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TecnologiaTranscrição
00:00E ontem foi o dia mundial do meio ambiente e nós falamos aqui sobre os desafios
00:06diante das mudanças climáticas e dos planos para a COP30, que será realizada
00:12no mês de novembro em Belém, no Pará. E hoje trazemos uma nova pesquisa que
00:18reforça, para além da urgência, estamos em um cenário também de incertezas.
00:25Vamos aos detalhes na reportagem.
00:30Mais uma bandeira vermelha é quando o assunto é clima. O desequilíbrio energético da
00:37Terra está aumentando mais rápido do que o previsto. Em outras palavras, a quantidade
00:41de energia solar que entra no nosso planeta é maior do que aquela que sai. A consequência
00:47disso é o aquecimento, que pode se intensificar com o tempo. Um estudo a respeito, liderado
00:52pela Universidade de Estocolmo, na Suécia, foi publicado na revista científica AGU Advances.
00:58De acordo com os dados mais recentes, o planeta absorveu em 2023 o dobro da energia do que
01:05os cientistas esperavam com base nas emissões de gases de efeito estufa. Mesmo após todas
01:11as análises, os pesquisadores ainda não sabem exatamente o motivo desse aumento tão
01:16rápido. Em 2024, as medições indicaram um recuo a níveis esperados. Isso é um alívio
01:24temporário, mas não garante que a tendência vai se manter. O desequilíbrio energético
01:29é um dos principais sinais de que as mudanças climáticas estão se intensificando. Isso acontece
01:34porque os gases poluentes, como o dióxido de carbono, retém mais calor na atmosfera.
01:40Assim, menos energia escapa para o espaço e mais calor fica preso aqui na Terra. Como resultado,
01:46as temperaturas sobem, as geleiras derretem e os oceanos esquentam. Uma das tecnologias mais
01:52precisas para medir esse desequilíbrio vem dos satélites. Eles conseguem observar diretamente
01:58a quantidade de energia que entra e sai do planeta. Atualmente, a NASA tem quatro equipamentos
02:04que fazem esse trabalho por meio da missão Ceres. Mas todos estão no fim da vida útil
02:10e devem ser substituídos em 2027 por um novo satélite chamado Libera. O problema, segundo
02:17os cientistas, é que o Libera vai trabalhar sozinho. Isso aumenta o risco de falhas e pode
02:22dificultar a continuidade das medições. Além disso, sem instrumentos que funcionem ao mesmo
02:28tempo para comparação, fica difícil verificar se os dados são realmente confiáveis. Caso
02:34os satélites parem de funcionar antes do lançamento do Libera, os pesquisadores correm o risco de
02:39perder dados essenciais. A segunda melhor opção para medir esse desequilíbrio são os dados
02:45de temperatura dos oceanos. Mas eles demoram cerca de dez anos para refletir o que está
02:51acontecendo com o clima, o que atrasa a resposta a possíveis crises. Uma das hipóteses levantadas
02:58para esse crescimento inesperado é a diminuição da capacidade da Terra de refletir a luz do Sol.
03:04Calotas polares e alguns tipos de nuvens ajudam a enviar parte da energia solar de volta ao espaço.
03:11Mas essa é apenas uma hipótese. Essa incerteza aumenta a urgência por mais e melhores estudos
03:18de medição. Sem esse investimento, vai ficar difícil prever como o mundo vai reagir nos próximos anos.