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  • 24/05/2025
Transcrição
00:00Estamos sozinhos no universo?
00:03Há poucas semanas parecia que nos aproximamos de uma resposta,
00:08mas ainda há muito debate acadêmico. Vamos entender.
00:16Você viu aqui no Olhar Digital News que, em abril,
00:20um estudo apontou para uma possibilidade há muito tempo esperada pela ciência,
00:25um outro planeta com vida.
00:26O mundo em questão é o K2-18b, que está a cerca de 120 anos-luz da Terra.
00:33Esse é um planeta gigante, parecido com o Netuno.
00:36E, em resumo, os cientistas estudaram a atmosfera dele
00:40e acreditaram ter detectado sulfeto de dimetila,
00:44um gás que, aqui na Terra, vem de micro-organismos oceânicos.
00:49Segundo o artigo que descreve os resultados,
00:51havia apenas três chances, em mil, de o sinal ser fruto do acaso,
00:57o que animou os pesquisadores.
00:59Ou seja, poderíamos finalmente ter encontrado vizinhos.
01:03Mas parece que não será desta vez.
01:07Desde o anúncio, a comunidade científica se debruçou sobre o tema.
01:10Três estudos independentes analisaram os dados mais a fundo
01:14e não encontraram provas sólidas da presença dessa molécula.
01:18Segundo um trabalho liderado pelo astrônomo Louis Wellbanks,
01:22da Universidade Estadual do Arizona,
01:24abre aspas,
01:25a alegação simplesmente desaparece,
01:29fecha aspas,
01:30após a verificação.
01:31A equipe testou outra hipótese.
01:34Se realmente havia um sinal na luz do planeta,
01:36ele poderia ter vindo de outras substâncias.
01:39Eles testaram 90 moléculas diferentes
01:42que poderiam existir em um mundo como o K2-18b,
01:46sem a necessidade de vida.
01:47No final, encontraram 59 gases capazes de gerar o mesmo sinal.
01:53Um outro grupo, liderado por Rafael Luke,
01:55da Universidade de Chicago,
01:56combinou todas as observações disponíveis do K2-18b
02:00e não encontrou sinais confiáveis do tal sulfeto de dimetila.
02:05Mais um especialista,
02:07Jacob Bean,
02:08também da Universidade de Chicago,
02:10foi direto,
02:11abre aspas,
02:12não há indício estatisticamente significativo
02:15nos dados mais recentes,
02:16fecha aspas.
02:18Isso mostra como é difícil estudar planetas tão distantes.
02:21Enquanto Júpiter pode ser visto da Terra,
02:24planetas como K2-18b
02:25são invisíveis até mesmo para telescópios,
02:29por estarem muito longe
02:30e por não emitirem luz própria.
02:33Para superar essa dificuldade,
02:34os astrônomos usam métodos avançados.
02:38Um deles é observar
02:39quando o planeta passa na frente
02:40de uma estrela hospedeira.
02:42A luz atravessa a atmosfera
02:44e isso permite descobrir
02:46quais gases estão presentes ali.
02:48Novas respostas
02:49podem estar bem próximas.
02:51Em 2023,
02:53o pesquisador Renu Hu,
02:55da NASA,
02:56fez novas observações do K2-18b
02:59com o telescópio James Webb.
03:01Esses dados ainda não foram publicados,
03:03mas são mais extensos
03:05que os dados anteriores.
03:07A expectativa é que eles ajudem
03:09a resolver o mistério.
03:10Por enquanto,
03:11o debate acadêmico continua.
03:14Em resumo,
03:15ainda é cedo demais
03:16para associar o K2-18b à vida.
03:19Continuamos sozinhos no universo.

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