- 20/06/2025
No Dia Dia Rural desta sexta-feira (20), o jornalista Otávio Céschi Junior entrevista na Feicorte 2025, a dir. do conselho tec. da ABSG.
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NotíciasTranscrição
00:00E a gente segue aqui com a nossa feicorte, conversando agora com o Anderson Fernandes,
00:04que é diretor do Conselho Técnico do Santa Gertrudes,
00:07que está encerrando o julgamento das suas categorias nesse momento.
00:13Bom dia, Anderson.
00:14Oi, Tavim, bom dia. Prazer em te ver de novo.
00:15Tá bom. Vamos conversar aqui um pouquinho com a minha roquidão.
00:19Além de tudo, ainda tinha que ficar torcendo pelo Palmeiras.
00:21Juntou tudo. Juntou tudo. Poeira, ar seco, muita conversa aqui.
00:26Torcida pelo Palmeiras e aconteceu isso com a voz.
00:29Mas vocês estão encerrando o julgamento.
00:32Há pouco eu acompanhei o campeão.
00:35Quais são as categorias que estão em pista agora?
00:38Nesse momento a gente está fazendo o campeonato progênio de mãe.
00:42E aí na sequência vai ter o progênio de pai e aí encerra o julgamento.
00:45Nosso julgamento começou ontem, né? Foi o dia inteiro de julgamento.
00:49E aí teve mais uma parte hoje que deve encerrar agora na hora do almoço.
00:52O juiz é o José Jacinto.
00:54E eu estava analisando, ouvindo algumas das suas explicações.
00:59Ele frisou bem que busca funcionalidade nos animais, pelo menos nos touros.
01:05E isso implica em diversos fatores.
01:08Que seriam quais?
01:09Então, o Jacinto já é um parceiro da raça de longa data.
01:13Já julgou várias posições nacionais de muitos anos.
01:15Já é um profissional muito competente.
01:16Um juiz muito experiente.
01:18Julga diversas raças.
01:19Então, não só no Santa Gertrúzio, mas em todas as outras raças, ele deve seguir alguns critérios que todos os juízes acabam utilizando.
01:29Então, são critérios para as fêmeas, para os machos.
01:32Então, aqui ele se preocupou bastante na parte reprodutiva dos animais.
01:37Nos machos, que nem foram agora, posicionamento do testículo, prepúcio, e a parte de locomoção dos animais, dos aprumos.
01:46E aí, quando fez o julgamento das fêmeas, aí tem uma parte reprodutiva, feminidade, etc.
01:50Bom, vamos ver, porque o locutor está anunciando lá a progene de mãe.
01:58Vamos ver.
02:00O conjunto campeão progene de mãe da raça Santa Gertrúzio da Feicorte 2025 é o conjunto de número 04, com pós-monocírios da Júnia UV.
02:14Aí, então, saiu mais um grande campeão.
02:16O conjunto reservado campeão progene de mãe.
02:18Grande campeã, conjunto.
02:20E reservada.
02:21Compós-monocírios da Orquídea da Malagueta.
02:24E na sequência, conjunto de número 01, com pós-monocírios da Magnólia da Malagueta.
02:30As considerações, a cargo jurado por José Jacinto Júnior.
02:34Vamos ouvir as considerações do juiz, porque são bastante interessantes.
02:44Bem, julgamento de progene.
02:47Muitas das vezes, há alguma variação da forma do jurado constituir o julgamento progene.
02:56Porque não existe uma regra, né?
02:59No que se deve fazer certinho.
03:01O que a gente julga na progene?
03:03As características que essa mãe passou pros seus filhos.
03:08Nesse caso, a gente busca também a uniformidade das características positivas.
03:14Então, se eu tenho animais diferentes e ainda com pouca qualidade, com menos qualidade do que os seus concorrentes,
03:22Então, nós temos que optar por os animais de produtividade mais evidenciada.
03:29À medida que os animais são mais velhos,
03:34Evidentemente, é que esses animais vão ter mais condição de mostrar a sua produtividade do que a piseira.
03:40Mas eu tenho aqui, nessas três progenes, a reservada em relação à segunda.
03:46Eu tenho aqui, na terceira colocada, a reservada em relação à terceira.
03:51Eu tenho aqui duas cabeças, assim, já começam um pouco, não com muita proporcionalidade.
03:58Aí membros, também linha dorso, muito diferente uma da outra, a linha dorso do macho.
04:04É muito inferior à da fêmea.
04:06Então, nós temos que ir comparando e valorizando.
04:09Quando eu chego aqui, eu tenho mais qualidade de linha dorso, de proporcionalidade, de carcaça.
04:15Essas duas fêmeas, excepcional.
04:18Mostra muita qualidade, um perfil mais correto, apesar de ter um chão mais comprido aqui.
04:25Mas são detalhes pequenos.
04:27A abertura de peito, nesta fêmea superior, mais ampla do que a outra.
04:31Vira as duas para lá, por favor.
04:33E quando nós olhamos de posterior, há uma diferença muito grande na largura da linha dorso longa,
04:38na largura de garupa também, na largura de posterior.
04:41E o satura também, né?
04:43Quando comparado com as duas bezerras, as duas bezerras são muito harmônicas, muito produtivas,
04:48equilibradas, hoje não mostrando nenhum senão, nenhum defeito.
04:53Então, nós optamos por essa progene mais nova, principalmente por essa harmonia,
04:58por essa uniformidade, por esse conjunto de características positivas e por esse conjunto de fêmeas
05:05que ainda não evidenciam defeitos.
05:07Parabéns.
05:08Melhor progênio de mãe, reservado e terceiro colocado.
05:11Parabéns e obrigado.
05:12Tá aí, então.
05:13A avaliação do José Jacinto Júnior.
05:16Bom, me conta um pouquinho da raça Santa Gertudes.
05:20Tem muito a ver com o presidente prudente, me parece.
05:23King Branch tem alguma coisa também.
05:25Conta um pouquinho da história.
05:26É, a formação da raça aconteceu no King Ranch.
05:29Então, a formação do Texas, lá em Kingsville.
05:33Então, é uma raça sintética, né?
05:35Cinco oitavos de short, com três oitavos de brama.
05:38Então, o King Ranch fez essa formação desse sintético, achou que isso era ideal,
05:42um animal rústico, e que também fosse muito precoce, muito produtivo.
05:46Depois, o King Ranch saiu pelo mundo, comprando fazendas e trazendo a genética desses animais,
05:51e o Brasil foi um deles, e foi aqui na região de rancharia, presidente prudente.
05:54A formação foi por muitos anos, depois essas fazendas do King Ranch passaram a ser da Bartira,
05:59e hoje são novos proprietários.
06:03Se eu pudesse falar um pouco dessa parte da progênia, uma coisa muito interessante.
06:07Acho legal, acho legal.
06:08Se puder me dar essa liberdade.
06:10Como o juiz falou, a gente está tentando expressar a qualidade que a mãe passa para os indivíduos.
06:15E eles não podem ser irmãos próprios, tem que ser pais diferentes.
06:17E a gente, o Santo, a gente trabalha no melhoramento genético, com programas desde 1995.
06:23O primeiro com o professor Bento, e hoje é uma parceria com o programa do Gene Plus, da Embrapa.
06:28E aí, esse resultado dessa progênia, especificamente, mostra que o nosso trabalho de melhoramento
06:33está caminhando para um lugar muito bom.
06:36A progênia que ganhou, são duas bezerras da mesma mãe, com pais diferentes.
06:41Esses pais são frutos de animais que a gente importou sempre nos Estados Unidos.
06:46E é a primeira vez que a progênia desses touros está pisando numa pista.
06:50Então, significa que sim, a gente fica muito feliz e vê que o processo de melhoramento genético está acontecendo.
06:56E as gerações mais novas estão vindo melhores que as anteriores.
06:59E essa é a função do melhoramento genético.
07:01E a avaliação do juiz colocando essa progênia de mãe, confirma exatamente isso.
07:07Vocês estão no caminho certo da evolução da raça.
07:10Exato.
07:11A raça tem uma preocupação grande.
07:14A gente faz um refrescamento de material genético com o processo de importação.
07:20O Santa Gertrudes, desde que pisou no Brasil, e isso já tem 72 anos,
07:25você não pode formar Santa Gertrudes.
07:28Não pode pegar shortworm com brama e fazer Santa Gertrudes.
07:31Então, o programa de melhoramento genético é feito dentro da raça.
07:35E aí, a gente faz intercâmbio genético entre outros países.
07:38Principalmente da Austrália e dos Estados Unidos.
07:41Mas já trouxemos imbirões da África do Sul, já trouxemos material genético de outros países também.
07:46Da Argentina, outros países.
07:47Por isso é importante o refrescamento, para que você não tenha consanguinidade.
07:53E aí você começa a ter animais com o maior número de defeitos.
07:57É só lembrar reis e rainhas no passado, irmãos que casavam.
08:01É mais ou menos a mesma coisa.
08:02E escuta, ele é um grande produtor de carne, e a gente observa isso aí nos animais que estão em pista.
08:10Como é a carne do Santa Gertrudes?
08:13Porque elas são diferentes.
08:15Tivemos aqui até uma demonstração com 14 raças.
08:19O Santa Gertrudes também estava.
08:21Qual é a característica da carne do Santa Gertrudes?
08:23Essa qualidade da carne do Santa Gertrudes é muito expressada principalmente por causa do shorton.
08:28Marmoreio.
08:29É.
08:29O acabamento de carcaça, mais o marmoreio.
08:33O shorton sempre foi conhecido por uma raça, produtora de uma carne de altíssima qualidade.
08:38Então, essa genética do shorton imprimiu no Santa Gertrudes.
08:42E aí, isso é trabalhado mais intensivamente hoje no Brasil.
08:45Os produtores brasileiros que fazem parte do programa, todos trabalham com avaliação de carcaça, produtora de sonografia.
08:52A gente tem a parceria também com a DGT, com a Liliane.
08:55E a gente faz esse programa.
08:58Especificamente, por exemplo, a Fazenda União do Brasil, a gente tem uma marca de carne própria,
09:01que é produzida na fazenda, que é essa que foi utilizada na degustação aqui de terça-feira agora.
09:07Ela é identificada como gado Santa Gertrudes.
09:09Isso.
09:10A gente trabalha só com animais de cruzamento com Santa Gertrudes, não necessariamente os puros.
09:15E para entrar na nossa marca de carne, a gente separa as fêmeas, são só as novilhas, que vão para a marca gourmet.
09:22E os animais são identificados.
09:23Os animais que apresentam marmoreio 4 acima entram pela nossa grife.
09:27Então, tem que ter um limite de idade, acabamento e tem que ter marmoreio 4 acima.
09:31Bom, deixa eu tocar num ponto aqui para você, porque a próxima reportagem que eu vou colocar
09:36é um resumo rápido do que o Tony Perkinson, que é especialista em ultrassonografia de carcaça, colocou.
09:42Eu vou até adiantar essa reportagem, porque como vocês utilizam, a Deslau também utiliza,
09:49e todos os grandes produtores de carne de qualidade.
09:52Tem a DGT e a doutora Ligiane como consultora e técnica, e é por isso que a gente está tendo essa evolução rápida
09:59desses três pontos aí, que é o AOL, a área de olho de lombo, o marmoreio e mais o...
10:05O EGS.
10:07O EGS, a espessura de gordura.
10:08O EGS, que é a camada de gordura, que é o que permite que a carne não endureça logo depois do abate,
10:14na hora de fazer o resfriamento.
10:16E aí a gente continua para falar da ultrassonografia, porque ela foi o grande tema aqui na Feicorte,
10:22e ela dominou as conversas por aqui.
10:26Para você entender um pouquinho mais, vamos ver aqui alguns itens que o Pedro Costa separou
10:31na entrevista que fez com o Tommy Perkinson, que talvez tenha sido uma das palestras,
10:35não descaracterizando e desprezando as outras, mas a dele, por conta desse assunto ultrassonografia,
10:42ser muito falado aqui, ser o assunto do momento, e é uma coisa que os americanos já fazem há 30 anos,
10:49e está agora chegando ao Brasil e se intensificando.
10:53E é o que vai agregar valor à carne, observando esses três pontos.
10:59Vamos então aos pontos aí que foram destacados na palestra do Tommy Perkinson.
11:07Ultrasson no gado de corte.
11:11Como benefício para os criadores, eles podem selecionar animais reprodutores com maior marmoreio
11:18e maior a área de olho de lombo.
11:21Isso vai refletir no confinamento, no frigorífico e no consumidor.
11:25Tudo começa com o produtor, com quem trabalha com genética, escolhendo os animais certos.
11:30E esse processo percorre toda a cadeia da carne bovina com excelência.
11:35Genética que o mercado quer.
11:37Marmoreio e área de olho de lombo são características de herdabilidade moderada a alta,
11:47o que significa que conseguimos fazer seleções genéticas com bastante efetividade.
11:52E ao fazer isso, alcançamos uma carne de maior qualidade,
11:56o que melhora nosso desempenho no mercado de exportação.
11:59Nos Estados Unidos, por exemplo, exportamos para o Japão e a China.
12:03Não há motivo para que o Brasil não possa exportar carne de alta qualidade para esses mercados também.
12:10Valor real da carcaça.
12:15Nos Estados Unidos, recebemos um prêmio por carne de melhor qualidade.
12:19Existe um preço base, que é o valor da carne comum.
12:22Quanto mais marmoreio a carcaça tiver, maior será o prêmio pago.
12:26Espero que aqui no Brasil isso também seja desenvolvido,
12:29porque os produtores deveriam ser remunerados melhor pela carne de qualidade
12:34e não apenas vender carne como se fosse uma comodidade.
12:38O segredo dos Estados Unidos para dobrar o valor da carcaça.
12:43Um dos slides que eu mostrei indica que existe uma relação inversa.
12:48Quanto mais marmoreio, mais gordura subcutânea o animal tende a ter.
12:53Isso pode afetar um pouco o rendimento da carcaça,
12:56mas sabemos identificar animais superiores que combinam rendimento e qualidade.
13:01Eles são mais raros, mas conseguimos encontrá-los com a ultrassonografia
13:05e são esses que devemos selecionar e usar na reprodução.
13:09Bom, está aí então.
13:18É o assunto do momento e é onde nós teremos aí o pulo do gato,
13:23o pulo da carne, vamos chamar assim, né?
13:25É, apesar de ser uma ferramenta mais recente no Brasil,
13:30a gente já trabalha com a DGT, por exemplo, Santa Gertrudes,
13:32a gente já trabalha há 15 anos.
13:33A minha parceria com a Liliane vem de 15 anos.
13:35E é impressionante o salto que a raça deu nessas características de carcaça nesse tempo.
13:40Quando a gente pega os nossos dados de avaliação genética dentro do Gene Plus,
13:43o salto de AOL, de GS, marmoreio foi muito, muito grande.
13:46E uma outra coisa que é muito importante,
13:47quando a gente fala em marmoreio, a gente está falando em suculência,
13:50em sabor da carne, que traz.
13:52Mas as medidas de ultrassonografia de carcaça também ajudam em outras coisas, né?
13:57Quando a gente está falando em AOL, estamos falando principalmente em rendimento de carcaça.
14:00Tem uma coisa muito interessante também,
14:02o Marco, que é o marido da Liliane, ele trabalha muito com pastagem, o Marco Gambale,
14:07e ele já mostrou para a gente diversos trabalhos que ele fez.
14:10Tem uma das medidas que a gente faz, chama AOL para 100.
14:13Como a gente pesa o animal no momento que vai fazer o ultrasson,
14:16então você faz o cálculo de quanto de área de lombo ele tem para cada 100 quilos.
14:20E ele fez uma correlação dessa medida de AOL para 100 quilos,
14:24com o ganho, com o GMD dos animais no pasto.
14:27Então, ele pode explicar muito melhor que isso,
14:30mas ele fez uma correlação com os animais que têm mais AOL para 100,
14:33também tem uma efetividade melhor desse GMD nos animais na pastagem.
14:38Então, o ultrasson está ligado à reprodução, está ligado à carcaça,
14:42também está ligado ao ganho de peso dos animais.
14:44Eu gravei ontem uma entrevista especial com o Nishimura, da confraria, Nelore,
14:52e o assunto também entrou, porque você falou em 15 anos do Santa Gertrudes,
14:57trabalhando com a ultrassonografia, e o Nishimura tem 13 anos trabalhando no Nelore.
15:05E é o mesmo caminho a ser seguido, que é buscar a remuneração,
15:09e com destaque para esses três itens, IGS, marmoreio e AOL, que é a área de olho de lombo.
15:21E aí, o que eu perguntei para ele foi o seguinte ontem,
15:24e aí você acho que vai responder, a entrevista não foi para o ar ainda, vai durante a semana aí.
15:29Mas eu perguntei para ele, então, e como é que faz?
15:31Porque os animais são avaliados individualmente na hora do abate no frigorífico,
15:37e aí sai o peso, e aí sai o peso.
15:41Então, como é que faz?
15:42Como é que você manda um lote de animais iguais ou próximos,
15:47para você obter a maior remuneração dentro?
15:50Porque se você montar um lote misto, você vai ter muita variação,
15:54e você vai ficar com um preço médio.
15:57E aí, cada vez mais, vocês vão conseguir entregar para o frigorífico,
16:00exatamente aquele padrão que o frigorífico quer,
16:03criando esses lotes a partir de todas essas análises, das avaliações,
16:08e aí você muda todo o manejo, adaptando, readaptando,
16:13para que fique dentro do padrão. É isso?
16:15É, é mais ou menos isso.
16:16Quando a gente faz a avaliação dos animais, pensando na genética,
16:20normalmente a gente faz a avaliação desses animais do sobreano,
16:22para você ter um padrão de idade, os grupos contemporâneos,
16:24essas informações vão para os programas de melhoramento.
16:26A parte disso, a gente tem essas informações para utilizar,
16:30um ponto de abate, e fazer seleção dessas carcaças.
16:34Então, como eu falei, no nosso caso, lá na União do Brasil,
16:37a gente pega as fêmeas, eu tenho os lotes do confinamento,
16:39eu passo o ultrassom dessas fêmeas.
16:41Separo o que é a marca Goume, o que não dá vira commodity.
16:44A ideia é que cada vez mais a porcentagem de animais nesse aproveitamento vá aumentando.
16:51Quando o Dr. Tommy falou lá na reportagem de vocês que o sistema americano é um pouco diferente,
16:58a gente está muito próximo de chegar nisso no Brasil.
17:00O que é?
17:00Você tem um preço base, se você produz uma qualidade melhor, você é remunerado.
17:05Porém, se você produz pior, você é penalizado.
17:08Então, você produz lá o Select, o Standard, o Choice e o Prime.
17:11E aí as categorias vão indo de acordo com a qualidade de carne.
17:14Ou seja, é uma tipificação da carcaça dentro do frigorífico.
17:18E esse é o ponto que a gente precisa chegar.
17:19Você tem hoje uma avaliação de uma carcaça, principalmente de acabamento e idade.
17:23A gente precisa partir para a tipificação de carcaça.
17:26Então, existem marcas de carne gourmet hoje, já faz uma bonificação, uma premiação em cima disso.
17:32Nosso caso, por exemplo, a gente tem uma marca própria, mas já tem diversos parceiros.
17:35Se eu entregar esse produto, me dá uma bonificação em cima disso.
17:38Que é justo para o produtor.
17:40Você está entregando um material de melhor qualidade e você merece uma bonificação sobre esse produto.
17:46E lá na gôndola do açougue ou do supermercado, o consumidor vai pagar um pouco mais por essa carne premium.
17:53Essa carne top.
17:55Mas ele tem a certeza e a garantia de que ele pode fazer um churrasco com essa carne essa semana.
18:02O outro na semana que vem, o outro na outra, na outra.
18:04Ninguém vai ficar mascando chiclete.
18:05Todas as carnes vão estar boas e altamente palatáveis, além de macias.
18:10Coisa que a gente não tinha há 15 anos atrás.
18:15Hoje, cada vez mais, você encontra esse produto e o Santa Gertrudes também está aí fazendo o seu trabalho nesse sentido.
18:23É uma das preocupações nossas, Otávio, é que o consumidor que pega o nosso produto na gôndola,
18:30ele pega hoje, amanhã e depois, depois e ele tem o mesmo padrão.
18:33Quando eu uso ferramentas, como no caso da ultrassografia, que me trazem essa qualidade,
18:39e eu consigo controlar muito bem o processo da produção da carne, entre maturação, congelamento, desossa, isso traz.
18:46Por isso que, por exemplo, a nossa marca hoje ainda é pequena, porque a gente tem que mandar esse padrão para o consumidor.
18:50Então, se ele comprar hoje, ele comprar no churrasco do mês que vem, ele vai ter sempre o mesmo padrão de carne.
18:56E a gente traz, não só para a gente aqui dentro, para os nossos churrasqueiros de plantão de final de semana,
19:01mas como o doutor Tomi também falou, cada vez mais a gente vai estar abrindo mercados para o Brasil,
19:07que são muito importantes, que ainda até pouco tempo eram fechados,
19:11e devagarinho a gente vai criando esse espaço.
19:13Não só, em 2023, a gente teve um congresso de Santa Gertrudes mundial, foi aqui no Brasil.
19:20E a gente teve a presença de, se não me engano, foram oito ou nove países aqui no Brasil.
19:25Então, teve Austrália, África do Sul, etc.
19:28E aí a gente também pôde mostrar isso, e principalmente os americanos e os australianos ficaram abismados.
19:34Com duas coisas.
19:36Primeiro, eles viram aqui com a gente o potencial do Brasil, gigantesco, de crescimento.
19:42E os povos americanos falaram para a gente, falaram, a gente hoje está limitado na nossa produção,
19:45a gente não tem como crescer mais.
19:47Vocês ainda têm como crescer demais.
19:49E o segundo ponto foi isso, vocês conseguem hoje produzir muito,
19:54e tem espaço para mais, e produzir com tanta qualidade, que vocês estão fazendo.
19:58E de forma acelerada, porque a base já está pronta,
20:04e agora são pequenos detalhes.
20:07Só para a gente fechar, qual é o rebanho de Santa Gertrudes no Brasil,
20:10e onde eles se concentram mais?
20:13A gente está presente em 14 estradas brasileiras.
20:17Como eu falei, a raça está há 73 anos no Brasil.
20:19Não consigo estimar ao certo o volume de animais,
20:22porque a associação só tem o controle dos animais que são registrados com a gente.
20:26Mas eu tenho criadores em todas as regiões, em todos os estados.
20:30A abertura das fronteiras com a agora, com a aftosa, vai ajudar bastante.
20:37O trânsito de animais de alguns estados que a gente estava proibido de circular entre um e outro.
20:42Então a abertura dos estados do Sul e Rondônia com os outros estados também está ajudando bastante.
20:46A gente está muito feliz de estar aqui nessa segunda edição da Fercorte,
20:49no retorno da Fercorte.
20:50O ano passado a gente veio com 60 animais,
20:52e esse ano nós estamos com 90 animais fazendo a nacional do Santa Gertúdes aqui.
20:56A feira está super organizada, a Carla está de parabéns,
20:59todo mundo de parabéns.
21:00E é sempre muito bom estar aqui e ver o julgamento.
21:03Agora a gente está tendo a progênia de pai, que é o nosso último julgamento de hoje.
21:06Ok, Anderson. Muito obrigado pela participação aí e a boa conversa aqui,
21:11principalmente produtiva e informativa para o pecuarista que nos assiste em todo o Brasil.
21:16Falei com o Anderson Fernandes, diretor do Conselho Técnico do Santa Gertúdes.
21:20Muito obrigado e parabéns aí pelo trabalho com a raça.
21:22Eu que agradeço, Tavinho, estou à disposição sempre que precisar.
21:24Obrigado. Um abraço a todo mundo do Terra Viva.
21:26Muito obrigado. Um abração, Anderson.