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  • 16/06/2025
Doença que causa acúmulo de gordura nas pernas é frequentemente confundida com obesidade.
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Transcrição
00:00Vamos fazer agora um alerta para a saúde. Você já ouviu falar em lipedema, essa
00:05condição crônica que afeta milhões de mulheres no mundo inteiro, mas ainda é
00:10cercada de desinformação. Durante o mês roxo, junho roxo, mês de
00:15conscientização sobre a doença, profissionais e pacientes se unem para
00:19dar visibilidade a um problema real, muitas vezes confundido com a obesidade
00:25e ignorado por anos. Vamos ver na reportagem.
00:29Gordura localizada ou lipedema. Nas redes sociais, relatos pessoais e vídeos
00:35supostamente explicativos fazem especulações sobre a doença.
00:40Uma vida inteira sem entender minhas pernas.
00:42Como tudo que envolve saúde, tem que ter cuidado com os diagnósticos de internet.
00:47O lipedema é uma condição em que a gente tem um acúmulo de tecido adiposo, de gordura.
00:52Geralmente é um acúmulo que acontece localizado, igual, simétrico, bilateral,
00:58ou em membros inferiores ou em membros superiores.
01:02Há seis anos, a Daniela recebeu o diagnóstico.
01:06Eu procurei um cirurgião vascular devido a inchaço nas minhas pernas no final do dia.
01:11Já procurei outros médicos e ninguém nunca tinha me dito nisso.
01:14Lipedema é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde desde 2019.
01:20Aqui no Brasil, mais de 10 milhões de mulheres convivem com essa condição.
01:24A maior parte dos casos é tratada sem cirurgia, com uma dieta balanceada que ajuda na desinflamação
01:31e a prática de exercícios físicos.
01:34A drenagem linfática também alivia os sintomas.
01:37O paciente traz um histórico de outros casos na família, geralmente é uma mulher.
01:42Os sintomas de dor, de desconforto nas pernas.
01:46Aquela gordura que a pessoa já tentou fazer uma dieta e não teve uma resposta.
01:51Associado isso ao exame físico do médico.
01:53Pois é, gente.
01:55Muitas mulheres são afetadas pelo lipedema.
01:57Para entender melhor a doença, os sinais de alerta, o tratamento e o impacto emocional
02:03dessa condição, a gente conversa agora com a médica cirurgiã plástica, Patrícia Lira,
02:09especialista no assunto.
02:11Doutora, muito boa tarde para a senhora.
02:12Obrigado pela presença.
02:13Boa tarde.
02:14Doutora, qual é a diferença entre lipedema e obesidade comum?
02:18Na obesidade, a distribuição da gordura é uniforme.
02:21Então, você vai ver o tronco aumentado, os braços, as pernas.
02:25Há um aumento global do corpo.
02:27No lipedema, não.
02:28Essa desproporção, ela corre do umbigo para baixo.
02:31E a mulher fala isso.
02:32É como se eu tivesse dois corpos.
02:34Do umbigo para cima é um, do umbigo para baixo é outro.
02:37Porque o acúmulo de gordura se dá no quadril, ou na região do glúteo, nas coxas e nas pernas.
02:44E, em alguns casos, também nos braços.
02:46Agora, e o inchaço, né?
02:48Como é que diferencia a lipedema de inchaço no corpo?
02:51Então, o lipedema, ele pode ter um inchaço, que é diferente do edema, quando ele é sistêmico.
02:57É aquela sensação de peso, você vê um aumento global da perna, mas quando você aperta,
03:02diferente do edema sistêmico, ele não se desenha.
03:06Ou seja, não dá marca?
03:07Não dá marca.
03:08Não dá marca.
03:08Você aperta, não dá aquele afundamento que dá quando está inchado.
03:14Exato.
03:15E tem essas marcas de gordura, porque parece, não é?
03:17A impressão que a gente tem na imagem é que fica assim, ó, essa marca de gordura.
03:21O aspecto de celulite.
03:22É porque à medida que a gordura, ela vai se depositando, vai ocorrendo fibrose também.
03:28Então, os nódulos da gordura, ela começa a se deformar e começa a se mostrar.
03:32Então, com o avançar da doença, na medida que o grau da doença vai progredindo,
03:37esses nódulos, eles tornam-se mais evidentes e a flacidez aumenta também.
03:42Por que atinge mais as mulheres, doutora?
03:45Porque está relacionado à parte hormonal, à parte de estrogênio.
03:48Então, no geral, a gente tem picos naturais.
03:52A mulher tem picos naturais de estrogênio.
03:55Quando ela menstrua, era aquela menina magrinha que menstruou e vira aquele mulherão, né?
04:01Com os quadris mais alargados.
04:02Ou então, na gestação, engravidou, ganha 30, 40, 50 quilos na gestação.
04:07Ou conseguiu passar pelos dois picos iniciais, mas quando chega na menopausa, ganha 50 quilos.
04:13Eu tenho uma paciente, inclusive, que aconteceu isso.
04:16Vinha toda fininha.
04:17Quando entrou na menopausa, ganhou um peso exacerbado, principalmente na região do quadril e das coxas.
04:23Quais são os sinais precoces, né?
04:25De que a mulher está desenvolvendo um lipedema.
04:28Desproporção.
04:29Um aumento desproporcional de volume no quadril, nas costas, nas pernas e, eventualmente, nos braços.
04:37É aquela mulher que vive fazendo dieta, mas que ela fica bem fina na parte do tronco, do rosto, mas não responde nas pernas.
04:46Ela faz atividade física e ela não vê resposta adequada.
04:50Surgimento de roxos de forma inexplicável nas pernas.
04:54Sensação de peso e dor.
04:57A gordura do lipedema, ela dói.
04:59Pode ser uma dor espontânea ou a dor ao toque.
05:01O simples carinho de um filho ou do marido pode desencadear a dor.
05:05Ou seja, uma dieta não vai resolver o problema.
05:08Como resolve, então?
05:09Não resolve.
05:10Nem cirurgia bariátrica resolve.
05:11Então, como no início da reportagem foi falado, há uma dieta adequada, né?
05:17Tentando eliminar produtos que inflamam essa mulher, associado ao controle hormonal, porque 20 a 30% dessas mulheres têm disfunção tiroidiana, síndrome do vale policístico, endometriose associada e precisam ser controladas em conjunto.
05:33Se houver obesidade, tem que ser tratada em conjunto.
05:36Reabilitação vascular e linfática.
05:38Se tiver varíze, tem que ser tratado.
05:40A parte de drenagem linfática, né?
05:43Com terapia compressiva, legs compressivas, meias elásticas e atividade física direcionada.
05:49Agora, qual é o impacto psicológico, doutora, para essas mulheres que veem assim, que fazem uma dieta, não emagrecem, né?
05:57Como a senhora diz, emagrecem uma parte do corpo, mas, por exemplo, a parte de baixo não.
06:01A senhora que atende esses casos, né?
06:03Qual o impacto psicológico dessas pacientes?
06:06Elas sempre me falam a seguinte frase, é uma doença que dói não só no corpo, mas na alma, porque elas são taxadas de preguiçosas, de desleixada, e não é isso.
06:15Ela tenta, mas ela não tem a resposta, porque a condução, muitas vezes, até por parte dos profissionais de saúde, é inadequada.
06:22Porque, como é uma doença, embora tenha sido descrita em 1940, ela só ganhou realmente importância nos últimos 5, 6 anos.
06:30Então, ela foi muito negligenciada por nós, profissionais de saúde.
06:34Então, a condução do tratamento, muitas vezes, foi de forma ineficácia.
06:38E aí, ela está burlando, e não é isso.
06:41Realmente, não há uma resposta adequada à dieta e à atividade física de forma geral.
06:47Qual o tratamento indicado nesses casos, doutora?
06:49Então, o tratamento vai se dividir em duas formas.
06:53A parte conservadora, com dieta anti-inflamatória, atividade física, controle hormonal, reabilitação vascular e linfática.
07:01E caso não haja melhora, ou mesmo reduzindo, tem comprometimento na mobilidade,
07:06porque com aumento no volume das pernas, um joelho passa a tocar no outro, ela passa a cair,
07:11passa a ter dificuldade de locomoção, o peso é muito grande.
07:14Nesse caso, passa a ter indicação do tratamento cirúrgico.
07:17Isso atinge as mulheres de que faixa etária?
07:22Por exemplo, há uma proporção maior para as mulheres idosas?
07:26Porque a gente vê também que as mulheres idosas, de certa forma, acabam caindo mais.
07:32Então, se tiver um lipedema, o risco ainda é maior, né?
07:35É porque você imagina você passar a vida toda tentando fazer todas as medidas para poder tentar melhorar e não melhorar.
07:43Então, muitas vezes, elas acabam chutando realmente o pau da barraca e começam a comer.
07:47Então, a obesidade é associada.
07:49Nossa!
07:50Então, assim, piora o quadro.
07:51Então, uma situação que já é agravada por um depósito anômalo, associada à obesidade, limita muito essa mulher.
08:00E aí, ela não consegue fazer atividade física porque o peso nas pernas incomoda, a dor incomoda,
08:05então vira um ciclo vicioso.
08:06Então, para elas, é muito mais grave.
08:08Qual o profissional que essa mulher deve buscar de início, doutora?
08:11Profissionais que estejam habilitados com lipedema.
08:14Então, hoje a gente tem uma gama de profissionais endocrinologistas, cirurgiões plásticos, cirurgiões vasculares, nutricionistas,
08:21que estejam adaptados ao diagnóstico e ao tratamento.
08:25Isso é de suma importância.
08:26Não tem uma pílula mágica.
08:28Então, não existe uma medicação específica para lipedema.
08:32É um conjunto de fatores que vão trazer uma melhora no quadro clínico.
08:36Lipoaspiração ajuda?
08:37A lipoaspiração é um dos procedimentos que é utilizado.
08:42E a lipoaspiração é o único procedimento que realmente é capaz de reduzir o tecido doente.
08:47No entanto, não é uma lipoaspiração comum.
08:49Ela tem que seguir o sentido da drenagem linfática porque ela pode acabar lesando vaso linfático, nervos.
08:57Então, não são todos os profissionais que estão habilitados a fazer a lipoaspiração para lipedema.
09:02Ok.
09:02Doutora Patrícia Lira, especialista no assunto, cirurgiã plástica.
09:06Muito obrigado pela sua participação.
09:08Obrigada, Eul.
09:09Boa tarde.
09:11Boa tarde.
09:12Boa tarde.
09:13Boa tarde.
09:13Boa tarde.
09:13Boa tarde.
09:13Boa tarde.
09:14Boa tarde.
09:14Boa tarde.
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09:16Boa tarde.
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