até extremamente incisivo,
22:06diz,
22:07eu só voto um projeto
22:08que vier do governo,
22:09porque senão,
22:11vão imputar a mim.
22:12E aquela história,
22:14tudo naquele momento,
22:15pela forma como a narrativa
22:16era descrita,
22:17tudo imputava-se
22:18a Eduardo Cunha.
22:19Então,
22:19quando é dito
22:20que Dilma
22:21é a grande responsável,
22:24não só por instaurar
22:25o Estado de Sítio,
22:26por permitir
22:27que os abusos
22:27eram cometidos,
22:29achando que,
22:29desta maneira,
22:31ela estaria inviabilizando
22:32a figura
22:33de Eduardo Cunha.
22:34Só que ela estava criando
22:35um problema muito maior.
22:37Problema este
22:38que nós estamos vendo
22:39nos dias atuais.
22:40Então,
22:40quando se tem
22:41vaza jato,
22:43quando se tem
22:44um juiz
22:45de uma operação
22:47desta magnitude
22:48declarado suspeito,
22:50aí você começa a ver
22:51e fala,
22:51bom,
22:52realmente,
22:52ela foi a grande
22:53responsável por tudo isso.
22:55está certo.
22:57Bom,
22:58esse projeto de repatriação,
22:59inclusive,
22:59saiu das mãos
23:00do Delcídio Amaral.
23:02Daniele Cunha,
23:02muito obrigado
23:03pela tua participação
23:04aqui no Papo Antagonista.
23:06A gente se vê.
23:06Claro, eu te agradeço.
23:07Obrigada pelo seu carinho.
23:09e muito boa noite.
23:11Tudo de bom.
23:11Boa noite.
23:13Tchau, querida.
23:14Tchau, querido.
23:17Solta a vinheta, Robson.
23:18A gente segue aqui
23:19no nosso programa.
23:19Papo Antagonista
23:22Reportagens exclusivas,
23:24bastidores do poder
23:25e análise
23:26com quem faz notícia.
23:30O pessoal está reclamando
23:32no chat.
23:33Vocês têm que abrir a cabeça.
23:35Vocês têm que conhecer
23:35a política.
23:37Vocês têm que entender
23:38as versões.
23:40Política é narrativa.
23:41A história é feita
23:43das narrativas
23:44que se sobrepõem,
23:45das vitoriosas
23:46que se sobrepõem
23:47às derrotadas.
23:49Então, assim,
23:49hoje a gente está vivendo
23:51uma disputa
23:53pela narrativa
23:54que vai condenar
23:56ou, vamos dizer assim,
23:58absolver os bandidos
23:59e condenar
24:00os mocinhos da história
24:02ou pelo menos
24:02aqueles que se propuseram
24:04a investigar,
24:05a desbaratar
24:06um sistema
24:07de corrupção
24:09absolutamente
24:11institucionalizado.
24:13Então,
24:14todas essas versões,
24:16obviamente,
24:16você tem que ponderar.
24:18Agora, é lógico,
24:19quando você tem um agente
24:20que foi um agente importante,
24:22um agente político importante,
24:23como o ex-presidente da Câmara,
24:25Eduardo Cunha,
24:26falando,
24:27contando
24:28o seu dia a dia,
24:29é lógico.
24:30Assim como delatores
24:31da Lava Jato,
24:33nunca você tem
24:34a, vamos dizer assim,
24:35o 100%,
24:37ninguém está ali
24:38para abrir 100%
24:39daquilo que sabe
24:40efetivamente,
24:41até porque
24:42se você
24:43conta 100%,
24:44muito provavelmente
24:45você vai estar
24:45se incriminando também
24:47em outras questões.
24:48Mas a política
24:49que a gente tem
24:50é essa,
24:51o que a Lava Jato
24:52trouxe e expôs
24:53foi justamente
24:54os intestinos
24:55dessa política.
24:55E agora,
24:56o que você tem
24:57é uma tentativa
24:58de diversos setores
24:59de tentar
25:01desconstruir
25:02os fatos
25:03com narrativas.
25:04A gente vai tratar
25:05disso hoje ainda,
25:07porque
25:07hoje, por exemplo,
25:09nós publicamos
25:10mais cedo
25:11que a PGR
25:12admitiu
25:14pela primeira vez
25:15que a Lava Jato
25:16nunca teve
25:17maleta de grampo,
25:19nunca teve equipamento
25:20para fazer grampo.
25:22E vocês vão lembrar
25:23que o Augusto Aras,
25:25a Lindora Araúja,
25:26subprocuradora já,
25:27chegou aí
25:27a Curitiba
25:28fazer uma fiscalização
25:30e eles reverberaram
25:32essa versão
25:33de que a Lava Jato,
25:34eles e diversos
25:35desses veículos
25:36que são tendenciosos
25:39porque defendem
25:40os criminosos,
25:41são veículos
25:42muitas vezes
25:42financiados
25:44pelas empreiteiras,
25:46por esses grupos
25:47criminosos
25:47ou por grandes
25:49bancas e advogados
25:50que se beneficiam
25:51da defesa
25:53desses réus.
25:54O que você tem
25:55é que eles reverberaram
25:57uma versão
25:57fantasiosa
25:58de que a Lava Jato
26:00tinha comprado
26:01equipamentos,
26:02ministros do STF,
26:03vocês sabem quais,
26:04também reverberaram
26:05essa versão.
26:06E agora
26:06a PGR admitiu
26:08que não existe
26:09maleta
26:10anti-grampo,
26:11não existe,
26:11nunca compraram
26:12equipamento
26:13anti-grampo.
26:14Então,
26:15é isso que vocês
26:16precisam estar
26:17atentos.
26:19Na semana passada
26:19nós publicamos
26:20também aqui
26:21no Antagonista
26:22o relatório
26:24daquele delegado
26:25que desmontava
26:27a tese
26:27de que você
26:28tinha uma perícia
26:29das mensagens
26:30roubadas
26:31da Lava Jato,
26:32sendo que você
26:33não consegue
26:34periciá-las
26:35porque os equipamentos
26:36originais
26:36não foram acessados.
26:38Você tem mensagens
26:39que foram copiadas
26:40de um notebook
26:41que foi usado
26:41pelo hacker
26:42para invadir
26:43os equipamentos
26:44das autoridades.
26:46Então,
26:46como você não tem
26:47essa conservação
26:49da cadeia de custódia
26:50da prova,
26:51elas são impossíveis
26:52de serem periciadas
26:53para atestar
26:54a veracidade
26:55e a autenticidade
26:56dessas mensagens.
26:58Mais uma narrativa
26:59que foi desmontada.
27:02Narrativa reverberada
27:03por essas mesmas pessoas.
27:05Então,
27:05fiquem atentos.
27:07Aqui é sempre
27:08para contribuir
27:09com o debate.
27:10E a gente não pode
27:11ignorar aquilo
27:12que a gente não gosta.
27:13Tá certo?
27:20Obrigada.
27:21Obrigada.
27:22Obrigada.
27:23Obrigada.
27:24Obrigada.
27:25Obrigada.
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