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  • 23/05/2025
Especialista orienta sobre as principais causas da oscilação de peso.
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Transcrição
00:00A gente vai falar de saúde ou a busca por saúde.
00:03Vamos falar do efeito sanfona?
00:05Olha, gente, o que o pessoal luta para buscar saúde,
00:08mas depois de um tempo recupera o peso perdido, tá?
00:12Mas por que isso acontece?
00:14Aquele ciclo de emagrecer, engordar, emagrecer de novo, né?
00:20Para entender os impactos disso na nossa saúde,
00:23nós estamos aqui com o endocrinologista, o doutor Daniel Miller.
00:27Doutor, muito boa tarde para o senhor.
00:29Boa tarde, Jorge. Boa tarde ao público que está assistindo.
00:32Agradeço o convite.
00:33A gente que agradece.
00:34Doutor, para começar, o que é exatamente o efeito sanfona e como é que ele é definido?
00:40Funciona assim, Jorge.
00:41O processo de emagrecimento, ele tem três fases.
00:45Existe a fase ativa de perda de peso,
00:47que é aquela fase que a pessoa está perdendo peso ativamente, motivado,
00:51fazendo dieta, exercício.
00:53Essa fase dura geralmente de quatro a seis meses.
00:55Existe a fase platô, que é onde o peso começa a estacionar.
01:00E a fase mais difícil, que é a fase de manutenção do peso,
01:03que é onde a gente vai tentar manter o peso perdido.
01:06Essa fase, ela, geralmente, as pessoas que tentam perder peso,
01:14aproximadamente 20% das pessoas conseguem sustentar essa fase.
01:18Em torno de 80% das pessoas, ao longo do tempo, acabam reganhando o peso.
01:23E por que isso acontece?
01:25A gente tem no nosso corpo uma estrutura chamada hipotálamo,
01:29que regula a energia do nosso organismo.
01:32Essa estrutura, ela é orquestrada por diversos hormônios.
01:36E existe uma carga genética, um fator biológico,
01:39que contribui em torno de 70% para a gente voltar ao maior peso que a gente já chegou na vida.
01:44E é por isso que a maioria das pessoas acabam reganhando peso nesse processo.
01:49Pois é, aí existe um motivo biológico ou social?
01:53Ou são os dois juntos para esse reganho de peso?
01:56Perfeito.
01:57Nós estamos aqui falando, então, de um excesso de peso,
02:00que configuraria, nos casos de sobrepeso e obesidade,
02:03que é considerado uma doença pela Organização Mundial de Saúde.
02:07Então, repete aí, por favor, a pergunta.
02:11É motivo biológico, biológico e social?
02:14Perfeito.
02:14Obesidade é uma doença multifatorial, Jorge.
02:16Então, existem os componentes genéticos e biológicos,
02:22que é a maior parte da influência do peso.
02:25E existem os componentes outros multifatoriais.
02:29Aí entra a sociedade, né?
02:31A obesidade é principalmente uma doença da sociedade.
02:33Então, hoje a gente tem aproximadamente 60% da população acima do peso.
02:37Em 2030, 70% vai estar acima do peso.
02:40Então, a cada três pessoas, duas pessoas vão estar acima do peso.
02:44Porque a gente vive numa sociedade muito pouco ativa,
02:47com oferta de alimentos ultraprocessados, com alta densidade energética.
02:51E o estresse, né?
02:53As questões emocionais que influenciam na alimentação.
02:56Agora, a gente come por impulso ou por compulsão?
03:00Quais são as formas que eu posso comer demais?
03:03Tem diferença?
03:04Sim.
03:05Então, o nosso sistema da fome é dividido em basicamente dois sistemas.
03:09O sistema de fome fisiológica e o sistema de fome de prazer.
03:13Então, a gente come tanto por necessidade de sobrevivência,
03:17quanto a gente come por prazer, por impulso.
03:20Esse sistema de controle de prazer, ele manda informações,
03:25se conecta junto com o hipotálamo.
03:27E ele tem influências emocionais.
03:29Então, se a gente está estressado, se a gente está ansioso,
03:31se a gente está com tese, se a gente está feliz, se a gente está triste.
03:34E esse espectro de fome emocional, de fome de prazer,
03:39ele pode chegar até os estágios de compulsão alimentar,
03:41que é onde a pessoa perde realmente o controle sobre o alimento
03:45e come grandes quantidades, sente culpa, passa mal, come rápido.
03:49Isso já é um espectro mais avançado, que configura até um diagnóstico médio.
03:53Agora, por que as pessoas têm muita fome à noite, né?
03:57As pessoas conseguem segurar durante o dia, mas chega à noite e come o mundo.
04:01Tem uma explicação pra isso?
04:03Existem várias explicações, mas eu vou tentar simplificar.
04:08Que a noite é um período em que a gente geralmente chega do trabalho,
04:12chega dos compromissos.
04:14E é onde a gente apresenta maior estímulo para comer de forma emocional.
04:19Seja por recompensa, seja por felicidade, seja porque encontra a família, tá?
04:23Mas ocorre também um planejamento inadequado das refeições durante o dia.
04:30As pessoas tentam pular o café da manhã, comer pouco no almoço, não fazer refeições à tarde
04:34e o corpo pede comida.
04:36Então, se você comeu, por exemplo, 500 calorias durante o dia,
04:40o corpo vai pedir 1.500 calorias à noite.
04:43Ele vai querer compensar.
04:44Vai juntar com a fome emocional e, às vezes, as pessoas podem compensar comendo demais à noite, tá?
04:50Essa é uma explicação bem simples, mas é o que, na maior parte das vezes, acontece no dia a dia do consultório.
04:56Agora, o que acontece com o metabolismo de quem vive esses ciclos constantes de ganho e perda de peso?
05:03Perfeito.
05:04Então, a gente está falando de efeito sanfona, né?
05:05Que é a perda de peso e o reganho.
05:08Mas existem efeitos sanfonas mais prejudiciais,
05:11que são pessoas que acabam querendo fazer dietas restritivas, né?
05:14Eles vão se privar de grupos de alimentos, vão cortar carboidratos,
05:18vão cortar grupos específicos de alimentos e comer muito pouca caloria.
05:24Essas pessoas acabam tendo uma perda de peso muito rápida,
05:27acabam perdendo mais massa magra do que o esperado na perda de peso
05:32e acabam tendo um efeito rebote muito mais intenso
05:35e, neste reganho de peso, ela acaba ganhando mais gordura.
05:39E esse ciclo de perda e ganho, perda e ganho,
05:41acaba perdendo mais massa magra e pode gerar a sarcopenia no futuro,
05:46a osteoporose e, além das deficiências nutricionais,
05:49pela restrição alimentar.
05:51O senhor atende todos os dias pessoas que estão em busca de saúde, né?
05:56E tem também uma nova indicação de que obesidade não é só uma questão física, né?
06:04Eu queria que o senhor falasse um pouquinho dessa questão do falso magro, não tem isso?
06:08Perfeito.
06:08Então, assim, a gente atribui a obesidade muito ao excesso de peso, né?
06:15Isso está mudando na ciência, né?
06:18A obesidade é um acúmulo anormal de gordura, de distribuição de gordura.
06:23Então, independente do peso, existem pessoas que têm uma baixa taxa de acúmulo de gordura
06:30nos braços, nas pernas e acabam acumulando muita gordura abdominal.
06:33Às vezes, ela não parece uma pessoa acima do peso, mas ela pode adquirir doenças metabólicas,
06:42aumenta o risco de câncer, de doenças cardiovasculares, de diabetes,
06:46assim como uma pessoa que tem um peso muito aumentado.
06:49Ok.
06:49E agora, doutor, quais são as estratégias que o senhor utiliza para ajudar um paciente
06:53que vive nesse ciclo, né?
06:55De ganho e perda e não consegue chegar lá, né?
06:59O que o senhor tem a dizer para o nosso telespectador, para a nossa telespectadora?
07:02Perfeito.
07:03Então, assim, quando eu falei no início que em torno de 80% das pessoas acabam reganhando
07:07peso, os estudos observaram por que esses 20% conseguem manter o peso perdido, né?
07:14E um dos principais aliados é a atividade física, tá?
07:18Essas pessoas acabam praticando de 150 a 300 minutos de exercício físico por dia.
07:23Essas pessoas também fazem uma automonitorização do peso.
07:28Eles se pesam em torno de uma ou duas vezes por semana, estabelecendo um peso alerta, onde
07:33a partir dali você tem que recalcular a rota do que você está fugindo para manter
07:38aquele peso perdido, tá?
07:40E além disso, o planejamento alimentar que requer, às vezes, auxílio profissional.
07:45Perfeito.
07:46Doutor Daniel Miller, muito obrigado pelos esclarecimentos.
07:49O seu Instagram é arroba doutor danielmiller, né?
07:52Quem quiser seguir o senhor.
07:53Muito obrigado pelas informações.
07:55Até a próxima.
07:55Obrigado, Gilberto.
07:56Obrigado, Gilberto.

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