- 18/06/2025
No Visão Crítica, Mylenna Souza Lirio, Danilo Porfírio e Valdir Bezerra discutem como a liderança de Benjamin Netanyahu influencia diretamente a escalada entre Israel e Irã. Avaliam a estratégia do premiê israelense, os riscos de regionalização do conflito e o impacto do apoio dos EUA.
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NotíciasTranscrição
00:00Professora Milena, justamente agora sobre isso, vamos pegar essa guerra.
00:05Nós, em uma das edições de visão crítica, discutimos também esses episódios do Oriente Médio,
00:11mas só olhando a faixa ligada, agora que a coisa se estendeu muito.
00:15Essa é uma guerra de Israel ou é uma guerra de Netanyahu?
00:20Ai, que pergunta gostosa de responder.
00:24Até porque, bom, a gente sempre discute um pouco isso nas relações internacionais
00:30com relação à balança de poder nas relações internacionais.
00:34Então, falar em uma guerra de Netanyahu, quando a gente tem outros atores
00:38com tantos interesses e coisas em jogo, um exemplo que até estava me lembrando
00:43enquanto os outros professores falavam, então, só um parênteses aqui um pouco longo,
00:49mas há umas semanas atrás, durante a visita do Donald Trump ao Oriente Médio,
00:57a gente tem alguns acontecimentos.
00:59Então, a retirada de sanção dos Estados Unidos, aquela coisa de uma das pessoas
01:06mais procuradas nos Estados Unidos, um top 1 de terroristas, agora deixando de ser.
01:10Então, o próprio Donald Trump se aproximando dos países do Oriente Médio,
01:15tentando recuperar um pouco dessa relação, ao mesmo tempo negociando a libertação
01:22de um refém de nacionalidade americana, suposto refém, eu digo porque ele foi preso
01:29com roupa militar, ou seja, não era um civil, e que foi negociado diretamente
01:35com os Estados Unidos e o Hamas, ou seja, Israel só ficou sabendo e ajudou na logística,
01:39mas não foi diretamente envolvido.
01:41Isso incomodou Netanyahu, ou seja, como negocia a solução de um conflito
01:46que eu estou envolvido sem mim.
01:49Isso acho que é um ponto importante.
01:51E o interesse econômico dos Estados Unidos na região, não só dos Estados Unidos,
01:56mas como, por exemplo, também da China.
01:57Então, porque o próprio petróleo que passa ali pelo Estreito de Humus
02:01é 30% do petróleo que é consumido pelo Ocidente.
02:04Então, se essa escalada piora muito e a gente tem um problema do petróleo passando ali,
02:13qual é a recessão que teremos?
02:15Um petróleo que está em 69 dólares vai chegar quanto?
02:19E isso também tem uma escalada global.
02:21Então, falando em guerra de Netanyahu, a gente tem todos esses aspectos por trás,
02:26porque o próprio Donald Trump, por exemplo, tem empresas com negócios no Oriente Médio.
02:31Então, a Rússia, que é um aliado até então do Irã com essa troca de tecnologias em armamento.
02:39Então, a gente precisa também ponderar sobre todas essas ações simbólicas
02:45desses outros atores internacionais.
02:48Então, acredito, mas aí, por favor, sintam-se à vontade para discordar.
02:54Não acredito que seja uma guerra do Netanyahu, se a gente olhar de maneira geral.
03:00Mas é claro que existe uma impressão personalista dele em muitos aspectos,
03:06como, por exemplo, o recente problema político interno em Israel.
03:10Ou seja, essa disputa entre os seminaristas ortodoxos em Israel,
03:18que até então eram liberados do serviço militar,
03:22mas, poxa, 400 soldados israelenses já faleceram.
03:27Então, supõe-se que precisa de gente para a guerra.
03:31Isso é um fato, né?
03:33Então, parte da população, aliás, 75% da população de Israel
03:37é a favor de que eles passem a servir novamente.
03:40E aí, isso entrou em uma disputa política dentro da esfera parlamentar.
03:47Ou seja, ele está enfraquecido neste ponto.
03:52Não teve força suficiente para negar a decisão da Suprema Corte de Israel.
03:59Mas ainda assim conseguiu 61 votos para se manter no poder.
04:03Então, pelo menos por seis meses, Netanyahu pode fazer o que quiser.
04:06E ele já tinha declarado que um dos objetivos era também enfraquecer o regime do Irã.
04:14E claro que a possibilidade de ter armamento nuclear no Irã
04:19também não é tão conveniente assim para os outros países que estão em volta.
04:24A disputa entre chitas e sunitas é muito bem conhecida.
04:30Só que, por exemplo, a morte de um líder religioso, não só o maior líder,
04:37também causaria um grande problema.
04:39Porque ele não é só o alto líder de Irã.
04:43Também é considerado um líder religioso.
04:45Então, são muitos aspectos para se considerar.
04:48Acho que... Enfim, desculpa, eu falaria ainda muito mais.
04:52É muito interessante.
04:53É uma balança de poder muito grande para a gente dizer
04:55que só que é uma guerra do Netanyahu.
04:58Mas também não dá para dizer que não existem aspectos
05:01que ele coloca a sua força pessoal, assim, do seu ponto de vista.
05:06É porque, professor Danilo,
05:08causou estranheza em outras guerras de Israel,
05:12desde a partilha da Palestina, depois de 1956, 67, 73,
05:19sempre se teve uma unidade nacional plena, né?
05:22Em todos esses conflitos.
05:24Agora, desses conflitos envolvendo a faixa de Gaza,
05:27não a extensão agora em relação ao Irã,
05:30teve muitas existências, manifestações muito grandes
05:33da sociedade civil em Israel contra os acontecimentos da faixa de Gaza.
05:37E esse primeiro-ministro, inclusive militares,
05:39alguns militares se recusando a prestar o serviço militar.
05:43E nós temos o caso de um ex-primeiro-ministro
05:45que fez um longo artigo num dos principais jornais israelenses
05:48dizendo, olha, não dá.
05:49Mas aí era a questão da faixa de Gaza.
05:51Não é também um artifício do Netanyahu,
05:55nesse momento em que ele está em relação à faixa de Gaza,
05:59numa situação interna difícil, internacional também,
06:02ter desviado pela questão do Irã justamente agora
06:05é uma ação que poderia ser considerada um oportunismo estratégico
06:10para garantir esses seis meses ainda no poder
06:13antes das próximas eleições em Israel ou não?
06:17Eu sei que é uma elucubração,
06:20mas alguns colocam essa questão da questão interna de Israel,
06:23dessa divisão que não teve desde o final dos anos 40,
06:27do século passado, quando surgiu o Estado de Israel.
06:29Professor Vila, o problema da fragmentação política de Israel
06:33é anterior a isso, inclusive foi o fator de exploração
06:38dessa guerra, dessa guerra não, desse conflito de 2023.
06:44De 2023.
06:46Nós temos que lembrar que o governo de Netanyahu,
06:50composto pelo Likud e outros países,
06:54e outros partidos de vínculo religioso ortodoxo,
06:59eles começaram, por ações políticas, professora,
07:02a questionar certos preceitos que aos ocidentais
07:07são sagrados em relação ao pluralismo.
07:10Então, vimos questões vinculadas ao ato de preterir
07:15cidadãos israelenses árabes,
07:19cidadãos israelenses drusos.
07:21Também tivemos uma forte discussão
07:24sobre nomeação de autoridades do judiciário
07:28pelo parlamento,
07:29especificamente representantes do Ministério Público,
07:33questionamento das ações do Superior Tribunal de Israel,
07:37da Suprema Corte de Israel,
07:40e esses tensionamentos demonstram
07:42essa tenue linha
07:44entre secularidade e religiosidade
07:49dentro do Estado de Direito.
07:50Então, esse é o primeiro ponto.
07:53E, sem contar,
07:55Netanyahu responde por acusações de corrupção.
07:59Bem lembrado.
07:59Né?
08:00Acusações de corrupção.
08:02E é nesse sentido, professor,
08:04que Netanyahu vê uma oportunidade ímpar de se manter.
08:09Ele é um homem hábil politicamente,
08:12e digo ao senhor que ele vai ser lembrado
08:15como um eficiente senhor da guerra.
08:18Ele, num primeiro momento,
08:22consegue sim, professor Vila,
08:24unidade nacional na resposta retalhatória
08:27à ação do Hamas,
08:28e a fragmentação vem com o quê?
08:32Com a não conclusão do conflito.
08:35Com o não resgate de todos os reféns.
08:38A protelação.
08:40Aí se questiona qual era o papel do conflito
08:43e as suas dimensões de violência.
08:47Violência.
08:48E agora voltamos ao quê?
08:50A notar que ele consegue, de alguma maneira,
08:54amalgamar a opinião pública israelense
08:58contra um inimigo histórico comum.
09:01E detalhe, professor Vila,
09:03é muita ingenuidade dizer que os Estados Unidos
09:07não estão envolvidos nisso.
09:10E que os Estados Unidos estão sendo levados
09:15por Israel a um conflito.
09:18O conflito só aconteceu em função do aval o quê?
09:21Dos norte-americanos.
09:22Aliás, não participa, mas o Trump vetou a morte
09:25do reto lá, Ali Khamenei.
09:29Não estão, professor.
09:30E hoje eu ouvi algo muito importante
09:32dentro da comunidade internacional
09:34e aqui ocidental.
09:36Primeiro-ministro da Alemanha.
09:38Israel está fazendo o trabalho sujo
09:41que o Ocidente está encampando.
09:45Professor, então agora, mais do que nunca,
09:48Netanyahu está numa situação de conforto.
09:51Eu até anotei aqui.
09:53Daniel, eu coloquei aqui a Alemanha,
09:57lembrando o que disse o chanceler alemão.
09:59Aproveitando essa questão, então,
10:01professor Valdir Bezerra, como é que fica?
10:04Quer dizer que Israel está fazendo o trabalho sujo
10:06que muitos gostariam de fazer?
10:09E aí pegamos uma seguinte questão.
10:11O Paquistão pode ter bomba atômica.
10:14Por que o Irã não pode ter?
10:16Alguns perguntam isso.
10:17Não sou eu afirmando.
10:19As pessoas falam isso.
10:21É uma pergunta.
10:22A bomba muçulmana, entre aspas.
10:24Aí alguém pode lembrar o conflito com a Índia.
10:27Mas tudo bem.
10:27Mas tudo bem em termos.
10:29A gente sabe.
10:30Mas como é que fica isso, então?
10:33É o trabalho sujo mesmo?
10:35Essa é uma boa pergunta.
10:36Eu quero até pegar a carona
10:37no que a professora Milena estava comentando
10:39a respeito da pergunta em torno de se é uma guerra do Netanyahu,
10:46se é uma guerra de Israel.
10:48Tem duas escolas principais de relações internacionais muito importantes,
10:54que é a escola realista e a escola neorrealista de relações internacionais.
10:59A primeira teve os seus principais expoentes ali na década de 40,
11:03a segunda a partir dos anos 70, com Kenneth Watts,
11:06e eles encabeçam um pensamento de que os estados,
11:12a principal razão de existência dos estados,
11:15chamada de raison d'etat, é garantir a sua própria segurança.
11:18Para Israel, do ponto de vista de Israel,
11:23se o Irã desenvolver ou chegar a desenvolver uma arma nuclear
11:29ou capacidades nucleares de princípio,
11:33representa para o Estado de Israel uma ameaça.
11:37Então, aí, respondendo a sua pergunta a respeito do Paquistão,
11:42o Paquistão tem bombas nucleares, assim como a Índia tem,
11:47só que, para o Paquistão, Israel não é um inimigo.
11:52Para o Irã, sim.
11:54E é um inimigo declarado.
11:56Depois da Revolução Islâmica de 79,
11:59a retórica política da liderança dentro do Irã
12:03costuma dizer, ou costuma aclamar pela morte à América,
12:09mas, junto com isso, a morte à Israel.
12:11Considera o Estado de Israel uma formação política intrusa.
12:16Então, para Israel é inadmissível, do ponto de vista da aresão d'etat,
12:21do ponto de vista do pensamento realista, neorrealista,
12:25que o Irã desenvolva essa capacidade nuclear.
12:28E isso acaba explicando, independentemente de qual tenha sido o mandatário israelense,
12:34se Netanyahu, se qualquer outro mandatário,
12:37a razão de Estado de Israel é tentar neutralizar essa ameaça.
12:40Claro, o direito internacional não tem uma previsão,
12:44uma permissão de ataque preventivo,
12:46mas, diante da situação que se coloca,
12:49Israel imaginou que fosse o único meio para poder tentar conter esse problema.
12:54Claro.
12:54Professor, só complementando o desenvolvimento do professor aqui,
13:00a bomba do Paquistão tem uma motivação regional,
13:04de equilíbrio entre Paquistão, Índia e China,
13:10em função de interesses estratégicos na região de Cachimira.
13:15Exato.
13:16Cachimira.
13:16Esse é o ponto.
13:17Tanto que a grande preocupação do Ocidente em relação à bomba paquistanesa
13:22foi quando nós observamos uma aproximação do regime paquistanês
13:29ao Talibã afrigão.
13:32Ali houve, inclusive, o quê?
13:34A incitação de um golpe de Estado e do quê?
13:37Da ascensão de militares ao poder que, por sinal,
13:41estavam ligados ao movimento Talibã,
13:44ao movimento Wahhabita na região do Paquistão.
13:48A questão da bomba do Irã é uma questão, como o professor disse,
13:55a discussão sobre supremacia e sobrevivência de Israel na região.
14:03De sobrevivência.
14:05É por isso que o fator aqui, amalgamador, é evidente.
14:10Todos se unem pela retórica da sobrevivência,
14:14enquanto nação e supremacia.
14:16E nós devemos lembrar, não querendo entrar em grandes discussões,
14:22que o regime iraniano, em tese, quer desenvolver as armas atômicas,
14:30não como apenas um instrumento de suasão.
14:34O temor é que tenha, professor, o mesmo papel do que a Coreia faz com as suas bombas.
14:41Coreia do Norte.
14:42Chantagem.
14:43Contra quem?
14:44Lembremos do Khomeini.
14:46O grande Satã e o pequeno Satã.
14:49A causa aqui é quase messiânica, nessa perspectiva.
14:56Então, nós temos que lembrar disso.
14:58Então, esses são os pontos que são considerados aqui.
15:02Aliás, a tecnologia nuclear iraniana veio de dois locais.
15:0782.
15:0982, não, perdão.
15:10Final da década de 70.
15:12De Israel ao governo Reza Palef.
15:15Reza Palef.
15:16E, na década de 90, por meio de Abdullah Khan,
15:22o pai da bomba atômica muçulmana paquistanesa.
15:27Então, esses são os pontos que devem ser considerados, professor.